Flavio Leonel - do sute Roque Reverso
Os fãs do Linkin Park tiveram uma verdadeira semana dos sonhos na primeira quinzena de novembro de 2024, quando uma sucessão de presentes pouco comuns em tão curto espaço de tempo foram proporcionados pela banda norte-americana. Numa tacada só, eles presenciaram o lançamento oficial do novo álbum do grupo, o anúncio de uma nova turnê mundial prevista para 2025 e, no caso do Brasil, ainda tiveram o prazer de ver o retorno dos músicos em show histórico em São Paulo.
Realizada na capital paulista na noite desta sexta-feira, 15 de novembro, a apresentação no Allianz Parque, a Arena do Palmeiras, teve uma série de simbolismos e marcos para o Linkin Park e seus simpatizantes.
Numa campanha de divulgação gigantesca de seu novo álbum de estúdio “From Zero”, o grupo fez, num Allianz Parque com ingressos esgotados, um show de duas horas exatamente no dia de lançamento do disco.
A volta da banda via álbum e shows é o rompimento de um hiato doloroso gerado após a morte, em 2017, do vocalista Chester Bennington.
Marca também a entrada da nova vocalista Emily Armstrong como substituta de falecido Bennington, além da estreia do bom baterista Colin Brittain, ocupando o lugar do antigo componente Rob Bourdon.
“From Zero” também rompeu um hiato de discos inéditos da banda que vem desde “One More Light”, de 2017.
Com um vocal potente e grande personalidade, Emily Armstrong é o maior destaque do álbum, projetando uma nova fase para a banda com imensa aprovação dos fãs novos e mais antigos.
No Allianz Parque lotado e com um público considerado um dos mais dedicados do planeta à banda, o Linkin Park não escolheu por acaso a cidade para o show no mesmo dia do lançamento do disco.
Teste de fogo para qualquer integrante que tentasse ocupar a vaga de um componente tão marcante na carreira de uma banda, a Arena do Palmeiras acabou sendo um suporte não apenas para os novos músicos como também para os veteranos.
Na grande estratégia de divulgação, o show do Linkin Park foi transmitido ao vivo para todo o Brasil pelo canal de TV fechado Multishow e com sinal aberto pela plataforma de streaming Globoplay. Teve ainda a liberação de músicas ao vivo nos canais do Linkin Park para todo o planeta, num verdadeiro acontecimento musical.
No caso do Multishow e do Globoplay, ainda foi transmitida uma entrevista exclusiva de cerca de 10 minutos com os componentes da banda, trazendo toda a expectativa sobre o retorno ao Brasil, algo que não acontecia desde o Maximus Festival de 2017 no Autódromo de Interlagos.
O histórico show no Allianz Parque em 2024 teve um desfile de hits do Linkin Park que saciou a vontade de fãs que, há 1 ano, sequer imaginariam que teriam uma oportunidade como essa novamente.
“Breaking the Habit”, “Numb”, “In the End”, “Faint”, “What I’ve Done”, “Somewhere I Belong”, “Crawling”, “Burn It Down” e “Lost” foram só alguns exemplos do repertório de 26 canções executadas no show em São Paulo.
A emoção era clara e comovente no rosto dos fãs. A alegria era clara e comovente no rosto dos veteranos da banda, como o vocalista e multi-instrumentista Mike Shinoda e o DJ Joe Hahn.
A pressão também era evidente para a vocalista Emily Armstrong, que, logo nas primeiras músicas viu e ouviu aquele coral gigantesco do público cantando “Somewhere I Belong” e “Crawling”. E quem conhece o Allianz Parque sabe o poder que a acústica do local tem quando todos cantam junto.
A estratégia de Emily em algumas músicas foi literalmente “jogar pra galera”, que não se importou nenhum pouco de assumir o protagonismo do show.
Para quem não é fã de carteirinha da banda e estava vendo tudo com uma análise imparcial, a estratégia de Emily poderia ser considerada arriscada, pois havia toda uma expectativa de como ela cantaria ao vivo sucessos tão marcantes na voz de Chester Bennington.
Mas é difícil julgar qual atitude um artista iniciante numa banda deve tomar numa situação dessas. O que se viu, no entanto, quando Emily “jogou pra galera”, foi o público corresponder.
Quando Emily fez sua parte ela não decepcionou, apesar da clara pressão em diversos momentos. Ela tem um vocal potente e envolvente que ainda deve render muitos frutos ao Linkin Park.
Mais do que isso, ela mostrou, nas músicas novas, como nas ótimas
“The Emptiness Machine”, “Over Each Other”, na qual tocou guitarra, e “Heavy Is the Crown”, uma “fúria” muito bem-vinda e muito necessária ao bom e velho rock and roll.
A felicidade contagiante dos fãs foi a mensagem clara que banda e todo o mundo do rock desejava ver.
O rock vira e mexe passa por fases de altos e baixos. E, quando um grupo do porte do Linkin Park renasce das cinzas com força e perspectiva clara de continuidade, a sinalização é mais do que positiva para um estilo que vem enfrentando grande concorrência entre jovens mais voltados a músicas não tão admiradas por este veículo de comunicação.
Turnê mundial para 2025
Quem perdeu a oportunidade de ver o Linkin Park no Brasil em 2024 nos shows de 15 e 16 de novembro em São Paulo terá nova oportunidade no ano que vem, já que no dia 14 o grupo soltou uma agenda de sua turnê mundial de 2025.
Depois de shows previstos para outubro de 2025 na América do Sul em Bogotá (Colômbia), Lima (Peru), Buenos Aires (Argentina) e Santiago (Chile), o Linkin Park voltará ao Brasil em novembro para shows em quatro capitais.
A banda norte-americana tocará, ainda sem a confirmação oficial dos locais, no Rio de Janeiro (8 de novembro), São Paulo (10 de novembro), Brasília (13 de novembro) e Porto Alegre (15 de novembro), este show num festival.
Vídeos do show no Allianz Parque
O Linkin Park liberou no seu canal no YouTube alguns trechos do show em short vídeos do dia 15 de novembro em São Paulo no Allianz Parque. Mas eles não podem ser atrelados a sites, infelizmente.
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