sábado, 23 de novembro de 2024

Contra o ódio, Luis Mariutti cria o supergrupo Ready to Be Hated

Marcelo Moreira

Ready to Be Hated (FOTO: DIVULGAÇÃO)


Foram necessários mais de 30 anos para que o baixista decidisse assumir a liderança dos projetos musicais de sua carreira. E a decisão não poderia ser mais do que acertada, ainda que tardia. Ele montou mais um projeto de heavy metal com alguns dos melhores músicos do gênero e que são seus amigos.

Em meados d novembro, ele publicou um vídeo onde rapidamente narrava sua trajetória musical e se dizia orgulhoso por ter integrado Angra e Shaman (esta por duas vezes). 

 Entretanto, celebrava a atual fase da carreira, em que saboreava o fato de ter as rédeas de sua carreira e de ter a possibilidade de criar novas oportunidades. Em resumo, Mariutti finalmente assumia a frente dos projetos em que se envolveria a partir deste momento.

O músico se sentiu estimulado com o lançamento do primeiro álbum solo, “Unholy”, com o sucesso do projeto Shamanggra, que começou como uma brincadeira com amigos e se tornou em um evento esperado por muita gente, já que reúne ex-membros do Angra e do Shaman para uma celebração das duas bandas. 

Ready to Be hated (pronto para ser odiado, em português) era o que faltava, segundo ele, para completar a sua trajetória, uma banda em que ele pudesse ditar os caminhos e liderar depois de três décadas de heavy metal e 53 anos de vida. Como o Shamangra é sazonal e não envolve material autoral, Mariutti decidiu que era o momento de encarar um novo grupo.

No vídeo, o baixista rebela que o EP “Ready to Be Hated” está nas redes sociais, com três músicas, onde ele toca com Thiago Bianchi, da banda Noturnall e outro ex-Shaman, é o vocalista; Fernando Quesada, ex-Shaman, Noturnall e Armored Dawn, nas guitarras, Rodrigo Oliveira, do Korzus, na bateria.

O primeiro single da banda é "Someting to Say", uma canção moderna qu faz um cruzamento dos primórdios do Shaman e do atual Noturnall.

 “Não quero tratar esse projeto como supergrupo. Reuni amigos de longa data com quem eu queria muito tocar e a química deu certo”, disse Mariutti. “Eu queria fazer uma coisa mais na área do power metal e em inglês, remetendo às mihas origens lá mnos anos 90. Estou empolgado com o resultado.”

Ele esclarece que nada muda em relação à banda Sinistra, em que toca baixo aldo de Edu Ardanuy (guitarra, ex-Dr. Sin),. Nando Fernandes (vocais, ex-Hangar) e Rafael Rosa bateria, ex-Angra). “Estou gostando de tocar eles, é m som em português, mais arrastado, que me obriga a estudar bastante. É uma banda criada pelo Nando e pelo Edu, eu acabei chegando por último.”

O som que a banda Ready to Be Hated criou é, de certa forma, surpreendente para algo que surge de uma forma meio despretensiosa. Como Mariutti dá a entender nas declarações e entrevistas. As três canções são muito boas e reúnem as melhores influências de Angra, Shaman e Noturnall.

A mescla de metal tradicional com power metal dá o tom, mas trechos percussivos que remetem à música brasileira aparecem com frequência, evidenciando a qualidade extraordinária de Rodrigo Oliveira. “Something to Say”, a mais simples e pesada.

Oferece um painel sonoro de um cartão de visitas, com riffs rápidos e solos mais comedidos, embora muito técnicos. “The Old Becomes de New” é mais progressiva, com uma estrutura de balada metal alicerçada em um blues, que cresce na segunda aprte desembocando em um metal tradicional de respeito.

A melhor das três é “Us Against Them”. Com um riff poderoso de guitarra que espanta pela “muralha” com eu conduz a melodia, enquanto o baixo dá um suporte ao ponto de se transformar em base para uma grande canção com influências de Judas Priest, Iron Maiden e Saxon. Há um clima descontraído e de engajamento para criar coisas d mesmo nível para um futuro álbum, o que aumenta bastante a expectativa.

É praticamente um projeto só com pontos positivos. Thiago Bianchi. Um dos grandes cantores do nosso rock, canta de uma forma diferente do que faz no Noturnall, que faz um metal mais moderno er com elementos de outros subgêneros. Saiu-se muito bem, anda que mais contido.

Fernando Quesada, um baixista virtuoso que carimbou suas credenciais no Shaman e no Noturnall, faz um trabalho ótimo como guitarrista aqui, mostrando que, como violonista em outros projetos, é um músico talentoso e com muitos recursos.

A presença do guitarrista Hugo Mariutti, irmão de Luis e outro ex-Shaman, na coprodução garantiu um olhar mais vintage e nem tão vinculado ao metal, que se pode notar na simplicidade dos arranjos

A banda também será uma das atrações do Bangers Open Air 2025, um dos maiores festivais de Heavy Metal do Brasil, que acontece em São Paulo-SP entre 2 e 4 de Maio de 2025.

Ouça as três faixas inéditas em todas as plataformas de streaming, ou pelo link abaixo:

https://open.spotify.com/intl-pt/album/0zBhnMbw5xVA8WYNg5Neqj?si=QfgPtKQzQTOb1q3oN_-w4g

O nome da banda, por si só, incita uma reflexão sobre a aceitação e rejeição social, incentivando discussões sobre autenticidade e a coragem de ser diferente. 

Em uma época onde o "hate" é absolutamente comum e muitas vezes devastador, a banda mostra desde o seu nome que não apenas aceita as críticas, mas as transforma em combustível para seguir em frente.

“O Ready to be Hated não tem medo de ser controverso ou polarizador, pelo contrário, abraça essas reações como parte de sua identidade, afinal, em um mundo onde a conformidade muitas vezes reina, ser odiado pode ser um sinal de verdadeira inovação e coragem artística”, diz Luis Mariutti..

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