Sete anos após a última apresentação da carreira, na cidade natal de Birmingham, na Inglaterra, os integrantes originais do Black Sabbath cogitam uma reunião "definitiva" para encerrar de vez o capítulo da banda que criou o heavy metal, segundo a maioria dos historiadores musicais.
Deveria ser uma boa notícia para os amantes do rock clássico, mas lamentavelmente não é. O que estão tramando é uma desfaçatez e uma suprema falta de respeito com um dos integrantes, considerado o elo mais frágil do quarteto.
Há pouco mais de dois meses o cantor Ozzy Osbourne, com sérios problema de saúde às vésperas de completar 76 anos, comentou em uma entrevista que sentia falta de uma consagração final da banda que reunisse no palco os belhos companheiros, incluindo o baterista Bill Ward. Um show final com o baterista seria o motivo principal da reunião.
Surpreendentemente, o guitarrista Tonu Iommi achou a ideia boa e disse isso em uma entrevista recentea um programa de rádio norte-americano. Dias depois, o baixista Geezer Butler escreveu nas redes sociais que concorda com a ideia de Ozzy e que estaria aberto a conversar sobre o assunto.
Diante de tamanha "adesão", o tal do show final, possivelmente em Birmingham, na Inglaterra, certamente ocorrerá em algum momento até 2025 - tem de ser logo, já que todos os integrantes têm 76 anos, ou quase.
O problema desta "empreitada" é a hipocrisia e falta de vergonha em propor algo que já devia ter ocorrido; Bill Ward foi sumariamente excluído dos planos fiais do Black Sabbath a partir de 2012, sendo substituído pe,os americanos Brad Wilk (Rage Against the Machine em estúdio) e Tommy Clufeto (em shows).
Esse planos começaram a ser gestados em 2011, quando Ozzy e Iommi anunciaram que a banda se preparava para encerrar a carreira com um longo adeus, que ncluium uma turnê mundial extensa - que passou duas vezes pelo Brasil -, um álbum ao vivo e um DVD ao vivo. O derradeiro show ocorreu em 4 de fevereiro de 2017 em Birmingham, na Inglaterra, a cidade da banda.
Ward chegou a aparecer em fotos promocionais do projeto em 2012, mas misteriosamente foi sacado dos planos ao longo daquele ano.
E então o mundo foi surpreendido por declarações de empresários dando conta de que o baterista, com histórico longo de alcoolismo e problemas de saúde diversos, estava fota por não reunir condições físicas para tocar ao vivo. Ozzy e Iommi sustentaram essa versão, mas parece que Ward não concordou com a ideia.
antes mesmo da virada do ano para 2013, o baterista escreveu uma furiosa carta, publicada nas redes sociais, criticando duramente o projeto e seus então ex-parceiros, afirmando que tinha sido excluído por questões financeiras.
"Eles me ofereceram muito pouco para que eu participasse", postou Ward." Eu queria, no minimo, algo próximo ao que eles iriam ganhar, cada um. Os empresários m,e disseram que não subiriam a proposta porque sempre haveria um risco de eu não poder subir ao palco por questões de saúde. Ninguém sequer veio até minha casa para ver como eu estou e se eu realmente posso tocar atualmente. Ainda estou aberto a negociações, mas eu mereço ser respeitado e remunerado de forma justa."
Em uma entrevista a um jornal de Birmingham, ele comentou que a mágoa com os tr~es ex-amigos era muito grande, porque silenciaram sobre o que estava acontecendo, ou seja, apoiaram a atitude dos empresários que estavam viabilizando o projeto "The End".
Não houve acordo, e os três músicos seguiram em frente sem Ward. Recrutaram Btad Wilk para as sessões que resultaram no álbum "The End". Para os shows, diante da iossibilidade de Wilk em ficar (estava envolvido ainda em alguns eventos com o Rage Against the Machine), chamaram Tommy Clufetos, que tinha tocado por algum tempo na banda solo de Ozzy.
Só muito tempo mais tarde Ozzy e Iommi fizeram comentários superficiais a respeito dos verdadeiros motivos da ausência de Bill Ward - e só o fizeram diante de protestos veemente de fãs nas redes sociais e pela insistência de alguns repórteres ingleses no assunto.
Portanto, falar em "show final" com Bill Ward na bateria soa vergonhoso e escandaloso, para não dizer humilhante, coo se fosse possível apagar os episódios de mesquinhez e patifaria do biênio 2011 e 2012.
Que pelo menos assumam que tudo não passa de negócios e que Ward, à época, não merecia participar por suas supostas restrições. E que uma reunião agora nada tem a ver com "reconhecimento", mas sim com grana, e mais nada.
Os quatro integrantes tiveram problemas com álcool e drogas, em variados graus, ao longo de suas carreiras, mas Bill Ward sempre foi o mais frágil e suscetível ás funestas consequências.
Diagnosticado como dependente do álcool e drogas no fim dos anos 70, o baterista ainda tentou continuar na banda no começo da década de 1980 depois da saída de Ozzy Osbourne, em 1979. Gravou o álbum "Heaven and Hell" em 1980, com a presença do vocalista Ronnie James Dio, mas não completou a turnê de promoção. Saiu da banda alegando problmas físicos e fui substituído pelo americano Vinnie Appice, irmão do também baterista Carmine Appice.
Na turbulenta década do Black Sabbath, Ward tentou voltar à banda em 1983, quando Dio e Appoce saíram. Ele gravou o álbum daquele ano, "Born Again", com o vocalista Ian Gillan, e garantiu que estava sóbrio e em forma. Não era verdade: teve uma recaída pesada com vários tipos de substâncias entorpecentes e foi substituído pelo amigo Bev Bevan, da Electric Light Orchestra, outra bana de sucesso de Birmingham..
Gravou dois discos solo de pouca repercussão não anos seguinte e participou da reunião da formação original do grupo no biênio 1997-1998, quando se recuperava de um ataque cardíaco. Vinnie Appice atuou como baterista reserva caso fosse necessário assumir as baquetas, assim como seria na turnê de 2004.
Teria sido mais honesto descartarem de vez Ward em 2011=2012 em vez de submetê-lo à humilhação de terd e aceitar um cachê considerado indigno por supostos problemas de saúde. E chega a ser desumano falar em "show de despedida" com a presença do baterista depois de tanto desrespeito.
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