Do thrash netal ao stoner, o primeiro semestre de 2024 oferece música pesada para quase odos os gostos, e de uma qualidade bem acima da média. A safra é muito boa;
O guitarrista americano Kerry King ainda tem bastante coia para explicar a respeito do final do Slayer há seis anos e de sua "ressurreição" parcial neste ano para penas dois shows. Enquanto diz que a banda não fará mais turnês ou álbuns, anda se divertindo na divulgação de seu primeiro álbum solo, "From Hell I Rise".
Especialista em violência sonora e blasfêmias de todos os tipos, o músico buscou no passado um sentido para a nova obra. Com mais virtudes do que defeitos, agradou aos fãs mais radicais que esperavam brutalidade. Foram recompensados.
O disco é muito pesado e, em vários aspectos, procura avançar em relação aos mais recentes trabalhos do Slayer, um tanto repetitivos e sem muita inspiração, apesar de serem bons.
Acertando na escolha do vocalista, o ótimo Mark Osegueda (Death Angel), que emprestou uma outra personalidade ao thrash metal revestido de modernidade, mas que transpira anos 80 em todas as músicas.
Desde o começo King adiantou que não pretendia mudar os rumos do que quer que seja ou inovar. Evitou sempre criticar o que todo mundo apontava, a estagnação sonora e criativa da antiga banda, e procurou olhar para a frente.
Diante da qualidade do material apresentado, o guitarrista foi bem-sucedido. Não há uma música ruim neste trabalho recheado de riffs pesados e bem construídos. Há alguma canção memorável: Não. mas "Residue" pode perfeitamente ganhar os corações de quem busca a violência sonora do Slayer.
"Trophies of the Tyrant" é uma das músicas épica do álbum, com seus riffs grandiosos e uma velocidade alucinante. Na mewma linha seguem "Crucifixion" e a "destruidora faixa-título enquanto "Rage" é um sopro em direção ao heavy metal tradicional nos arranjos de guitarra.
Sem muito esforço, Kerry King acertou a mão e reviveu bons momentos do passado com o Slayer com uma sonoridade moderna, ainda que longe de ser memorável. Possivelmente seria dessa forma que soaria um eventual novo fisco do Slayer.
Os ingleses do High on Fire também se saíram bem em trabalho mais recente sem precisar inovar. Seu som muito pesado, baseado no stoner metal, agora está mais puxado para o thrash em "Cometh to Storm", que abre com uma porrada na orelha chamada "Lambsbread".
A banda não alivia e pisa no acelerador em todas as faixas, com direito a alguns interlúdios, coo na faixa já citada e na maravilhosa "Burning Down". São pequenos caprichos que soam interessante em meio à tempestade brutal de riffs.
O som, que predomina é o stoner, sem abuso de velocidade, mas há uma mistura de doom e thrash metal em canções boas como "Tough Guy" e "The Beating". Há equilíbrio entre violência e pancadaria extrema, o que deixa tudo bem diferente do que temos observado no som pesado atual. É um dos grandes discos do ano até agora.
Também inglesa, a Flamebearer prefere beber nos anos 70 e mirar um som mais encorpado e menos extremo. Em alguns momentos, chega a flertar com o hard rock em "Brazen", seu trabalho mais recente. Os timbres de guitarra são maravilhosos ao incorporar influências que vão de Jimi hHndrix a Uriah heep, de Blue Cheer a Mountain.
Aparentemente despretensioso, o som é poderoso e preenche tudo com um baixo que se expande por todas as direções. "Taste Hell", o primeiro single, é a melhor canção, reunindo todas as virtudes do mundo stoner,principalmente por conta das guitarras. É um primor de som pesado.
Além de "Taste Hell", os destaques são a cadenciada "Walls Crumbing" e a forte e acelerada "The Grey", com um vocal fantasmagórico que lembra, de longe, os de Ozzy Osbourne. É mais um trabalho sem canções fracas.
Os gregos do Stone Cream também abusam do peso, mas para o lado do doom metal, com escorregadas para o hard rock e o blues rock.
Com uma produção simples e que valoriza a guitarra à frente de tudo, "Bones 'n Blues"é bastante agradável e capaz de agradar a quem gosta de som mais pesado e quem prefere uma sonoridade mais blues e acessível.
Em pouco mai de 35 minutos o grupo destila sete canções bem acabadas, embora nem um pouco originais. Como é bem característico dos artistas da gravadora Grooveyard Recods, que também reúne outras boas atrações da Grécia, como Freerock Saints, Tania Kikidi e Super Vintage, o Stone Cream busca inspiração no som que emerge do Texas e dos estados americanos do Suil. E dá0lhe doses cavalares de texturas que remetem a Lynyrd Skynyrd, Allman Brothers e Gov't Mule.
A trinca de abertura do álbum já vale a audição - a pesada "No Moe Blood", a bluesy " I Was Wrong" e a setentista "Only in My Dreams", também puxada para o blues.
Os veteranos suecos de The Quill continuam afiados e aproveitaram últimos anos para soltar uma série de álbuns ao vivo e com sobras de estúdio. "Wheel of Illusion" é o trabalho deste ano com músicas inéditas e mostra uma banda mais pesada do que o stoner rock habitual.
Em alguns momentos trata-se de uma volta ao passado, em que o som do Black Sabbath predominava nos riffs e nos vocais arrastados.
Tem, bastante blues ainda nas canções, mas as guitarras estão bem na cara, com um timbre mais setentista e mais "gordo, da mesma forma que o baixo, que trabalha de forma a formar uma "guitarra base".
"We Burn" é mais comum e "quadradona", sem grande destaque a não ser o refrão forte. "Rainmaker" e "Elephant Head" são músicas mais bem acabada e pesadas, que representam melhor o som característico desta ótima banda de hard rock pesado.
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