quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Ex-integrantes 'brigam' pelo legado do King Crimson

Marcelo Moreira

São frequentes os casos Desagradáveis de ex-integrantes que brigam por despojos de bandas alegando que querem preservar o “legado”, seja lá o que isso signifique na prática. E aí vemos a existência de duas encarnações alegando ser a “verdadeira banda, quando na verdade, em quase todas as vezes, trata-se apenas de duas ou mais versões “covers de nomes importantes da história do rock.

Os exemplos são vários: Venom, Great White, Wishbone Ash, Creedemce Clearter Revival, Yes (que conviveu com Anderson, Bruford, Wakeman and Howe e também Yes feat. Anderson, Rabin e Wakeman)...

São raros os casos em que nomes consagrados são usados com as bênçãos, ou o silêncio, dos líderes ou herdeiros dos líderes. É o caso do King Crimson, um dos nomes mais importantes do rock progressivo.

O líder e criador da banda, Robert Fripp, manteve o grupo em hiato por vários períodos desde 1969, e nunca se importou com amigos e ex-amigos se juntando para fazer homenagens e tributos. O guitarrista inglês sempre teve a exata noção do legado extraordinário que ele sua bnda deixaram. Sem interesse em prosseguir co ela, vê o nome King Crimson em alta por outros caminhos.

Nos anos 2000, gostou do eu uviu como Crimson Jazz Trio, dos Estados Unidos, que tocava as suas músicas intrincadas e experimentais de um jeito mais radical, ainda mais livre e solto. Depois veio a 21st Schizoid Band, dedicada a recriar fielmente as canções da primeira fase do King Crimson, que durou de 1969 a 1974. Esse projeto existe há 30 anos, mas com longos hiatos.

IMAGEM^REPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO

 
No ano passado, com status de superbanda, surgiu o Beat, que se concentra em executar as canções do período de 1981 a 1985 e algumas do período de 1991 a 2003.

O Beat é o nome da vez, surgido de um encontro entre os guitarristas Adrian Belew e Steve Vai. Beew, com passagens por bandas de renome como a de Frank Zappa, tocou como King Crimson entre 1981e 2003,sempre driblando as desavenças com Fripp, que odiava seus eventuais exageros com drogas, segundo as fofocas roqueiras.

É a sua voz que está nos clássicos discos da segunda fase- “Beat”, Discipline” e “Three of a Perfect Pair”.

Sua guitarra exótica e inventiva também é parte indissociável do som da banda e casou perfeitamente como estilo experimental e perfeccionista de Fripp.

Belew nunc escondeu as mágoas de não ter sido chamado para a encarnação da banda que ressurgiu em 2007 – foi substituído pelo inglês Jakko M. Jakszyk, cantor e guitarrista veterano da cena de rock progressivo europeia e amigo de Fripp.

Mesmo com s desavenças, os dois não sõ inimigos e Belew participou de vários projetos que fizeram tributos ao King Crimson nos últimos 15 anos. Agora decidiu fazer o seu.

Curiosamente, é um projeto de músicos americanos para fazer um som de uma das bandas mais tipicamente inglesas que existiram. Além dos guitarristas Beew também vocalista) e Vai, participam o baterista Danny Carey e o baixista Tony Levin, que foi integrante e braço direito de Fripp no Crimson entre 1981 e 2020. Nos bastidores, conta-se que foi a presença de Levin que ocasionou a bênção de Fripp.

IMAGEM: DIVULGAÇÃO

 
O quarteto deveria fazer apenas alguns shows nos Estados Unidos – não mais dfo que dez, segundo Belew -, mas o sucesso foi tão grande que shows na Europa e na América do Sul deverão ser agendados para 2025,além de uma segunda turnê pelos Estados Unidos.

A 21st Schizoid Band é essencialmente inglesa e acaba de lançar um disco ao vivo, ”Live in Barcelona”. Foi um projeto capitaneado pelo saxofonista Mel Collins e pelo multi-instrumentista Ian MacDonald, que fundou o King Crimson com Fripp. Os dois participaram da primeira fase da banda e têm a ajuda de outro membro dessa época, o baterista Ia Wallace. A formação ainda tem Jakko M. Jakszyk e outro colaborador dos primórdios do Crimson, Peter Giles.

Apesar da alta demanda pelos shows do grupo, é um projeto que não é muito constante, já que seus integrantes, que têm entre 75 e 80 anos, evitam fazer turnês, concentrando as apresentações na Grã-Bretanha e na Europa Ocidental. Nenhum dos músicos mantém proximidade com Fripp, mas obtiveram a sua aprovação e até mesmo comentários públicos positivos.

Nas mais recentes entrevistas, Adrian Belew diz estar surpreso com a ata demanda por shows do Beat, mas não crava o futuro do projeto, bem mesmo se haverá regravações das canções da banda original. “Steve Vai abraçou o projeto, mas é um músico muito ocupado. Eu e Tony Levin temos as nossas carreiras solo e ele tem quase 80 anos. Não vou fazer planos a longo prazo.”

A 21st Schizoid Band tem uma agenda bem restrita de shows para 2025, alguns ainda confirmação.

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