segunda-feira, 31 de maio de 2021

Notas roqueiras: Dr. Sin, Facing Death, Discordex...

Dr. Sin (FOTO: DIVULGAÇÃO)

- O Dr. Sin lançou o single inédito “Never Go Down”, com produção musical de Rodrigo Oliveira e Andria Busic, repetindo a fórmula de sucesso do álbum que marcou o retorno do grupo às atividades, "Back Home Again". O videoclipe para a canção foi registrado por Du Firmo, com edição de Rodrigo Barth. Videoclipe de “Never Go Down”: https://youtu.be/4K9_xRw0t1c. O baterista do grupo, Ivan Busic, comenta: “A música chega com uma energia única e renovadora, com uma sonoridade pesadíssima e melódica que vai cativar a galera e mostrar que o rock está mais vivo que nunca e que nada pode derrubar quem tem paixão e foco.” O single foi produzido por Rodrigo Oliveira e Andria Busic no Dharma Estúdio, e celebra os trinta anos da vitoriosa carreira do trio. A formação atual do conjunto é Andria Busic (vocal principal e baixo), Thiago Melo (guitarra e vocal) e Ivan Busic (bateria e vocal). O mais recente álbum do grupo, Back Home Again foi lançado em 2019 no mercado nacional pela Shinigami Records. O lançamento internacional aconteceu em 2021, pela gravadora italiana Valery Record.

- A banda Facing Death lançou em todas plataformas de streaming o single "Plágio". A segunda música de trabalho de "7 Vidas", o novo disco do grupo que será lançado ainda no primeiro semestre de 2021, via Clichê Records. Formado na cidade de Jundiaí (SP), o trio é composto por Flávio Almeida (vocal e guitarra), Fabrício Briti (baixo) e Diego Santos (bateria). A sonoridade do Facing Death passeia pelo punk/hardcore, com passagens de heavy metal setentista, rock alternativo e com claras influências do rock suéco de bandas como The Hellacopters e The Hives. Em Plágio, a banda expõe a descrença em se fazer música autoral, fazendo uma crítica aos que não acreditam na arte e na cultura, que estão sempre julgando o trabalho dos artistas locais. Cria do underground, a banda coloca em palavras firmes a expressão de insatisfação com comparações que são atribuídas as bandas e artistas pequenos no Brasil.

- A banda Discordex lançou, em todas as plataformas de streaming, o single "O Que Sobrou de Paz", via Clichê Records. Formado na cidade de Itupeva (SP) no final de 2016, o quarteto é composto por Rodrigo Santos (vocal), Adriano (baixo), André Felipe (guitarra) e Gustavo (bateria). A sonoridade do Discordex passeia desde Millencolin, Rancid e Chuva Negra a Fugazi e Title Fight. Em seu novo single O Que Sobrou de Paz, a banda dá um tom pessimista em meio ao caos. Com letras recheadas de contextualizações cotidianas, a banda segue ativa produzindo seu material e a partir de agora, lançando o seu trabalho via Clichê Records.

Metallica doa US$ 1,6 milhão a instituições de ensino

  Do site Roque Reverso


Bastante atuante durante a pandemia na ajuda aos que mais precisam, o Metallica anunciou a doação de US$ 1,6 milhão (algo em torno de R$ 8,5 milhões) para instituições de ensino nos Estados Unidos. A ação faz parte da ampliação do programa Metallica Scholars, que já está no terceiro ano de existência.

O programa Metallica Scholars é uma parceira da banda, por meio da instituição All Within My Hands, com a Associação Americana de Faculdades Comunitárias (AACC), que representa as mais de 1.000 faculdades comunitárias dos EUA.

A iniciativa fornece suporte direto a faculdades comunitárias para aprimorar sua carreira e programas de educação técnica. Esses programas fornecem habilidades e serviços para alunos que desejam entrar em um comércio tradicional ou outro programa de aprendizado aplicado.

Em 2020, em plena pandemia e em um cenário repleto de incertezas, o Metallica Scholars superou as expectativas, levando a fundação a expandir o programa nacional de 15 faculdades comunitárias (tudo começou com 10 unidades em 2019) para 23 agora em 2021.

Em comunicado à imprensa, o vocalista e guitarrista do Metallica, James Hetfield, afirmou que tem sido “maravilhoso” ver o programa continuar a “crescer e gerar frutos”. “Eu fico muito grato ao saber daqueles que se beneficiam da nossa ajuda. Ouvir as suas histórias de dúvidas para direcionamento. Daqueles que conseguiram ir atrás de educação adicional e conseguiram empregos de valor por causa dela”, afirmou. “Isso nos deu confiança de que estamos fazendo a coisa certa e nos inspirou para fazer ainda mais.”

Fundada em 2017, bem antes da pandemia, a instituição do Metallica denominada All Within My Hands foi criada pelo grupo com o intuito de criar comunidades sustentáveis para atacar os problemas de fome e educação, encorajando o voluntariado.

Desde então, a banda norte-americana de thrash metal passou a promover ações de arrecadação de fundos em shows, lives, eventos beneficentes e lançamentos musicais, entre outras iniciativas, para que o instituto alcance o objetivo.

Durante a pandemia, o Metallica realizou diversas doações financeiras para ajudar no combate à covid-19. Até julho do ano passado, essas doações já haviam passado de R$ 3,5 milhões. Estas doações relacionadas ao novo coronavírus não ficaram restritas ao território norte-americano e foram enviadas para várias partes do mundo.

 

Notas roqueiras: PJ, Jota Quest, Antonio Villeroy, No Gabiru...



- Diante da impossibilidade de cair na estrada com sua banda Jota Quest durante a pandemia, o baixista PJ, considerado um dos melhores músicos do Brasil, não se deixou abater e decidiu empreender em algo diferente. PJ desengavetou uma ideia que estava guardada há tempos: criar uma empresa de merchandising de artistas nacionais. A iniciativa promete agitar o mercado musical, visto que esse é um setor pouco explorado no Brasil, diferente do que acontece nos Estados Unidos e Europa. Depois de fechar licenciamento com mais de 30 artistas, e ntre eles Nando Reis, Paralamas do Sucesso, Carlinhos Brown, Raimundos, Pepeu Gomes, Black Pantera, Kiko Loureiro e Samuel Rosa, a empresa lançou hoje (10) a primeira coleção. As T-shirts, com estampas inéditas e exclusivas, já estão disponíveis através do site da Paranoid Music Store.

- Em comemoração aos 40 anos de carreira, que se completam em 2021, Antonio Villeroy resgata a gravação ao vivo de um show realizado em 1998 no Brasil Festival, na cidade de Sanary sur mer, no sul da França. Acompanhado por uma superbanda, com uma plateia de cerca de 10 mil pessoas, Villeroy desfiou um repertório de nove canções autorais com letras em português, francês e inglês, além de uma releitura de "Presente Cotidiano", de Luiz Melodia. Além de atuar como artista, Antonio foi idealizador e produtor do Brasil Festival de 1996 a 2006, em parceria com a associação francesa Sud a Sul, a prefeitura da cidade e, em nos anos de 1998 e 1999 com a Opinião Produtora de Porto Alegre. O festival acontecia à beira do Mar Mediterrâneo e, durante sua existência, contou com nomes da linha de frente da MPB, como Ana Carolina, Chico Cesar, Daniela Mércury, Elba Ramalho, Fernanda Abreu, Gilberto Gil, Jorge Benjor, Lenine, Marcelo D2, Milton Nascimento, Olodum, Paralamas do Sucesso e Skank, entre inúmeros outros artistas. O registro fonográfico de Antonio Villeroy no festival de 1998 é inédito até hoje, e o seu lançamento faz parte de uma série de ações que o artista programou para esse ano, que ainda inclui 2 DVDs gravados ao vivo, Gravidade do Amor (2016), Luz Acesa (2020), e um álbum de canções inéditas a ser lançado em novembro. O álbum será lançado pelo selo do artista, PIC Music, com distribuição da agregadora Nikita, apenas nas plataformas digitais, sem previsão de produto físico.

- O projeto punk No Gabiru lança o seu primeiro EP, "Vai Ser pra Sempre" já está nas plataformas de streaming. O trabalho, por enquanto, é um um projeto solo de Thiago Ferraz e conta com quatro faixas e tem forte influência de bandas como CPM 22, Charlie Brown Jr., Houdini, Blink 182, Green Day e Nirvana. O disco foi gravado no Substudios, na Zona Leste de São Paulo, e produzido por Gabriel Foloni. Thiago assina as vozes e guitarras, e Gabriel Foloni bateria e baixo do projeto. O disco varia entre o punk rock, o pop punk e o hardcore melódico, com faixas que abordam reveses da vida, materializando em alguém todas as frustrações. O título "Vai Ser pra Sempre" é uma referência ao refrão de uma das músicas mais fortes do EP, "Tacos e Plantas". Simples e sincera, essa frase é sobre a esperança que uma pessoa tem de ficar pra sempre com outra. Escute em linktr.ee/nogabiru e 
https://open.spotify.com/album/02hg8x4GEl9ixVwv2iywuC?si=voMrY7EoRCybh2lpzh5bhA&utm_source=copy-link

- O guitarrista mineiro Beto Lani acaba de lançar uma versão acústica para a faixa “Bright and Shiny Surface”, já disponível em todas as plataformas digitais. A música é muito especial para o músico, pois trata-se de seu primeiro single, lançado originalmente em 2019 e que também parte do debut “Chaotic Frame of Mind”. “Bright and Shiny Surface” antecede o lançamento do novo single, “Leave Me Alone”, que será lançado no dia 18 de junho. Escute em https://open.spotify.com/track/2AZcM4mKJkuB6wghjuEcxG

Shows com público continuarão sendo um sonho bem distante

Marcelo Moreira



O desespero costuma espantar a sensatez. É compreensível, mas raramente justificável. Da mesma forma que os extremistas de direita fascistas que apoiam a excrescência que está na Presidência da República, muita gente boa e inteligente derrapa feio ao usar as manifestações de 29 de maio para bradar contras as medidas de isolamento social e restrição de movimento.

Descontando-se a má-fé, o mau caratismo e a deformação ética, tais "protestos" são um equívoco gigantesco que esbarra na indigência intelectual. 

A pandemia não acabou e o distanciamento social ainda é necessário e deveria ser mais rigoroso, com punições exemplares, a começar pela excrescência presidencial.

Como não há rigor e o bom senso foi escanteado, as aglomerações de 29 de maio pelo país foram necessárias para diminuir o espaço dos fascistas diante do desespero bolsonada diante do esfarelamento de seu inexistente governo, sem que isso signifique, necessariamente, que ele esteja na lona, totalmente derrotado.

O tamanho das manifestações é um alento para quem ainda sonha com um derretimento ainda maior do bolsonarismo até a inanição completa, algo que, infelizmente, parece improvável neste momento, por mais que a rejeição seja enorme.

Já era mais do que esperado que a indigência intelectual dos fascistas os levasse a apontar a "contradição" da "esquerda" em pregar o distanciamento social e as medidas de restrição ao mesmo tempo em que chamava para as manifestações - como se o "Fora, Bolsonaro" fosse um monopólio das esquerdas, e não algo suprapartidário, o que é na realidade.

Esse discurso estúpido está sendo apropriado por muita gente que não é burra,mas que, levada pelo desespero da fata de trabalho e renda, embarca na canoa furada "economia não pode parar".

Não foram poucos os músicos que reivindicaram neste domingo (30) a reabertura imediata de casas de shows, bares e restaurantes para apresentações presencial com 100% (!!!!!!) de lotação.

Para esses tontos, muitos antifascistas e anti-Bolsonada, não há mais sentido em manter restrições de funcionamento de comércio e de movimentação quando até a "esquerda" aderiu a manifestações sem o menor distanciamento social.

Claro que essa seria uma enorme fragilidade a respeito das manifestações de 29 de maio. Seria um risco calculado, mas necessário diante das necessidades e oportunidades políticas do momento.

Mesmo dando margem a reivindicações estapafúrdias, as manifestações anti-Bolsonada foram satisfatórias e atingiram os objetivos. suas lideranças continuam pregando o isolamento social, as restrições de movimento e até mesmo fechamentos quase totais, como ocorre em cidades do interior paulista. 

Vamos lembrar: estamos \ás portas da terceira onda de contaminações de covid-19 e a ocupação de leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) em muitos lugares do país está em 100%, como em Curitiba e outras cidades paranaenses, o que significa colapso total na saúde.

No interior de São Paulo há lugares com 95% de ocupação, assim como em Minas Gerais. A barreira dos 460 mil mortos foi ultrapassada e mesmo assim governadores irresponsáveis, como o de São Paulo, flexibilizaram as restrições em, abril e maio, provocando nova onda de internações.

Diante desse caos sanitário e de ocupação de leitos, é uma insanidade e uma falta de respeito pedir a reabertura das casas de shows, de bares e de restaurantes. 

Sem vacinação em massa e sem controle completo do contágio, a última coisa com que devemos nos preocupar é com a volta de espetáculos presenciais, sejam shows, peças de teatro, exposições ou eventos esportivos.

Nenhum desespero justifica esse tipo de reivindicação. São 2,4 mil mortos diariamente pela covid-19, ma tragédia inigualável sob qualquer aspecto. Não é só insensibilidade e falta de empatia: chega a ser criminoso qualquer neste sentido.

Diante da inoperância, incompetência e sabotagem do governo federal negacionista e medieval, não é possível fazer qualquer previsão a respeito de quando, e se, haverá condições para a volta de shows com público. A ciência, por enquanto, só consegue vaticinar que ainda teremos longos e mortíferos meses pela frente.

O desespero não comportas a paciência, e podemos pedir muita coisa aos desesperados, menos paciência, mas é o que tem de ser feito. Cultura, entretenimento e artes, infelizmente, continuarao no final da fila.

domingo, 30 de maio de 2021

Notas roqueiras: Rafael Bittencourt, Paulinho Araújo, Chal...









- Rafael Bittencourt & O Exército da Esperança lançam single e vídeo de "Dar As Mãos" com participação de nomes Iimportantes da música brasileira. Dentre os convidados estão MC Guimê, Carlinhos Brown, Toni Garrido, Alírio Netto, Luana Camarah, Livia Soares, Família Lima e outros. O guitarrista e vocalista Rafael Bittencourt, do Angra, fez uma parceria com gravadora Atração para lançar o vídeo e o single “Dar As Mãos”. Encorajado por vários artistas e produtores, Bittencourt gravou sua música inédita diante de tudo o que a humanidade está vivendo devido a pandemia mundial do COVID. O rapper MC Guimê escreveu versos em hip hop para trazer ainda mais intensidade e verdade à canção. Desta maneira, a forte mensagem contida em “Dar As Mãos” permanece atual e necessária. Assista ao vídeo de "Dar As Mãos": https://youtu.be/8oEtN5-dirc

- "Arrudeia", que dá nome ao segundo disco da carreira do sergipano Paulinho Araújo, é um convite-manifesto para que as pessoas pensem sobre o significado da dualidade que a própria existência carrega. Ouça aqui: https://ditto.fm/arrudeia. Contém 12 faixas, sendo duas poesias e 10 músicas, que carregam a pluralidade da música raiz do Sergipe e ritmos que vão da nova MPB até a World Music, passando por samba, forró, cumbia e afrobeat. Quem assina a produção musical é o jovem pianista multi-instrumentista Rafael Ramos, da banda conterrânea The Baggios.

- Como uma grande e gentil árvore que observa preocupada o concreto e as máquinas tomar espaço do verde dos campos, sem qualquer permissão e respeito, o músico goiano de rock rural Chal pondera a felicidade por um instante em ‘Sinto Muito’, canção inédita – remanescente do disco indicado ao Grammy Latino ‘O céu sobre a cabeça – que chega às plataformas digitais via Toca Discos. Ouça aqui: https://links.altafonte.com/sintomuito_. ‘Sinto Muito’, produzida por Felipe Rodarte na Toca do Bandido (‘casa’ de Chal desde 2010), é uma reflexão sóbria e poética sobre a aspereza de um Brasil mal ajustado, cambaleante entre sua pluralidade e riquezas, não raramente sufocadas pelo retrocesso. Nesta canção, Chal aposta na cadência do violão folk rock e órgãos psicodélicos ao fundo. As expressivas vocalizações de seu canto potente tem desde o lamento do blues até a carga emotiva do cancioneiro popular brasileiro. Uma música em que cada palavra importa e escancara uma urgência por tempos melhores.

O rock pela vida e contra a depredação institucional dá as caras no 29 de maio

 Marcelo Moreira



Da resignação à indignação, as manifestações contra o nefasto presidente da República incomodaram os isentões de plantão, representados pelos incapazes de reconhecer o período de trevas em que vivemos e a ascensão ao poder de gente que pretende depredar a democracia e as liberdades civis e individuais.

O povo foi "repreendido" por alguns por sair de casa em plena pandemia para se manifestar contra a derrocada em direção à morte, como se isso não tivesse ocorrido quando o bando de estúpidos apoiadores de genocídio e de um governo criminoso saiu às ruas semanas atrás.

E, curiosamente, para nosso orgulho, o rock finalmente saiu da letargia para combater os resignados de sempre que ficaram indignadinhos por conta das estrondosas manifestações do dia 29 de maio. Não foram as maiores de todos os tempos nem as mais ruidosas, mas foram as mais emblemáticas pós-impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Por conta das coincidências da vida, as manifestações ocorreram na semana em que o mundo conheceu a contundente ópera-rock "Pandemia", da banda carioca Dorsal Atlântica, uma dolorosa analogia com os tempos obscuros e de retrocesso em que vivemos.

Enquanto há gente que busca alguma centelha de otimismo, como o guitarrista Rafael Bittencourt, do Angra, que lançou a canção "Dar as Mãos" com o Exército da Esperança", o protesto corre solto com a recuperação de canções pesadíssimas e emblemáticas dos projetos Revolta e Lockdown, ambos com João Gordo, do Ratos de Porão.

E o Korzus, que colocou na praça a música "You Can't Stop Me", que está sendo usada por muita gente como inspiração para sobreviver aos tempos difíceis e se manifestar contra a destruição institucional da democracia?

Nem mesmo os odiosos ataques de policiais militares pernambucanos contra manifestantes em Recife foi capaz de estragar o clima de união contra o fascismo deste dia 29 de maio. 

Sim, os ataques de uma força policial repressora que atuou como uma milícia são um recado perigoso de que os fascistas e autoritários extremistas não aceitarão as contestações ao descalabro político-administrativo promovido pelo mundo podre bolsonada. 

Só que o recado das ruas e dos manifestantes foi mais contundente do que nunca, colocando o extremistas de direita contra a parede e asfixiando ainda mais a política destrutiva de Bolsonaro e sua gente predatória.

O rock mostra a cara e avança para a vanguarda da luta contra o governo incompetente e lesivo. É esfuziante e recompensador ver Clemente Nascimento, guitarrista dos Inocentes e da Plebe Rude, todo orgulhoso na avenida Paulista desfilando ao lado das forças democráticas.

Por outro lado, é bacana constatar que há vozes sugerindo esperança e otimismo além de Rafael Bittencourt. Em seu novo single, "Never Go Down", o Dr. Sin sugere que tenhamos força para seguir em frente e levantar depois das quedas. 

O Armored Dawn, por sua vez, celebra a força da união das pessoas querem avançar e construir algo novo em "Stronger Together". São contrapesos relevantes para as canções de denúncia e de protesto.

Claro que não é suficiente repisar e bater na mesma tecla dos desmandos do bolsonarismo. A sociedade precisa ir além para neutralizar e destruir essa chusma extremista que empesteia a nossa sociedade. Mas é revigorante e saboroso observar que o rock nacional está saindo da letargia e sendo mais expressivo e contundente na luta contra as trevas que tomam conta dos nossos dias.

Clube Big Beatles, um tributo estrelado, lança álbum com convidados

 Nelson Souza Lima - especial para o Combate Rock

Clube Big Beatles (FOTO: DIVULGAÇÃO)


Estamos nos aproximando do mês do rock e então vamos celebrar. E quando o assunto é o gênero mais tocado do planeta não dá para deixar de fora os Beatles. Apesar da banda ter acabado há mais de cinquenta anos os Fab Four ainda despertam paixão em gerações de fãs. 

John, Paul, George e Ringo são ícones da música deixando um legado que mudou a cultura pop. O quarteto já recebeu inúmeras homenagens em coletâneas, biografias, musicais, filmes e, acima de tudo, bandas tributo. Aqui no Brasil um dos melhores tributos aos Fab Four vem de Vitória (ES).

 O Clube Big Beatles se dedica há 30 anos a reproduzir toda obra beatleniana com arranjos de prima e personalidade, dando uma cara própria às canções dos rapazes de Liverpool. 

Recordistas brasileiros em participações no International Beatle Week, o Festival dos Beatles de Liverpool, os capixabas integram o Hall da Fama do evento desde 2008. Em seu quarto álbum, disponível apenas nas plataformas digitais, os capixabas mostram um trabalho elaborado e ao mesmo tempo ousado que levou dez anos pra ser concluído.

"Clube Big Beatles e Seus Sócios" traz treze canções as quais transitam por todas as fases do grupo inglês que integraram discos clássicos como "Help", "Revolver", "Rubber Soul", "Sgt. Pepper's Lonely Heart's Club Band", "White Album", "Abbey Road" e "Let It Be". Entre os convidados estão Edgar Scandurra (While My Guitar Gently Weeps), Andreas Kisser (Get Back), Dado Villa-Lobos (Ticket To Ride), Armandinho Macedo (Something), Flávio Venturini (The Long And Winding Road) e Ivan Lins (Eleanor Rigby). 

Notas roqueiras: Parallèles, Gabs Marco, Paulo Novaes...


- A banda de garage paulista Parallèles, formada por Andreia Crispim no baixo, Tatiana Sanson no teclado, Paula Villas na guitarra e Carol Caliman na bateri,a faz mais um lançamento, dessa vez de seu novo single “Não Tem”, resultado da parceria com o selo Maxilar e Gabriel Thomaz (Autoramas). Com sonoridade única registrada em gravador analógico no Estúdio Caffeine, a canção teve produção de Luis Tissot (The Diggers/Thee Dirty Rats) e faz parte do material inédito da banda. O single está disponível em todas as plataformas de streaming, distribuído pela Ditto Music.

- Em uma viagem ao saudoso rock'n'roll dos anos 90, o músico anglo-brasileiro Gabs Marco lança o single "Crystals", que está disponível em todas as plataformas digitais, e em breve ganhará videoclipe. Uma música que transmite leveza e poder em tempos difíceis. "Gravada e produzida em quatro lugares diferentes, 'Crystals' descreve a sensação de que todo o futuro já foi escrito e se repete. Todos têm sua própria bola de cristal e as vezes acessam isso", explica Gabs Marco. Riffs de guitarra poderosos com excelente nível de distorção em um estilo livre com influências do grunge, funk rock e psicodélico, "Crystals" é uma música feita de sensações para transmitir sentimentos.

- Sucessor de "Esfera" (2016) e "Baú do Coração" (2018), "Minha Cabeça" (2021 / Olga Music) é o terceiro disco do compositor, cantor e instrumentista Paulo Novaes. Gravado entre Brasil e Portugal, país onde Paulo viveu de 2018 até meados de 2020, Minha Cabeça conta com grandes participações, como o português Tiago Nacarato e os brasileiros Rubel, Anavitória e Leo Middea.

Emerson e Lake tentaram voltar sem Palmer e com Powell há 35 anos


Marcelo Moreira
Keith Merson, Greg Lake e Cozy Powell em 1986 (FOTO: DIVULGAÇÃO)

São raros os artistas que percebem a situação de esgotamento criativo e admitem que passam por tal problema. E mais raros ainda aqueles que tomam decisões radicais para mudar.

O tecladista inglês Keith Emerson teve essa sabedoria e reuniu coragem para convencer os colegas Greg Lake (baixo e vocal) e Carl Palmer (bateria) a encerrar o trio Emerson, Lake and Palmer no fim do auge da trajetória do grupo em 1980.

Quando houve a volta, seis anos depois, os fãs foram surpreendidos. O ELP voltava à ativa, mas o P não era Palmer, mas um certo senhor Powell – Cozy Powell, um dos melhores bateristas da história do rock, um substituto à altura para a lenda Carl Palmer.

E o trio virou Emerson, Lake and Powell, que lançou apenas um trabalho, em 1986. No entanto, o acordo mesmo ocorreu um ano antes, quando os ensaios começaram na Inglaterra, há 35 anos.

 

E surge um grande P como opção

Na época em Keith Emerson reunia forças para ao menos discutir a separação ou eventual hiato prolongado do trio, em 1980, Lake e Palmer tinham a mesma impressão, mas cada um deles estava reticente em abrir o jogo com os colegas, com medo de errar feio.

Emerson tomou a iniciativa de colocar o assunto na mesa. Aliviados, todos admitiram que era hora de parar por ali, após o os resultados decepcionantes do apenas mediado álbum “Love Beach”, de 1979.

Felizes, os três encerram o grupo sem dramas e partiram para novos projetos. palmer montou o Asia com John Wetton (ex-Uriah Heep e King Crimson), Steve Howe (ex-Yes na época) e Geoff Downes (tecladista com passagem pelo Yes). Emerson e Lake iniciaram carreiras solo.

Cinco depois, uma onda de nostalgia assolou o mundo do rock progressivo com o surpreendente sucesso da nova formação do Yes, ressuscitado em 1983 com pegada um pouco mais pop e totalmente estourado nas paradas com o álbum “90125″, puxado pelo megahit “Owner of a Lonely Heart”.

Greg Lake achou que seria uma boa ideia reativar o antigo trio, já que sua carreira solo não decolara. Não foi difícil convencer Keith Emerson, até então o mais reticente com a reunião.

Embora com carreira solo relativamente bem-sucedida e enfronhado na área de composição de trilhas sonoras para cinema, adorava os holofotes e estava ressentido por estar “esquecido” em um tempo onde o heavy metal cru e barulhento e o hard rock de cabelos de laquê dominavam tudo.

O problema era Carl Palmer, então líder do Asia, que se tornara um sucesso monstruoso com sua música pop derivada do rock progressivo, mas com bom gosto.

O baterista ficou tentado a se reunir com os antigos companheiros, mas não conseguiu se desincumbir dos compromissos com sua banda à época. ele tentou várias soluções, mas Howe e Downes pediram para que não saísse.

O jeito foi improvisar e achar outro P para reativar o ELP. A opção foi encontrada de fomra muito rápida e de forma consensual: Cozy Powell, um virtuoso da bateria com pegada forte e tendência a se envolver com projetos de música pesada. O currículo era impressionante: o obscuro mas ótimo Bedlam, Jeff Beck Group, Rainbow, Whitesnake, Roger Daltrey, Black Sabbath, Michael Schenker Group, Gary Moore…

O entrosamento não foi difícil, já que Powell era muito profissional e excelente músico. No final de 1985 o acordo foi selado e o trio logo entrou em estúdio para gravar o único álbum da banda, “Emerson, Lake and Powell”, de grande repercussão e bom desempenho nas emissoras de rádio de paradas de sucesso, ancoradas na música power progressiva “Touch and Go”, sucesso imediato.



Outras ideias muito boas estavam no disco, como a excelente “The Score”, totalmente progressiva, com ares setentistas, mas com sonoridade moderna e um show de exibicionismo de Emerson.

Para compensar a dispensável balada “Lay Down Your Guns”, um monumento erudito em forma de rock pesado e progressivo: “Mars, The Bringer of War”, do compositor austríaco Gustav Holst e parte integrante da sinfonia “The Planets”. Os três brilham na música, mas fica nítido que Powell foi o que mais se divertiu.

Tudo muito certo, tudo correndo bem. Só que o espírito nômade de Powell se manifestou novamente. Por mais que trabalhasse com dois músicos excelentes, sentiu que sua criatividade estava limitada. Por outro lado, Emerson ficou incomodado com o peso adicionado por Powell ao trio. Sentia saudades dos fraseados mais complexos e inventivos de Carl Palmer.

Lake compartilhava da opinião do tecladista, mas, ao contrário, estava curtindo a nova fase e a pegada pesada do substituto de Palmer. O baixista sempre foi o mais chegado ao mundo pop. De certa forma, era o menos erudito, o que não quer dizer mais fraco – muito pelo contrário.

O fato é que havia muito respeito profissional e musical entre os membros, houve profissionalismo ao extremo e a realização de um álbum muito bom e uma turnê bem-sucedida. Só que a química não era a ideal. Powell disse tempos depois que curtiu cada segundo trabalhar com os dois, mas que definitivamente o rock progressivo não era a praia dele. A separação foi consensual e inevitável.

A carreira dos músicos desde então foi tortuosa. Emerson tentou reunir o Emerson, Lake and Palmer em 1988, já que Carl Palmer havia deixado o Asia. O problema foi Greg Lake, que já tinha se comprometido com outros projetos – e também não mostrou muito interesse em voltar.



O jeito foi montar algo parecido com a parceria com Powell de dois anos antes. Para o lugar de Lake, foi convidado o multi-instrumentista norte-americano Robert Berry, em um projeto batizado de 3 (ou Three, em alguns países). Um único álbum surgiu, “The Power of the 3″, creditado na primeira prensagem, na Inglaterra, a Emerson, Berry and Palmer.

Mesmo com o fracasso completo do álbum, houve uma pequena e interessante turnê pelos Estados Unidos em 1989. Fim de turnê, fim de grupo. A reunião do trio original só ocorreria em 1992, com turnê mundial (que passou pelo Brasil) e um novo álbum, “Black Moon”.

Deu tão certo que o grupo manteve a pegada até 1998, quando nova separação ocorreu, desta vez não de forma muito amigável. Emerson reclamava na internet que Lake não se dedicava à banda e à evolução musical como ele e Palmer.

Todos retomaram suas carreiras solo, com Lake tocando com Ringo Starr em 2001 e depois paulatinamente diminuindo suas atividades. Em 2004 tocou baixo na música “Real Good Looking Boy”, a primeira música inédita do Who desde 1988.



Palmer criou a sua Carl Palmer Band e foi o cabeça da reunião da formação original do Asia em 2007. Emerson voltou-se para o jazz e para o blues em sua carreira solo.

O trio fez uma última aparição no High Voltage Festival em 2010, em Londres, quando comemorou os 40 anos de criação do trio. Os três disseram que nunca mais o ELP vai se reunir. Acertaram na previsão: Emerson se suicidou aos 71 anos de idade no começo de 2016, e Lake morreu de câncer, aos 68 anos, no final do mesmo ano.

Já Cozy Powell manteve-se altamente produtivo após a colaboração com Lake e Emerson. Fez parte do Black Sabbath entre 1989 e 1991. Deveria fazer parte da formação da banda que resgatou Dio, a que gravaria o álbum “Dehumanizer”, lançado em 1992, mas caiu de um cavalo às vésperas da gravação e quebrou a bacia. Voltaria a tocar o grupo em 1995, mas só no álbum “Forbidden”. Na turnê, quem tocou foi Bobby Rondinelli.

Após dois anos tocando com uma nova encarnação da banda pop Fleetwood Mac, mudou radicalmente e se tornou o baterista do guitarrista sueco de heavy metal Yngwie Malmsteen, mas tocou pouco na turnê daquele ano, pois teve uma lesão séria no pé e teve de abandonar o barco.

Apaixonado por velocidade, tinha uma pequena coleção de carros esportivos. Foi a bordo de um deles, um modelo Saab, que morreu na hora ao espatifá-lo em 1998 contra um guard-rail em uma estrda nos arredores de Bristol, na Inglaterra. Segundo sua namorada, ele estava ao telefone celular com ela na hora da colisão. Powell tinha 51 anos de idade.

sábado, 29 de maio de 2021

Notas roqueiras: Bruno Sutter, Val Santos, Johnny Monster...

IMAGEM: REPRODUÇÃO/FACEBOOK


- O cantor Bruno Sutter lançou o videoclipe de seu novo single “Pandemic 2021”, que fala sobre a pandemia de COVID-19. Em 2020, ele também abordou o tema na canção "Pandemia", feita logo no início do período de isolamento social. Produzido, captado e editado por ele mesmo, tudo no celular, o novo vídeo de Bruno Sutter é uma verdadeira crônica dos dias atuais, retratando sua vida isolado em casa e sentindo falta de seus dias no palco com multidões. “Tem sido tempos sombrios para todos,” escreve Sutter. “Para o meu segmento artístico percebo uma frustração muito grande por não termos uma previsão concreta da volta aos palcos, da interação com as pessoas. Isso nos deixa extremamente tristes. Por isso quis retratar neste clipe o que sentimos por estarmos presos sem trabalho.” Escutee veja em https://youtu.be/puiPNIGuKpQ

- O guitarrista e produtor Val Santos lançou o seu primeiro álbum solo, "1986", uma obra recheada de memórias e lçembraças dos anos 1980. Lançado pelo selo Wikimntal, recria o estilo thrash e heavy metal que dominou a década. A década homenageada no disco, além de contar com lançamentos como "Master of Puppets", do Metallica, "Reign in Blood", do Slayer, e "Peace Sells… But Who’s Buying?", do Megadeth, também foi a época em que Val Santos começou a ouvir o estilo e a conviver e trabalhar com bandas que despontavam na cena brasileira como Viper, Vodu e Volkana. Também tocou na banda Toyshop, de pop rock. Ouça em https://open.spotify.com/album/03aAxxBdecB1rXUMUOlDnC

- Depois do lançamento de "Veneno", o cantor Johnny Monster chega nessa quinta-feira, 27, com a nova “Até O Fim”, feita em colaboração com o cantor e compositor paulistano Raphael Belchior. Ouça aqui. “Até O Fim” é uma música vibrante que flerta com elementos do new wave e do punk rock para compor uma atmosfera descontraída, onde podemos nos perder na narrativa da letra.
  

Notas roqueiras: Föxx Salema, Silver Talon, Roberta Spindel, Rodrigo Suricato...

 


- Foi disponibilizado o vídeo para a faixa “Emotional Rain” (Trio), da cantora e compositora Föxx Salema. Inicialmente veiculado na edição do festival online Strenght Metal Fest, o vídeo mostra uma versão + balada da citada música. Gravado ao vivo num take contínuo no Estúdio Moai em BH (MG), mixado e masterizado pelo guitarrista Matheus Araújo, ao lado de Föxx estão seu marido e tecladista Cleber Magalhães e o multi-instrumentista Fabrício Chama. O tema principal é antissuicídio, e a inspiração se originou de uma experiência pessoal da própria autora. A letra, com intenção motivacional, foca nas pessoas da comunidade LGBT + (especialmente as transgêneras/travestis), que devido à discriminação, muitas vezes são levadas à solidão e ao desespero. Assista no Youtube: 
https://www.youtube.com/watch?v=10aqD-Pnc84

 

- Os norte-americanos do Silver Talon, de Portland, Oregon, acabam de lançar um lyric vídeo para o single "Kill All Kings", faixa que fará parte de seu vindouro álbum de estreia, "Decadence and Decay". A música mostra a magia da guitarra de Bryce VanHoosen (ex-Spellcaster) e os vocais únicos de Wyatt Howell. O lyric video - produzido pela Ecliptic Visions and Sound - estreou ontem via MetalSucks e pode ser assistido no canal do Youtube da gravadora M-Theory Audio. Veja em https://youtu.be/IKsDYkZosus

- A cantora Roberta Spindel enxergou a luz no fim do túnel durante a pandemia e, para o seu próximo trabalho, convidou o cantor e violonista Rodrigo Suricato para regravar "Mais Uma Vez", uma parceria entre entre Renato Russo (Legão Urbana) e Flavio Venturini.  Com arranjo assinado por Rodrigo Suricato e Fabrício Matos e produção de Fabrício e Lúcio Fernandes Costa, o single já na no mercado. Participaram da gravação Lourenço Monteiro na bateria, Rodrigo Tavares nos teclados, Fabrício Matos na programação e no violão, além de Rodrigo Suricato no violão e na guitarra barítona. A masterização ficou por conta do mestre Ricardo Garcia, na Magic Master.

Roger Waters, Serj Tankian e Rage Against the Machine assinam carta em apoio aos palestinos

 Marcelo Moreira

'Resista aos Crimes de Guerra', uma das frases que sempre aparecem no telão dos shows de Roger Waters pelo mundo (FOTO: REPRODUÇÃO/YOUTUBE)




A insistência impertinente de Roger Waters deu resultado. Um grupo relevante de artistas importantes divulgou nesta semana uma carta em apoio aos palestinos vítimas de ataques de Israel em confrontos ocorridos entre abril e maio.

Entre eles estão Serj Tankian (vocalista do System of a Dawn, que nasceu no Líbano), integrantes do Rage Against the Machine e Patti Smith (clique aqui para ver a lista completa)Em uma primeira análise da lista, detectamos apenas um coletivo brasileiro assinando o manifesto - Pitcho From Z'Africa Brasil.

Os conflitos violentos desde ano, os piores desde a paz de 2014, irromperam em Gaza quando o governo israelense do direitista Benyamin Netanyahu decidiu levar adiante os planos de desapropriar imóveis em Jerusalém Oriental. Com isso, houve a tentativa expulsar seis famílias árabes de suas casas no bairro de Sheikh Jarrah. 

Além disso, os palestinos já protestavam contra as proibições de de celebrações palestinas no início do mês sagrado do Ramadã, uma provocação das mais sérias.

Foram mais de 20 dias de protestos violentos em Jerusalém e na Faixa de gaza, que provocaram a reação violenta e desproporcional (para variar) dos israelenses, que iniciaram bombardeios a Gaza e ataques a enclaves árabes na Cisjordânia. Mais de 300 pessoas pessoas morreram, - apenas 12 entre os israelenses.

“O silêncio não é uma opção quando o bombardeio brutal de Israel a uma Gaza sitiada tirou mais de  300 vidas nas últimas semanas. O silêncio não é uma opção quando os residentes de Sheik Jarrah, em Jerusalém, são continuamente forçados para fora de seus lares. O silêncio não é uma opção quando milhões de refugiados palestinos são negados seu direitos coletivos de retorno,” diz a carta.

Frequentemente massacrados por forças israelenses apoiadas pelas principais potência do mundo ocidental, os palestinos contam com um apoio veemente dos xiitas do Hezbollah e do Irã, mas sofrem resistências no resto do mundo árabe/islâmico.

A realidade do século XXI não comporta a erradicação do Estado de Israel. Sua existência, por mais que o passado de injustiças e violência contra os árabes seja uma mancha inesquecível, está consolidada e deve ser respeitada para que haja paz definitiva.

Paz, entretanto, é algo que a maioria dos israelenses não quer por motivos políticos - o mesmo pode se dizer a respeito da postura do Hamas, grupo político que domina Gaza. A guerra é um combustível político poderoso para a existência da extrema-direita israelita e para os terroristas palestinos.

Reconhecido o direito de Israel de existir, é inaceitável que continue massacrando os palestinos civis desarmados como justificativa de conter o terrorismo ligado ao Hamas. Destruir Gaza, aos olhos do mundo e sem se importar com os mortos civis, é odioso e criminoso, ainda mais quando se observa o que ocorreu com os judeus na II Guerra Mundial.

A desproporção das investidas israelenses é tão escandalosa que constrange até mesmo aliados históricos, cada vez mais incomodados em ter de defender o indefensável.

A iniciativa de artista s de todo o mundo, de certa forma liderados por Roger Waters, é um passo adiante para denunciar os crimes cometidos pelos militares israelenses, que tiveram a audácia de destruir um prédio ocupado por jornalistas de vários veículos de comunicação do mundo.

Moonlight Benjamin é o furacão haitiano que encanta no blues rock

 Marcelo Moreira

Moonlight Benjamin (FOTO: DIVULGAÇÃO)


Uma cantora negra e imponente, com uma voz trovejante e uma performance arrebatadora/assustadora, à frente de uma banda boa e pesada, lembrando os melhores momentos de Joe Bonamassa no rock. E a surpresa se transforma em admiração.

Não sei exatamente que algoritmo maluco jogou a haitiana Moonlight Benjamin na minha cara, mas ela apareceu de repente como sugestão musical do Facebook em um clipe simples, mas mas eficiente, e se transformou em uma das boas surpresas da pandemia de covi-19 que confinou a maioria das pessoas inteligentes e decentes em suas casas (descontando-se, é claro, queles de serviços essenciais e quem não pôde se ausentar do trabalho por motivos de força maior).

A moça é haitiana, mas mas vive em Toulouse, na França. Canta em iorubá, um dialeto africano, e em em um outro dialeto de sua terra, mostrando a força das canções africanas associadas ao blues - é agressiva, imponente e evoca uma dramaticidade contagiante e, ao mesmo tempo assustadora. 

Ela usa todo o seu background cultural haitiano para incrementar a sua performance de blues pesado, co guitarras marcantes e um batuque tribal que despeja na cabeça do ouvinte uma parede sonora que petrifica e escandaliza. 

Também é sacerdotisa de vodu, uma religião afro-americana nascida na África Ocidental pelos iorubás, que são ainda hoje cerca de 30 milhões de pessoas, sendo, por exemplo o segundo maior grupo étnico da Nigéria.

E é como se estivesse em plena cerimônia vodu que Moonlight hipnotiza e encanta com seu som pesado interligando África e as Américas. Já lançou três álbuns - Mouvman" (2011), "Siltane" (2017) e "Simido" (2019), e um EP, "Memwan Defalke" (2015).  

Moonlight Benjamin estudou jazz em Pari e regressou ao Haiti para estudar e se iniciar no vodu. Ainda assim, chamou a atenção do pianista cubano Omar Sosa, o que lhe abriu as portas do circuito internacional caribenho, colaborando bastante com o saxofonista Jacques Schwarz-Bart, de Guadalupe, no seu projecto conjunto Creole Spirits. 

Politicamente, é uma voz poderosa contra a política de exclusão social e elitista que sempre caracterizou o Haiti, um dos países mais pobres do mundo. Emprestou seu talento pra interpretar textos e músicas de artistas haitianos dissidentes, como Frankétienne, Georges Castera e Anthony Lespès, com a orientação e colaboração do produtor e músico Matthis Pascaud (dos Square One).

É world music, mas é mais do que isso para quem gosta de rock e blues. É blues pesado, intenso, com elementos diversos e surpreendentes. É uma cantora que precisa ser mais conhecida no Brasil.

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Notas roqueiras: Metralion, Impluvium, Leach, Zander...



 

 
 
- Após 32 anos de ausência, o grupo carioca de thrash metal Metralion lança o single "Pigs of Law+Penury", que traz a regravação de duas faixas do álbum de estreia, "Quo Vadis" (1988). "Os temas foram rearranjados e as letras aprimoradas porque, apesar do longo tempo em que foram originalmente escritas, são bastante atuais. A crítica social é tema em todas as músicas da banda, com ênfase em tópicos urbanos", explicou o baterista Roberto Loureiro. "Enquanto 'Pigs of Law' é uma crítica às forças da lei em todas as esferas da vida brasileira – os poderes judiciário e legislativo e a polícia –, 'Penury' é um retrato das condições miseráveis em que vive uma parcela significativa das crianças brasileiras", acrescentou o vocalista Rica. Ouça o single "Pigs of Law+Penury" em https://youtu.be/eG7HL1X4Fj4

- Está no ar o vídeo oficial de seu single de estreia da Impluvium, “Flower Street”. A música, que já se encontrava disponível em plataformas como Spotify, Deezer, Apple Music, Tidal, Music Amazon, Google Play e Napster, dentre outras, agora poderá ser ouvida - e assistida -, no canal oficial da banda no YouTube. O vídeo vai estar disponível no link https://youtu.be/BvmWF0WPplI

- 'Lovely Light of Life' é o novo trabalho da banda seuca Leach, terceiro álbum da carreira, com uma mistura de thrash metal, hardcore e rock'n'roll. 'Lovely Light of Life' será lançado mundialmente dia 21 de maio pelo selo americano Brutal Records. Uma das grandes novidades do álbum é lançada hoje, o single da faixa bônus "D.O.D", que conta com a participação do vocalista do Soilwork, Bjorn Strid. A faixa já está disponível nas principais plataformas digitais.

- A banda Zander caba de lançar seu clipe para a música "Em Carne Viva". Em janeiro de 2021, a banda de rock brasileira Zander foi para o Sítio Romã, no interior de São Paulo, para gravar o novo álbum e o documentário "À Mostra", em parceria com a Vans Brasil. A intenção era realizar os trabalhos em oito dias e depois retornar ao local para a gravação de videoclipes e outros conteúdos para o lançamento. Com o agravamento da pandemia, os planos mudaram, mas ao invés de desistir ou prorrogar a realização do clipe, a solução foi criar um novo conceito para vídeo, usando e abusando da criatividade. Assista ao clipe no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=zNYRTtvQhEg

 

 
 

 

'Ignite Me': a ressignificação de um álbum de metal pela perspectiva dos quadrinhos

 Do site Som do Darma




Sam Fonseca é um artista visual com carreira estabelecida na área do entretenimento televisivo. Há alguns anos vem trabalhando como diretor criativo para produções de desenhos animados em emissoras como Disney Channel e Fox. 

No heavy metal, ficou conhecido por ter sido o responsável pelas animações e ilustrações do videoclipe “Insania” do Angra.

O metal, aliás, sempre foi uma paixão para o artista, segundo o próprio Sam Fonseca. Heavy metal e quadrinhos, é claro.

"A paixão pelos quadrinhos veio primeiro. Eu desenho desde criança e até hoje, em meu trabalho, eu faço storyboards que são artes sequenciais para todas as produções de desenhos animados. Mas desde garoto eu fazia meus próprios quadrinhos impressos em papel sulfite e costumava cantarolar os temas musicais dos personagens", disse o artista. "Eu também adorava assistir animes e a música sempre foi um elemento muito importante, quando então eu conheci o metal. Enfim, até hoje, paralelamente a meu trabalho, ainda faço meus quadrinhos e continuo a criar os temas musicais dos personagens."

"ShadowPlay: Midnight School" é o mais recente quadrinho criado por Sam Fonseca. Dessa vez ele levou tão a sério o processo de musicar os temas dos personagens que, como resultado final, um completo álbum de heavy metal acabou sendo criado: "Ignite Me".

"Ignite Me" está sendo lançado como conteúdo complementar à história em quadrinhos "ShadowPlay: Midnight School" e reúne dez faixas: "Agonizing Melancholy", "Ignite Me", "Weak Nature", "Laser Punch", "I Lie In Shadows", "An Ominous Feeling", "Boundaries Down", "Shadow Play", "God Of Fire" e "Dream Logic".

Todas as faixas em "Ignite Me" são composições autorais, escritas especialmente para os quadrinhos e exploram diversas estéticas sonoras dentro do metal. Mas o mais impressionante é que Sam Fonseca não só gravou tudo sozinho – vocais, guitarras, baixo, teclados e bateria – mas também mixou e masterizou o disco.

"Eu não sou músico", revela o artista. "Eu nunca me dediquei aos estudos de música ou de algum instrumento. Eu mal consigo me lembrar das notas musicais no braço de uma guitarra ou no piano. Mas as pessoas sempre me disseram que eu tenho um bom ouvido para música. Então eu me comprometi com a ideia. Comprei alguns equipamentos e passei a aprender pela internet. Procurei aprender como cantar de forma apropriada, já que nunca fui um vocalista, e também como tocar os instrumentos. Mas, principalmente, me dediquei a aprender como mixar e masterizar. E esse foi o meu verdadeiro pesadelo. Eu nunca tinha feito isso antes. Mas o resultado ficou interessante e tornou-se parte importante da 'ShadowPlay: Midnight School'".

Ainda de acordo com Sam Fonseca, os trabalhos são complementares, e embora os quadrinhos pudessem existir sem o álbum, "Ignite Me" não seria possível sem "ShadowPlay: Midnight School".
"Foi um processo divertido. Com exceção da parte de mixar e masterizar. Mas curti muito aprender como compor, tocar, cantar, gravar e lançar um álbum. Aliás, não é uma regra, mas as pessoas precisam ler os quadrinhos para entender o álbum."

A história em quadrinhos "ShadowPlay: Midnight School" e o álbum "Ignite Me", de Sam Fonseca foram oficialmente lançados no dia 1º de Maio.

"ShadowPlay: Midnight School" estará disponível gratuitamente para download no site http://samfonseca.com/. Estão sendo disponibilizadas três páginas por semana, sempre às quintas-feiras.
Já “Ignite Me” está disponível no Bandcamp, inclusive com opção de venda, no endereço https://samfonseca.bandcamp.com/releases.

Os interessados em contribuir para o projeto poderão comprar o álbum digital - arquivos WAV em alta qualidade - e terão acesso ao primeiro capítulo de “Shadowplay: Midnight School” completo em alta resolução, além de extras de produção (esboços e estudos de personagem) e mais duas faixas demo inéditas.

 

Notas roqueiras: Paula Toller, Dvrill, investimento de SP na cultura...

Paula Toller (FOTO: REPRODUÇÃO/CLIPE)

Paula Toller lança o clipe do single "Eu Amo Brilhar". A cantora e compositora, que aproveitou este momento de isolamento para produzir, apresenta o clipe, com direção de seu filho Gabriel – que também participa da música. Paula Toller e Gabriel Farias ficaram quatro meses juntos em casa, no Rio de Janeiro, durante a pandemia. Nesse período, Paula fez, em parceria com o guitarrista Gustavo Camardella e produção de Liminha, a canção "Eu amo brilhar" e convidou o filho para fazer uma participação cantando. A experiência foi tão boa que estenderam a colaboração para o clipe da música, escrito e dirigido por Gabriel. Veja em https://is.gd/paulatollernovoclipe

- Os arranjos acústicos do Dvrill, centralizados no uso do violão, geram canções densas e pesadas, que cativam pela qualidade e originalidade. Uma prova disso é o mais novo single do grupo liderado por Dênis Cardoso: “Back In Black” estreou nas plataformas digitais no dia 10 de maio e pode ser conferida na coletânea Seven Years Heavy da Roadie Metal, acessando https://open.spotify.com/track/1QoJVguFEOaPNMMx43bhTa?si=b29edd021a84446c

- A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo anunciou um investimento recorde de R$ 200 milhões para cerca de 9.340 projetos de artistas, produtores culturais e prefeituras, que serão selecionados por chamadas públicas e curadorias independentes. Um aumento de 13% em comparação com o valor liberado no ano passado, de R﹩ 177,2 milhões. O objetivo é estimular a retomada das atividades culturais e criativas, fortemente impactadas pela crise gerada pela pandemia do coronavírus, e incentivar a geração de renda, emprego e desenvolvimento. A Secretaria estima gerar 138 mil postos de trabalho e um impacto econômico de R$ 300 milhões. Leia mais aqui.

Programa Combate Rock celebra 50 anos de clássicos de Marvin Gaye e The Who



O ano de 1971 foi marcado pelo lançamento de grandes álbuns. Foi o ano de “Sticky Fingers”, dos Rolling Stones, de “Tapestry” (Carole King), “Masters of Reality’ (Black Sabbath), entre outros. Destacamos aqui duas pérolas que ainda brilham intensamente mesmo meio século após seu lançamento: “Who’s Next” (The Who) e “What’s Going On” (Marvin Gaye). Rebeldia, protesto, política, drogas, direitos humanos, meio ambiente – estes são alguns tópicos abordados nestes dois álbuns e é deles que falamos neste Combate Rock.

Os lançamentos da semana também batem cartão neste programa: Lafayette & Os Tremendões, Persie, Fabiano Negri e Felipe dos Santos nos trazem novíssimas e boas músicas.

'Pandemia', a nova distopia da Dorsal Atlântica, explicita o nosso mergulho nas trevas

Marcelo Moreira 

 


"Em Brazilândia, a sociedade é dividida entre três etnias: os equinos, que governam, o povo canino e os gorilas militares. Um jumento é eleito como primeiro-ministro após um golpe dado com o Judiciário e os generais gorilas. O novo governo infecta a população com o vírus da burrice e dissemina a pandemia da ignorância. Seus fanáticos seguidores empilham livros em fogueiras, clamam que a terra é plana e lotam os templos porque creem que o deus Sumé as salvará do vírus, enquanto esses mesmos fanáticos destroem terreiros de candomblé e incendeiam laboratórios, faculdades e livrarias."

A terrível distopia descrita acima é o ponto de partida de mais uma obra conceitual da banda carioca Dorsal Atlântica, que caminha para os 40 anos de existência cada vez mais ácida e contundente na crítica política e social. 

Distopia? E as semelhanças com certa republiqueta sul-americana devastada pela covid-19 e pela burrice criminosa de um governo que beira o fascismo?

"Pandemia" é o CD que já está nas mãos dos colaboradores e financiadores. É fruto de mais uma campanha de financiamento coletivo que a Dorsal empreendeu. Atualíssimo e necessário, é mais um golpe contra a ignorância e um libelo a favor da democracia e da liberdade de expressão.

O vocalista e guitarrista Carlos Lopes, o mentor e líder da banda - está desde o começo - é o autor de todas as músicas e letras e não poupou instituições e políticos calhordas que jogaram o país nas trevas e que lucram com o ódio e a profunda ignorância.

é mais uma obra conceitual de qualidade, ficando no mínimo no mesmo nível de "Canudos", o álbum anterior, até então o melhor trabalho da importante banda de heavy metal.

Em "Canudos" Lopes e a Dorsal brilharam ao fazer ótimas analogias históricas com os massacres de caboclos e sertanejos pelo exército brasileiro no fim do século XIX e a realidade brasileira de 2017 e 2018. Os textos eram mais poéticos e cheios de metáforas.

Em "Pandemia", a ideia foi abordar a realidade de forma mais crua e direta, batendo em tudo e em todos, sobrando também para o povo sofrido que votou movido pelo ódio, encastelado no Palácio do Planalto um genocida arauto do caos, da violência e da depredação desmedida do meio ambiente, das instituições democráticas e das liberdades e direitos civis. Lopes não economizou na munição, para nossa satisfação.

Foram poucas as manifestações contra o (des)governo brasileiro por parte do rock desde 2019, quando o nefasto Jair Bolsonaro assumiu. Parecia que só as bandas Detonautas Roque Clube, Surra e Asfixia Social, todas no underground, assumiriam o ativismo político-social de protesto contra a suprema devastação de nossa sociedade.

E eis que a Dorsal Atlântica, com "Pandemia", entra na vanguarda roqueira contra o fascismo e o necrogoverno com o monumental álbum que entra para a história artística nacional como um marco no engajamento contra depredação institucional geral. O texto que abre este artigo é mais do que uma declaração de intenções: é uma declaração de guerra.

Musicalmente, é bem diferente de "Canudos", embora seja igualmente pesado e contundente. Está mais próximo do punk, embora caia muitas vezes no mais puro death metal podre e destruidor.

Também abusa bastante de colagens sonoras, com discursos de políticos e de personalidades diversas, como o ex-governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola (1932-2004), na faixa "Número 28".

Propositalmente, o álbum novo é menos rebuscado e elaborado do que o anterior, o que lhe confere uma urgência que cai bem ao tema central. Diante desse panorama, são três as músicas que se destacam: "Pandemia", que abre o disco quebrando tudo e dando a letra do quem vem, com um som de guitarras na cara e muita pancadaria.

"Gorilas (No Passarán)" destrói qualquer tipo de pensamento militarista e ilusão a respeito de autoritarismos assassinos e genocidas. "Infectados (Teocracia e Narco-Estado)" tem a metralhadora de Carlos Lopes disparando contra as seitas religiosas nocivas e milícias criminosas, para não falar em todo o tipo de crime organizado encastelado nas instituições.

O trabalho de guitarras é espetacular, conduzindo tudo hora como uma serra elétrica destroçando os ouvidos, ora como um machado afiado no mais puro hard'n'heavy, com riffs poderosos e sujos, como ouvimos na bela canção e forma de hino "Povo (Inocente u Culpado?).

É contagiante também o ritmo e o peso de "Terra Arrasada (Treva Que Nunca Acaba)", que prepara pra o arremate bacana de "Número 28", que ilustra bem a tragédia que vivemos neste século XXI de trevas, retrocesso., violência e depredação democrática. É uma colagem sonora que diz muito politicamente do que mais de 90% da produção musical brasileira desde sempre.

A Brazilândia da Dorsal Atlântica é uma pobre terra triste e condenada, esquecida por qualquer deus e vilipendiada por todo tipo de canalha e patife encastelado na elite. É um,a boa tradução do buraco em que nos encontramos atualmente neste Brasil atolado na ignorância.

P.S.: O álbum deve chegar em breve às plataformas digitais. Como é um produto originado de financiamento coletivo, quem colaborou terá, obviamente, a primazia de ouvir primeiro e curtir com exclusividade durante um tempo.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Notas roqueiras: Shaman, The Cross, Roberto Barros, Aquiles Priester...


- Depois de muitos anos fora de catálogo, o DVD e CD ao vivo “Ritualive” será relançado pelo Shaman em um box comemorativo. A banda acaba de anunciar em seus perfis de redes sociais a pré-venda e lançamento desse material limitado para os fãs e admiradores do Shaman. “O Ritualive merecia uma homenagem especial, então reunimos itens que através de um novo design remontam os momentos desse dia histórico”, disse Ricardo Confessori. "Ritualive'' é um DVD que 18 anos depois ainda é atual!”, disse Hugo Mariutti. "Ritualive'' é o melhor dvd da história do Brasil. Um marco na história do heavy metal mundial. Masterpiece”, completou Alírio Netto. O conteúdo: box exclusivo edição de aniversário; CD e DVD Ritualive em Case de luxo e encarte comemorativo; camiseta Shaman (Silk Screen, 100% algodão); vinho Shaman Ritualive 18 anos (Tinto suave); photobook Ritualive (40 páginas com fotos do show e informações técnicas).

- A banda The Cross confirmou a adesão de Leandro Kastiphas como novo baixista da banda. Leandro, conhecido como Kastiphas, participa do underground de Salvador-BA desde os anos 90 tocando distintos instrumentos nas bandas locais e interagindo ideologicamente no meio Metal entre turnês e intercâmbios, dentro e fora do país.  

- O guitarrista Roberto Barros (da banda de Edu Falaschi) divulgou recentemente que gravará um álbum instrumental com o renomado baterista Aquiles Priester. Os músicos, que já são parceiros de trabalho na banda da carreira solo do vocalista Edu Falaschi, batizaram o vindouro trabalho com o título provisório de "PsychOctopus X Cyborg". O disco já conta com 7 faixas com as baterias gravadas e as linhas de guitarra iniciadas. O álbum tem previsão de lançamento para o segundo semestre de 2021 e, depois, Barros iniciará o processo de pré-produção do seu primeiro álbum solo, ainda sem título definido, e que será lançado no Brasil através da Alternative Music Records.

Helloween lança a música ‘Fear of the Fallen’

  Do site Roque Reverso

Helloween (FOTO: DIVULGAÇÃO


O Helloween trouxe nesta sexta-feira, 21 de maio, o segundo single do seu novo álbum, cujo lançamento está previsto para o fim do semestre. “Fear Of The Fallen” é o nome da bela música, que foi lançada por meio de um lyric video.

Bastante melodiosa e com diversas variações, a canção tende a cair nas graças dos fãs da veterana banda de heavy metal alemã, repetindo o feito de “Skyfall”, a primeira música de trabalho, que já havia vindo com um clipe grandioso em abril.

Denominado simplesmente “Helloween”, o novo disco será lançado oficialmente no dia 18 de junho.
O 16º álbum de estúdio da banda sucederá o disco “My God-Given Right”, de 2015.

Trata-se do primeiro álbum do Helloween desde os retornos históricos do vocalista Michael Kiske e do guitarrista Kai Hansen, que se integraram aos outros cinco membros, formando um septeto.

Além deles, a formação atual do Helloween conta com o vocalista Andi Deris, os guitarristas Michael Weikath e Sascha Gerstner, o baixista Markus Grosskopf e o baterista Daniel Löble.

Essa formação foi inicialmente idealizada para turnê de reencontro denominada “Pumpkins United”, que chegou a passar pelo Brasil em 2016.

Em 2019, a mesma formação do Helloween foi vista nas apresentações que o grupo realizou nos festivais Rockfest, em São Paulo, e no Rock in Rio, na capital fluminense, ambos os eventos com cobertura do Roque Reverso.

Especificamente sobre a bela música “Fear Of The Fallen”, o vocalista Andi Deris demonstrou bastante contentamento no processo de composição da faixa. “Eu me diverti muito não apenas escrevendo uma música para a minha voz, mas também para um dos maiores cantores lá fora. Sempre tenho um sorriso extremamente largo no rosto quando ouço Michi cantando minhas melodias”, disse o vocalista, no texto à imprensa sobre o lançamento da faixa, referindo-se a Michael Kiske.

Kiske, por sua vez, acrescentou o seguinte comentário: “Todo o processo, incluindo o espírito, foi simplesmente ideal. Se eu tivesse a sensação de que uma das partes não caberia muito, perguntava a Andi se ele cantaria e vice-versa. Não houve competição alguma – o que importava era o que era melhor para a música respectiva. Eu sou grato por ser (novamente) parte dessa família maluca. Eu amo todos eles.”

  

Notas roqueiras: Goatface, Freakyshow, Dvrill...

 


- Dando sequência ao lançamento paulatino do disco Akhenaten Bazucas" (Selo Sesc), a banda instrumental Goatface! divulga mais uma faixa. Quem acessar as principais plataformas de streaming de música pode conferir o fim da jornada de reflexão sobre a necessidade humana de achar ordem no caos, ouvindo "Câmara 4: Amarna". No disco marcado pela presença da cultura do antigo Egito, com título - "Akhenaten Bazucas" - que remete a Aquenatón, Faraó do Egito que reinou entre 1352 a 1336 a.C, em "Amarna" é "é a hora que você sai de dentro da pirâmide e se depara com a cidade em festa. Anda feliz de respirar o ar puro e ver pessoas, mas também carregando tudo que viu, aprendeu e experienciou nesse outro mundo fechado e isolado", destaca o multi-instrumentista Guilherme Granado, fundador do ensemble. Com uma profusão de elementos rítmicos, melódicos e percussivos onde o improviso criativo dá a tônica do repertório, "Akhenaten Bazucas" é um álbum de batidas minimalistas, timbres drásticos e coloridos, e sons telúricos que criam uma sonoridade extática. A música é a condutora sinuosa de um passeio através das câmaras labirínticas de uma pirâmide egípcia. Ao todo, o álbum traz cinco faixas - três delas de longa duração - que se comportam de forma muito ambígua uma da outra. Para ouvir, clique aqui .

- O ano de 2020 marcou a estreia da Freakyshow, com o EP “The Prelude of the Nightmare”, e é justamente a respeito desse trabalho a novidade anunciada pela banda. O quinteto resolveu que em breve estará retirando o álbum das plataformas digitais de música, para dar-lhe uma nova produção, e assim melhorar sua qualidade sonora. Após isso, suas músicas serão liberadas de forma gradativa, em formato de single. “The Prelude of the Nightmare” é composto por 7 músicas em menos de 30 minutos, aborda em suas letras o terror dos dias atuais, falando de temas como o medo, a violência, a morte, dentre outros, fazendo uma série de reflexões sobre esses elementos que existem desde os primórdios.

- O Dvrill, projeto acústico de rock autoral capitaneado pelo músico Dênis Cardoso, vem se destacando pela criatividade e qualidade das canções já lançadas, que tem como elemento central o violão. Isso acaba gerando não só canções densas, mas também, ao contrário do que muitos poderiam pensar por se tratar de um projeto acústico, momentos de certo peso e agressividade, dentro das possibilidades que o formato permite. Um exemplo disso pode ser visto no single “The Lion's Rise”, disponível no YouTube da banda. Veja em https://youtu.be/EHwoDmJsFbY
 

Um choque elétrico encerrou a trajetória de Keith Relf, dos Yardbirds, há 45 anos

 Marcelo Moreira


Não há como fugir do fato mais óbvio: os Yardbirds ficaram historicamente conhecidos pela paixão pelo blues americano, por suas interpretações viscerais e pela trinca de mestres da guitarra que passaram pela banda - Eric Clapton. Jeff Beck e Jimmy Page. Entretanto, o seu vocalista é que foi a figura fundamental para manter a unidade precária do grupo.

Keith Relf era um músico raçudo, que não era um grande cantor, mas compensava com uma vontade de se triunfar na música. Meio irascível e intolerante, gostava de posar como o líder de um grupo que vivia no limite em tudo. 

Há 45 anos Relf morreu vítima de um acidente estúpido - foi eletrocutado no porão de casa quando tocava guitarra. Tinha apenas 33 anos de idade.

Relf se tornou um músico emblemático porque provou que podia cantar e fazer sucesso. Apaixonado pelo blues, criou os Yardbirds antes de completar 20 anos de idade e, desinibido e despachado, invadiu os clubes de jazz de Londres em busca de jam sessions e buracos para encaixar a sua banda de moleques.

Apesar dos narizes torcidos, fez amizade com músicos importantes e conseguia canjas com sua gaita meio esgarçada e seu vocal rouco e sem técnica. Logo estava nos programas dos principais clubes com seus Yardbirds.

O grupo chamava a atenção porque eram todos moleques, mas o guitarrista Anthony "Top" Topham tinha apernas 16 anos de idade, o que era uma fonte de problemas com a fiscalização. 

A providência fez com que um rapaz de 18 anos e exímio instrumentista aparecesse ao mesmo tempo em que Top era pressionado pela família a terminar ao menos os estudos e abandonar a noite. 

Não houve traumas na dispensa do adolescente, tramada por Relf e pelo baterista Jim McCarty. E então Eric Clapton estreou nos Yardbirds naquele ano de 1963 e forjou a sonoridade blueseira que era a marca registrada dos Yardbirds, que era a banda preferida dos astros do blues dos Estados Unidos que chegavam ao Reino Unido sozinhos para tocar.

Mesmo gostando de posar como líder, Relf teve a sabedoria de entender quem realmente tinha de brilhar. Sabia que não era um grande vocalista, mas sabia marcar posição para mostrar que era importante e que tinha de ser respeitado.

Os Yardbirds era um nome consagrado no circuito alternativo de blues e jazz, mas precisava dar um passo à frente para ganhar as paradas e dinheiro. Precisavam cair de cabeça no rock e no pop e a música tinha de mudar e ficar mais acessível. 

E foi Relf, em articulação com o empresário Giorgio Gomeslky, que forçou a mudança de estilo com o apoio de todos, menos o de Clapton, que já manifestava insatisfação no começo de 1965. Era purista demais para aceitar fazer música acessível e descartável.

O guitarrista aceitou tocar "For Your Love", mas pediu demissão assim que as gravações terminaram. A banda tinha o seu sucesso, mas estava sem guitarrista. Para Relf, não era um grande problema, pois sonhava em ter na banda o amigo Jimmy Page, músico de estúdio requisitado e exímio.

Page ganhava bem no estúdio e indicou um amigo tão bom quanto ele, Jeff Beck, da banda The Tridents. E então os Yardbirds viveram o seu auge entre 1965 e 1966, tocando nos Estados Unidos e na Europa, além de lançar diversos compactos de sucesso.

Alguns livros sobre a banda dizem que o cantor foi o pivô da saída do baixista Paul Samwell-Smith em meados de 1966, abrindo as portas para o amigo Page finalmente sentir o gosto de tocar em uma banda de prestígio. 

Em apenas um mês de banda, ficou claro que Page era músico demais e que Chris Dreja, o guitarra base, penava para fazer o que novato fazia brincando. Trocaram de instrumentos e a banda passou a ter dois ases nas seis cordas, mas não por muito tempo. 

Jeff Beck estava ainda mais insatisfeito do que Clapton com a banda e com a música que tocava e surtou em uma turnê americana no final de 1966, deixando todo o trabalho para Page. 

Como quarteto, os Yardbirds cairiam na psicodelia e Jimmy Page, ao lado do novo empresário, Peter Grant, assumiria a liderança em todos os sentidos diante de um Keith Relf apático e mergulhado em vícios.

Apesar de ser uma fase criativa, a banda mergulhava na decadência até implodir em março de 1968, com a debandada geral. Page e Grant ficaram com um nome e umas poucas datas para cumprir. Naquele ano, ma nova formação daria origem ao Led Zeppelin.

Relf renegou a banda tão amada e decidiu abraçar a folk music ao lado da irmã, Jane. Criou o Renaissance, que teve como baterista o amigo McCarty, dos Yardbirds, e saboreou um raro período de prestígio musical com a crítica, mas logo se desencantou. E nunca mais acertou os passos, ficando praticamente no underground a partir de então ao tocar e produzir o Medicine Head e integrar o fracassado Armageddon.

Keith Relf é um dos grandes nomes quase esquecidos do período dourado do rock britânico. Sem ele não existiriam os Yardbirds.

**Agradecimento especial ao amigo Bento Araújo, do PoeiraZine e dos livros "Lindos Sonhos Delirantes", pela dica de pauta.


quarta-feira, 26 de maio de 2021

Notas roqueiras: Fora Genocida Metal Fest, ODC, Child O'Flames...



- No dia 28 de maio, a banda de death/thrash Pandemmy reunirá diversos nomes do metal extremo para o festival Fora Genocida Metal Fest, evento online que terá início às 20h (horário de Brasília) com transmissão via YouTube. Segundo os integrantes da banda pernambucana, a iniciativa veio no intuito de mostrar a força da cena independente e o descontentamento com a falta de liberdade de expressão, em defesa da arte e contra a censura imposta pelo atual desgoverno de Jair Bolsonaro, o principal responsável pela crise econômica e sanitária no Brasil.

#ForaGenocidaMetalFest
Onde: YouTube oficial da banda Pandemmy
Quando: 28 de Maio de 2021
Horário: a partir das 20h (horário de Brasília)

- Com uma ponte entre os modelos do heavy metal e do rock clássico, os franceses do ODC misturam várias influências, criando um estilo contagiante de metal moderno. Continuando a divulgação de um conjunto de single, a banda lança mundialmente a faixa "I Love The Way You Fall", disponível todas as plataformas digitais, junto com o videoclipe no Youtube e IGTV. "O vídeo foi filmado nas ruas de Paris durante o bloqueio. Eu o chamei de 'videoclipe oficial do Lockdown', pois nada pode parar a música!", relata a vocalista Celia Do. "I Love The Way You Fall" distorce os códigos das canções de amor convencionais para exibir a imagem da mulher de hoje: livre para escolher e livre para agir. Essa faixa é bem típica do som ODC, pois resulta de uma grande mistura de influências: rock alternativo, sons eletrônicos, fortes riffs de guitarra de 8 cordas e voz melódica com toques de saturação. Ouça aqui.

- Em fase avançada de produção de seu novo single, a banda Child O’ Flames registrou sua participação no documentário Curitiba In Peso – A História do Metal Coré-Etuba. O filme contará a história da cena da música pesada na capital paranaense, por meio de depoimentos dos principais grupos que ajudaram a escrever estes capítulos. “Ficamos muito honrados com o convite para participar deste projeto que valoriza a cena do metal curitibano, reforçando sua importância em âmbito nacional”, comenta o guitarrista Cesar Augusto, que gravou seus depoimentos com a equipe de produção do documentário. A Child O’ Flames lançará em breve um single inédito, para marcar a estreia de sua nova formação. Um dos mais importantes nomes da cena metal de Curitiba, o quinteto passou recentemente por uma reformulação, com as entradas do vocalista Thiago Acantara e do guitarrista Luis Ferraz. A Child O’ Flames em 2021 é formada pelos remanescentes Felipe Borges (bateria), Cesar Augusto (guitarra), Felipe Gusinski (baixo), além de Thiago e Luis. O último álbum da Child O’ Flames é A New Rising, de 2020, que figurou em listas de melhores lançamentos do ano. De nova cara, a banda de Curitiba foca em seu próximo disco, que já está sendo composto pelos músicos. Siga as redes sociais para acompanhar as novidades e se inscreva no canal do YouTube.
 


Miles Davis e a vanguarda capaz de mudar o mundo

 Marcelo Moreira

Miles Davis (FOTO: REPRODUÇÃO/FACEBOOK)


Música de vanguarda jamais será popular, mas sempre será capaz de mudar o mundo. A máxima está explícita em quase todas as páginas do livro "Kind of Blue: Miles Davis e o Álbum que Reinventou a Música", do jornalista inglês Richard Williams, editado no Brasil pela Casa da Palavra. 

Não há definição melhor para um dos artistas mais influentes de todos os tempos, do naipe de Bob Dylan, Jimi Hendrix e Paul McCartney, se formos ficar apenas na música. Se estivesse vivo, Miles Davis estaria completando 95 anos.

Entre as obras de referência do trompetista, o maravilhoso "Kind of Blue", de 1959, é o álbum que serve como um dos marcos do jazz e da música pop no século XX e serve como fiel retrato de como Miles Davis inscreveu o seu nome na história.

O disco ainda ecoa por vários segmentos como uma das influências mais importantes para os artistas que vieram depois dele – e é bom lembrar que fazia parte da banda do trompetista que é quase um sinônimo de jazz o visceral saxofonista John Coltrane.

"Kind of Blue" ganhou em 2009 uma reedição em CD triplo com extras e material bônus, e sua força reside na extrema objetividade e na sutileza com que a música foi elaborada. Os extras são tão bons quanto o material original.

Davis foi tão certeiro, genial e influente que podemos encontrar seus ecos no rock, no jazz e na música erudita ao longo dos últimos 60 anos -e não só na música, mas também na estética das artes plásticas e até na literatura. 

Escute as principais peças de John McLaughlin (guitarrista britânico), Keith Jarrett (pianista norte-americano), Phillip Glass (compositor erudito norte-americano), Brian Eno (compositor britânico, ex-Brian Ferry e produtor do U2), Jimi Hendrix, Soft Machine (pioneiros do jazz rock na Inglaterra) e muitos outros para observar a presença de "Kind of Blue" e de muitas outras obras do gênio do trompete. 

Novamente citando Richard Williams, Miles Davis expandiu horizontes e conecta mundos aparentemente distintos, que vão das inquietantes paletas de pintura de Picasso, Matisse e Yves Klein, que influenciaram o humor de toda uma cultura que valorizava imensamente a cor azul, ao blues e os outros sons que melhor traduziam o que era ser cool. 

O legado de Davis está presente também nas longas improvisações da banda Allman Brothers, nos concertos do Grateful Dead, passando pelo riff mais copiado de James Brown e da rebeldia atormentada e fascinante de Pete Townshend e seu The Who.

Conhecer Miles Davis é fundamental para entender um pouco da evolução da música popular e da de vanguarda dos últimos 60 anos.   

Duran Duran lança clipe de primeira música de disco novo previsto para outubro

  Do site Roque Reverso


O veterano Duran Duran lançou oficialmente o clipe da música “Invisible”. É a primeira faixa do novo disco que a banda britânica trará aos fãs no segundo semestre de 2021.

“Future Past”, cuja capa acompanha este texto, será lançado oficialmente no dia 22 de outubro.

É o primeiro álbum do Duran Duran desde “Paper Gods”, de 2015.

O clipe de “Invisible” foi criado via Inteligência Artificial, por um sistema chamado Huxley.

Conforme a informação oficial que acompanha o clipe, o sistema conta com uma “mente” modelada a partir dos processos cognitivos e emocionais dos humanos.

Com isso, consegue fazer uma análise própria da música, gerando um resultado fora dos padrões normais.

A música “Invisible” contou com produção de Erol Alkan e tem participação especial de Graham Coxon (Blur) na guitarra.

Além de Erol Alkan, produzem o disco Giorgio Moroder e Mark Ronson em outras músicas.

No clipe de “Invisible”, a banda recomenda o uso de fones de ouvido, já que a mixagem foi feita pelo sistema # 360RA, que gera uma experiência diferente da normal.

Tanto o disco quanto o single estão disponíveis para pré-venda.