Marcelo Moreira
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Festival de música na Holanda: um show de irresponsabilidade (FOTO: REPRODUÇÃO/YOUTUBE) |
Autoridades europeias já se movimentam para que o que consideram um retrocesso no combate à pandemia de covid-19: novas medidas de restrição à movimentação e lockdowns por conta do aumento da velocidade de contaminação e surgimento de novas variações do vírus.
Um dos países mais afetados, por ironia, deverá ser a Inglaterra, que se preparava para abrir de vez o pais nas próximas semanas.
Com o jogos da Euro, torneio continental de futebol em Londres, os estádios ficaram cheios e muitos estrangeiros assistiram aos jogos nas arquibancadas, em uma das maiores irresponsabilidades da história da humanidade. Onze cidades da Europa receberam jogos com público.
A notícia mais explosiva e preocupante vem da Holanda: quase mil pessoas se contaminaram após frequentarem um festival de música na cidade de Utrecht. No Festival Verknipt, em 3 e 4 de julho, ao menos 448 pessoas se infectaram no primeiro dia do evento, e outras 516 no segundo dia.
Número pode aumentar, pois público do evento chegou a 20 mil. Infecções pelo coronavírus estão novamente em alta na Holanda, depois do relaxamento de restrições pelo governo no fim de junho.
A recente alta nas infecções é atribuída pelas autoridades aos jovens, com focos registrados em festivais, discotecas e bares. O governo reagiu e ordenou o fechamento de algumas discotecas, bem como regras mais rígidas para bares e cafés.
No Brasil, como as medias restritivas nunca foram implantadas - e respeitadas - de fato, a tendência é de que a pandemia não acabe nunca.
Governadores e prefeitos irresponsáveis, por pura covardia e incompetência, cederam às pressões políticas e econômicas e contribuíram para a maioria das 535 mil mortes pela doença. Em alguns lugares, lockdowns de no mínimo seis meses eram necessários para combater o vírus.
Em vez disso, a irresponsabilidade domina o ambiente, como as fases de "eventos-teste" com público no Estado de São Paulo, como pretende o péssimo governador João Doria.
De nossa parte, temos de deplorar com todo o emprenho quaisquer tentativas de shows com público presencial, como algumas bandas estão anunciando para este mês de julho e para agosto.
Não importa se os organizadores irresponsáveis vomitam que "estamos tomando as medidas e protocolos sanitários necessários". Isso é um embuste. Não é hora de nenhum evento com público ser realizado. É lamentável que o rock esteja compactuando com a disseminação do vírus.
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