A surpresa costuma ser a mesma de quem ouve bandas brasileiras de death ou black metal cantando sobre florestas escandinavas, temas vikings ou celtas. Músicos brasileiros fazendo southern rock? Ms qual a surpresa se tem gente fazendo blues por aqui desde sempre?
"Não tem muitas bandas abordado esse subgênero no Brasil. É bacana ver a reação das pessoas quando ouvem as nossas canções", comenta o vocalista Eli Colt, da banda paulista Spone Shiver, que lançou recentemente a música "Most Wanted", que estará no próximo álbum de inéditas.
Em busca por um som diferente, ser ser necessariamente original, a banda conquistou um bom espaço dentro de um mercado que pouco valoriza iniciativas que fujam do que estamos acostumados.
A grande sacada é que Spine Shiver consegue abordar o southern rock de uma forma aberta e ampla, que agrega diversas influências, como a própria "Most Wanted" indica em seus arranjos de guitarra, principalmente.
Impossível dissociar tal abordagem da formação eclética dos músicos - além, de Eli Colt, tocam Guss Kbel Kbello (guitarra), Rick Koba (bateria) e Michael MD Rock (baixo). Os músicos se orgulham dessa situação, que foi incorporado ao DNA da banda.
Ouça em https://tratore.ffm.to/mostwanted/
"Acredito que conseguimos atingir um patamar que nos permite percorrer e passear por várias possibilidades", diz Eli. "Começamos como uma banda de hard rock oitentista, que é o som que adoramos, e percebemos que havia um espaço para criar coisas interessantes dentro do southern rock. É um som que se torna acessível e aberto a a receber contribuições."
A referência óbvia é Lynyrd Skynyrd, a clássica banda americana de southern rock que moldou o estilo ao lao lado de Allman Brothers, mas é possível identificar outras influências, como Gov' t Mule, Blackberry Smoke, mas também ecos do bom e velho hard rock clássico de Rainbow, Whitesnake e, não de forma direta, as bandas californianas de Los Angeles.
É esse o retorno que os músicos costuma receber quando tocam na avenida Paulista aos domingos, quando a via é fechada aos automóveis. Os comentários giram sempre em torno do "som diferente" do que se escuta nos bares e nos palcos alternativos.
É justamente o que os músicos gostam de ouvir. "Mais do que o osso som agradar, esses comentários reafirmam o acerto de nossas escolhas; Tanto que muitos nos dizem que preferem as nossas canções autorais às versões que costumamos entremear nos shows."
Apesar da boa receptividade ocorrer mesmo com a opção de cantar em inglês - "Não consigo compor em português, não fica bom", admite Eli -. a banda celebra a bosa fase em relação ao agendamento de shows e a possibilidade de rocar para públicos além do rock.
Recentemente, em um show beneficente no interior de São Paulo, Spine Shiver dividiu o paco com artistas de MPB e sertanejo e o resultado agradou a todos. Isso coloca a chance de tocar em eventos ligados ao country/sertanejo, como rodeios e eventos do gênero.
"Já fui sectário, como todo roqueiro que começou ouvindo heavy metal.Juntar esforço para fazer um evento dar certo é importante para aumentar público e expandir horizontes; Acho que é uma visão importante para uma banda que aspira trabalhar com músicas autorais", afirma Eli Colt.
No trabalho da música "Most Wanted", Spine Shiver exibe sua classe ao desfilar suas influências e misturar gêneros com competência. A música inicia com uma base de flamenco, que logo evolui para uma mistura de hard rock e baião, exibindo a capacidade da banda em fundir estilos distintos.
A canção narra as aventuras de um personagem rebelde, abordando temas como liberdade, aventura e a busca pela atenção tanto da polícia quanto dos fãs.
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