Marcelo Moreira
O classic rock é conservador e namora o fascismo. A sentença tenebrosa foi dada em um desabafo nas redes sociais diante de uma turba ensandecida e fora da lei que decidiu passear pela cidade de São Paulo de motocicleta em apoio ao nefasto presidente da República, que está em campanha eleitoral.
Nem 10% das prometidas adesões compareceram à motociata da morte, mas houve gente suficiente para decretar que o classic rock brasileiro apoia em peso o mundo mortífero bolsonada.
Segundo estimativas feitas por emissoras de TV e organizadores do necroevento, mas de 100 motoclubes do Brasil tiveram representantes no passeio mórbido que começou na zona norte de São Paulo, foi até Jundiaí, a 60 quilômetros da capital e terminou no Parque do Ibirapuera.
Quem teve o desprazer de ver a motociata constatou que todo tiozão com moto possante e que ostentava o distintivo de algum motoclube também fazia questão de mostrar algum patch (bordado) na jaqueta com a exaltação de alguma banda antiga de rock, quando não fazia questão de mostrar adesivos grandes de bandas ou da famigerada e racista bandeira dos estados confederados dos Estados Unidos, que se tornou um odiado símbolo racista.
É claro que esse tipo de atitude mancha a reputação de Rolling Stones, Allman Briothers, Lynyrd Skynyrd, Foghat e muitas outras bandas de rock e blues dos Estados Unidos, mas quem se importa com isso?
A vergonha perpetrada por esses motoqueiros fascistas que motivou o rompimento público de um músico ativo e ativista do rock nacional com aquele que é considerado o principal e maior motoclube da atualidade no Brasil,
Com ramificaõs em muitos lugares do Brasil, o Abutres Moto Clube é uma instituição entre os grupos semelhantes, uma verdadeira irmandade que sempre foi exemplo de tolerância por aceitar associados de vários credos religiosos, tendências políticas, time de futebol e muito mais. Em seu estatuto, veda atividades político-partidárias justamente para valorizar os trabalhos beneficentes e de assistência social.
Tudo isso caiu opor terra e foi exposto publicamente pela carta de desfiliação publicada nas redes sociais pelo cantor Tico Santa Cruz, da banda Detonautas Roque Clube, a mais ativa e engajada, dentro do rock, na luta pela democracia e contra os ataques à liberdade de expressão.
No comunicado, o o músico afirma ser associado desde 2019 mesmo o ambiente sendo distante daquele em que transita profissional e artisticamente. Estava movido pelos ideais de irmandade e de trabalhos assistenciais promovidos pela associação.
Reconhecendo que fez muitos amigos e que conheceu pessoas excelentes, lamentou que a atual diretoria dos Abutres descumpriu os estatutos e resolveu aderir de forma explícita e pública ao bolsonarismo, apoiando o presidente e seus eventos. Não se esperava outra coisa a respeito da postura do cantor.
Segundo pessoas que conhecem a fundo o Abutres, a maioria de seus adeptos, nas capitais e cidades populosas do interior, gosta de rock e assume ser um roqueiro "desde sempre".
Portanto, é altamente lamentável que aquele que é considerado o maior do clubes de motociclistas do Brasil tenha aderido ao fascismo e esteja comprometido com políticas destrutivas e que atentam contra a democracia e a liberdade de expressão, algo que o rock sempre teve entre suas bandeiras. Ou seja, os motoqueiros estão jogando contra eles próprios.
O conservadorismo no Brasil virou sinônimo de estupidez e burrice o Brasil, e o rock está sendo arrastado para essa fossa imensa que é o bolsonarismo.
Associar o rock a ideias e ideologias de ódio, preconceito e antidemocráticas não é só mais um crime da extrema-direita hidrófoba contra a civilização, mas uma declaração de guerra- mais uma - à cultura, à educação e ao mundo inteligente.
Tolerar o fascismo não é uma opção, e o rock tolerar o fascismo é destruir um legado de 70 anos, no mínimo, de resistência e luta contra as trevas e o totalitarismo.
Ao contrário do que apregoam os lixos fascistas-bolsonaristas, eles não luta por liberdade alguma ao defenderem terraplanismos e negacionismos. Ao espalhar caos e desinformação, corroem qualquer tipo de liberdade e minam a democracia.
Não foram poucas as faixas estendidas no passeio da morte de Bolsonaro por vagabundos nojentos exigindo intervenção militar e fechamento do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal) - são seres que precisam ser extintos e neutralizados.
É duro ter de concordar com o cidadão desgostoso e desalentado que proferiu a frase do começo do texto - o classic rock, no Brasil, é conservador e namora o fascismo, algo impensável se observarmos os princípios básicos e posturas do gênero musical.
A contestação foi substituída por adesão e ao bordão "rock e política não se misturam". Essa gente horrenda e ignorante jamais assistiu ao filme "Easy Rider" - se assistiu, nada entendeu, assim como boiaram pesado em The Wall", do Pink Floyd.
O classic rock aderiu, em sua grande parte, ao autoritarismo ignorante e negacionista do mundo bozolixo. Vai ser difícil combater essa praga em nossas hostes antes de resistir ao fascismo desesperado que avança em nossa sociedade.
Os bolsominions conseguiram transformar um símbolo de liberdade, no caso a motocicleta, em algo excludente e ligado ao fascismo. Triste.
ResponderExcluirNão perca seu tempo lendo esse texto . Descrição em uma palavra : Marmeladas
ResponderExcluirTo rindo dessa ignorância, escrita por pessoas que não acompanham a política e que vem defender vagabundos esquerdistas, que vem roubando e prejudicando a população brasileira, ao qual agora, estão implantando o comunismo, aos poucos com esses lockdown, fazendo a pessoa passar fome e perderem seus ganha pão, vão trabalhar, aqui o apoio é ao METAL sempre.
ResponderExcluirCara, não coloque todos roqueiros nessa panela. Vai fazer um curso de redação.
ResponderExcluirMembro desde 2019????? Sabe nada, 1% nunca será.
ResponderExcluir