Eric Clapton
é o tipo de músico de estatura gigante que consegue silenciar uma plateia
imensa com uma simples nota musical. Na antiga casa de shows Olympia, de São Paulo,
completamente lotada, ele conseguiu silenciar o ambiente com suas notas limpas
e profundas, capazes de penetrar corações petrificados. Se Clapton era Deus,
como escreviam nos muros os fãs em 1965 em Londres, então reverenciemos Deus em
São Paulo neste final de semana.
Existem
milhões de motivos para ver Clapton, e algumas ressalvas para não passar perto
dos locais onde ele estará. Da mesma forma que não devemos relevar o passado
racista e o atual negacionismo do guitarrista, precisamos ressaltar a sua
genialidade instrumental. Escutá-lo ainda e necessário, seja em temas
instrumentais, seja ns mais profundos blues
Clapton nos
palcos é daqueles momentos em que arte redime muitos pecados que a vida comete
e nos impõe, da mesma forma que foi quando o baixista Roger Waters e o
guitarrista David Gilmour, ambos ex-Pink Flyd, estiveram na cidade, separadamente,
é claro. Cada nota penetrante extraída
da Fender Stratocaster é como se o fundo da alma fosse tocado por uma varinha
mágica. É como se fosse a abertura de um portão mágico que nos levasse a outra
dimensão. É um sentimento bem parecido com aquele que salta das pessoas quando
escutam Paul McCartney ao vido, sento transportados para o mundo dos Beatles.
Que a
provável última passagem do mestre da guitarra pelo Brasil seja memorável como
foram as outras três anteriores e que possamos desfrutar da música sem que os
pecados de sempre corroam a sua aura e a sua imagem. Para muitos soa heresia
dizer que ouvir Clapton é necessário e libertador. Danem-se os patrulheios,
Ninguém esquece os pecados do passado, mas jamais iremos relevar o talento e a
genialidade de sempre. A guitarra de Clapton e suas canções fazem parte da
trolha sonora de nossas vidas. Merecem uma chance a mais.
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