quinta-feira, 1 de abril de 2021

Pandemia derruba mais uma casa de shows: antigo Credicard Hall vai fechar

 Marcelo Moreira

Fachada do antigo Credicard Hall, que já foi Citibank Hall e estava com Unimed Hall (FOTO: REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO)


Os rumores circulavam por mais de mês e a confirmação, finalmente, aconteceu. A maior casa de shows de São Paulo dotada de assentos fechou as portas. O Unimed Hall, que já foi Citibank Hall e foi conhecida por mais tempo por Credicard hall, na zona sul de São Paulo, fechou as portas.

Em comunicado sentimental, a proprietária, a empresa T4Fun, informa que os altíssimos custos mensais em tempos de pandemia, com a proibição de shows e eventos desde março de 2020, inviabilizou a continuidade das atividades.

Desfecho esperado, infelizmente. Casa zona sul de São Pau de shows das mais imponentes, ainda que meio fora de mão, o antigo Credicard Hall recebeu shows fantásticos de bandas de rock de todos os tipos, e era uma casa requisitada para shows considerados especiais de astros do sertanejo e da MPB.

Das bandas gigantes, foram memoráveis os shows de Dream Theater, Judas Priest (com Tim Owens e Rob Halford), Jethro Tull, Heaven and Hell e muitos e muitos outros. 

Espaço das Américas, Espaço Victory e Santana Hall até abrigam mais pessoas, mas em pé, já que suas pistas são grandes. No esquema de teatro, com assentos, o Credicard Hall era o maior da cidade de São Paulo, embora nos últimos anos tenha ficado inviável para bandas de porte médio.

Com o desaparecimento dessa importante casa de shows, restam poucas opções com conforto na cidade. Além das já citadas, tem o Carioca Club, atualmente o mais requisitado por causa do preço mais em conta - embora acomode apenas 2,5 mil pessoas em pé - e o Tom Brasil, pertinho do ex-Credicard Hall, na zona sul de São Paulo, que mal acomoda 2 mil pessoas em pé.

Ainda que fora de mão, a casa se tornou um endereço dos mais cultuados na cidade e revitalizou o comércio em uma área antes residencial e, depois, destinada a galpões de armazenamento.

Eram lendárias as enormes filas de carros napista local da Marginal do rio Pinheiros para entrar no estacionamento, incomodando os hóspedes ricos do vizinho hotel Transamérica.

E a luta pra achar um bar minimamente decente pra comer algo tomar cerveja gelada sem ter de recorrer aos ambulantes que enfiavam a faca nos preços?

E a dureza de ter de caminhar alguns quilômetros pela avenida João Dias para encontrar algum tipo de transporte público nas avenidas Santo Amaro ou Adolfo Pinheiro?

Credicard Hall fez parte da vida de shows de toda uma geração de roqueiros e apreciadores de música. Som bom, ótimo campo de visão e infraestrutura de casa de primeiro mundo. Fará muita, mas muita falta para uma cidade carente de boas opções de tamanho médio.


Um comentário:

  1. A matéria é boa, mas com certeza tinha coisa muito melhor pra citar que já passou naquele palco do que Dream Theater

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