A democracia, normalmente, não pressupõe virada de jogo durante ou depois do pleito. Entretanto, parece que alguns músicos e profissionais da área musical e de infraestrutura de espetáculos estão ansiando por uma mudança nas regras mesmo depois de terem votado no candidato vencedor na eleição de 2020 em São Paulo.
Muitos desses músicos que votam em São Paulo, supostamente inteligentes e bem informados, não hesitaram em espalhar que o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, era bandido, "invasor de propriedades" e "incentivador da desordem", assim como um "disseminador de pobreza".
Incapazes de entender ou de saber ler, ignoraram o programa e as ideias de Boulos para mergulhar no "seguro e sem traços de aventureiro" Bruno Covas, do lamentável PSDB do deplorável governador João Doria.
E eis que os dois tucanos garantiram que nada iria mudar em relação às regras de isolamento social por conta da covid-19, mesmo com com todos os indicadores mostrando aumento exponencial de casos e de mortes.
O eleitor imbecil que coloca a economia acima da saúde sapateou de alegria e acreditou nas mentiras dos dois tucanos lamentáveis, que não pensaram duas vezes de, no dia seguinte à eleição, à qual venceram, decretarem o enrijecimento das regras de distanciamento, incluindo redução de horário de funcionamento de bares e restaurantes, proibição de festas e shows, entre outras coisas.
Estelionato eleitoral? Certamente que sim, para desespero dos coitados e estúpidos que clamam contra o isolamento e pelo retorno imediato das atividades artísticas, uma demanda para lá de irresponsável.ente
Essa mesma gente pouco inteligente e incapaz de fazer uma leitura básica da situação política em sua esquina agora baba de ódio contra o candidato que venceu e seu padrinho político por conta do endurecimento das medidas restritivas e da volta de todo o Estado para a condição amarela no combate à pandemia.
Claro que é "bem feito" para esses idiotas, mesmo correndo o risco de lamentar no cômputo geral, já que teremos de aturar uma péssima administração por mais quatro anos, uma gestão que esquece a periferia, atua em favor de amigos e da população rica, gasta milhões em reformas e obras inúteis e que só pensa em negócios, tentando privatizar tudo o que é possível para que apoiadores ganhem cada vez mais e sempre.
Por mais que tenhamos de desenhar para esses idiotas que bradam contra o distanciamento social - a culpa disso é do vírus, e não de gestores que, a contragosto, fecham o comércio -, o fato é que a polarização política e o orgulho da própria ignorância superam qualquer tentativa de implantar o bom senso.
Sendo assim, que tal o "lesados" pelo estelionato eleitoral se juntarem e fazerem um protesto movido a guitarras na frente da Prefeitura de São Paulo, ali no Vale do Anhangabaú?
Que toquem bem alto músicas do Motorhead, do Metallica e dos Ramones para chamar a atenção do prefeito reeleito que disse que nada mudaria nas regras de distanciamento social...
- A partir do dia 12 de dezembro, a banda Angra irá lançar uma música por semana utilizando as filmagens do show da turnê "ØMNI", realizado em são Paulo, no Tom Brasil, para o que seria o novo DVD do quinteto, mas que infelizmente não pôde ser lançado por conta de problemas técnicos na captação do material. Junto dos vídeos, a música também será lançada nas plataformas de streaming e possivelmente também em mídia física. O fundador e guitarrista Rafael Bittencourt também anunciou que o Angra irá relançar os álbuns de toda a discografia, criando boxe de edição especial. E para comemorar os 20 anos do aclamado disco "Rebirth", a banda irá realizar uma turnê especial, com convidados que serão anunciados em breve. Serão 14 shows, e durante a live já foram confirmadas 12 datas:
30 de abril: Manaus 1º de maio: Recife 2 de maio: Fortaleza 7 de maio: Belo Horizonte 8 de maio: Brasília 9 de maio: Goiânia 14 de maio: Porto Alegre 15 de maio: Curitiba 16 de maio: Florianópolis 21 de maio: Vila Velha 22 de maio: Salvador
- O Under Fest, festival organizado por Abel Martins do canal Under Martyrs, que será realizado dia 4 de dezembro a partir das 20h, divulgou todas as atrações que farão parte desse outro grande evento online brasileiro. São ao todo 24 bandas nacionais dos mais diferentes estilos dentro do Rock e Metal, passando do mais puro Rock N' Roll, Heavy Metal, Power Metal, Thrash Metal, Prog Metal, Modern Metal até o mais brutal Death e Black Metal, sem nenhum tipo de preconceito ou radicalismo, com transmissão exclusiva pelo canal do Youtube do Under Martyrs (@undermartyrs). Vão participar Scars, Válvera, Chaosfear, Apokrisis, Sacrifix, Death Conspiracy, Hamen, Hellish War, Nadarkhani, Implement, Inanmalia, Hatefulmurder, Boko Moko, Soul Factor, Vikram, Final Disaster, 100 Dogmas, Head Of Pistol, Unknown Code Of Existence, Cães, Slashy Sue, Athos 2, Morbidez e Angel's Fire. -- Under Fest - 04/12 às 20h - Canal do Under Martyrs no YouTube: www.youtube.com/undermartyrs
- O novo trabalho da Escola Alemã, o EP "Death Blow!", está nas lojas. O trabalho, que marca o retorno da banda após uma profunda reformulação que a transformou em um projeto solo de seu fundador Carlos D’Boa, e que foi lançado internacionalmente em diversos países, se encontra disponível para audição no seguinte link: https://open.spotify.com/album/79rMDtfn2LW1TzPCW5vLlS?si=rBvZgNcVSwGc7Er3qUFqnQ
- Os últimos nove meses não têm sido fáceis. Com o caos perseverando no Brasil e no mundo, é nas artes que conseguimos paz. Nesse intuito, unindo pop e psicodelia, a banda interativa My Magical Glowing Lens, da produtora e multi instrumentista Gabriela Terra, participa do SESC Convida no canal de YouTube do SESC Brasil. A live acontece no dia 03 de dezembro (quinta-feira), às 20h, e conta com músicas inéditas, além de novas versões para canções conhecidas do disco de estreia, Cosmos. Assista o teaser da live: https://youtu.be/qktaOG82_VI
Eddie Vedder lançou música nova e, de quebra, ela veio com um clipe bacana. “Matter of Time” é o nome da canção, que foi liberada pelo vocalista do Pearl Jam nas principais plataformas de streaming.
O clipe de “Matter of Time” foi dirigido por Matt Finlin e Jeff Lemire. A produção executiva também é de Matt Finlin, em parceria com Karen Barzilay. A direção de animação é de Les Solis.
A canção foi mostrada inicialmente na noite da quarta-feira, 18 de novembro, no evento “Venture Into Cures”.
O evento reuniu celebridades com o objetivo de chamar a atenção para a epidermólise bolhosa, uma doença genética e hereditária, que que provoca bolhas na pele, e é considerada rara pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Eddie Vedder e sua esposa, Jill, estiveram presentes no evento, organizado pela EB Research Partnership, que tem o casal como membro fundador e é a maior organização sem fins lucrativos do planeta dedicada ao financiamento de pesquisa pela cura da doença.
Outra música apresentada por Eddie Vedder foi uma versão ao vivo para “Say Hi”.
Confira abaixo os clipes de “Matter of Time” e “Say Hi”.
- A banda Muqueta na Oreia acaba de lançar videoclipe especial para “Te Salvar” no YouTube. A música, originalmente lançado pelo grupo Psicodella, faz parte do inovador projeto Autoral vs Autoral, que visa promover o intercâmbio cultural, mobilizar, fortalecer e aproximar os mais diversos artistas de rock no país. O Autoral vs Autoral Volume 2 está disponível nas principais plataformas de streaming (Spotify, Deezer, iTunes, etc) e traz diversas bandas autorais, fazendo versão tributo de outras bandas autorais contidas no projeto. O Muqueta Na Oreia foi homenageado pelo grupo A Lenda Jack Blue & Os Garotos Perdidos, que gravou uma versão para "De Volta ao Mundo dos Mortos", do debut álbum "Lobisomem em Lua Cheia". Confira "Te Salvar" em https://www.youtube.com/watch?v=XdX24cyKT3M.
- A banda ucraniana Jinjer, grande sensação do metal mundial na atualidade, volta a ter a sua tão aguardada turnê pela America Latina adiada. Ainda por conta da continuidade das medidas preventivas para conter a pandemia do novo coronavírus Covid-19, o grupo realizará a excursão apenas no final do primeiro semestre de 2021. Com produção da IDL Entertainment e KLF Productions, Tatiana Shmailyuk (vocal), Roman Ibramkhalilov (guitarra), Eugene Abdukhanov (baixo) e Vladislav Ulasevish (bateria) retornam três anos após explosiva passagem pela América do Sul. Em São Paulo, o show está agendado para o dia 15 de maio no Carioca Club. A abertura ficará sob a responsabilidade do Venomous, mais nova sensação do cenário do metal brasileiro na atualidade, que lançou o elogiado álbum “Black Embrace”. Os ingressos para a nova data continuam válidos e não necessitam efetuar qualquer tipo de troca. A venda continua pelo site do Clube do Ingresso (https://www.clubedoingresso.com/evento/jinjer-sp) e pontos autorizados.
- Um ano após o lançamento de seu EP de estreia, "Glitter in the Gutter", o Sick Dogs in Trouble retorna com seu mais novo trabalho: "Vicious Cycles"- Um EP cheio de símbolos, estampado pela figura mitológica do Ouroboros, a serpente que devora a própria cauda. "É um ep conceitual sobre os ciclos viciosos que ao meu ver são como redemoinhos: um movimento espiral que nos puxa para lugares cada vez mais profundos e inóspitos", dize Raul Signorini, vocalista e guitarrista da banda. Nesse novo trabalho a banda optou por buscar as raízes do brit blues e da neosoul music. Referências para expandir os limites de seu som, tradicionalmente calcado no proto-punk e no hard rock. Lançamento pela Craic Dealer Records no dia 27 de novembro, o EP é recheado de participações especiais: Indira Castillo (Black Rebel Jack) nos vocais, Lucas Melifona (Afrojam-SP) no Sax e Raul Zanardo (Dum Brothers) nos teclados. Escute em Spotify https://open.spotify.com/album/5awMHPxPIxQ90oSQYxYsLS?si=1z8BVNAvQDamjCUh0wY23g
Hard blues. Isso existe? Sim, e quem inventou foi, provavelmente, a banda norte-americana Gov't Mule, uma das grandes novidades da música daquele país surgida nos anos 90.
Um guitarrista fantástico e experiente, um baixista grande e de mão pesada e um baterista insano, mas preciso como um relógio. E o trio surpreendeu com uma excitante mistura de blues e rock, algo tão importante quanto o surgimento de Stevie Ray Vaughan nos anos 80.
O Gov't Mule surgiu há 26 anos para revitalizar o blues, que ainda estava traumatizado pela morte de Stevie Ray Vaughan em 1990.
O som era pesado, denso, soturno e, de certa forma, ameaçador. Warren Haynes, guitarrista e vocalista, queria o blues novamente dando as cartas. E acertou em cheio.
A estreia da banda em CD, com o álbum autointitulado, foi em 1995, e chegou derrubando portas e paredes com um som vigoroso, onde a guitarra explosiva e densa dominava cada poro e cada milímetro de cada ambiente. Desnecessário dizer que frequentou todas as listas de melhores daquele ano.
São 25 anos de uma obra-prima da música popular, uma mistura perfeita de blues e de rock com tempero sulista e muita, mas muita experiência.
As comemorações do quarto de século de criação da banda começaram no ano passado, com a reedição de "The Tel-Star Sessions". Lançado em 2016, resgata uma das primeiras sessões de ensaios do então trio. As gravações demo realizadas antes do lançamento do primeiro álbum.
Os sons desse disco são um tesouro porque mostra a banda totalmente entrosada e executando temas que apareceriam nos dois primeiros CDs de forma tão boa e visceral que já mereceriam ter sido lançadas há tempos, e não circular em forma de áudios piratas e com pouca qualidade.
São versões diferentes das que saíram nos CDs, como não poderia deixar de ser – e não apenas na questão da mixagem, e sim com as canções executadas de forma diferente, com alterações, como é o caso das duas versões da fantástica "World of Difference", que estão com menos peso, mas mais melódicas e com solos mais extensos.
"Mother Earth", o blues pesado por excelência, aqui ganha um andamento um pouco mais acelerado, e surge com riffs diferentes de guitarra e uma bateria mais quebrada.
Apenas um projeto
Para a revista "Ultimate Classic Rock", Warren Haynes declarou que o Gov't Mule era apenas um projeto, uma válvula de escape, para o trabalho dele e do baixista Allen Woody (morto em 2000) no Allman Brothers. Quando entraram no Bradenton Studios, na Flórida, com o engenheiro Bud Snyder, a intenção era ter um pouco de diversão.
"No início, Gov't Mule era apenas um projeto", explica Haynes. "Nós não tivemos planos para ser uma verdadeira banda que permanece unida e que faria um segundo disco e um quinto registro e um décimo e turnês. por anos. Nós estávamos apenas fazendo algo para nosso divertimento. Nossa intenção era fazer um trabalho experimental de baixo orçamento. Fomos para o estúdio com o nosso próprio dinheiro e fizemos nove canções, que eram praticamente as únicas canções que tínhamos."
Só que algo mudou. "Mas ao longo dos meses seguintes a demanda por shows e por material novo aumentou. As pessoas gostaram, e o sentimento dentro da banda era realmente forte", lembra ele. "Nós estávamos criando o tempo todo e eu estava escrevendo mais e mais material novo. Estávamos crescendo tão rapidamente que nós decidimos não limitar o repertório para apenas aquele punhado de canções. Fizemos outras músicas e acrescentamos clássicos do blues e do rock e o Gov't Mule se consolidou. Virou nossa principal banda."
Destaque desde o início
O Gov't Mule chega aos 25 anos da estreia em CD muito forte e versátil - e ainda mais interessante. Nasceu de dentro dos míticos Allman Brothers, veteraníssima banda de southern rock norte-americana.
Amicíssimo do líder, o vocalista e tecladista Greg Allman, Warren Haynes, rodado músico sulista, aceitou tocar na banda no final dos anos 80, mas começou a ficar incomodado coma a falta de espaço para suas composições e para cantar.
Excelente guitarrista base e com um feeling blueseiro assustador, começou a gestar uma carreira solo ainda em 1990, com a bênção do amigo. Sua Warren Haynes Band, no entanto, só conseguiu lançar um álbum em 1992, com "Tales Of Ordinary Madness", sem grande repercussão com a sua mistura de rock, country, folk e blues.
Irritado com a recepção fria de seu álbum e cada vez mais frustrado com os Allman Brothers, decidiu radicalizar: queria extravasar todas as suas influências em um som diferente, característico e pesado, calcado no blues.
Chamou o companheiro de Allman Brothers Allen Woody, exímio baixista, e um conhecido distante, mas muito bem recomendando, o baterista maluquete Matt Abts.
Os primeiros ensaios do trio em 1993 deram tão certo que tudo foi acelerado: os primeiros shows, as primeiras gravações e as primeiras turnês, além da inevitável saída dos músicos dos Allman Brothers, mas sem ressentimentos – Warren Haynes voltaria a ser um dos guitarristas fixos do grupo em meados dos anos 2000, ao lado do pupilo Derek Trucks, sobrinho do percussionista Butch Trucks. Derek sempre manteve uma carreira solo desde que tinha 17 anos de idade.
Mesmo com o projeto crescendo rápido, a banda mesmo só percebeu o potencial do que estava acontecendo em 1994, quando finalmente foi batizada de Gov't Mule, uma abreviação de Government Mule, alusão ao decreto do governo norte-americano do século XIX que oferecia ajuda a todo americano que quisesse colonizar o oeste do país – com verbas para comprar uma mula e um pedaço de terra.
Consolidação do hard blues
A velocidade com que as coisas aconteciam, entretanto, não foi suficiente para lançar um CD antes de 1995. Mas foi a melhor coisa que ocorreu ao trio.
"Gov't Mule", lançado em meados daquele ano, foi uma pedrada e considerado entre os dez melhores do ano de quase todas as revistas de rock e blues dos Estados unidos .
O álbum definiu o hard blues, com músicas muito pesadas, com baixo com timbre grosso e "gordo" e bateria forte e marcante. Frequentemente o trio esbarrava no hard rock setentista, com muito peso e melodia, como na faixa "Mr. Big", original da banda inglesa Free. Ou então na pesadíssima "World of Difference".
O blues tradicional apareceu com "Mother Earth" e seu peso absurdo, com uma levada de guitarra típica de Jimmy Page (ex-Led Zeppelin). O jazz aparece nas suingadas "Mule" e "Rocking Horse". Com sucesso crescente, viraram referência para uma série de artistas norte-americanos e seus shows se tornaram imensas jam sessions, com a presença constante de com a presença constante de estrelas do rock.
De tão gente boa que são considerados, ninguém consegue recusar um convite para gravar. Basta ver a constelação de baixistas convidados para tocar nos projetos "Deep End I" e "Deep End II", lançados após a morte de Woody.
Os dois álbuns, cada um duplo, contam com um baixista diferente em cada faixa. tocara, entre outros, Chris Squire (Yes), Jack Bruce (ex-Cream), John Entwistle (Who), Jason Newsted (então no Metallica), Roger Glover (Deep Purple), entre muitos outros, além do guitarrista James Hetfield na música "Drivin' Rain".
Formação atual da banda: da esq. para a dir., Danny Louis (teclados), Matt Abts (bateria), Warren Haynes (guitarra e vocais) e Jorgen Carlsson (baixo) (FOTO; DIVULGAÇÃO)
O substituto definitivo de Woody foi Andy Hess, conhecido músico de estúdio, mas também com passagens importantes na estrada com bandas de rock e jazz. Junto com ele veio Danny Louis, tecladista com larga experiência no meio musical do leste americano. Hess seria substituído seis anos depois por Jorgen Carlsson.
Como quarteto, o Gov't Mule ganhou em técnica e expandiu os horizontes, apostando mais no jazz, no rhythm and blues e até mesmo no reggae. Tais influências ficaram patentes nos CDs "Déja Voodoo" (2004) e "High and Mighty" (2006).
Os fãs em geral começaram a chiar com os experimentalismos – que culminaram no álbum de remixes e músicas inéditas com tratamento reggae "Mighty High" (2007) e o grupo resolveu voltar às origens. Andy Hess, considerado muito técnico e jazzístico, deixa a banda para a chegada do sueco Jorgen Carlsson, que tem o blues como uma das principais influências.
Jam band ao vivo
Prolífico em registrar shows, é possível comprar no site da banda milhares deles, em qualquer lugar do mundo. Existem também os álbuns ao vivo, um melhor do que o outro. "Live at the Roseland Ballroom" é de 1996, e "Live With a Little Help From Our Friends" é um CD duplo sensacional lançado em 1998 – na versão de luxo, é um CD quádruplo contendo o último concerto de ano novo de Allen Woody, na virada de 1999 para 2000.
Um dos mais recentes lançamentos ao vivo é "The Georgia Box", com três CDs duplos gravados naquele Estado norte-americano, considerada a casa da banda. Com mão grande e timbre "gordo", foi o baixista ideal para reeditar o clima de blues pesado dos anos 90.
Em estúdio, o mais recente trabalho é o estupendo "Revolution Come, Revolution Go". Como curiosidade, o Gov't Mule tocou em São Paulo em 1996, no festival Nescafé Blues, na casa que então se chamava Palace.
Quem assistiu não esquece o trio de caipiras simplórios fazendo um som à la Led Zeppelin, mais lento, mas muito pesado e suingado. Também passaram pelo Rio de Janeiro e por Porto Alegre dentro do mesmo festival. Foi a primeira vez que eles tocaram fora dos Estados Unidos.
Uma mudança para deixar tudo como está. Um grande clássico da teoria política se confirma o segundo turno das eleições municipais de 2020, com a esperada derrota feia da esquerda, uma queda ainda maior do bolsonarismo mais do que nojento e a consolidação do fisiologismo político de direita.
O tal do Centrão no Congresso vence e se torna uma força mais perigosa no sentido de perpetuar a corrupção endêmica e o parioquialismo mais rasteiro que existe. A população brasileira gosta desse tipo de lixo. O brasileiro não sabe votar.
Mais do que uma derrota feia, o PT, em seu desempenho mais ridículo desde 1988, "saboreia" um legado desastroso, o de permitir o avanço inexorável do pior tipo de direita, tão perniciosa quando a extrema-direita bolsonada fascista.
Ao abraçar práticas políticas tão caras a esses espectros políticos e abandonar suas programas históricos, o partido vê o eleitor cair nos braços do fisiologismo e da corrupção juramentada, e ainda tem de suportar esse mesmo eleitor asqueroso apontar o dedo e vomitar que a "corrupção é a marca do PT e que sempre foi mais do mesmo", como um um monte de vagabundos fez em São Bernardo e em Guarulhos, ambas cidades da Grande São Paulo.
O maior pecado petista é não ter argumentos, qualquer um, para rebater esse tipo de eleitor lixo que rechaça ideias progressistas e políticas que efetivamente reduzem a desigualdade social.
É um tipo de eleitor lamentável que, mesmo pobre, vota em candidato do PSDB na cidade de São Paulo que nada fez pelo social, gastou zilhões em reformas e obras inúteis e inócuas e que acredita em papai noel, ou nas historinhas fake de que o candidato de oposição, da esquerda, iria invadir a sua casa. Eleitor burro é pouco para qualificar essa gente.
A ex-banda de rock Ultraje a Rigor, hoje um mero apêndice de um programa de humorista ruim ,acertou em seu auge quando lançou a música "Inútil", embora seja uma canção que sirva perfeitamente para qualificar o pensamento político de seu autor. "A gente não sabemos escovar os dentes/a gente não sabemos votar para presidente..."
Do lado progressista, quase ninguém se salvou no rock; Quase todos optaram pela omissão e pelo continuísmo, ou então pela "mudança" para que nada se modifique.
Os Detonautas Roque Clube bem que tentaram em apostar em um engajamento político que privilegiasse campanhas progressistas e a democracia como pilar de nossa sociedade, mas infelizmente parece que tiveram pouco êxito.
Na grande maioria das cidades do Brasil venceram candidatos que têm pouco ou nenhum apreço pela democracia. Não bastasse esse caos político, o eleitor brasileiro que não sabe voltar reforçou a volta de todo o tipo de coronelismo, quando não consolidou o poder de todo o tipo de milícia, como ocorreu no Estado do Rio de Janeiro.
Aliás, a cidade maravilhosa merece ter de escolher entre um bispo evangélico incompetente e ponta-de-lança do bolsonarismo e um representante, ainda que indireto, do grupo político que conseguiu ver na cadeia ao menos três governadores e vários deputados estaduais.
Os Detonautas foram perfeitos e cirúrgicos ao compor e divulgar clipes de músicas compostas para fazer pensar e elucidar o abismo político em que nos encontramos na atualidade. Esforçaram-se bastante, mas foram ignorados em prol do que há de pior na política.
Aquele mesmo eleitor fisiológico que sustentou o PT por 14 anos no poder e em várias cidades do país votou no partido com uma certeza de que ele seria diferente, mas não muito, a ponto de ser inofensivo. O partido gostou desse papel e fez questão de reforçar essa visão. A
Acomodou-se no poder e refestelou-se com o apoio de partidos vergonhosos como MDB, PTB e muitos outros sinônimos de péssima política. O preço pago é muito caro e, em muitos casos, quase irreversível. Os desempenhos em São Paulo, Rio, Guarulhos, Belo Horizonte e Porto Alegre, para citar apenas algumas cidades, corroboram essa visão.
O desastre bolsonarista não pode servir de consolo para um resultado tão avassalador. O eleitor brasileiro, além de não saber votar, despreza qualquer possibilidade de progressismo. Opta sempre pelo pior porque é o mais conhecido e aquele que, supostamente, vai atender aos pedidos paroquiais.
É assim que funciona a política brasileira desde sempre, em todos os níveis, sem,pre embalada ela mentira, pelas fake news e pela total falta de compromisso de uma população que adora ser encabrestada, por mais que reclame da qualidade dos políticos eleitos.
Para nós, que apostamos na democracia representativa e na importância do voto, resta pouco menos de nada. E ainda somos obrigados a tolerar aqueles imbecis que riem à toa quando publicam ou passam para frente a frase infeliz de Lemmy Kilminster, ex-Motorhead: "Todo político é um filho da puta". Como rebater esse tipo de lixo? E o que dizer do eleitor que vota nesse tipo de político?
- A banda Gestos Grosseiros, juntamente com os selos Extreme Sound Records e Old Shadows Records ,anunciam o lançamento oficial do novo EP, intitulado "Demoniac Plague". Apesar de Demoniac Plague já estar disponível para compra e nas plataformas de streaming, o lançamento nacional oficial aconteceu em 3 de novembro de 2020. Mesmo diante de um ano complicado, a banda insistiu e conseguiu manter o cronograma de lançamento de um disco novo em 2020. Tal feito só foi possível devido a parceria com os selos Extreme Sound Records (SP) e Old Shadows Records (RS). Confira o single "Demoniac Plague" em lyric video. Assista agora: https://youtu.be/FrMP-rK0EX8
- Após o lançamento oficial do “My Dying Bride - Brazilian Tribute”, a banda gaúcha A Sorrowful Dream liberou sua versão para “The Prize of Beauty” em todas as plataformas digitais. Além disso, o grupo também está lançando um lyric video exclusivo da música, produzido por Maicon Benato e Letícia Lua, do estúdio Nitro Sound & Vision. O tributo aos ingleses tem sido um dos mais elogiados dos últimos anos, tanto por ser um tributo inédito quanto pela qualidade de suas bandas, sendo que algumas ousaram em criar versões em português para clássicos do My Dying Bride. O grupo que há havia participado de um tributo ao Roxette, sempre inseriu covers em seu repertório ao vivo, incluindo Pantera, Candlemass, Cradle of Filth, Paradise Lost, Moonspell, dentre outros. Assista ao lyric video: https://www.youtube.com/watch?v=gcYPpT8pfJc
- A banda curitibana Evil Politicians está lançando seu primeiro EP, No More Fear. O trabalho conta com três composições autorais, além de uma releitura de "The Haunting (Somewhere in Time)", do Kamelot, com um dueto do vocalista Bruno Martins com a cantora Isa Roddy. Em suas letras, o grupo visa "mostrar a verdade ao mundo", de diversas maneiras. O vocalista Bruno comenta sobre a temática lírica da faixa-título: "Abordamos literalmente o 'não tenha mais medo'. Não tenha medo de vivenciar seus sentimentos, sejam eles os mais terríveis e inexplicáveis, não deixe que eles controlem sua vida e principalmente que bloqueiem seus sonhos". Veja em www.youtube.com/watch?v=4f9Twmi3W5w
A pandemia de covid-19 está provocando momentos de agonia e desespero mesmo entre pessoas sensatas e que defendem incondicionalmente o isolamento social. A imensa dificuldade é conciliar a necessidade urgente de distanciamento e a premência para manter algum nível de atividade econômica.
Enquanto comerciantes e candidatos a prefeitos anseiam por liberar tudo e garantir um Natal que seja o suficiente para amenizar perdas, a ciência alerta para o aumento gigante de novos casos e o saturamento das UTIs nos hospitais.
Fechar tudo de novo ou ignorar a nova onda de contaminações e fazer com que o papai noel faça um pouco de alegria a uma nação acossada pelo coronavírus e pela suprema incompetência de um governo protofascista e negacionista?
Os especialistas bradam por um Natal mínimo e sem festa, como deverá acontecer na Espanha, na França e na Itália: ceia de Natal com no máximo seis pessoas, e todos da mesma família, e de preferência que ninguém seja de fora.
Esses mesmos especialistas sugerem novas medidas de restrição à atividade econômica e mais paciência para que as pessoas consigam manter algum distanciamento, de preferência sem festas de Natal e Ano Novo.
Os debochados e inconsequentes ignoram tais "sugestões", usando como argumento as imensas aglomerações em praias e festas "populares" no Rio de Janeiro e em São Paulo para erodir a necessidade de isolamento.
"Como decretar distanciamento com praias cheias?", ecoando um argumento imbecil de um general imbecil que integra o núcleo principal do lamentável e irresponsável governo federal. "A contaminação é inevitável", vomitou o incompetente.
Na busca por soluções práticas que não transgridam tanto as recomendações de infectologistas e médicos da linha de frente no combate ao vírus, alguns artistas que foram ferrenhos defensores da ciência e da preservação da vida começam a fraquejar.
Detonautas Roque Clube, a banda brasileira mais engajada nos protestos contra as patifarias e bagunças promovidas pelo governo federal e pela lamentável Prefeitura do Rio de Janeiro, decepcionou ao anunciar um show acústico em um bar no Rio, "para somente 200 pessoas e tomando todas as medidas determinadas pelos protocolos de saúde".
O vocalista, Tico Santa Cruz, que foi um exemplo na defesa do isolamento e se mostrou uma voz serena no enfrentamento da pandemia, tentou justificar o evento nas redes sociais ao mencionar os nove meses de inatividade da banda, as necessidades financeiras de toda uma cadeia produtiva e a necessidade artística de produzir e mostrar-se produtivo.
Diante do aumento exponencial de casos no Rio de Janeiro, com elevação dos índices de ocupação das UTIs de todos os hospitais, Santa Cruz voltou às redes sociais para, de forma sensata, cancelar esse show acústico por conta do agravamento do quadro. Ainda bem.
Para nós, do Combate Rock, foi uma bola fora - não é hora de voltar à promoção de shows com público presencial -, mas parcela expressiva de seus fãs e apoiadores, no Facebook, apoiou a iniciativa e comemorou a volta à ativa.
Os gaúchos do Nenhum de Nós tiveram de esperar por um ano para finalmente realizar uma sequência de três shows acústicos em São Paulo. Outra banda engajada e exemplar na condução dos negócios e no respeito absoluto aos fãs, não resistiu a uma série de necessidades para retomar o projeto de relembrar os 25 anos das apresentações marcantes em São Paulo quando da explosão do unplugged da banda.
Krisiun e Golpe de Estado já tinham feito suas apresentações na vã esperança de dar o pontapé na retomada dos shows em São Paulo e, por tabela, no restante do país.
Anda predomina a opinião geral de que a volta plena dos shows acontecerá, de fato, a partir de maio de 2021, o que mostra que, por enquanto, sabedoria e a cautela dão o tom na hora de discutir a conveniência de se fazer, neste momento, shows com público no momento em que disparam os novos casos da doença.
Entretanto, quando bandas grandes e relevantes rompem com o pensamento cauteloso e abrem precedentes para que, ainda que para plateias mínimas, as apresentações sejam retomadas, sinalizam de forma negativa para a diminuição, ainda mais, do isolamento social, indo na contramão do que pregavam até há pouco tempo.
Infelizmente, para quem está batendo sem dó e humilhando a porcaria do governo Jair Bolsonaro e seu mundo insano, a decisão de fazer um show com público enfraquece um pouco o discurso contundente de Tico Santa Cruz e dos Detonautas, abrindo uma brecha para que o mundo conservador aponte, de forma a não haver muita defesa, as incoerências dos argumentos artísticos pró-isolamento e pró-combate à pandemia.
Flying Chair ainda com Ciro Pessoa (sentado ao centro) (FOTO: DIVULGAÇÃO)
A pandemia de covid-19 subverteu a ordem das coisas em todos os segmentos, mas não conseguiu subverter a ordem do subversivo. Ela levou o poeta e músico Ciro Pessoa neste ano, aos 62 anos, mas não foi capaz de interromper um dos projetos que mais o orgulhava nos últimos tempos.
Chegou em todas as plataformas digitais o álbum “Quem é Ciro Pessoa?”, último trabalho do artista com sua banda Flying Chair.
O disco é a trilha sonora do documentário de mesmo nome, um longa de 120 minutos dirigido por Wladimyr Cruz e produzido pela Blue Screen Of Death Filmes.
No filme, Ciro, ex-integrante dos Titãs lá nos primórdios dos anos 80, repassa toda sua carreira musical e literária, contando ainda com participação de amigos do meio artístico, como Branco Mello (Titãs), Fê Lemos (Capital Inicial) e a atriz Grace Gianoukas.
Sem fugir de pautas sensíveis, o músico revela ao público quem é a figura além dos refrões ou das polêmicas que rechearam sua passagem por estes lados, até nos deixar em maio de 2020. O documentário está em fase de finalização.
Além de fundador dos Titãs, Ciro Pessoa criou a interessante banda Cabine C e foi autor de músicas importantes como "Sonífera Ilha", "Toda Cor", "Homem Primata", "Inundação de Amor", entre outras.
O artista estava trabalhando intensamente nas músicas que comporiam a trilha sonora deste projeto enquanto tratava de um câncer em São Paulo. No meio do caminho, a covid-19 o pegou.
Um apanhado de várias fases de sua carreira desde os tempos dos Titãs, com “Babi Indio” (com a participação do amigo e parceiro Branco Mello) e ”Toda Cor” (com a participação do amigo Fernando Ceah, da banda Vento Motivo).
Também há temas do Cabine C (“Jardim das Gueixas”); músicas dos discos solo (“Gruta Solar”, “Mulher Ampulheta”, “No Meio Da Chuva Eu Grito Help”, “Em Dia Com A Rebeldia” e “Tudo Que Me Faz Sentir Você”), além da inédita “Casa Nave Espacial” e uma versão de “Onde Estou?”, composição de Ciro gravada originalmente pela banda Muzak, todas regravadas com novos e envolventes arranjos da banda Flying Chair.
Os três primeiros singles deste álbum já estão disponíveis nas plataformas de streaming - a inédita “Casa Nave Espacial” e as clássicas “Toda Cor” e “Babi Indio” - cada uma delas acompanhada de um vídeo clipe produzido pela Complô Filmes, com imagens emocionantes dos últimos shows de Ciro com a banda.
Fernando Ceah, da Curumim Records e músico da banda Vento Motivo, ajudou no processo de finalização do álbum. "Mais do que um tributo ao Crio Pessoa, a trilha e o documentário são um retrato de um artista inquieto e genial, que faz parte da história da música brasileira. É um orgulho imenso ter participado deste projeto."
- Formada em 2016 na cidade de Vitória da Conquista (BA), a banda Pilot Wolf chega ao lançamento oficial de seu álbum de estreia, “Killer Machine”, com dez faixas e um bônus track, o já conhecido single “The Red Baron”, lançado no ano passado. Breno Fernandes (vocal), Weslley Porto (guitarra), Joabe Rios (guitarra), Gleidson Ribeiro (baixo) e Fábio Loureiro (bateria) apostam numa sonoridade voltada ao Heavy Metal tradicional, com pitadas de Power Metal e Thrash Metal, sempre focando na agressividade, com influências notórias de Metal Church e Grave Digger.
- A banda paranaense Hell Gun confirmou presença nos festivais online Brado Noise Fest e Caio Indica Fest, dando sequência na divulgação de seu debut, “Kings of Beyond”. O Brado Noise Fest, organizado pelo selo Brado Distro será realizado no dia 14 de novembro, às 20h, com transmissão realizada pelo coletivo Barulho Sem Nome. Já o Caio Indica Fest II terá exibição em três dias de festival, em 18, 19 e 20 de dezembro.
A podreira chegou aos 40 anos de existência. Instituição musical, lenda punk e nome fundamental do rock pesado e do crossover, Ratos de Porão era a típica banda que tinha de acabar antes de ficar velha. Será que que depois de tanta barulheira e tanta pancadaria, teria ainda algo a dizer após quatro décadas?
Sempre tem, a julgar pelo último álbum, "Século Sinistro", de 2016, mas se alguém ainda tem dúvidas, o quarteto pretende mostrar a sua potência em uma live gratuita. É o começo das celebrações dos 40 anos mesmo com pandemia rolando.
No dia 28 de novembro, às 19h, a Vans Apresenta Especial Ratos de Porão 40 anos promove o que está chamando de uma live show que será transmitida ao vivo e de forma gratuita, direto do Family Mob, com música de todas as eras, depoimentos, imagens raras e interatividade.
No evento, o Ratos de Porão repassará toda a trajetória ao longo das quatro intensas e vitoriosas décadas de estrada. O especial será dividido em quatro blocos, uma década por vez – dos anos 80 até os dias de hoje - do álbum "Crucificados pelo Sistema" até o mais recente,"Século Sinistro".
A transmissão será pelo canal de Youtube do Panelaço, por este link https://www.youtube.com/watch?v=bNHssTDzyac (inscreva-se e ativa o sininho para receber a notificação!).
Personalidades que influenciaram e fizeram parte da história da banda foram convidadas para participar, como Andreas Kisser (Sepultura), Supla, Mano Brown, Rodrigo Lima (Dead Fish), entre outros.
O Ratos é hoje João Gordo (vocal), Jão (guitarra), Juninho (baixo) e Boka (bateria). O grupo foi formado em São Paulo em 1981 em meio ao boom do punk no estado e no país. Desde então, a própria banda sofreu um irreversível boom, com discos após discos alçados a clássicos, turnês pela América do Norte e Europa e o reconhecimento até fora do nicho da música pesada.
João Gordo conta algumas passagens da história da banda e sobre como foi difícil manter a pegada:
""Chegou uma hora, em 1984 e 1985, que o movimento Punk deu uma implodida por causa de violência, briga de gangue, etc. Não dava mais pra tocar e ficou esquisito. O que salvou o Ratos e levou o Ratos pra uma carreira internacional foi o metal, sabe?"
"A partir do momento em que fomos pioneiros do ‘Metal Punk’, ou do Crossover… Porque primeiro a gente foi fazer o Metal Punk em inglês. Falei dessa história pro Jão e pro Jabá (baixista), e eles não queriam muito tocar isso não. Mas comecei a mostrar pra eles bandas como Exodus, Metallica, Slayer e as bandas do hardcore misturando tudo, aí fui fazendo a cabeça deles."
"Quando a gente lançou o segundo disco, Descanse em Paz (1986), já tinha um pouco disso, né? E a gente tinha uma tentativa tosca de ser Metal, com influência de bandas inglesas, né? Tipo Concrete Sox, English Dogs. A gente era uma banda tosca ainda, né? A gente começou a ensaiar na Vila Piauí direto, no quarto do Jão e foi tomando jeito lá. Pegando essa onda mais Metal na Vila Piauí ensaiando quase todo sábado e domingo."
"O ‘Cada Dia Mais Sujo e Agressivo’ (1987) ainda é bem tosco, né? A união do thrash metal com o Punk. Mas a batida que o [baterista] Spaghetti fazia, que era aquela batida do Extreme Noise Terror, que hoje se chama D-Beat, ela não se encaixava com as palhetadas do Jão, então era meio desconjuntado o negócio."
"A banda só pegou a disciplina do Metal mesmo quando a gente alugou uma casa do lado ali, um barraco, começamos a ensaiar todo dia e fizemos o Spaghetti mudar de som, né? O que ele mais tinha de bom era a batida D-Beat dele, e a gente falou ‘não, não é assim, cara. É tá-tum tá-tum tá-tum, thrash metal, igual o Igor toca."
"A partir dali a gente começou a compor o ‘Brasil’, né? Pode ver que o ‘Brasil’ é quase todo ‘tá-tum tá-tum tá-tum’, e ficou super preciso. Aquela precisão rápida que veio de ensaio todo dia."
"A gente conseguiu lançar um disco que é um divisor de água em nossas vidas, que é o ‘Brasil’. Antes disso a gente era uma banda super tosca com as nossas ideologias também. Depois que a gente foi pra Europa e começou a ver como funcionava o movimento Punk dos squats, cara. Isso aí abriu muito a nossa cabeça."
"Outra coisa que abriu muito a nossa cabeça foi ver o show do RKL, o Rich Kids on LSD. Quando a gente viu o show dos caras, aqueles americanos dando uns pulos…"
"E a gente era tão tosquinho, tão engessado, aí quando viu os caras muito loucos, dando pulo, isso aí mudou a nossa vida também, cara. A gente falou ‘meu, como a gente é tosco! A gente tem que ser igual esses caras."
"A partir daí, começamos a virar profissionais do Hardcore, Metal, Crossover. A partir desse contato com os gringos."
O Knotfest, festival criado pelo grupo norte-americano Slipknot, já tem data e local definido: será realizado no dia 19 de dezembro de 2021 na cidade de São Paulo, segundo confirmação realizada pelos organizadores nesta terça-feira, 24 de novembro.
O festival acontecerá no Sambódromo do Anhembi. Além da confirmação do Slipknot como headliner nesta primeira edição do evento no Brasil, o Knotfest também contará com outras nove bandas no line-up e 12 horas de duração. Os nomes dos demais grupos ainda não foram divulgados.
A edição brasileira é fruto de realização de uma parceria entre 30 Entertainment e 5B Artists+Media. A venda dos ingressos será feita pela Eventim.
As entradas, por sinal, já estarão disponíveis para venda a partir das 10 horas (de Brasília), da quinta-feira, 26 de novembro, no site da empresa.
Além da meia-entrada legal, o festival terá também um ingresso social, sujeito à disponibilidade e com parte do valor do ingresso destinado a uma instituição beneficente a ser anunciada.
O valor do ingresso inteiro em primeiro lote para a Pista é de R$ 650,00. A meia-entrada sai por R$ 325,00 e o ingresso social tem o valor de R$ 390,00.
O custo das entradas poderá ser parcelado em até 10 vezes sem juros no site da Eventim e até em 3 vezes sem juros na bilheteria oficial, que fica no Estádio do Morumbi e não cobra a taxa de serviço.
A bilheteria exata do estádio do São Paulo é a 5, que está no Portão 15A (setor visitante oeste), com acesso pela Avenida Giovanni Gronchi.
O funcionamento desta bilheteria se inicia a partir do dia 26 de novembro, das 12 horas às 17 horas. Depois disso, os horários e dias de venda nesta bilheteria são de quarta-feira a sexta-feira, das 13 horas às 17 horas.
Segundo os organizadores, a estrutura do Knotfest Brasil contará ainda com dois palcos, o Knotfest Museum, Food Park, e Loja de Merchandising, além de outras atrações para os fãs curtirem no dia.
Também serão disponibilizados para venda pacotes de experiências VIP (sujeito à disponibilidade), com acessos a áreas premium e também a merchandising exclusivo.
O Knotfest foi criado em 2012, quando foi realizado pela primeira vez nos Estados Unidos. Nos anos seguintes, chegou a ser realizado em outros países, como o Canadá, Japão, México, Colômbia e França.
Quem conhece o mínimo de Slipknot, sabe que os shows da banda dificilmente deixam de chamar a atenção. Desde sua criação em 2009, o Roque Reverso fez a cobertura de três vindas do grupo ao Brasil.
A primeira e de experiência mais espetacular, foi a do show que o Slipknot realizou no Rock in Rio de 2011, quando tocou na Noite do Metal com o headliner Metallica e o grande Motörhead e deixou o Brasil inteiro impressionado com a apresentação mais brutal, insana e perturbadora daquele festival.
A segunda cobertura do Roque Reverso foi o grande show que o grupo realizou no Monster of Rock de 2013 em São Paulo
A terceira cobertura do Roque Reverso foi a vinda, em 2015, da banda para ser headliner do Rock in Rio de 2015 e para mais um show em São Paulo, desta vez sem ser num festival, em mais uma apresentação marcante na Arena Anhembi.
- Marenna-Meister, novo projeto do cantor Rod Marenna (Marenna) e do guitarrista Alex Meister (ex-Pleasure Maker/Alex Meister Solo), estreia o novo videoclipe de "I Don't Wanna Lose You". A faixa faz parte do debut álbum "Out Of Reach", que foi lançado dia 28 de Setembro pelo selo dinamarquês Lions Pride Music e já está disponível em todas as plataformas digitais. O disco apresenta 10 faixas extremamente poderosas com a energia Hard Rock e Hair Metal dos anos 80. Assista em https://www.youtube.com/watch?v=OHyU6Pu3xjA
- Lançado no início de outubro, o videoclipe “Balada”, da banda Dark Valley, é o terceiro single que fará parte de um disco conceitual, idealizado pela compositora e mezzosoprano Ana Carla De Carli. A música “Balada”, escrita sob o poema de homônimo do expressionista austríaco Georg Trakl, é uma composição de Ana Carla e Fernando Cezar Júnior (guitarrista); já a arte do single foi feita por Derek Castro. No clipe cinematográfico produzido pela Proteu Filmes, Felipe Paedo (baterista) interpreta um paciente psiquiátrico e Ana Carla encarna o demônio Lilith. Assista ao videoclipe de “Balada”: https://www.youtube.com/watch?v=rrz94hCHOgI
- A White Mammoth confirmou recentemente que Natanael Santos, natural de Manaus (AM), musicista há 11 anos, é o mais novo tecladista da banda. O novo integrante é versátil, criativo, comunicativo e detalhista e sua inspiração partiu do Grunge, Indie e do Rock Alternativo como Radiohead, Tame Impala, Royal Blood, Muse, The Strokes entre outros clássicos e atuais bem como as influências do MPB que soam bem fortes nas características de suas composições e arranjos.
O título acima deixa uma série de questionamentos. Tento de novo. Uma das boas novidades do thrash metal brasileiro chega das terras germânicas. Piorou, né? Então vou explicar.
O Agent Hellfire é um grupo criado por três brasileiros lá no país europeu e que, recentemente disponibilizou nas plataformas digitais o EP "The Omen", trazendo três "fucking" singles.
Os responsáveis pela façanha são os curitibanos Adans Aldani (vocal/baixo) e Gus Mansur (guitarra) e o paulistano Victor Munhoz (bateria).
Radicados em Berlim há alguns anos, fazem um som influenciado pelas bandas da Bay Area, berço do Thrash californiano, assim como grupos alemães e também brasucas, dentre eles o Sepultura.
Provavelmente a pergunta mais feita pro trio é como três caras saídos do Brasil formaram uma banda lá no Velho Continente. De acordo com Adans Aldani, residente na Alemanha desde 2012, "queria começar um projeto, mas mesmo depois de alguns testes, nunca senti a vibe certa".
A coisa começou a tomar corpo a partir das conversas com Victor Munhoz, que já morava no país europeu desde 2011 e da chegada de Gus Mansur dois anos atrás.
"Por sorte, conheci o Victor em um bar, que curtia metal e tocava. Em 2018 o Gustavo se mudou pra Alemanha e, como já nos conhecíamos do Brasil, falávamos sobre montar uma banda por aqui. No começo de 2019, chamamos o Victor para fazer um ensaio e a energia foi praticamente instantânea. Começamos a procurar salas de estúdio para ensaiar regularmente e assim nasceu a Agente Hellfire", atesta o vocalista.
Sobre as várias influências no som da banda Aldani diz que ao comporem não pensam diretamente nisso. "Já estão presentes na nossa essência. A partir desse ponto, criamos nossa identidade, com características clássicas do heavy metal, thrash e afins. Na verdade, fazemos música que a gente realmente ache boa, independente se possa soar com uma banda ou outra", diz.
Agent Hellfire (FOTO: DIVULGAÇÃO)
Abaixo você confere um bate-papo bem legal feito com os caras feito por e-mail:
Combate Rock - Primeiro, claro, e curiosidade absoluta. Como três brasileiros criaram a banda na Alemanha? Já se conheciam no Brasil? Há quanto tempo estão na Europa? Enfim, como foi formar a Agent Hellfire?
Adans: Desde que cheguei à Alemanha, oito anos atrás, queria começar um projeto, mas mesmo depois de alguns testes, nunca senti a vibe certa. Por sorte, conheci o Victor em um bar e descobri que ele já morava na Alemanha desde janeiro de 2011, curtia metal e tocava, mas a ideia de ter uma banda com ele ainda não existia. Esta ideia só veio a tomar forma quando o Gustavo se mudou para a Alemanha em 2018 e, como já nos conhecíamos do Brasil, falávamos sobre montar uma banda por aqui. No começo de 2019, chamamos o Victor para fazer um ensaio e a energia foi praticamente instantânea. Começamos então a procurar salas de estúdio para ensaiar regularmente e assim nasceu a Agent Hellfire!
CR- Vocês são de qual lugar do Brasil? Já haviam tentado a música aqui?
Victor: Nasci e cresci em São Paulo e me mudei pra Cotia aos 13 anos, quando conheci o Bruno Zito, guitarrista do Muqueta Na Oreia. Aos 14, comecei as aulas de bateria e tive algumas bandas de escola. Entre uma banda e outra, a de maior destaque no Brasil foi o próprio Muqueta Na Oreia, em que toquei até meados de 2009.
Gustavo: Sou de Curitiba, nascido e criado por lá! Desde pequeno acabei me envolvendo com música. Na minha adolescência tinha uma banda com alguns amigos de infância e por meio deles conheci o Adans. Então, acabei entrando para o grupo em que ele era o vocalista. Fora isso, ao longo dos anos participei de outros projetos, não apenas no thrash metal, mas também no progressivo.
Adans: Eu também sou de Curitiba e tinha algumas bandas de garagem com amigos, mas nunca havia realmente tentado ser músico. Era mais por diversão. Na banda em que o Gus tocava comigo, chegamos a fazer alguns shows na cidade, gravamos uma demo e um single, mas acabei deixando a banda quando me mudei para a Europa.
CR- Na Alemanha estão se virando como? Uma vez que a pandemia está mais aguda em países europeus que em outros lugares. Com recorde de contaminação pela Covid-19 quebrando recordes?
Victor: Por conta da pandemia, nós estamos aproveitando o tempo sem shows para compor e trabalhar no nosso estúdio. Financeiramente falando, cada um de nós tem um emprego fixo.
CR- Vocês estão na Europa, mas o som da Agent Hellfire tem maiores influências da Bay Area, berço do thrash na Califórnia. Mas de alguma forma o Thrash alemão tá presente no som de vocês e os conterrâneos do Sepultura também foram influência . Como dosar isso para fazer o som de vocês?
Victor: No nosso processo de criação, a gente não pensa diretamente nas influências, porque elas já estão presentes na nossa essência. A partir desse ponto, criamos a nossa identidade, com características clássicas do heavy metal, thrash e afins. Na verdade, fazemos música que a gente realmente ache boa, independente se possa soar com uma banda ou outra.
CR- Vocês estão seguindo um caminho que vai na contra-mão da maioria das bandas. Ao invés de saírem do Brasil pra ganhar a Europa estão em sentido contrário. Que visão da Europa vocês têm de como os brasileiros vão receber o som do grupo, pois apesar de não termos som pesado rolando nas nossas rádios o público "thrasheiro" é fiel.
Adans: Já que a gente é do Brasil, nada mais natural do que levar o nosso som à terra natal. O nosso background vêm do Brasil, conhecemos a cena, o público, os bares... No final das contas, nós somos thrashers brasileiros e fiéis às nossas raízes. Até mesmo as bandas que os metaleiros curtem no Brasil não são necessariamente as mesmas que os metaleiros daqui curtem. Por exemplo, nós achamos meio surreal quando os alemães não conhecem Helloween, Sodom ou Destruction. Quanto à nossa expectativa, esperamos que os headbangers brasileiros curtam o nosso som e que logo possamos nos encontrar por aí.
CR- A banda oficialmente existe há um ano e tá lançando o EP "The Omen", que significa o presságio. De que forma suas canções podem servir de um alento para o público?
Adans: Como toda forma de arte, esperamos que o nosso som contribua de uma forma positiva para a vida das pessoas que estão ouvindo. Trazemos nas nossas composições mensagens relevantes e esperamos que o público fique motivado e aberto a mudanças, frente ao cotidiano caótico que estamos presenciando, principalmente nos últimos anos.
CR- São três singles no EP (lançado somente nas plataformas digitais): "Prometheus", "Pay to Live" e "Fateless". "Prometheus" traz uma letra inspirada na poesia de Lord Byron, um dos mais famosos poetas britânicos do final do século XVIII. A letra é impactante como a poesia de Byron. Byron seria um grande letrista thrash metal?
Adans: O thrash metal, além das letras obscuras, também teu seu lado de questionamento. Principalmente político, e isso definitivamente não é algo novo. Por exemplo, Sepultura já falava sobre massacre, o Kreator já abordou homofobia e nazismo, o Testament, a legalização da cannabis e falou sobre seguidores cegos da religião. Uma das raízes do thrash é o debate. Muitos poetas como Lord Byron, Pablo Neruda e William Blake tem trabalhos que precisam ser analisados, que não são "poesias de amor". Alguns poetas falavam sobre opressão, "amor proibido" ou tragédias criadas ou negligenciadas pelas autoridades. Ao meu ponto de ver, muitos poetas poderiam ser thrashers, sim.
CR- Por sua vez, "Fateless" foi inspirada no mito de Pandora, que ao abrir uma caixa dada pelos deuses liberou todos os males que assolam a humanidade. Como buscam tantas referências literárias para suas canções. Elas são compostas em trio?
Gus: O Adans é um talento para escrever letras! Mas eu também dou sugestões quando acho que algum tema específico se encaixa com o riff que compus na guitarra, como foi no caso de Fateless. Também após o Adans fazer o esboço da letra, todos acabamos lendo e mudando uma coisa ou outra, seja para dar um sentido melhor ou para encaixar melhor na melodia.
CR- A pandemia paralisou todas as atividades culturais e shows. Com a Europa restringindo ainda mais os eventos e circulação de pessoas vocês vão divulgar com lives e bate-papos virtuais?
Gus: Até então não temos isso em vista, mas quem sabe, em um futuro próximo, a gente consiga fazer uma live. No momento, estamos mais focados em entrevistas para promover este EP, fazer o nosso nome circular pela cena com essas novas músicas até começarmos aos palcos.
CR- Um recado para o público brasileiro que em breve vai conhecer o som do Agent Hellfire.
Gostaríamos de pedir aos headbangers brasileiros que apoiem bandas novas e do underground, pois, assim como nós, elas estão mantendo o metal relevante e atual. Agradecemos às pessoas que já ouviram o nosso EP, estão acompanhando o nosso trabalho e nos enviaram mensagens de apoio e incentivo. Compartilhem e acompanhem a nossas redes sociais, falem da gente para os seus amigos, pois estamos muito orgulhosos em levantar e fincar a bandeira do metal brasileiro aqui na Alemanha. Muito obrigado pela oportunidade e pelo espaço em poder apresentar o nosso trabalho. Keep thrashing!
A banda Velhas Virgens não tinha terminado? Ou foi mais uma pegadinha da escrachada bande rock brasileira que nunca hesitou em zoar com tudo e com todos?
Eis que somos surpreendidos com a notícia de que vem aí disco novo da banda liderada por Paulão Carvalho, nome importante da poesia rock paulistana e uma figura em todos os sentidos.
A banda tinha anunciado que estava acabando em 2018 e que cumpriria algumas datas de shows para honrar compromissos, o que ocorreu até o comecinho de 2019.
Mais eis que mais shows foram surgindo, surgindo, surgindo... e a ideia de acabar com a banda?
Parece que nem a pandemia de covid-19, devastadora, conseguiu enterrar a trupe de pândegos especializados em detonar todo mundo com elegância.
"Esperamos o máximo possível para tentar ter espetáculos com as novas músicas, os shows sempre foram nossa maior forma de divulgação, mas não podemos esperar por um tempo que não sabemos quando irá voltar, então tentamos nos adaptar aos novos tempos com um lançamento que vai ser inteiramente on line, mesmo tendo o CD na forma física, vamos fazer nossa divulgação nas mídias sociais até podermos nos encontrar de novo com nosso público e com os palcos", informou a banda em comunicado nas redes sociais.
Com apenas 10 músicas. O disco nasceu para ser um EP e foi sendo aumentado e construído durante a pré-produção, antes mesmo dos ensaios com a banda. A ideia era fazer uma homenagem ao rock’n’roll dos anos 70.
Durante os ensaios nem todas as músicas acabaram caminhando para isso, mas, no geral, conseguimos um clima orgânico nas gravações e arranjos que nos remete ao rock setentista.
O produtor agora é Gabriel Fernandes, que teve sua escola no rock mas se destacou gravando pop, sertanejo e outras loucuras. Como ele queria voltar a gravar rock e a banda queria uma cara diferente para esse disco, foi juntar o útil ao agradável.
O CD abre com "Mazzaroppi Blues" (Paulão de Carvalho), a primeira vez gravaram uma música instrumental, com “riff” e melodia composta para gaita, um arranjo entre a surf music misturada ao rock’a’billy com pegada bem dançante.
Em seguida vem "O Bar Me Chama" (Paulão de Carvalho), que dá nome ao disco e típico blues das Velhas Virgens, bem-humorada, chamando todos para a festa, com refrão grudento, “riff” de gaita e um arranjo mais elaborado com metais e coro lembrando os momentos mais pop de BB King.
“Leprechaun” (Paulão de Carvalho) aparece duas vezes, na primeira versão mais rock e na segunda, com a participação especial da banda paranaense "Terra Celta", mais divertida com seus instrumentos diferentes e um tratamento "celta".
Nestes tempos sombrios em que estamos sobrevivendo, a volta das Velhas Virgens é uma boa notícia para alegrar as nossas em nossos bares preferidos - quando for possível e seguro voltar a frequentar os nossos bares preferidos.
- A banda brasileira de power metal Trend Kill Ghosts acaba de lançar o videoclipe da versão acústica da música "Promise", que conta com a participação especial da cantora Priscylla Moreno. O single já está disponível em todas as plataformas digitais. "Promise" é uma música antiga que foi composta pelo guitarrista Rogério Oliveira, em sua primeira banda e na época foi gravada de forma muito precária. "Como eu sempre gostei muito dessa música, acabei apresentando-a ao Diogo e decidimos regrava-la no CD", explica Rogério. A versão está no debut 'Kill Your Ghosts' com participações da Lucia Ricardo (ex-Evendusk) e Raphael Dantas (Soul Spell e Ego Absence) e videoclipe foi gravado simultaneamente com uma versão acústica, que conta com a participação da Priscylla Moreno (White Death). Veja em https://www.youtube.com/watch?v=jV3X6OndWUg
- A banda gaúcha Rage in My Eyes acaba de liberar no Youtube uma versão para a música “A Perigo”, dos conterrâneos do Engenheiros do Hawaii. Gravada para o Bode Metal Fest, a versão mostra um pouco das diversas influências do grupo, que decidiu investir em algo diferente para o festival, fugindo do padrão “metálico”. Como convidado especial, a banda chamou Matheus Kleber para tocar acordeão, músico já conhecido por suas participações anteriores, seja em estúdio ou nos palcos. “A Perigo” faz parte do álbum “Simples de Coração”, lançado em 1995 e que marcou o fim de uma fase para Humberto Gessinger & cia. Além de ser o único gravado em formato de quinteto, também foi o último registro com o baterista Carlos Maltz, da formação clássica. Pouco depois, o Engenheiros do Hawaii seguiu apenas com Gessinger e novos integrantes. Assista ao vídeo de “A Perigo”: https://www.youtube.com/watch?v=izPJmCk4I58
- O grupo paulista de modern/brutal technical death metal Death Conspiracy lançou em todas as plataformas tradicionais de streaming seu single de estreia, "Living To Explain", e junto com ele um videoclipe - tão brutal quanto sua sonoridade - através do conceituadíssimo canal americano de lançamento de vídeos no YouTube, Metal Monks! Confira o vídeo de "Living To Explain" em: https://youtu.be/VBYlYkgn9c4
O assassinato de José Alberto Freitas em um supermercado Carrefour em Porto Alegre é o mote principal do Combate Rock desta semana. “Mordaça”, lançamento da cantora baiana Juli, e o EP “Capítulo Negro”, do Black Pantera, são os principais destaques do programa.
Também trazemos outros lançamentos, como os novos álbuns de Tuatha de Danann e de GAAX, além do novo single do Versa Libertália.
Como diz Jorge Ben: “Eu quero ver o que vai acontecer quando Zumbi chegar”.
São poucos os sons, e seus autores, que conseguem capturar a essência de um povo com alguns acordes. O guitarrista Gary Moore, em seu ótimo álbum "After the War", teve mais um lampejo de genialidade ao resumir a dor, a melancolia e a esperança de sua maltratada Irlanda nas duas belíssimas partes de "Dunluce". A dor de um povo concentrada em uma bela peça instrumental.
Anos depois, o inglês Jeff Beck faria a sua própria homenagem à ilha vizinha com a estonteante e definitiva "Declan", que cairia muito bem como um hino daquela terra.
E o milenar som celta de origem gaélica é tão poderoso, toca tão fundo na alma, que enfeitiçou músicos ensandecidos brasileiros, a mais de 10 mil quilômetros de distância. Se os metaleiros podem se sentir como escandinavos nas gélidas florestas da Noruega e da Finlândia, porque não termos bardos mineiros trocando bodhran em plena Varginha?
O grupo Tuatha de Danann surpreendeu o rock nacional ao assumir sua "alma" irlandesa em meados dos naos 90. A surpresa não foi apenas por tocar música gaélica, mas por fazer tão bem e de forma tão emocionante, a ponto de virar referência internacional.
"In Nomine Éireann" é o novo trabalho dos mineiros de Varginha, uma celebração da música irlandesa e uma homenagem à resistência e à resiliência de um povo colonizado e escravizado por mais de 700 anos pelos vizinhos ingleses, galeses e escoceses.
"É um trabalho que nos orgulha de forma completa, já que significa a continuidade de nossos trabalhos e também uma forma de resistência diante de tantos obstáculos e tantos problemas entre 2019 e 2020. Era para ser um álbum de versões, mas nos inspirou tanto que compusemos duas autorais e as incluímos", diz Bruno Maia, vocalista, guitarrista, flautista e hábil em vários instrumentos de sopro, corda e percussão de origem gaélica.
Maia é um expert no assunto. Passou um tempo em Dublin, a capital irlandesa, e percorreu a pequena ilha europeia que transpira história, mitologia e magia. Fez tantas amizades por lá que era óbvio que muitos dos "broders" apareceriam nos clipes e nas músicas do CD.
Entre canções tradicionais e folclóricas, "In Nomine Éireann" ganhou uma cara rebelde, ainda que haja a predominância de um clima mais festivo, um dos ramos da música irlandesa. Tem uma cara mais rebelde, ressaltando o caráter de resistência do povo irlandês.
Sendo assim, não há como não relacionar a homenagem ao espírito libertário e combativo do novo trabalho com os tempos difíceis da sociedade brasileira engalfinhada na guerra contra a pandemia de covid-19 e o nefasto governo federal de nítida inspiração fascista que emperra tudo.
"Saiu um trabalho com uma cara rebelde mesmo, e dá para ver isso em músicas como 'Guns and Pikes', com toda sua ironia, sarcasmo e provocação. Algumas canções são verdadeiras declarações de intenções", afirma o músico.
A reverência à Irlanda ganha tom épico quando um dos convidados é John Doyle, irlandês mestre em instrumentos de corda que acrescenta uma cor definitiva aos temas que resgatam com fidelidade o mundo celta.
O mesmo pode ser dito a gente que mergulha no instrumental gaélico, como o irlandês Kane O’Rourke nos violinos e Alex Navar na uilleann pipes. Dos brasileiros, como não se emocionar com Rafael Delfino no bodhran?
As canções antecipadas como singles praticamente entregaram o ouro, mas essa era a intenção. "Guns and Pikes" é densa, veloz, pesada e mostra a verdadeira celebração celta da resistência ao ocupante e a tenacidade em driblar os obstáculos. O Tuatha de Danann soube captar a aura de malandragem que letra e música exalam - em verdadeira consonância com o espírito brasileiro.
"Molly Maguires" é mais respeitosa com a tradicional irlandesa, mas não menos virulenta quando se trata de exaltar as qualidades gaélicas tão necessárias ao enfrentamento do colonizador britânico. Keith Fay, da banda irlandesa de metal extremo Cruachan, faz uma participação extraordinária nos vocais - O'Rourke brilha no violino incendiário.
Um brinde à liberdade e à rebeldia com o Tuatha de Danann (FOTO: DIVULGAÇÃO)
São as duas primeiras faixas que entram de sola após a instrumental "Nick Gwerck's Jigs", uma verdadeira declaração de intenções - e de guerra - fazendo menção a um irlandês que participou da Inconfidência Mineira, no fim do século XVIII.
"The Calling" quebra um pouco o clima triunfante e de celebração e investe em um clima mais reflexivo. A banda acerta na escalação da cantora Manu Saggioro e obtém uma aura mais melancólica, o que não retira a força da canção.
"The Wind That Shakes the Barley" é uma espécie de retomada do conceito do álbum, digamos assim, onde outra cantora participa e dá um molho mais do que especial. Daísa Munhoz alia beleza e sofisticação para embalar uma história tradicional e acrescentar certa dramaticidade à canção.
"The Dream One Dreamt" seria um bom encerramento com sua mensagem de esperança e brado de luta - os banjos e violões aqui têm arranjos tão bem feitos e contundentes que certamente invejaria qualquer combo irlandês da gema. No entanto, como bônus já incorporado ao trabalho, a banda decidiu fazer uma ode ao rei - por que não?
"King" é uma daquelas canções que nitidamente precisavam ser gestadas em meio a um ambiente turbulento e estimulante. Pode fugir um pouco ao conceito de In Nomine Éireann", mas condiz muito com o momento em que vivemos neste final de 2020.
O conteúdo é um pouco mais político e engajado, mas serve perfeitamente para a aquilo que se presta: uma celebração diante da liberdade e da necessidade de resistir - uma música muito feliz em que Maia tem como parceiro de composição Tadeu Salgado. É forte, pesada e com um trabalho de guitarras mais intrincado, reforçando a "gana" com que foi composta e arranjada.
Típico trabalho em progressão, esse CD foi crescendo durante o período de gravação em pandemia e ficou de tal forma encorpado que ganhou, à força, uma posição predominante dentro da discografia do grupo e dos lançamentos de rock neste ano.
Seria apenas um disco de versões de músicas tradicionais de um país distante? "King" talvez desmistifique essa interpretação.
Com conteúdo bem definido e um conceito delineado, "In Éireann Nomine" se transformou em um manifesto poderoso de rock de qualidade e como metáfora histórica de um tempo em que o passado nem um pouco glorioso - em quase todos os sentidos - passa a ser reverenciado, louvado e ansiado para ser resgatado.
A série de porradas em forma de música recheada de bodhran, uillean pipes e banjos de todos os tipos é um alerta, sutil ou não, de que o mundo avançou muito mais do que esses nostálgicos perceberam.
O Levante da Páscoa de 1916, que colocou os fundamentos da Irlanda moderna na berlinda - e, de certa forma, estabeleceu os padrões de resistência de povos oprimidos no século XX - deve ser lembrado a todo momento para quem se aventura no inóspito, mas fascinante, terreno da música celta: não basta reproduzir o timbre do banjo ou do bouzuki; é imperativo sentir a densidade e a relevância daquilo que está sendo tocado, quase que da mesma forma que Gary Moore fez em "Dunluce", a verdadeira declaração de intenções da música irlandesa.
- Chuck Hipolitho se apaixonou por "Disincaine" (Gastão Moreira) desde que assistiu a um show do R.I.P. Monsters nos anos 90, ainda em Pirassununga, interior de São Paulo, e sempre lembrava dela. "É uma música que me marcou pela sonoridade meio ska, por sua letra anacrônica e por ser bem característica dessa época" – comentou. Quando estava gravando o álbum "Mais ou Menos Bem", que será lançado dia 27 de novembro, pela Deck, Chuck decidiu incluir sua versão, "meio rock/pós-punk", segundo ele. No melhor esquema do it yourself, Chuck dirigiu e editou o clipe de "Disincaine" em apenas 1 hora e 20 minutos e depois Pedro Soares, da Alien_Dupla, finalizou. Quem pilotou a câmera foi Priscila Fernandes e a banda que o acompanha no clipe é a Der Baum, de São Bernardo (SP). Asista em https://www.youtube.com/watch?v=fyApcRiOZR4&feature=youtu.be
- O vocalista e baixista Bruno Pompeo, da banda Voodoo Priest, morreu na noite da última terça-feira, aos 42 anos, em consequência de um ataque cardíaco. Personagem importante dentro do metal paulistano, entrou para o grupo em 2012, sendo que em 2018 assumiu também os vocais da banda de death metal no lugar de Vítor Rodrigues, cantor com passagem matadora pelo Torture Squad e que hoje está no Trial Scream.
- Grupo com influências que vão do rock britânico à MPB, a Playmoboys segue lançando novos projetos em ritmo acelerado. Após três singles lançados em 2020 - Na Praia e Cores, com sonoridade pop, e o indie rock Restos de Uma Noite -, a banda apresenta o EP Back To Streets contendo quatro canções que prometem surpreender seu público. Dividindo os vocais com Conrado Muylaert, três cantoras internacionais que o vocalista da Playmoboys conheceu pelas redes sociais durante o tempo de isolamento social. O projeto em formato de EP esta sendo lançado pelo selo Caravela em parceria com a Warner Music, responsável pela distribuição. Ouça “Back to The Streets” - https://lnk.to/playmoboys e https://open.spotify.com/artist/0s8qjO7TpmquR2AvmtjTzw. Após dois lançamentos que marcaram a aproximação da banda com a sonoridade pop da MPB atual - “Na Praia” e “Cores” – que alcançaram ótima projeção, dessa vez, a banda surge com canções feitas para voz feminina, com influência do pop contemporâneo. É bom lembrar que a banda conquistou boa repercussão nas plataformas de streaming e também com o retorno da parceria com a banda Oh! I Kill na indie rock "Restos de Uma Noite". Abrindo o EP, Playmoboys convida a italiana Dee Wolf, cantora de blues, para o vocal principal de Back to Streets. A música, que bebe da fonte do R&B moderno, fala sobre a dificuldade na superação uma relação fracassada, e a vontade de saber como está a vida do antigo parceiro. Tudo isso marcado por uma forte batida bumbo e caixa, cordas e guitarra. Same Punk Rock Girl apresenta Juliana Mesty, da Filipinas. Sua voz suave traz vida à garota punk, que tenta se reencontrar após o término de uma relação que julgava perfeita (um casal saído de uma letra da Alanis, diz). Sozinha, consegue se redescobrir. A faixa três é uma velha conhecida. “Baby, there’s no end”, a canção mais famosa da Playmoboys, surge em versão remasterizada. Com mais de um milhão de visualizações nos streamings, a canção e seu respectivo clipe são responsáveis por inúmeras conquistas na carreira da banda, e grande exposição tanto no Brasil quanto no exterior. Nos vocais, a americana Ivy Hoodrave, que traz o toque soul para essa canção sessentista, produzida pelo tarimbado Vinícius Rosa. Assista o clipe: https://www.youtube.com/watch?v=W4dkYLUXgvI. Fechando o projeto, mais uma participação da Ivy Hoodrave, com a inédita As Coisas que Eu Sinto Só Por Te Olhar. A balada, piano e voz, é dividida numa parte em português cantada por Conrado, e a segunda parte, em inglês, executada por Ivy. A faixa traz a produção do Vinícius Rosa mais uma vez, que também participa como músico, adicionando violão nos versos cantados pela americana.
Maradona celebra mais um gol (FOTO: REPRODUÇÃO/YOUTUBE)
Ele não foi capaz de parar uma guerra, como supostamente teria feito outro supercraque, mas fez mais do que isso: jogou para o quinto subsolo um conflito infame, ofuscado por um mero gol ilegal, mas que valeu por um sonho.
Diego Maradona foi top, foi divino e quase deus, mas era o mais malandro e mais mortal dos ídolos, como bem representaram diversas letras tristes de tangos de sua amada Argentina.
A vergonhosa malandragem que protagonizou na Copa de 1986, no México, virou sinônimo de esperteza do bem, algo que é para ser reverenciado e relevado, para ficar nos anais do folclore do futebol. Algo que transcende a legalidade e a decência para marcar definitivamente a história. A correlação com a vida de Mané Garrincha é total.
O gol com a mão na Inglaterra serve de consolo para uma existência trágica dentro de um mundo que não o merecia. Maradona era um bardo que levava alegria para as pessoas driblando a tristeza e ignomínia de um mundo que despreza gente como ele: favelado, inquieto, genial, falastrão, incômodo e debochado.
Driblou e venceu quase todos os inimigos, mas perdeu para ele mesmo. Se fosse um roqueiro, certamente seria uma figura errática e libertária como Jim Morrison, ex-vocalista dos Doors morto em 1971 de overdose.
Mais adequado seria fazer a correspondência com Tommy, o personagem central da ópera-rock homônima do Who, lançada em 1969.
Diego certamente cairia bem no papel do menino cego, surdo e mudo traumatizado por um crime em família. De um garoto com múltiplas deficiências, transforma-se um fenômeno esportivo ao se tornar campeão de fliperama.
A capa de 'Tommy', de The Who
Após um milagre, recupera os sentidos e arrebata uma legião de fãs e seguidores; cria uma seita e se torna um líder espiritual até que tudo desmorona diante da corrupção e ganância humanas. Quer algo mais Maradona do que isso?
Com malandragem e ingenuidade, mesclando Tommy com Carlitos, de Charlie Chaplin, Dieguito personificou muitas de nossas tragédias diárias, seja ao som do bandoneon, seja ao som da mais melancólica balada irlandesa.
Ele queria ser um superstar e tentou ser um superstar, mas os demônios internos não deixaram. Superou quase tudo, menos as drogas, que cobraram um preço altíssimo por sua rebeldia e prepotência. Personagem trágico da própria história, sucumbiu ao desafiar os próprios limites. Foi de uma coragem insana, ingênua e intensa, como Tommy, como Garrincha, como Carlitos.
Foi o maior de todos dentro de campo - se considerarmos que Pelé não era desse planeta, assim como Jimi Hendrix - e se despede da vida como o personagem mais fascinante de nossas vidas. Que sorte a nossa poder desfrutá-lo.