quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Viper inaugura nova fase no limiar dos 40 anos de carreira

 Marcelo Moreira

A única banda brasileira clássica de rock pesado em atividade. É dessa forma que o Viper entra no seu 40 ano de atividade, e tendo de empunhar essa bandeira ainda em por conta da morte de Pit Pssarell, baixista e fundador, em setembro do ano passado.

No dia em que a banda celebrou os 40 anos da entrada de Andre matos como vocalista, em 3 de janeiro, as redes sociais oficiais do quinteto mencionaram a importância do ano de 2025 e a responsabilidade que o Viper terá ao fazer a ponte entre passado e futuro, ou ao mens transferir o legado para alguns nomes importantes dessa geração atual de heavy metal.

Como o Sepultura encerrando as atividades e Angra, Dr. Sin e Korzus entrando em hiato por tempo indeterminado, é o Viper que simboliza a grandeza d rock pesado brasileiro no que toca ao grupo de bandas pioneiras que tiveram um destaque além do underground. Ao lado da Dorsal Atlântica e do Stress, é a mais antiga em atividade, embora tenha saboreado um sucesso relativo maior do que as duas citadas.

Se considerarmos que Krisiun (com 35 anos de carreira), Nervosa e Crypt afazem metal extremo, então só sobra mesmo o Viper da chamada “geração de ouro” do metal tradicional do Brasil dos anos 80. “Não penso muito nisso. A ideia sempre foi fazer música pesada e com uma pegada própria. Acho que isso explica, em parte, a longevidade do Viper e o respeito que temos até hoje”, diz o guitarrista Felipe Machado, único membro fundador ainda na formação.

Formação atual do Viper (FOTO: DIVULGAÇÃO/INSTAGRAM)

 
Também jornalista e escritor, Machado pode ser considerado o grande responsável pelo Viper ainda estar de pé no século XXI. /cuida de praticamente tudo. É um dos principais compositores e foi o grande incentivador para que o álbum “Tijmeless”, de 2022, fosse gravado. É o primeiro com os então novos integrantes, Leandro Caçoilo (vocal) e Kiko Shred (guitarra) e o último com Pit Passarell.

Imaginava-se que a morte de Passarel encerra-se um ciclo e que houvesse um período parta reflexão, mas muita gente se surpreendeu com o anúncio, menos de um mês depois, da efetivação de Daniel Matos como novo baixista. É um ciclo que se abre, anda mais porque Daniel é irmão de Andre matos, morto em 2019, aos 47 anos.

“Era uma solução meio óbvia, já que Daniel era o substituto de Pit quando este, por motivos pessoais e profissionais, não podia tocar.”, afirma machado. “Ele sempre foi da ‘família’ e traz um pouco do que Andre de novo para a banda..”

Machado e os demais músicos – Caçoilo, Shred, Daniel Matos e o baterista Guilherme Martin – já planejam o ano comemorativo de 40 anos. Uma série de shows especiais estão na mira, assim como eventuais materiais de arquivo. No final de 2024,a banda realizou uma série de apresentações no estado de São Paulo e participou de um festival grande na Colômbia.

Viper ainda com Pit Passarell (primeiro da esq. para a dir.) (FOTO: DIVULGAÇÃO)


História movimentada

As raízes da banda remontam ao ano de 1984, na zona oeste de São Paulo. Três garotos de classe média poucos por som pesado e fanáticos por Iron Maiden e, mais tarde, por bandas com estilo Helloween, começaram a ensaiar sem baterista e com Pit Passarell no baixo e nos vocais.

A dupla de guitarristas, Felipe Machado e Yves Passarell,(urmão de Pit) se entrosou rápido e logo esbolos das primeiras composições surgiram,sempre em inglês.

Coma ajuda de vários bateristas, entre eles Guilherme Martn, formataram o som que queriam e convidaram Andre Matos para ser o vocalista em 3 de janeiro de 1985. Com apenas 13 anos, era vizinho dos outro membros, estudava música e cantava bem.

A banda impressionou em seu primeiro sow e ogo estava tocando sem parar em diverss locais da capital paulista. O primeiro álbum, “Soldiers of Sunrise”, começou a ser gravado em 1986 e chegou ao mercado no ano seguinte. Eram os “Menudos do metal”, uma alusão ao fenômeno pop plastificado e artificial Menudos, grupo portorriquenho de triste lembrança.

Com nome forte no Brasil e também no Japão e na Alemanha, gravam em condições melhores o álbum seguinte, ”Theatre of Fate”. Em 1989.um grande salto na carreira. Com ótimas músicas, transformou o Viper em astros no mercado japonês mas, antes que pudessem desfrutar do sucesso, Matos decide sair para estudar música erudita e se torna maestro. Na faculdade, conheceria o guitarrista Rafael Bittencourt, com quem formaria o Angra em 1992.

Andre matos ao vivona turnê de reunião (FOTO: DIVULGAÇÃO/ENCARTE DE DVD)

 
Com a saída de Andre Maos, em 1990, o grupo se reorganizou como um quarteto e com Passarell toando baixo e cantando. O álbum seguinte, “Evolution”, traz um som muito diferente do power metal anterior. Mais sujo, mais rápido e mais punk. Era uma tentativa de soar mais próximo d grunge, que tomou conta do mundo a parti de 1992.

Depois de várias turnês pela Europa e Japão, e de alguns álbuns não muito inspirados, a banda tenta uma virada e grava um álbum em português om uma sonoridade mais pop. O resultado artístico é bom, mas as vendas foram decepcionantes. Já sem Yves Passarell, que entrara para o Capital Inicial, o Viper termina o século em recesso, com shows esparsos nos anos seguintes.

Em 2008,o grupo retorna com o álbum “All My Life”, onde a sonoridade tem maior relação como heavy metal tradicional. Com um novo vocalista, Ricardo Bocci, a banda mostrava que tinha boas perspectivas, mas as coisas não fluíram como o esperado.

Após novo hiato, surge a oportunidade de uma turnê brasileira com Andre Matos, que voltaria apenas para essa reunião. Os shows foram um sucesso total entre 2012 e 2013, rendendo um CD/DVD ao vivo.

Com novo fôlego, o Viper se preparou para uma nova fase coma entrada de Leandro Caçoilo nos vocais e manteve o a agenda cheia até a pandemia de covid-19. “Timeless”,o primeiro álbum em 14 anos, foi muito bem recebido e rendeu boas turnês de divulgação.

Foi durante um dos shows da turnê, no final de agosto de 2024na zona sul de São Paulo, que Pit Passarell passou mal no palco. Desmaiado, recebeu atendimento médico e foi levado consciente para o hospital, de onde não sairia mais. Morre em 27 de setembro em decorrência de um câncer no pâncreas.

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