domingo, 28 de fevereiro de 2021

Violeiro Ricardo Vignini lança campanha pra lançar CD triplo

Marcelo Moreira

Ricardo Vignini (FOTO: DIVULGAÇÃO)

São 30 anos de carreira comemorados em 2021, mas não da maneira como deveria. A pandemia de covid-19 confinou o mundo em suas casas e limitou bastante as atividades artísticas em todo o mundo. O que resta além de lives para os músicos - ou burlar a lei e disseminar o vírus em shows presenciais?

Para o violonista "violeiro" Ricardo Vignini, não dá para ficar sem trabalhar, tanto que a usina de música do compositor e músico paulistano não parou um segundo: foram três álbuns lançados em 2020, senfo dois durante a pandemia.

Tentando se reinventar como pode sem shows, o instrumentista decidiu lançar os últimos três discos em CD triplo, no formato físico. Para isso, foi criada uma campanha de financiamento coletivo para que sejam confeccionadas apenas 500 cópias deste trabalho.

Os álbuns contidos no pacote são "Reviola", "Sessões Elétricas Para Um Novo Tempo" e "Cubo", em um total de 32 músicas, além de versão física do livro de partituras de sua autoria e várias outras recompensas. Para participar da campanha de financiamento coletivo clique aqui.

"Reviola" segue a linha tradicional dos trabalhos do músico, onde a viola caipira, aquela de dez cordas, é a protagonista em músicas instrumentais e de raiz na cultura brasileira.

"Sessões Elétricas Para Um Novo Tempo" é um disco gravado ao vivo no estúdio no formato trio e elétrico, com Vignini usando uma viola de corpo maciço e obtendo um som muito parecido com o de uma guitarra roqueira. Algumas de suas mais importantes músicas foram rearranjadas para esse trabalho.

"Cubo", o mais recente, é o trabalho mais diversificado de sua carreira, passeando pela música instrumental brasileira, pelo blues e por ritmos latinos, com vocais.

Os 30 anos de carreira de Ricardo Vignini compreendem um começo em bandas de rock e pop nos anos 90 até a opção acertada pela viola caipira tocada de um jeito bem diferente e particular.

A carreira solo neste século coincidiu com a entrada na banda Matuto Moderno, de rock rural, da qual ainda faz parte, e a criação do duo Moda de Rock, ao lado do parceiro de Matuto Zé Helder, outro violeiro de extrema qualidade.

No Moda de Rock, os dois lançaram três CDs e um DVD onde transpõem para o universo da viola caipira alguns dos grandes clássicos do rock e do heavy metal, em um meticuloso trabalho de recriação das mesmas obras.

Notas roqueiras: Leprosy, Drowned, festival em Botucatu...






- A banda goiana Leprosy disponibiliza em seu canal de YouTube um minidocumentário, onde revela com depoimentos, vídeos inéditos, fotos antigas, como nasceu o grupo no final dos anos 80 e reiniciou suas atividades em 2019. Com vários singles lançados, uma história de muita superação e amor ao Death Metal, os fãs da banda poderão conferir nesse documentário, como tudo começou e com todos os integrantes falando sobre os primórdios e dias atuais. O vídeo pode ser conferido pelo link 
https://youtu.be/CgNEwyUi0Tc

- O Drowned acaba de disponibilizar mais um vídeo novo em seu canal no YouTube. Desta vez, o grupo mineiro de Death/Thrash, libera a versão “Quarantine Sessions” da faixa “I Who is the King”. A música pode ser conferida em https://youtu.be/DH9RQqCN9So

- A produtora MetalStock, de Botucatu, São Paulo, anunciou um festival para 2021 com apoio de incentivo cultural, através do projeto “Olhar para Dentro”. O edital foi organizado pela Secretaria de Cultura de Botucatu, voltado aos artistas e trabalhadores da Cultura botucatuense. Foram mais de 250 inscritos e somente 100 projetos selecionados. O evento que acontece no dia 29 de janeiro, será transmitido pelo canal do YouTube da Metalstock. Inscreva-se no evento do Facebook para mais informações: https://www.facebook.com/events/2435052973469761/

A exumação do projeto Coverdale-Page não é uma boa ideia

 Marcelo Moreira

David Coverdale (esq.) e Jimmy Page em 1993 (FOTO: DIVULGAÇÃO) 
Não era para dar certo, ninguém estava a fim, ninguém se esforçou muito... Então para que insistir?

David Coverdale, o eterno mentor do Whitesnake, afirmou recentemente que achou alguns trechos de composições da época em que trabalhou com Jimmy Page, em 1993, e que existem pelo menos quatro músicas prontas esperando mixagem, sobras do álbum daquele ano.

E o que Jimmy Page acha disso? Segundo o cantor inglês, estaria propenso a rever a parceria e resgatá-la para 2022 ou 2023 com o material que Coverdale pretende enviar. Podem virar um novo trabalho ou serem incluídas em uma caixa comemorativa dos 30 anos do lançamento do disco único.

Como Page ainda não se manifestou publicamente, parece que a recepção dessas "propostas" não foi das mais efusivas, mesmo o mundo vivendo uma pandemia e as atividades todos, restritas - é bom lembrar que os dois setentões são do grupo de risco da covid-19.

Como diz um bom amigo fã de memorabilia musical, se houvesse realmente algo de interessante nos arquivos já teria sido editado, e muito antes, quando ainda era possível ganhar dinheiro com música e relançamentos.

O projeto Coverdale-Page teria sido uma boa ideia se pensado e colocado em prática alguns anos antes. No auge do grunge, não passou de um projeto passageiro e sem muito entusiasmo dos dois astros do rock inglês.

Foi uma ideia de um empresário que, coincidentemente, trabalhava com os dois músicos em 1992. Jimmy Page procurava algo para fazer e o nome de David Coverdale surgiu. 

O guitarrista confessou depois que nada conhecia do trabalho do cantor, seja no Deep Purple ou no Whitesnake (pouca gente acreditou nessa) e emos princípio descartou a hipótese. Lembrou-se de The Firm, banda que formou com o amigo Paul Rodgers (ex-Bad Company e Free), que terminou de forma melancólica em, 1986.

Diante da insistência de empresários e amigos, decidiu conversar com Coverdale e agendaram ensaios em um estúdio em Londres. 

Ninguém parecia muito empolgado, mas ainda assim alguns músicos foram convidados para jams e tentativas de composição. 

O fato é que uma volta do Led Zeppelin estava sendo negociada à época, mas a iniciativa fracassou por conta de da agenda da Robert Plant e de algumas de suas exigências. Page teria de esperar, o que o enfureceu. Por isso seguiu com o plano B, que era Coverdale.

Para surpresa geral, os dois astros - Coverdale e Page - fizeram cinco músicas em duas semanas e combinaram de gravar um álbum. 

Lançado no começo de 1993, teve boa repercussão e vendeu razoavelmente bem, a ponto de uma turnê ser agendada meio às pressas. 

Entre as músicas que fizeram algum sucesso estão "Shake My Tree", com seu riff contagiante, o blues pesado "Absolution Blues" e as baladas "Take Me For a Little While" e "Take a Look at Yourself", para não falar da zeppeliniana "Over Now".

Os críticos não gostaram. Reclamaram da falta de criatividade e do repisamento de vários clichês dos anos 70 - no que estavam corretos. Além do mais, Coverdale foi crucificado pela gritaria em muitas músicas, como "Absolution Blues" e "Pride and Joy", sendo acusado de tentar emular Robert Plant em algumas passagens.

Quando a turnê começou pelo Japão já haviam muitas desavenças, principalmente entre Coverdale e os empresários de Page e os responsáveis pelo empreendimento. Foram apenas sete shows no Japão e o fim do projeto que não empolgou ninguém. 

Era o que Page precisava para retomar os contatos com Plant e criar, finalmente, o Page-Plant, que se tornou realidade em 1994 e durou até 1999.

"Coverdale-Page", o disco, agradou aos fanáticos pelo classic rock, mas soou datado e deslocado em um mundo dominado por algumas bandas grunge ruins e pelo então emergente brit pop de Oasis e Blur.

 O hard rock predominava, mas a base blues soava como cópia do melhor que o Whitesnake fizera nos anos 70, com uma guitarra cansada de Page, totalmente sem inspiração. Por que resgatar algo que não empolgou nem mesmo os protagonistas?

Que se pense em uma caixa comemorativa para 2023, ok, faz sentido e é pertinente, mesmo com o resgate das músicas que não entraram no álbum. Mas voltar à ativa, quase 30 anos depois, pra compor novas canções relativas a um projeto sem grande inspiração? 

É preferível que Coverdale continue sua campanha de resgatar clássicos do Whitesnake com novas mixagens, como fez com "Rock Album", "Love Album" e "Blues Album", lançados entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021 com resultados ótimos.

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Notas roqueiras: Lockdown, Azzarok, Monday Riders...

 

Lockdown (FOTO: DIVULGAÇÃO)

- Após dois singles e vídeos de faixas que integram o EP "Unholy Ceremony Heretic", o Lockdown, grupo criado em plena pandemia pelo vocalista João Gordo (Ratos de Porão), o guitarrista Antonio Araújo (Korzus e Matanza Ritual), o baixista Rafael Yamada (Claustrofobia e ex-Project 46) e o baterista Bruno Santin (Endrah), apresenta o novo single e clipe, "Desprezo". "A única música em português do disco, tem uma levada cadenciada e uma letra, fazendo crítica à cegueira do fanatismo religioso", comentou o guitarrista Antonio Araújo. "O trabalho do EP foi feito todo pelo Antonio. A letra é dele e confronta todas as religiões, mas existem algumas mais estúpidas e ela é voltada para esses casos. No Brasil, quando se quer passar uma mensagem direta, tem que ter a letra em português. No caso do instrumental da 'Desprezo', eu acho massacrante, muito pesado e diria até mais moderno", acrescentou o vocalista João Gordo. Veja o clipe de "Desprezo", filmado e editado por Rafael Agostino, em https://youtu.be/j4dEmNlfCzU

- Com um início de 2021 recheado de novidades e lançamentos programados, o Azzarok acaba de disponibilizar aos fãs o Lyric Vídeo da faixa “Last Chance”, presente em seu álbum de estúdio “Life Countdown”. Escute em https://www.youtube.com/watch?v=TJjJxi_NRqA

Monday Riders é uma das atrações do Wild Metal XX, que ainda não tem data definida, por conta do distanciamento social, mas já está trabalhando na divulgação de seu line up. O tradicional festival underground de Anápolis, Goiás, terá cunho beneficente, com doação de alimentos perecíveis como pagamento pela entrada e local definido: Kartódromo Municipal de Anápolis. Wild Metal surgiu no ano 2000 e sempre reúne renomados motoclubes nacionais, praça de alimentação, stands de tatuagens, acessórios para motociclismo e cultura rocker, movimenta o cenário da música underground na cidade.

Segundo EP da nova coletânea de 'Viola Paulista' traz mais quatro violeiros

FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK RICARDO VIGNINI


Dando continuidade à série de lançamentos enfocando a viola paulista, o Sesc inicia a segunda fase do projeto. Tocadores de viola caipira das regiões de Campinas e Piracicaba, como Fernando Caselato, João Arruda, João Paulo Amaral e Zé Helder estão no segundo EP, que está nas plataformas digitais, incluindo no Sesc Digital
O álbum sai pelo selo Selo Sesc, sob curadoria de Ivan Vilela, traça um mapeamento do instrumento no estado de São Paulo com 20 artistas de carreiras consagradas, incluindo as mulheres violeiras.

O projeto começou em 2018 com o lançamento da primeira edição de Viola Paulista (Selo Sesc), que apresentou ao público as múltiplas sonoridades deste instrumento, seja em faixas instrumentais ou cantadas, com artistas e grupos muito diversos, mas que têm em comum a paixão pela história e pelo som da viola.

Agora em 2021, a gravadora do Sesc São Paulo lança a segunda coletânea de Viola Paulista com a participação de 20 violeiros e violeiras que já têm uma carreira consolidada junto ao público e à cena musical. E no mapeamento de Vilela, os músicos selecionados abrangem todo o território do estado. São tocadores das regiões de Avaré, Bauru, Campinas, Piracicaba, São José do Rio Preto e Sorocaba.

O lançamento da segunda coletânea está dividido em cinco EPs. Cada um deles dá voz a diferentes sotaques do instrumento no estado. 

O primeiro, já disponível na internet, abrange as regiões de Bauru e São Carlos. Agora, o segundo EP abarca tocadores de Campinas e Piracicaba, e chega às principais plataformas de streaming no dia 24 de fevereiro, incluindo na plataforma Sesc Digital, que oferece o conteúdo de forma gratuita e sem necessidade de cadastro. Para ouvir, acesse aqui .

O segundo EP conta com a presença de violeiros que conciliam suas carreiras com a de professores em escolas de música, levando o ensino da viola caipira, um instrumento do mundo tradicional, a instituições onde a cultura da escrita e da erudição prevalecem. Um trabalho importante para a formação de futuros tocadores e de ampliação deste movimento cultural.

Fernando Caselato é professor no Conservatório de Ourinhos, cidade que fica na região oeste do estado e onde vive atualmente. Em Viola Paulista - Volume 2, ele toca sua composição autoral "Chão Vermelho".

Já o violeiro Zé Helder interpreta uma cantiga de tempos mais antigos, de resgate de uma sonoridade caipira. Em "Do oco da viola ao borralho do fogão: a moda pós-rural", ele toca e canta na companhia de Fabrício Santos (violão e voz) e Guilherme Cordeiro (contrabaixo). Tido como um dos primeiros professores de conservatório de viola no Brasil, no final dos anos 1990, vive atualmente na capital paulista.

Natural de Mogi das Cruzes e atualmente morando em Campinas, onde há dez anos é diretor e regente da Orquestra Filarmônica de Violas, João Paulo Amaral começou na guitarra e logo migrou para a viola. Professor de viola na Escola de Música do Estado de São Paulo - Tom Jobim (EMESP Tom Jobim), na coletânea ele interpreta "Linha motriz", uma peça instrumental de sua autoria.

Outro representante de Campinas é o violeiro João Arruda. Com sua viola de cabaça elaborada por Levi Ramiro - músico que está no EP 1 de Viola Paulista -, João Arruda é, talvez, um dos mais fiéis à musicalidade desenvolvida pelo violeiro, cantor e compositor mineiro Dércio Marques. E em "Ayuna", ele traz as vertentes dessa música.

Repertório EP 2


CHÃO VERMELHO (Fernando Caselato)

Músicos: Fernando Caselato (viola)

Afinação: Cebolão em ré


AYUNA (João Arruda)

Músicos: João Arruda (viola)

Afinação: Rio abaixo


LINHA MOTRIZ (João Paulo Amaral)

Músicos: João Paulo Amaral (viola)

Afinação: Sobre-Requinta (Cebolina)


DO OCO DA VIOLA AO BORRALHO DO FOGÃO: A MODA PÓS-RURAL (Zé Helder)

Músicos: Zé Helder (viola e voz), Fabrício Santos (violão e voz) e Guilherme Cordeiro (contrabaixo)

Afinação: Cebolão em mi

sábado, 27 de fevereiro de 2021

A raiva despertada pela banda Nervosa e o fundo do poço em que nos metemos

 Marcelo Moreira

As mulheres estão incomodando bastante os vários círculos de apreciadores de heavy metal no Brasil, especialmente quando elas mostram um talento extraordinário e ganham um destaque antes reservado a bandas nem tão boas assim.

Isso acontece desde sempre neste país machista e envolvo em nuvens pesadas de mau agouro trazidas pela polarização política traduzida em uma guinada conservadora capitaneada pelo nefasto bolsonarismo.

A onda conservadora atingiu em cheio a banda Nervosa desde a eleição do presidente ignorante e incompetente, mas totalmente autoritário e inspirado no fascismo. A ascensão do trio feminino incomodou e trouxe uma avalanche de ataques sexistas e machistas.

A coisa ficou pior quando a banda ganhou as manchetes com a saída de duas integrantes e, em seguida, se recompôs e seguiu em frente, com mais força e ficando ainda mais em evidência.

Na última semana, duas polêmicas, se é que podemos chamar assim, atingiram de novo o agora quarteto Nervosa e sua composição internacional de integrantes.

Em uma entrevista a um canal de YouTube, a guitarrista Prika Amaral, a líder e fundadora, disse de forma despretensiosa que não conseguia enxergar um homem na formação da banda no futuro. Disse ainda que isso jamais aconteceria.

Nervosa: Prika Amaral é a última da esq. para a dir. (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Foi o que bastou para que ela atraísse toda uma matilha de imbecis raivosos acusando-a de preconceito e de desprezar bandas com formações mistas. Em nenhum momento ela se manifestou dessa forma e nem passou pela cabeça dela passar uma imagem anti-homem ou anti-instrumentistas masculinos.

Entretanto, em tempos de fake news disseminadas pela extrema direita asquerosa e nojenta, tudo vira arma para atacar artistas proeminentes que defendem os direitos humanos e batem de frente com as forças conservadoras e fascistas.

As coisas estão de tal modo invertidas que ela teve de escrever um texto nas redes sociais para explicar o que ela quis dizer e, de certa forma,.meio que se desculpar por ter sido mal interpretada por gente burra, já que suas declarações foram um gesto de extrema gentileza da parte dela.

Na esteira da falsa polêmica criada por estúpidos e indigentes intelectuais, veio de contrapeso mais falas e palavras machistas a respeito da separação da formação anterior, ocorrida no ano passado, com temos pouco elogiosos a Prika Amaral (a "chefona") e sobre a eventual (pouca) qualidade da banda.

Sobrou até para a antiga baixista e vocalista, Fernanda Lira, hoje na banda Crypta. As inevitáveis comparações entre ela e a nova vocalista, a espanhola Diva Satanica, saíram da performance musical e descambaram para a questão estética, com as mais baixas formas de "qualificação" das meninas.

Não é só um show de misoginia e machismo - é total falta de respeito e de civilidade, o que prova que parte expressiva do metal nacional está despreparado para curtir bandas femininas 50 anos após o surgimento da Fanny e 46 das Runaways - estas até mesmo veneradas pelos dejetos humanos que insistem em malhar a Nervosa ou qualquer outra banda só com mulheres.

O que está acontecendo com a Nervosa não é exclusividade desta, mas ganha relevância e proeminência por conta do destaque internacional que conquistou. 

Que as meninas das bandas The Damnnation e Malvada se preparem: serão alvos de pedradas pesadas dos neandertais do século XXI assim que começarem a subir os degraus de algum sucesso no rock brasileiro, já que têm muito potencial para isso.

Notas roqueiras: Mercy Shot, Mitsein, Mauren McGee....

Mercy Shot (DIVULGAÇÃO)

- A Canil Records lança nas plataformas digitais o primeiro EP da Mercy Shot, "Prelude to Judgement". São três músicas que mostram a versatilidade e o poder de síntese deste quinteto paulistano, cuja proposta é criar a partir de distintas referências do metal e outros gêneros pesados. Ouça "Prelude to Judgement" aqui: http://bit.ly/PreludeToJudgement. A sonoridade do EP, o primeiro da banda, é uma amálgama da essência da Mercy Shot, atrelada ao rock n' roll, progressivo, power metal e punk rock, com referências ao longo dos anos, como o rock de arena e, claro, o vocal feminino potente lírico e cheio de drive de Karina Menasce. Prelude to Judgement foi gravado, mixado e masterizado no Loud Factory (@loudfactoryco), em São Paulo, com produção de Wagner Meirinho (@wagnermeirinho). A distribuição é da Canil Records (@canilrecords) e a arte gráfica do EP é de Banca (@banca.art).

- Os brasilienses do Mitsein lançaram um novo single. “Not Over”, que acaba de ser oficialmente liberado em todas as plataformas digitais. A Mitsein começou 2021 com o pé no acelerador e já anunciaram que terão diversos lançamentos este ano. A nova música é uma amostra de várias composições que estão sendo preparadas pelo grupo. Ouça "Not Over" no Spotify: https://open.spotify.com/track/1wtljSFMR9I8A17d3lcMzy?si=MC_uZfUYQD-SMY5hffslxg

- A cantora Mauren McGee inicia 2021 com uma canção pontual sobre o momento, que exalta boas vibrações e serenidade após um ano turbulento para a humanidade. O rapper SóCiro é o convidado especial em "Encontrar", que saiu em videoclipe (https://youtu.be/f2ePmkk7ijU) e nas plataformas digitais (https://sym.ffm.to/encontrar) via Canil Records. 'Encontrar' traz um balanço dub entre melodias que destacam a doçura da voz de Mauren. A música, como ela revela, surge num mundo em meio à pandemia para lembrar que a o sol sempre há de renascer, independente de qualquer escuridão. 
Sister Nancy, cantora mãe do Dub Jamaicano, é a grande referência desta canção. SóCiro dá o contraponto em 'Encontrar', com sua voz grave, mas num tom calmo.

A luta pela justiça social e contra o preconceito explodem na música das Clandestinas

 Nelson Souza Lima - especial para o Combate Rock

Surgida em Jundiaí, grande São Paulo, em 2017, a banda Clandestinas se destaca não apenas por sua música, mas também pela postura contundente diante de uma sociedade opressora, na visão das integrantes. 

Lutar contra o machismo, misoginia e preconceito é o intuito do trio Camila Godoi (contrabaixo/voz), Alline Lola (guitarra/voz) e Natália Benite (bateria/voz). 

Em maio de 2020 elas lançaram o primeiro álbum, auto-intitulado com treze faixas, as quais têm influências distintas como Mercenárias, Cássa Eller, Elza Soares, Linn da Quebrada, Letrux, Karina Buhr e Mulamba. 

Além das referências musicais o grupo também se inspira em pensadoras/escritoras que fazem a sociedade refletir, entre elas, Djamila Ribeiro, Amelinha Teles, Danielle Tega e Heleieth Saffioti.

"Nós acreditamos que a construção de uma sociedade mais justa se dá através da inclusão de todos os corpos no acesso a direitos e à cidadania independentemente dos gêneros (homens, mulheres e não-bináries) com os quais estes corpos se identificam", atestam.

Para difundir o trampo as garotas contam com intensa mobilização coletiva. "Divulgar o disco, o clipe de "Nenhuma a menos", o lyric vídeo de "Rotina", além de nossa participação no filme "Pluma Forte", da Coraci Ruiz, dá-se, principalmente, através de uma rede de pessoas envolvidas na militância feminista. E, também, por "mala direta", enviando e-mails para o Brasil e exterior, tem se mostrado bastante valiosa", pontua o trio.

E o trabalho árduo tem dado resultado com canções executadas em rádios gringas dos Estados Unidos, Austrália e Espanha. 

"Em março começaremos a tocar em rádios chilenas também. Para nós é uma grande felicidade nos sentirmos acolhidas, cantando em língua portuguesa, em outros países. E desejamos que o fortalecimento advindo deste intercâmbio seja de mão dupla", afirmam as meninas.

Sobre a atual situação política, o trio "considera esta onda neoconservadora como uma reação às conquistas de direitos de grupos populacionais vulneráveis como mulheres, pessoas e população LGBTQUI+. É um momento histórico perverso, mas é o momento histórico em que nos coube viver, resistir e lutar pela construção de uma sociedade mais justa".

 

Clandestinas (FOTO: DIVULGAÇÃO)

Confira abaixo a entrevista com a banda, que respondeu todas as perguntas em conjunto:

Combate Rock - Primeiro gostaria de saber como surgiu a banda que tem apenas quatro anos de trajetória. Vocês vêm de Jundiaí, na grande São Paulo, e o nome já dá uma ideia de algo contra os padrões e sistema. Falem sobre o início da Clandestinas.

Clandestinas - A banda Clandestinas surgiu, em 2017, da necessidade de se fazer ouvida em seus questionamentos sobre padrões de gênero e sexualidade, utilizando a música como ferramenta de luta. Em 2017, começamos a tocar nossos instrumentos, a cantar, compor e a fazer arranjos para as nossas músicas. Tudo de forma coletiva, horizontal e com muito acolhimento. O nome "Clandestinas" também é uma forma de lembrar os vários corpos e vivências marginalizados em nossa sociedade e que, de certa forma, precisam viver numa clandestinidade imposta por uma sociedade que deseja invisibilizar estas vidas e, muitas vezes, exterminá-las. O nome também remete à luta pela descriminalização do aborto pois, no Brasil, o aborto é realizado, sistematicamente, de forma clandestina, colocando em risco a vida de muitas mulheres. As nossas canções já foram executadas em programas de rádio fora do Brasil, em países como Estados Unidos, Austrália e Espanha. Em março, uma rádio do Chile já nos avisou que tocará músicas nossas. Para nós é uma grande felicidade nos sentirmos acolhidas, cantando em língua portuguesa, em outros países. E desejamos que o fortalecimento advindo deste intercâmbio seja de mão dupla. Em 2019, participamos do filme "Pluma Forte", exibido num extenso circuito de festivais de cinema, no Brasil e no mundo. É uma obra-prima da diretora Coraci Ruiz e nós tivemos a felicidade de participar, como banda, em uma cena bastante intensa e emocionante a qual foi gravada durante a nossa apresentação na Parada LGBT de Jundiaí, em 2018, nas vésperas do segundo turno da eleição presidencial.

CR - As letras são contestatórias, impondo resistência a tudo que é errado: machismo, racismo, patriarcado, LGBTfobia. Inclusive, a Camila coloca que toca contramacho (contrabaixo). Sua resistência esbarra na misandria (ódio contra homens). Uma sociedade com homens no comando já deu o que tinha que dar?

Clan - Nós discordamos desta avaliação: combater o machismo e o patriarcado não tem nada a ver com uma suposta misandria. Quando a Camila usa o trocadilho "contramacho" para se referir ao seu contrabaixo ela se permite autodenominar "contramachista" e esta expressão remete a uma postura contrária àquela de pessoas que se engajam, de forma voluntária e consciente, no machismo. Nós acreditamos que a construção de uma sociedade mais justa se dá através da inclusão de todos os corpos no acesso a direitos e à cidadania independentemente dos gêneros (homens, mulheres e não-bináries) com os quais estes corpos se identificam.

CR- Como foi lançar o álbum (autointitulado com treze canções) no meio da pandemia, em maio de 2020, e disponível somente nas plataformas digitais.Como está sendo o trampo de divulgação nas redes?

Clan - A divulgação do nosso álbum, do vídeo clipe da canção "Nenhuma a menos", do lyric video da canção "Rotina" e de outros registros, como a nossa participação no "Pluma Forte", dá-se, principalmente, através de uma rede de pessoas envolvidas na militância feminista. E, também, a divulgação por "mala direta", através de e-mails enviados para o Brasil e para o exterior, tem se mostrado bastante valiosa.

CR- Todo o estafe da Clandestinas é composto por mulheres (roadies, técnicas de som, divulgação). Mas e nos shows? Como é a reação do público masculino? Vocês fizeram muitos shows, antes da pandemia? Sofreram e sofrem atos de preconceito?

Clan - Nós priorizamos agregar mulheres e pessoas não-binárias para trabalharem conosco e as construções coletivas que vivenciamos na gravação do álbum, na gravação do clipe e em nossos shows é muito fortalecedora para todas/es. O nosso último show foi no Sesc-Jundiaí, no dia 4 de março de 2020. Entre 2017 e o início de 2020, nós realizamos um número elevado de apresentações, principalmente, em escolas, institutos federais, universidades e espaços de militância: geralmente, fazemos uma roda de conversa sobre feminismo e, depois, fazemos o show. O fato de nós termos o nosso próprio P.A. e o nosso próprio backline permite nos apresentarmos em espaços que não são casas de shows. E sim, a nossa arte já sofreu rejeições preconceituosas por abordar temas que confrontam o machismo, o patriarcado e a hétero-cis-normatividade.

CR - Em 2021 o Riot Grrrl completa três décadas. Gostaria de saber qual a identificação de vocês com o manifesto que surgiu em Olympia, no estado de Washington, EUA e segue sendo um importante marco na luta das bandas femininas em busca de igualdade e direitos.

Clan - A nossa formação, enquanto militantes feministas e LGBTQIA+, deu-se paralelamente ao mundo da música e, pode-se mesmo dizer que, no início, não conhecíamos, pessoalmente, este espaço tão rico e importante formado pelas bandas que comumente são consideradas "herdeiras" do movimento Riot Grrrl. Nós trabalhamos com educação popular e o movimento Riot Grrrl não fazia parte do nosso repertório, antes de começarmos a aprender a tocar, em 2017. A leitura de obras da Djamila Ribeiro, da Amelinha Teles, da Danielle Tega, da Heleieth Saffioti, entre outras e a nossa proximidade de movimentos como as Promotoras Legais Populares (PLPs) foram determinantes em nossa formação, como militantes. Em termos de música, As Mercenárias, Luana Hansen, Cassia Eller, Elza Soares, Mulamba, Letrux, Karina Buhr, Linn da Quebrada, entre outras/es, nos impactaram com suas posturas, com suas letras e com as suas musicalidades e ainda são referências muito importantes para nós.

CR- De que forma sua música contribui para uma sociedade mais equânime?

Clan - Nós desejamos que as nossas canções cheguem a todas/es/os como um acolhimento e um fortalecimento, nestes tempos tão difíceis, em todo o mundo. Estamos juntas/es/os e vamos resistir às violências deste nosso momento histórico. E, juntas/es/os, vamos construir uma sociedade mais justa. As nossas canções são, também, força para as nossas lutas e um convite à reflexão para construirmos uma sociedade mais justa.

CR- A luta das mulheres em busca de seus direitos vai além da música. Como veem a luta das mulheres atualmente, uma vez que a ascensão de Jair Bolsonaro despertou o vírus do ódio numa explosão homofóbica e misógina sem controle. O que acham do atual governo?

Clan - Nós podemos considerar esta onda neoconservadora, a nível mundial, também, como uma reação às conquistas de direitos por grupos populacionais vulneráveis como mulheres, pessoas negras, população LGBTQIA+ etc. É um momento histórico extremamente perverso, mas é o momento histórico em que nos coube viver, resistir e lutar pela construção de uma sociedade mais justa. E, juntas/es/os, vamos vencer, no tempo que for possível, esta guerra.

 

CR - Muito se fala que o rock é desunido, com muitos "rock stars" egocêntricos e prepotentes. Se entre os homens há muitos atritos gostaria de saber como são as relações entre as bandas femininas.

Clan - Nós sempre recebemos um acolhimento bastante carinhoso e fortalecedor das bandas compostas por mulheres e pessoas LGBTQIA+ e este acolhimento foi muito importante para vencermos, ao menos em parte, os nossos medos e inseguranças.

CR - Vocês já tiveram contato ou tocaram com bandas gringas representativas do rock feminino? Tipo o Gossip, da Beth Ditto tocou em São Paulo alguns anos atrás, antes de terminar em 2016. Como é o contato com os grupos de fora?

Clan - Ainda não vivenciamos este tipo de experiência. Não temos muito contato com bandas de fora do Brasil, o que neste contexto de pandemia ficou ainda mais complexo.

CR- O rock em geral encontra dificuldades em conseguir espaço na mídia, isso vale pra bandas masculinas e femininas. Como é a relação de vocês com a mídia e a busca de espaço pra tocar?

Clan -
Nós estamos muito felizes com o acolhimento que recebemos da mídia alternativa, não hegemônica. O trabalho que vocês da Combate Rock, da Wishplash e tantos outros blogs e zines realizam nos coloca em contato direto com um público que nos fortalece e nos inspira. Quanto a espaços para tocar, nós raramente tocamos em casas tradicionais da chamada "cena" do rock e, até o início da pandemia, a maior parte das nossas apresentações ocorreu em escolas, institutos federais, universidades e espaços de militância.

CR- Infelizmente a pandemia paralisou tudo. Como têm se virado com lives e divulgar o trabalho da banda?

Clan - Nós ainda não participamos de um festival online e nem transmitimos nenhum show conosco, tocando, "ao vivo". O primeiro festival em que estaremos presentes será o Caio Indica Fest e a nossa contribuição será através da exibição do vídeo clipe da canção "Nenhuma a menos". Nós não temos equipamentos próprios que permitam uma transmissão, "ao vivo", de um show com uma qualidade satisfatória e, para que, um dia, seja possível transmitir uma apresentação nossa, "ao vivo", será necessário sermos convidadas por um festival ou instituição que ofereça essa estrutura ou que financie o aluguel de uma estrutura adequada.

CR - De que forma as bandas femininas podem ser representativas dos anseios das mulheres em geral por busca de direitos e uma sociedade igualitária?

Clan - As mulheres são diversas. Os feminismos são diversos. As bandas feministas podem, apenas, ecoar e/ou amplificar, de forma parcial e incompleta, gritos de luta que são múltiplos e diversificados.

CR - Quem são suas inspirações dentro do cenário musical?

Clan - Luana Hansen, Bioma, Cosmogonia, Bloody Mary Une Queer Band, Manaminamona, Mulamba, Karina Buhr, Letrux, Elza Soares, As Mercenárias, Cássia Eller, Rita Lee entre outras/es.

CR - Um recado pra galera que tá carente de shows ao vivo.

Clan - Em nosso contexto atual, sobreviver também é um ato subversivo. Então, dentro das possibilidades de cada pessoa, protejam-se o máximo possível e aguardem que esse momento vai passar. É um momento para ter paciência. Só assim conseguiremos sobreviver a esse período e continuar a ter força para resistir a toda opressão social que nos cerca e se intensifica com tantos retrocessos. Não caia na tentação de se aglomerar, só deixará a oposição mais forte.

Para conhecer o trampo da Clandestinas
Vídeo clipe da canção "Nenhuma a Menos" (lançamento)
https://www.youtube.com/watch?v=YkViP_nv1Sk
Plalylist, no YouTube, com o nosso show no SESC
https://www.youtube.com/playlist?list=PLiW6bhjR3IiYMA5v5_sUbkNjCHOd-XVgo
Filme "Pluma Forte" (Coraci Ruiz, 2019)
https://www.youtube.com/watch?v=iA3GjlDRA9g
Lyric vídeo, canção "Rotina"
https://www.youtube.com/watch?v=TL4FZr2hexU
Plalylist, no YouTube, com o as canções do nosso álbum
https://www.youtube.com/playlist?list=PLiW6bhjR3IibmM46KdPTYqWVUfKwsO0j2

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Notas roqueiras: Luis Mariutti, Inventtor, O Preço...



- O baixista Luis Mariutti (Shaman, Sinistra) confirma que a sua biografia “Memórias dos meus 50 anos” será lançada no dia 22 de Março de 2021, data de seu aniversário de 50 anos. O livro é autobiográfico e teve o roteiro realizado pela jornalista Paula Cortinovis, edição da editora Aleatória e estúdio Sopros e apoio do Mariutti Team. O livro pode ser adquirido no site https://www.mariuttiteam.com/. No dia do lançamento, o baixista irá realizar uma Live em seu canal do YouTube para falar sobre o livro. “Prestes a fazer 50 anos, senti vontade de ter as histórias da minha vida em um livro. É uma realização de um sonho e, com a ajuda da editoria Aleatória iniciamos esse projeto em 2018. Deu tudo certo e estamos lançando esse livro com muito orgulho”, disse o baixista Luis Mariutti. 

- Inventtor, banda mineira de death/doom metal, apresenta o videoclipe de seu primeiro single, "Ventos Úmidos de Sangue", já disponível em todas as plataformas digitais e que contou com produção a cargo de Alan Wallace (Eminence, No Life on Earth) e Andre Carvalho (Paradise in Flames). "É uma característica da banda escrever sobre contos fictícios e sentimentos de pessoas que passaram por situações extremas ou adversas. No caso de 'Ventos Úmidos de Sangue', tentamos expressar em palavras qual seria o sentimento de um guerreiro tripulante de uma grande embarcação de combate prestes a desembarcar em terra firme e sem ideia do que virá pela frente", detalhou o baterista Alan Souza. "O conto se passa em uma noite escura em alto mar, o que deixa as coisas mais delicadas e provocaria o sentimento de medo e tensão até nos mais bravos guerreiros. Deixamos para o refrão a parte que em um tom de voz mais rasgado. Contamos o que os aterrorizantes sentimentos podem causar ao corpo – miragens, olhos sem brilho remetendo ao fogo e os ventos úmidos de sangue que conduz o personagem de encontro à morte", acrescentou. Veja o clipe em https://youtu.be/YsskbTuojGc
 
- O quarteto paulista O Preço retorna com um novo trabalho. A banda, que conta com Mário Rolim (bateria), Marcos Rolando (baixo), Luccas (guitarra) e Christian Targa, o Gordo (ex-Blind Pigs) na guitarra e vocal, acaba de lançar o compacto 7" Sonhos Da Televisão, um vinil de 45rpm com dois novos singles, a faixa título e o b-side "Futuro Infeliz". Ouça as duas música do compacto 7 polegadas também no streaming: https://rebrand.ly/opreco_sonhos_de_televisao.

Temos de boicotar todos os shows e festas que ocorrem neste momento

 Marcelo Moreira



São vários os artistas que estão divulgando, ainda que de forma discreta, shows em bares e restaurantes desde o começo de fevereiro. Alguns prometem desrespeitar as leis de isolamento mais rígidas tomadas na última semana e tocar em qualquer lugar. 

Boa parte deles é gente talentosa do rock, do blues e do jazz, gente que toca demais e que está desesperada pelo fato de que estão há um ano praticamente parados, sem alternativas para ganhar dinheiro. Muitos, ou quase a maioria., é de amigos nossos do Combate Rock e que são pessoas do mais alto calibre.

Por mais que entendamos as motivações e as necessidades de muitos desses artistas, é com pesar imenso e generalizado que temos de pedir ao público que não vá a essas apresentações, por mais que alguém diga que "todos os protocolos sanitários e de distanciamento social foram implantados, com mesas a um metro e meio de distância" e outras soluções que não funcionam em ambientes fechados com aglomeração - qualquer aglomeração.

Com os hospitais lotados no país inteiro e falta de vagas para qualquer tipo de tratamento, é mais do que necessário que nos afastemos de qualquer possibilidade de aglomeração. É imperativo que boicotemos qualquer possibilidade de shows.

Estamos no auge da pandemia, o pior momento até agora, com mais de 250 mil mortos. Chegaremos a 300 mil em março, não teremos vacinação generalizada até o ano que vem e o colapso total da saúde chega em abril. Como é possível que alguém pense em tocar qualquer coisa em um boteco qualquer, ou pracinha que seja?

Fazer qualquer tipo de show neste momento, de qualquer tamanho e qualquer lugar, ´de uma irresponsabilidade criminosa. É debochar dos 250 mil mortos, ainda que não seja essa a intenção. É uma falta de empatia colossal. 

Desde o começo da pandemia estamos dando atenção às consequências devastadoras do vírus na área de entretenimento, artes e gastronomia. 

Sabemos da penúria que assola esses setores, os primeiros a serem afetados e os últimos a retomares as atividades e a se recuperar. No entanto, repetimos aqui o nosso mantra: não é hora de aglomeração nem de shows ou cinema ou teatro. É hora de ficar em casa e se cuidar. É hora de fugir dos espetáculos, e de iniciar uma cam,panha de boicote, se for preciso.

Sabemos que muitos artistas e profissionais do setor estão sem renda para o sustento, assim como os milhões e milhões de desempregados de outros setores. O auxílio emergencial para o setor não chegou, e a Lei Aldir Blanc, por enquanto, é uma miragem. 

Somos solidários, mas não dá para flexibilizar. Não aos shows e atividades artísticas com público. Que lockdowns e toques de recolher sejam duros e implantados por meses em todo o Brasil até que a pandemia seja controlada. E que parentes próximos dos que insistirem em desrespeitar as medidas não morram agonizando em filas por vagas em hospitais lotados

Green Day libera clipe para a música ‘Here Comes the Shock’

 Do site Roque Reverso

O Green Day lançou o clipe da música “Here Comes The Shock”. O vídeo traz uma performance de Hilken Mancini, fundadora do Punk Rock Aerobics.

Com movimentos inspirados não somente em termos do punk e do rock, como também até em personalidades do estilo, como Iggy Pop, ela enriquece a música do Green Day no clipe, além, é claro, de despertar a ideia de que é possível fazer exercícios com o bom e velho rock and roll.

O single chegou às plataformas digitais dos Estados Unidos no domingo e às do restante do globo na segunda-feira.

Não há uma indicação clara se a música é alguma sobre do álbum mais recente do Green Day ou se é alguma novidade relacionada a algum trabalho novo de estúdio.

O mais recente disco do Green Day é “Father Of All Motherfuckers”, lançado oficialmente no dia 7 de fevereiro de 2020, ainda antes da pandemia.

Durante a pandemia, a banda chegou a presentear, em maio, os fãs com algo diferente. O grupo liberou um clipe para a sua versão da música “Dreaming”, do Blondie.

No comunicado sobre o vídeo, o Green Day mandou uma mensagem de conforto aos fãs neste período triste.

A ideia de covers já vinha sendo trazida pelo vocalista da banda, Billie Joe Armstrong, que trouxe outras versões que podem ser conferidas no canal do grupo no YouTube.

Notas roqueiras: Motorjeseus, Thundermother, Bryson Cone...


Motorjesus é uma banda alemã formada em 1992 e está em ativa regularmente desde o início de 2000. Conhecida por ser um dos grandes representantes do heavy rock da Alemanha, a banda já tocou em inúmeros festivais e tocou ao lado de bandas como Motörhead, Anthrax e Prong além de muitas outras. A banda lançará seu novo álbum pela AFM Records e portanto assinou um contrato com a gravadora de Hamburgo.

- A banda sueca Thundermother teve que adiar sua turnê alemã para março de 2021. Com relação às restrições regionais para a pandemia de COVID-19, esta turnê acontecerá, mas apenas com capacidade da casa de shows reduzida e com todas as medidas de distância, segurança e higiene regulamentadas pelo órgão de saúde local. Durante o tempo livre antes da turnê, a banda está gravando novas faixas para a próxima versão especial de seu recente álbum "Heat Wave" no Medley Studios, em Copenhague, na Dinamarca.

- O músico norte-americano Bryson Cone, de Portland (EUA), da novíssima geração do indie, é quem estreia a Brain Sessions, uma série de sessions exclusivas produzidas pela Brain Productions Booking. O primeiro episódio já está no ar, assista aqui: https://youtu.be/FVs0i8fpTJw. Bryson Cone faz música alternativa contemporânea e esquisita - no bom sentido dentro do âmbito musical. É essencialmente pop e flerta com synths, dreampop; tem ambientações soturnas e também riffs de guitarra que remetem ao indie dos anos 90.

Programa Combate Rock tem Carole King, Gal Costa, Lei Aldir Blanc, Iron Maiden e bancas de jornal



No Combate Rock desta semana, celebramos duas datas importantes do mundo da música: os 50 anos do lançamento de “Tapestry”, álbum de Carole King, e os 75 anos de uma das maiores vozes da música brasileira, Gal Costa.

Também falamos sobre a indicação do Iron Maiden ao Rock’n’Roll Hall of Fame e a relevância deste evento, além dos desvios de verbas que deveriam ser destinadas a profissionais do setor de cultura e entretenimento via Lei Aldir Blanc.

Para terminar, embarcamos num bate-papo nostálgico: a importância das antigas bancas de jornais e revistas na formação de um público consumidor de rock.

A liberdade que o rock proporciona exaltada por uma sambista

 Marcelo Moreira

O rock liberta, e o heavy metal, ainda mais. Assim como as torcidas organizadas de futebol tem seu apelo pela união e pela aceitação dos "diferentes" e, eventualmente, "rejeitados", o mundo do rock acaba fazendo o mesmo papel em muitas circunstâncias. 

Sempre foi assim, não é? Seja no Brasil, nos Estados Unidos ou na Alemanha pós-guerra, o sentimento de pertencimento a um grupo de pessoas excluídas sempre foi uma motivação a mais para seguir em frente.

As gangues sempre fizeram sucesso justamente por apontar um caminho diferente e representar o acolhimento que família, escola e sociedade negaram a muita gente. Germinaram conflitos e confrontos, mas também reforçaram o autoestima e o elogio à personalidade à autossuficiência. Ou seja, tudo a ver com rock e heavy metal.

O assunto ganhou evidência nesta semana com a entrevista bacana que a cantora brasileira Teresa Cristina deu ao programa "Roda Viva", da TV Cultura. 

Expoente importante da música brasileira e da cultura em geral, a sambista falou sobre racismo, mercado musical e pertencimento a uma sociedade conflagrada e dividida, como a a brasileira. E falou sobre rock e heavy metal. Surpreendeu a maioria das pessoas ao se mostrar fã de gênero e subgênero.

Teresa Cristina no Roda Viva (FOTO: REPRODUÇÃO/YOUTUBE)

Como bem ressaltou o portal Wikipedia, a cantora comentou na entrevista que o metal foi o refúgio para a sua "inadequação" social e contra a rejeição da "sociedade comum", digamos assim.

Na adolescência, período crucial de descobrimento do amor e do sexo, a menina Teresa sentia-se feia, mas também sentiu na pele a rejeição nos bailinhos e pela "recusa" dos pares em chamá-a para dançar as músicas lentas. Sempre que ia a esse tipo de evento, acabava por sumir e ficar isolada em outros lugares onde se realizavam os eventos.

"Foi a partir disso, que com os amigos do meu primo, comecei a frequentar shows de heavy metal. Lá ninguém te chama pra dançar, mas também ninguém te cobra nada. Senti que me tratavam de forma igual. Aprendi a amar Guns N' Roses e Van Halen, que falavam de amor, mas também Iron Maiden, que fala de fatos históricos, como Egito Antigo e Guerra Fria", descreveu a sambista.

É sempre bom escutar esse tipo de coisa e vindo de alguém que, aparentemente, não é do meio roqueiro e que nada teria a ver com o peso do metal. 

Gostar de rock sempre foi coisa alternativa e marginal nos anos 70 e 80 no Brasil. A coisa era ainda mais acentuada em relação ao punk e ao metal. Era uma coisa de gangue mesmo, de grupinhos exclusivos, cujos excessos evoluíram para as famosas brigas violentas entre grupos diversos em várias partes do mundo, do Brasil à Alemanha, dos Estados Unidos à Indonésia.

No entanto, mesmo que a coisa tenha descambado para a violência em vários momentos, a essência do rock permanece e foi bem descrita descrita pela sambista Teresa Cristina: rock é atitude, é energia, é contestação, mas também é acolhimento, é liberdade e compreensão - e, por que não, uma verdadeira irmandade. Agrega sentimentos positivos e realça a fraternidade. 

Se o rock fosse uma religião ou seita, seria a melhor delas - mas ainda bem que não é. Rock é tudo isso e muito mais, por isso é fascinante e envolvente, mesmo quando renasce com uma aura de exclusivismo e de "sociedade secreta", coisa para iniciados (uma verdadeira bobagem). 

É fascinante mesmo que esteja caminhando para ser música de nicho neste século XXI, situando-se ao lado do jazz e do blues. Rock é arte, cultura e conhecimento, e essas coisas libertam e expandem a mente e as ideias. 

Parece que tínhamos esquecido todas essas coisas, e precisou uma sambista de excelentes credenciais pra nos lembrar tais coisas. Muito obrigado, Teresa Cristina. Up the Iron!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Notas roqueiras: NervoChaos, Gabriel Wintter, Aline Happ...

 


- Acontecerá no sábado, dia 13 de março, às 21h (horário Brasileiro), a "ressurreição" do NervoChaos. Serão 32 minutos de apresentação, gravados no início deste ano e com a nova formação. A atual formação do NervoChaos conta com Brian Stone (vocal), Luiz 'Quinho' Parisi (guitarra), Woesley Johan (guitarra), Pedro Lemes (baixo) e Edu Lane (bateria). O NervoChaos comemora 25 anos em 2021 e em breve serão anunciadas muitas outras novidades para essa comemoração. A ‘Studio Session Streaming’ será exibida nos canais oficiais da banda no YouTube, Facebook e Instagram: www.youtube.com/nervochaoswww.facebook.com/nervochaoswww.instagram.com/nervochaos

- O guitarrista Gabriel Wintter acaba de lançar o single da faixa título de seu novo álbum, “Bear It”. “Bear It” será o segundo disco solo de Gabriel e será lançado no dia 3 de março. Ouça o single de “Bear It”: https://youtu.be/Htm1ja1v3a4. O CD conta com sete músicas, todas gravadas por Gabriel Wintter (guitarras, baixos, violões e sintetizadores – além de ter sido co-produtor do álbum e arranjador das músicas) e Thiago Wintter (que gravou as baterias) e faleceu em 2020.

- A cantora Aline Happ lançou mais uma releitura. A homenageia desta vez a canção “Send Me an Angel”, do Scorpions, em uma versão classical crossover, incluindo instrumentos eruditos e folk, tais como harpa, violinos, cello e flauta, a música conta também com teclado, sintetizadores, baixo e bateria. Assista a “Send Me an Angel”: https://youtu.be/A3x88akneQI
 

Notas roqueiras: Torture Squad, Cheyenne Love, Dionísio Dazul...

 

 - A primeira live do ano que será oficialmente realizada pelo Torture Squad já tem data e horário definidos. Neste sábado 27, a partir das 17h no canal oficial do YouTube da banda. A transmissão será um especial de toda a videografia do Torture Squad, onde os clipes oficiais do grupo serão transmitidos cronologicamente em uma live que irá apresentar ao público as produções oficiais feitas no decorrer destes quase 30 anos de história da banda. Essa ação é totalmente inédita na história do TS e ao todo serão transmitidos 21 vídeos em mais de 2h de conteúdo para os fãs conferirem. Seguindo uma ordem natural de sua carreira, o primeiro vídeo apresentado será “Abduction Was the Case” do disco “The Unholy Spell” (2001) chegando a regravação de “Genereation Dead”, que oficialmente é o último lançamento realizado em clipe pela banda. Vale ressaltar, que vídeos como “Doutrinador” e “The Awakener” serão inclusas tanto na versão em português quanto em inglês. A transmissão oficial será realizada no link abaixo. Aproveite e siga, ative o sininho do canal oficial da banda e seja sempre informado em primeira mão de todas as novidades realizada pelo Torture Squad em seu YouTube. https://www.youtube.com/user/TortureSquadBand


- Sai nessa sexta 26 de fevereiro o single "Brutally Honest Brenda" do trio carioca Cheyenne Love.
Cheyenne Love condensa em "Brutally Honest Brenda" um romance maldito de livro pocket, daqueles com capa desgastada de tanto querido, que compramos ou afanamos docemente da livraria... Que lemos no busão acelerado de motorista sociopata sem a menor culpa, na velocidade desse amor junkie. Ao longo da música (nós sentados ou pogando epileticamente) ouvimos uma história no pé de ouvido, como se fosse uma confissão passional de um estrago - Nayana Carvalho, a vocalista, funde o cênico com o impulso raw power - acompanhada por Marcelo Callado e Ricardo Richaid, que explodem o palco. O resultado é um barulho benquisto docemente conduzido pela sonzeira da banda. Cinestésica - música com cheiro de ouvir mp3 pirata no bolso, chegar numa gig num lugar pequeno e imundo, e tomar esse porre com os amigos.  

- No trigésimo episódio do projeto The Quarantine Experience: o clipe de “Eu sei, eu sei que é triste”  -  https://www.youtube.com/watch?v=PepiQIlpWqs&ab_channel=TheQuarantineExperience.
A faixa título do vídeo é também o primeiro single do guitarrista e produtor musical cearense Dionisio Dazul, integrante da banda Forgotten Boys. É o primeiro lançado do selo Maxilar (capitaneado pelo frontman dos autoramas Gabriel Thomaz) “Eu sei, eu sei que é triste” é o primeiro de quatro singles do EP intitulado Eles não sacaram nada. Além de produtor musical, Dionisio Dazul é guitarrista da banda Forgotten Boys, tendo trabalhado com vários nomes importantes da música brasileira e mundial. As imagens do vídeo foram gravadas em São Paulo com colaboração de Hugo Sá .


Uma crítica contundente ao fascismo e à incompetência no clipe de XEI & Sons In Black

 Marcelo Moreira

Foi preciso um brasileiro autoexilado em Portugal para fazer uma das canções mais pesadas e contundentes do rock nacional contra o desgoverno fascista que está arruinando a vida deste país infeliz.

"Tonight's Riot" é o novo som do projeto XEI & Sons in Black, capitaneado pelo cantor Alexei Leão, que fez bons trabalhos com a banda de metal Stormental.

Leão é um dos cantores de alta performance e qualidade do metal brasileiro e frequentemente é colocado na mesma prateleira de gente qualificada como Iuri Samson (ex-Hibria), Alex Vorhees (Imago Mortis), Christian Passos (Wizards), entre outros.

Morando atualmente em Portugal, continua ligadíssimo ao que ocorre no Brasil e não gosta do que vê e lê. "Tonight's Riot" é uma canção que foge ao metal tradicional que caracterizou a sua carreira. 

Seu projeto atual, contando com músicos catarinenses, resvala no hard rock, mas está mais para o pop britânico dos anos 80, e agrada em cheio, com guitarras ferozes e teclados bem timbrados e arranjados.

A letra, em inglês, é genérica, bradando contra o conformismo e letargia contra a constante depredação de nossa vida cotidiana, mas é o videoclipe que trata de colocar as coisas nos seus devidos lugares.

Com concepção, criação, direção gráfica e roteiro de Alexei Leão, o vídeo é uma porrada muito forte em Jair Bolsonaro e Donald Trump, com críticas pesadas ao "gado" que os seguem sem pensamento crítico e clamando por medidas fascistas contra a vida inteligente que insiste em desmascarar as farsas de seus governos. Houve o cuidado de, nso cantos inferiores da tela, colocar a letra em inglês e a sua tradução para o português.

É tudo muito simples, mas colocada de forma muito direta e contundente como nenhum artista do rock brasileiro tinha feito até então - exceção feita ao necessário grupo de rock Detonautas Roque Clube.

Se a concepção artística e gráfica é bem simples, a mensagem é forte e bem em consonância ao que momento grave que atinge o Brasil, um país à deriva e sem a menos perspectiva em plena pandemia de covid-19, que continua devastando nosso território a caminho dos 250 mil mortos.


Notas roqueiras: Angra, Child O'Flames, Daniel Siebert...

Angra (FOTO: DIVULGAÇÃO)

- O Angra lançou mais uma música ao vivo gravada no Tom Brasil (SP), em 2018. Desta vez, a faixa escolhida foi “Insania”, composição “Ømni” e que faz parte de uma série de vídeos que o Angra vem lançando em 2021. Assista “Insania”: https://youtu.be/FrsJBqFSXMg

- A banda curitibana Child o' Flames lançou em 2020 o álbum A New Rising, que recebeu grande destaque na imprensa especializada. O material, já disponível nas principais plataformas digitais como Spotify e Deezer, agora também está online na plataforma do YouTube. O trabalho, produzido pela própria banda, conta com 10 faixas autorais, e traz um som moderno e pesado, repleto de influências distintas. Confira no vídeo - https://www.youtube.com/watch?v=oz4O3ZsSnqo

- O vocalista/guitarrista Daniel Siebert lançou "Faith", primeiro single em divulgação ao novo EP. A música traz desde a introdução uma clara referência ao heavy metal, cheio de guitarras em uma pegada forte, rica em riffs e viradas. Os instrumentos adicionais completam esse hino à esperança e convidam o ouvinte a aumentar o volume no máximo! A música está disponível nas plataformas digitais Spotify, iTunes, Deezer, TIDAL e Palco MP3. Escute emSpotify - http://spoti.fi/3cb3oF0

'Holy Land' e 'Roots': o futuro chegou 25 anos atrás no metal nacional

Marcelo Moreira

Fãs de rock pesado brasileiros aceitaram, em certo momento, que bandas nacionais mergulhassem na culturas celta e viking para criar suas músicas, mas torceram o nariz quando elementos folclóricos e ritmos regionais de nosso país foram incorporados por grupos importantes e com carreiras internacionais. 

Basicamente, foi isso o que aconteceu quando o Angra decidiu criar e lançar "Holy Land" em 1996, CD que foi um marco na música brasileira, em especial no rock. 

Era apenas o segundo trabalho de uma banda que tinha cara de supergrupo, e que não economizou na ousadia, seja nas composições, seja no arranjos. 

"Holy Land" primeiro virou cult, depois ganhou o reconhecimento merecido: é considerado um dos grandes momentos do rock brasileiro e se tornou referência em termos de qualidade e de ousadia experimental. 

Curiosamente, quando de seu lançamento, o álbum causou bastante estranheza e demorou a ser compreendido. 

Era uma época onde ainda predominavam radicalismos e preconceitos com qualquer coisa que fosse diferente e fora do padrão – que o digam os integrantes do Metallica, que mudaram bastante quando apostaram na sonoridade do "Black Album" e na "suavidade" dos CDs "Load" e "Reload", que eram quase hard rock. 




Se "Roots", do Sepultura, lançado um mês antes, teve maior condescendência dos fãs por se tratar do maior expoente roqueiro do Brasil no exterior, "Holy Land" foi tratado e analisado com muito mais rigor, e submetido a um escrutínio recheado de preconceito e certa intolerância. 

As duas obras abordavam de maneiras distintas aspectos culturais e musicais do Brasil. O Sepultura apostou nas raízes indígenas e em um trabalho formidável de percussão. 

O Angra, no entanto, foi além ao mesclar diversos ritmos regionais e elementos até então inéditos no rock pesado brasileiro, com a adição de toques de baião, de música regional e arranjos diferentes. Não era somente uma busca obsessiva pelo novo, pelo inédito e pelo ousado. 

"Holy Land" embutia um conceito mais amplo de valorização das origens brasileiras dos integrantes da banda, o que levou o grupo a fazer uma imersão em um processo amplo e detalhado de pesquisas e leituras. 

Por mais que fossem novos e, de certa forma, inexperientes, os cinco músicos não economizaram na ousadia e procuraram um jeito diferente de compor e de criar. A audácia cobrou o seu preço: era uma obra de alta qualidade, mas que embutia muitos riscos. 

A incompreensão inicial talvez tenha sido o aspecto mais cruel de um processo contagiante e que transbordava entusiasmo – e que indiretamente, pode ter contribuído para os problemas que a banda enfrentaria nos três anos seguintes, dentro e fora dos palcos. 

Não existe exemplo melhor no rock brasileiro que ganha reconhecimento tardio e – mais importante ainda -, melhora com o tempo. 

Vinte e cinco anos depois ouvir "Holy Land" e "Roots" ganha um novo colorido, seja pelo simbolismo que carregam, seja pela inovação que exalam. 

Enquanto o álbum do Sepultura deu a impressão de que chegou mais "pronto" ao mercado, com suas ideias diferentes e peso absurdo, o CD do Angra parecia oferecer um enorme quebra-cabeças para induzir o ouvinte a uma viagem sonora intrincada, mas não menos fascinante. 

"Holy Land" deu a impressão, nas primeiras audições, de ter sido oferecida aos fãs como uma obra em construção, que requeria uma atenção e uma disposição maior para a degustação. O todo era importante, mas eram nos detalhes e nos arranjos que o conceito se alicerçava, de certa forma. 




Não é um álbum que surpreende o ouvinte permanentemente, mas o conduzia, a cada audição, a um patamar diferente. O obra do Angra estabeleceu novos parâmetros de produção e de qualidade artística nos estúdios brasileiros (e também no exterior). 

À medida que a compreensão aumentava, ao longo do tempo, mais o álbum se tornava referência para um tipo diferente de som e processo criativo. 

Há 25 anos, Angra e Sepultura davam uma grande lição de como surpreender e ousar em um mercado competitivo e, na época, ainda marcado por preconceitos e radicalismos. 

As duas bandas continuaram o bom trabalho nos anos seguintes, às vezes sem o mesmo brilho e ousadia, mas lançando álbuns interessantes e relevantes. 

 um mercado destroçado e que ainda assusta por conta das incertezas de como será possível continuar fazendo música sem grandes suportes do passado, algumas respostas, de certa forma, parecem vir de exemplos justamente do passado.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Notas roqueiras: Iggor Cavalera, Lara Klaus, Loss...

Iggor Cavalera (FOTO: DIVULGAÇÃO)


- O baterista Iggor Cavalera (ex-Sepultura) acaba de lançar mais uma música da série em seu canal no YouTube, chamada "Beneath the Drums". Os vídeos dissecam grandes momentos de toda sua carreira, onde ele toca músicas e explica os processos de criação. O lançamento da semana é “Sanctuary”, do disco de estreia do Cavalera Conspiracy, Inflikted. A série "Beneath the Drums", criada para mostrar um pouco mais de sua história e música, vem obtendo grande destaque na mídia internacional, sendo destacada nos principais veículos de música especializados. “Sanctuary”, lançada em 2008, é a terceira música a ser abordada por Iggor na série. As anteriores foram “Territory” e “Itsari”, sons marcantes registrados pelo baterista nos anos 90. Entre os projetos musicais atuais de Iggor Cavalera estão o eletrônico MixHell, na ativa desde 2006; o alternativo Soulwax e o mais recente Petbrick, duo industrial em parceria com Wayne Adams, do Big Lad. O último álbum de Iggor com o Cavalera Conspiracy, ao lado de seu irmão Max, é Psychosis, de 2017. Depois, a dupla realizou turnês mundiais celebrando clássicos discos do passado, incluindo shows lotados pelo Brasil. Assista no canal de Iggor Cavalera no YouTube: 
https://www.youtube.com/watch?v=wVraiFc0SFU

- Integrante brasileira do Ladama, grupo que reúne quatro mulheres oriundas de diferentes países das Américas, Lara Klaus anuncia o single "Poeira Estelar" para o dia 5 de Março. O lançamento é uma parceria da artista com o selo americano Six Degrees Records, que também trabalha com artistas como Céu, Cibelle e Lenine. Assista ao teaser do lyric video aqui. A canção, que conta com a participação de sua conterrânea pernambucana Flaira Ferro, é um manifesto de resistência em resposta a todos os sistemas que reprimem a força criativa e a liberdade de expressão. A artista, que iniciou carreira solo em 2018 com o disco Força do Gesto, assina a produção da música, que tem coprodução de Tomaz Alves (Bacurau e Cinema, Aspirinas e Urubus).

- O trio mineiro Loss, formado por Marcelo Loss (vocal e baixo, ex-Concreto), Edu Megale (guitarra, The Mist e D.A.M.) e Teddy Bronsk (bateria, ex-Witchhammer e Concreto) lançou o EP "Let's Go", que está disponível nas plataformas de streaming. O material foi gravado no estúdio Riff, em Belo Horizonte (MG), com mixagem e a masterização a cargo do renomado produtor dinamarquês Tue Madsen (Rob Halford, Meshuggah, Vader, Sick Of It All, Moonspell, Behemoth, Dark Tranquillity e Kataklysm). "Nossa sonoridade remete aos clássicos, com influências de classic rock, stoner, metal, hard rock, mas tudo temperado com muito groove e com referências modernas", descreveu Marcelo Loss. "Let's Go" foi antecipado com o videoclipe da faixa "Burn Inside", que estreou no programa Alto Falante (Rede Minas / TV Brasil) e foi produzido e dirigido pelo videomaker Ed Zimerer. "A 'Burn Inside' foi a primeira música criada pelo Loss durante a pandemia, quando Megale e eu trocamos arquivos online. A letra representa bem o nosso ideal, de um novo recomeço, superando as dificuldades do passado e mantendo a chama acessa, de olho no futuro", explicou o experiente vocalista e baixista. "A mensagem se encaixa perfeitamente nesses tempos sombrios e também com minha trajetória pessoal, pois, após 25 anos de atividades, encerrei as atividades com a banda Concreto", acrescentou o músico, que gravou 4 álbuns completos, 3 EPs e 2 DVDs com o Concreto. Confira o videoclipe de "Burn Inside" em https://youtu.be/D6Z0MQctNqg

'Roots', do Sepultura, faz 25 anos: obra-prima que se agiganta com os anos

Do site Roque Reverso




Este mês de fevereiro marca os 25 anos do álbum "Roots", do Sepultura. Considerado por crítica e público como um dos discos mais importantes da história do heavy metal, o trabalho histórico feito pela banda brasileira virou o estilo de cabeça para baixo por trazer elementos ricos da cultura do Brasil à qualidade musical já conhecida do Sepultura. 

Foi o último disco da formação clássica do Sepultura, já que, no fim do mesmo ano, o vocalista, guitarrista e fundador, Max Cavalera, deixou o grupo. Por este e uma série de detalhes, o aniversário de 20 anos do "Roots" merece ser lembrado por todos os veículos com alguma ligação ao rock n' roll.

A percepção de que "Roots" não é um álbum comum já começou pela belíssima capa do disco e como ela foi criada. 

A imagem do rosto do índio nada mais é do que a reprodução de uma arte que fazia parte de uma nota de 1.000,00 cruzeiros. Elaborada e incrementada por Michael Whelan, a capa conseguiu sintetizar toda a ideia do disco com uma felicidade poucas vezes vista na história da música. 

É bastante discutível dizer que o "Roots" é o melhor disco do Sepultura. Para os fãs de carteirinha da banda ou mesmo do thrash metal que o grupo ajudou a construir, há, por exemplo, os ótimos "Beneath The Remains", "Arise" e "Chaos A.D." para rivalizar. 

"Beneath The Remains" foi praticamente um passaporte para a banda brasileira penetrar no cenário internacional do heavy metal. "Arise" traz o Sepultura com aquela fome dos grupos jovens querendo mostrar para o mundo que são os melhores do universo e colocou a banda no nível dos maiores do thrash metal.

"Chaos A.D." é o disco que traz os músicos mais calejados e com vontade de experimentar e ditar novos rumos ao metal, com o detalhe que foi neste último que as inserções de sons brasileiros começaram a deixar os gringos mais ainda de boca aberta com as músicas. 

Independentemente de ter mais ou menos clássicos que os três discos citados, "Roots" entra na lista de álbuns fundamentais do heavy metal justamente porque traz uma riqueza sonora incrível.

Do som cada vez mais grave vindo das guitarras de Max Cavalera e de Andreas Kisser até a produção grandiosa de Ross Robinson, passando pela mixagem de Andy Wallace e pela decisiva contribuição do baiano Carlinhos Brown com uma série de instrumentos (musicais ou não), tudo neste trabalho mostra sujeitos empenhados em fazer algo que fosse lembrado para sempre pelos seus seguidores.

Notas roqueiras: Föxx Salema, Dona Mag, Sadboots...



- A vocalista Föxx Salema está lançando o vídeo clipe de “Rebel Hearts”, faixa-título de seu debut, lançado em 2019. Entretanto, a música foi inteiramente regravada e o vídeo conta com os teclados de Cléber Magalhães, a guitarra de Matheus Araújo, o baixo de Fabrício Chama e a participação de Alfredo Malagoli na bateria. Contando com a produção do Estúdio Moai em Belo Horizonte/MG, a música ganhou novos arranjos.  Veja em https://www.youtube.com/watch?v=bdW0lBCu_88

- A banda mineira Sadboots está lançando a faixa "Hellhound Waltz", com influências de rock e blues e adiciona elementos. de música clássica e percussões brasileiras em um andamento de valsa. A letra fala de uma das histórias mais conhecidas e assustadoras do blues, a lenda de Robert Johnson. Com a produção de Fábio Mazzeu a música foi gravada em dezembro de 2020 e é um elo entre o EP de estreia Shoeshine e o álbum de estreia, que será lançado em 2021. A capa do single remete aos discos de blues e música clássica das décadas de 30 e 40 e tem fotografia da artista mineira Maria Vaz. O videoclipe, dirigido por Damien Bugemhagem, tem a proposta minimalista e contrapõe caos e ordem. Para o lançamento a banda preparou uma parceria com artistas e empreendedores locais. A cervejaria Incógnita (@cervejaincognita) traz uma edição especial de uma de suas cervejas com a arte do rótulo assinado por Keko Animal (@keko_animal) e o artista Thalles (@dinojr.bh) produziu uma camiseta exclusiva com uma arte original para o single. "Hellhound Waltz" será lançada no dia 10 de março nas plataformas de streaming.

- A banda curitibana Dona Mag lançou esta semana uma releitura acústica da música “Do Sujo Ao Correto”, uma das mais reconhecidas de seu repertório. A versão da canção está disponível exclusivamente no canal do YouTube do quarteto rock’n’roll. Ouça em https://www.youtube.com/watch?v=MqgATKUpT5o. Do sonho em comum entre quatro amigos de serem rock stars, surgiu a Dona Mag, uma banda de Curitiba de rock’n’roll, nascida em 2002. O projeto tomou forma e amadureceu. Atualmente, o grupo é formado por Rui Ventura (vocal), Osíris de Mico (guitarra), Alex Magrão (baixo) e Camilo Parizotto (bateria). O primeiro álbum da banda, Magna Carta, conta com 10 faixas autorais, incluindo os sucessos “Litro de Rum” e “Do Sujo ao Correto”, com alta rotatividade nas grandes rádios de Curitiba e região. Outro destaque do trabalho é “Depois de Amanhã”, música que possui videoclipe no YouTube. Em seu repertório ao vivo, a banda também apresenta tributos a grandes nomes do rock nacional e internacional, como Bon Jovi, Deep Purple, Judas Priest, Ramones, Kiss, Metallica, Raimundos, Matanza, entre tantos outros.

Ego Kill Talent encerra trilogia com EP que trilha o álbum conceitual

 Marcelo Moreira

Ego Kill Talent (FOTO:DIVULGAÇÃO)

No capítulo "Gente que Trabalhou e Criou Muito na Pandemia", a banda paulista Ego Kill Talent foi uma das que liderou o quesito. Profundamente afetada pela devastadora covid-19, perdeu oportunidades de turnês internacionais importantes com grandes nomes do rock e teve de reavaliar métodos de trabalho e cronograma de lançamentos.

E eis então que o grupo ressurge com a terceira parte da trilogia "The Dance Between Extremes" - projeto registrado na Califórnia, nos Estados Unidos, no estúdio 606, da banda Foo Fighters. São três EPs que dão forma a um álbum completo, uma forma diferente de divulgação.

Com o primeiro EP da tríade lançado em junho de 2020, o disco tenta aliar músicas à inovação audiovisual e criação de personagens com narrativas bem definidas. Álbum conceitual? Não é um termo que agrada a banda, mão dá para ignorar totalmente esse "conceito".

Em conversa com o Combate Rock no ano passado, guitarrista e baixista Theo Van der Loo já adiantava essa nova forma de trabalhar da banda e exalava otimismo em relação ao que estava por vir.

"Trabalhamos bastante para manter as conquistas recentes e certamente os próximos trabalhos serão reflexo do que vivenciamos neste período. Em nenhum momento paramos de criar e trabalhar e muita coisa está nas novas canções. Se pensarmos em álbum, será o nosso segundo e estamos bem satisfeitos com o material", afirmou o músico.

Composto pelas inéditas “Starving Drones (A Dinner Talk)”, “Our Song”, “Diamonds and Landmines”, “Beautiful” e “The Reason”, o último EP da trilogia propõe uma imersão no imaginário do álbum, impulsionada pelas histórias fictícias desenvolvidas pelos integrantes.

“A Grace [protagonista desta produção] é filha do Tommy, protagonista do vídeo de ‘The Call’” (assista aqui), conta o vocalista Jonathan Dörr, que, ao lado de Theo Van Der Loo (baixo e guitarra), Jean Dolabella (bateria e guitarra), Raphael Miranda (bateria, baixo e guitarra) e Niper Boaventura (guitarra e baixo), integra o conjunto conhecido por trocar de instrumentos durante os shows. “Deliverance” (assista aqui) é o videoclipe que dá suporte ao novo EP.

A música do conjunto envereda por hard rock que usualmente é rotulado como "alternative rock" nos Estados Unidos. Contando com músicos experientes, chamou a atenção de muitos empresários e promotores de shows internacionais, o que colocou a banda em outro patamar, a ponto de abrir apresentações do Metallica quando ainda vivíamos em um mundo normal.

Com apoio de profissionais de alto calibre em todas as fases de seu trabalho, principalmente na administração da carreira, a banda atraiu comentários maldosos a respeito do que estrá sendo considerado um "suposto sucesso turbinado por muita grana". 

As maldades chegaram até a uma comparação cheia de veneno com a banda Malta, outra vítima da inveja alheia e que teve de reconstruir a sua imagem por conta de algumas decisões polêmicas e trocas de integrantes.

Theo Van der Loo prefere sempre olhar para frente e para as inúmeras oportunidades a serem conquistadas. "O trabalho aumenta em tempos de pandemia, pois precisamos nos desdobrar para manter tudo funcionando sem fazer shows. Nunca foi foi fácil e nem será, e quem trabalha neste meio, no Brasil, sabe disso."

terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Notas roqueiras: Pressive, Inanimalia, Insanidade...

Pressive (FOTO: DIVULGAÇÃO)

- Os mexicanos do Pressive têm uma trajetória de mais de quinze anos, trazendo cinco álbuns na bagagem. Sendo assim, a banda não é novidade da cena pesada no país de Zapata. Porém o grupo formado por Charly Felix (baixo e sintetizadores), Jos Alejandre (vocal), Andres Prats (bateria), Lorenzo Prats (guitarra) e Carlos Mendez (guitarra) mostram no novo disco uma sonoridade mais leve e até dançante. "Dissesion", a ser lançado nas plataformas digitais no segundo semestre, evidencia a maturidade que o quinteto atingiu ao buscar novas experimentações que incluem sintetizadores, pianos, violoncelos e violinos. Mas isso não significa que o peso do death ou new metal característicos dos caras não esteja lá. Em entrevista à Roadie Crew o baixista Charly Felix disse que "Dissesion" foi uma catapulta para o grupo. "Foi o qual experimentamos mais sons, mesmo aqueles que poderiam ser um pouco fora do nosso gênero. Mas éramos simplesmente nós experimentando com nossa equipe. Acho que é o nosso melhor álbum, além de ser o que abriu as portas para podermos ir pela primeira vez à Europa, Canadá e Estados Unidos. Desde então, a banda trabalhou mais que nunca". Por enquanto o Pressive lançou dois singles do novo trabalho: "Nightmare" e "Veinte Veinte". Felix atestou que "Nightmare" é a realização de um sonho. "Para esta música contamos com a produção do texano Robie Joyner, que nos ajudou muito a experimentar ainda mais dentro dos nossos próprios sons. Ela me enche de orgulho, pois quando ouço sinto que representa tudo aquilo que queremos dizer. É a única música do "Dissesion" em inglês, pois as outras serão em espanhol, já que queremos chegar mais longe na América Latina". (Colaboração de Nelson Souza Lima). 

Ouça o novo single do Pressive: https://open.spotify.com/album/07JpP5MZV6wuVSdyBQlyTlVeja o clipe de Nightmare: https://www.youtube.com/watch?v=H2ODrwlbtXU

- A sétima edição do festival online “Stay Home” organizada pelo programa Metal Com Batata, será oficialmente transmitido no dia 25 de janeiro às 21h. Nesta edição várias grandes bandas estão confirmadas como atrações e muito peso, técnica e metal, estão garantidos como atrações para os fãs do estilo. Uma das bandas responsáveis por apresentar excelentes trabalhos no ano de 2020, o Inanimalia é uma das atrações confirmadas para o festival e em um vídeo ao estilo “Quarantine Sessiosn”, irá mostrar aos telespectadores toda sua força e brutalidade, concedendo ao grupo, o destaque como uma das melhores bandas de Death Metal da atualidade no país. Assista pelo link https://www.youtube.com/channel/UCSyznur7yhUilZP_Dwwjzlw

- Foi lançado nesse último final de semana o novo videoclipe da banda punk Insanidade para a música “Destroy Rock n’ Roll”. A canção faz parte do novo álbum da banda, “High Speed”, lançado no começo desse ano, e que se encontra disponível nas principais plataformas de streaming. Confira abaixo o vídeo de “Destroy Rock n’ Roll” - https://youtu.be/nGyTOOEe0Mk

Bon Jovi lança clipe da música ‘Story of Love’

 Do site Roque Reverso

Bon Jovi (FOTO: DIVULGAÇÃO)


O Bon Jovi lançou na quinta-feira, 18 de fevereiro, o clipe da música “Story Of Love”. É mais uma faixa do disco que o veterano grupo norte-americano trouxe aos fãs em outubro de 2020.

Denominado “Bon Jovi 2020”, o álbum do Bon Jovi seria lançado oficialmente no dia 15 de maio. Entretanto, a pandemia do novo coronavírus atrasou o lançamento.

Antes do clipe de “Story Of Love”, o Bon Jovi já havia trazido outros vídeos, como os das faixas “Limitless” e “Do What You Can”, este último retratando a pandemia e o cenário de isolamento social que afetou o planeta no ano passado.

A faixa “American Reckoning” também ganhou um lyric video antes do lançamento do disco.

A produção do álbum “Bon Jovi 2020” é da dupla John Shanks e Jon Bon Jovi, que vem sendo a responsável pelos discos mais recentes da banda.

O novo trabalho é 15º disco de estúdio do Bon Jovi e ainda o segundo sem qualquer contribuição do guitarrista Richie Sambora, que saiu do grupo em 2013.

“Bon Jovi 2020” sucedeu o álbum “This House Is Not For Sale”, que foi lançado em 2016, gerou vários clipes e contou com boa repercussão dos fãs.