domingo, 13 de junho de 2021

Conservador, o classic rock sobre duas rodas namora o fascismo no Brasil

 Marcelo Moreira



O classic rock é conservador e namora o fascismo. A sentença tenebrosa foi dada em um desabafo nas redes sociais diante de uma turba ensandecida e fora da lei que decidiu passear pela cidade de São Paulo de motocicleta em apoio ao nefasto presidente da República, que está em campanha eleitoral.

Nem 10% das prometidas adesões compareceram à motociata da morte, mas houve gente suficiente para decretar que o classic rock brasileiro apoia em peso o mundo mortífero bolsonada.

Segundo estimativas feitas por emissoras de TV e organizadores do necroevento, mas de 100 motoclubes do Brasil tiveram representantes no passeio mórbido que começou na zona norte de São Paulo, foi até Jundiaí, a 60 quilômetros da capital e terminou no Parque do Ibirapuera.

Quem teve o desprazer de ver a motociata constatou que todo tiozão com moto possante e que ostentava o distintivo de algum motoclube também fazia questão de mostrar algum patch (bordado) na jaqueta com a exaltação de alguma banda antiga de rock, quando não fazia questão de mostrar adesivos grandes de bandas ou da famigerada e racista bandeira dos estados confederados dos Estados Unidos, que se tornou um odiado símbolo racista.

É claro que esse tipo de atitude mancha a reputação de Rolling Stones, Allman Briothers, Lynyrd Skynyrd, Foghat e muitas outras bandas de rock e blues dos Estados Unidos, mas quem se importa com isso?

A vergonha perpetrada por esses motoqueiros fascistas que motivou o rompimento público de um músico ativo e ativista do rock nacional com aquele que é considerado o principal e maior motoclube da atualidade no Brasil, 

Com ramificaõs em muitos lugares do Brasil, o Abutres Moto Clube é uma instituição entre os grupos semelhantes, uma verdadeira irmandade que sempre foi exemplo de tolerância por aceitar associados de vários credos religiosos, tendências políticas, time de futebol e muito mais. Em seu estatuto, veda atividades político-partidárias justamente para valorizar os trabalhos beneficentes e de assistência social.

Tudo isso caiu opor terra e foi exposto publicamente pela carta de desfiliação publicada nas redes sociais pelo cantor Tico Santa Cruz, da banda Detonautas Roque Clube, a mais ativa e engajada, dentro do rock, na luta pela democracia e contra os ataques à liberdade de expressão.

No comunicado, o o músico afirma ser associado desde 2019 mesmo o ambiente sendo distante daquele em que transita profissional e artisticamente. Estava movido pelos ideais de irmandade e de trabalhos assistenciais promovidos pela associação.

Reconhecendo que fez muitos amigos e que conheceu pessoas excelentes, lamentou que a atual diretoria dos Abutres descumpriu os estatutos e resolveu aderir de forma explícita e pública ao bolsonarismo, apoiando o presidente e seus eventos. Não se esperava outra coisa a respeito da postura do cantor.

Segundo pessoas que conhecem a fundo o Abutres, a maioria de seus adeptos, nas capitais e cidades populosas do interior, gosta de rock e assume ser um roqueiro "desde sempre". 

Portanto, é altamente lamentável que aquele que é considerado o maior do clubes de motociclistas do Brasil tenha aderido ao fascismo e esteja comprometido com políticas destrutivas e que atentam contra a democracia e a liberdade de expressão, algo que o rock sempre teve entre suas bandeiras. Ou seja, os motoqueiros estão jogando contra eles próprios.

O conservadorismo no Brasil virou sinônimo de estupidez e burrice o Brasil, e o rock está sendo arrastado para essa fossa imensa que é o bolsonarismo. 

Associar o rock a ideias e ideologias de ódio, preconceito e antidemocráticas não é só mais um crime da extrema-direita hidrófoba contra a civilização, mas uma declaração de guerra- mais uma - à cultura, à educação e ao mundo inteligente. 

Tolerar o fascismo não é uma opção, e o rock tolerar o fascismo é destruir um legado de 70 anos, no mínimo, de resistência e luta contra as trevas e o totalitarismo. 

Ao contrário do que apregoam os lixos fascistas-bolsonaristas, eles não luta por liberdade alguma ao defenderem terraplanismos e negacionismos. Ao espalhar caos e desinformação, corroem qualquer tipo de liberdade e minam a democracia. 

Não foram poucas as faixas estendidas no passeio da morte de Bolsonaro por vagabundos nojentos exigindo intervenção militar e fechamento do Congresso e do STF (Supremo Tribunal Federal) - são seres que precisam ser extintos e neutralizados.

É duro ter de concordar com o cidadão desgostoso e desalentado que proferiu a frase do começo do texto - o classic rock, no Brasil, é conservador e namora o fascismo, algo impensável se observarmos os princípios básicos e posturas do gênero musical. 

A contestação foi substituída por adesão e ao bordão "rock e política não se misturam". Essa gente horrenda e ignorante jamais assistiu ao filme "Easy Rider" - se assistiu, nada entendeu, assim como boiaram pesado em The Wall", do Pink Floyd.

O classic rock aderiu, em sua grande parte, ao autoritarismo ignorante e negacionista do mundo bozolixo. Vai ser difícil combater essa praga em nossas hostes antes de resistir ao fascismo desesperado que avança em nossa sociedade.

5 comentários:

  1. Os bolsominions conseguiram transformar um símbolo de liberdade, no caso a motocicleta, em algo excludente e ligado ao fascismo. Triste.

    ResponderExcluir
  2. Não perca seu tempo lendo esse texto . Descrição em uma palavra : Marmeladas

    ResponderExcluir
  3. To rindo dessa ignorância, escrita por pessoas que não acompanham a política e que vem defender vagabundos esquerdistas, que vem roubando e prejudicando a população brasileira, ao qual agora, estão implantando o comunismo, aos poucos com esses lockdown, fazendo a pessoa passar fome e perderem seus ganha pão, vão trabalhar, aqui o apoio é ao METAL sempre.

    ResponderExcluir
  4. Cara, não coloque todos roqueiros nessa panela. Vai fazer um curso de redação.

    ResponderExcluir
  5. Membro desde 2019????? Sabe nada, 1% nunca será.

    ResponderExcluir