Marcelo Moreira
Alice Cooper (FOTO: DIVULGAÇÃO)
Demorou 52 anos para que a homenagem viesse, e ela veio de forma soberba e magistral. Alice Cooper, aos 75 anos e em plena atividade, transformou Detroit, sua cidade natal, em personagem principal de seu novo trabalho.
"Detroit Stories" não é um álbum conceitual, mas se baseia no conceito em que a cidade está presente em quase todas as canções, retratando-a como uma metrópole pulsante e que respira música, mas também a origem de uma cena rock'n'roll mais maluca que já existiu.
Com o novo disco, Alice Cooper suscitou a lembrança de muitas e interessantes histórias roqueiras que envolvem a própria banda e sua trajetória na cidade.
Entre essas histórias está a que envolve o produtor Bob Ezrin (que trabalhou com Kiss e Pink Floyd) há 50 anos. Em 1970, ele entrou em uma fazenda nos arredores de Detroit para trabalhar com um grupo chamado Alice Cooper Band.
Ezrin trabalhou com a banda durante dez horas diárias para definir o som que tornou-se uma das suas características principais. E sempre que eles acertavam em cheio com uma música, os pacientes do hospital psiquiátrico para loucos criminosos do outro lado da rua gritavam com satisfação.
"Detroit era a sede central do Heavy Rock na época", explica Alice no material de divulgação do novo trabalho. "Você tocava no Eastown [Theatre] por quatro dólares, e você poderia ser Alice Cooper, Ted Nugent, The Stooges ou The Who! No próximo fim de semana no Grande [Theatre] eram o MC5, Brownsville Station, Fleetwood Mac, Savoy Brown ou Small Faces. Você não podia ser uma banda de Soft Rock porque teriam dado um chute na sua bunda."
" Angeles tinha bandas como The Doors, Love e Buffalo Springfield", ele continua, "San Francisco tinha o Grateful Dead e o Jefferson Airplane. New York tinha The Rascals e The Velvet Underground. Mas Detroit foi o berço do hard rock raivoso. Como não se encaixava em nenhum lugar dos Estados Unidos (musicalmente ou em termos de imagem), Detroit foi o único lugar que aceitou o som de guitarra do Alice Cooper, seu som Hard Rock e o nosso show doido. Detroit era um paraíso para os rejeitados. E quando eles descobriram que eu tinha nascido no leste de Detroit... estávamos em casa”.
Cinquenta anos depois, Alice e Ezrin reuniram algumas maiores lendas de Detroit em um estúdio da cidade para gravar "Detroit Stories". Se o EP "Breadcrumbs", de 2019, abriu o caminho para entrar na cidade, "Detroit Stories" leva você para um passeio por toda a cidade, especialmente o underground roqueiro.
"Nós gravamos com Wayne Kramer (guitarrista e letrista do MC5), Johnny 'Bee' Badanjek (baterista do lendário Detroit Wheels), Paul Randolph (baixista e lenda do Jazz e R&B de Detroit) e também com o Motor City Horns e outros músicos locais", diz Ezrin. "Nós contamos com as ideias e encorajamento de John Varvatos, o apoio do pessoal do Shinola e gravamos nos Rustbelt Studios na cidade de Royal Oak. Isto foi feito EM Detroit PARA Detroit POR habitantes de Detroit."
O álbum estará disponível no Brasil em CD (Acrílico) e CD+DVD (Digipack) pela parceria earMUSIC / Shinigami Records / Sound City Records no primeiro trimestre de 2021.
O DVD traz pela primeira vez em vídeo a incrível performance ao vivo "A Paranormal Evening At The Olympia Paris". Com os shows ao vivo sendo cancelados devido ao covid-19, Alice Cooper sentiu a necessidade de compartilhar um de seus últimos concertos com seus fãs, já que mal pode esperar para voltar à estrada.
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