sexta-feira, 19 de julho de 2024

Cactus ressurge com o mlhor do blues e com a 'ajudinha' de amigos

Pesado e agressivo demais para o blues, leve demais para o nascente hard rock setentista. A máxima foi usada para tentar torpedear a carreira de vários artistas e contribuiu para que um aspirante a potência do subgênero naufragasse em seu auge.  

O Cactus surgiu imponente, com músicos experientes e com passagem pelo Vanilla Fudge, um fugaz grupo que pretendia fazer blues pesado indo além de Cream e Jimi Hendrix. 

Ficando pelo caminho, o Vanilla semeou a gênese de uma nova formação capitaneada  pelo baterista Carmine Appice e pelo baixista e vocalista Tim Bogert. Quiseram repetir a fórmula e quase deu certo com o vocalista Rusty Day e o guitarrista Jim McCarty. Quase deu certo, mas o grupo implodiu depois de dois excelentes discos e outros dois bem razoáveis.

Entre idas e vindas ao longo do tempo, o Cactus tenta mais um renascimento, sempre om o onipresente Appice - Bogert morreu há alguns anos. A formação mais recente tem Carmine Appice, Jimmy Kunes como vocalista, o guitarrista Paul Warren, o baixista Jimmy Caputo e Randy Pratt na gaita.

Surpresos com a receptividade em mais uma volta da banda, decidiram que tinham e gravar um álbum, mas nada de novas músicas novas. Appice repetiu uma máxima de Dee Snider, cantor do Twisted Sister: "Ninguém quer saber de canções novas, as pessoas só querem os clássicos. E é isso que terão".

Assim sendo, o quinteto não teve pudor em regravar as prinipais músicas da banda com a ajudinha de uns amigos estrelados e famosos, como o próprio Snider, Joe Bonamassa e Billy Sheehan. Claro que cheira a opoetuniso, mas não é que "Temple of Blues: Influence and Friends" ficou bom?

“A música do Cactus sempre esteve impregnada da tradição do blues”, diz Appice, em entrevista a uma rádio americana. A ideia era revisitar as suas melhores músicas dentro de uma abordagem do rock moderno e blues tradicional. “Continuávamos ouvindo de muitos de nossos amigos celebridades da música o quanto Cactus os influenciou e como eles adorariam ser convidados em um álbum do Cactus. Até o presidente da nossa gravadora, Brian Perera da Cleopatra Records, nos sugeriu que esse álbum acontecesse. Então, ‘Temple Of Blues’ foi o próximo passo lógico.”

A escalação dos "amigos" é impressionante: os guitarristas Joe Bonamassa, Ted Nugent, Pat Travers, Warren Haynes, Vernon Reid, Steve Stevens, Johnny A (The Yardbirds), Ty Tabor (King's X) e os baixistas Billy Sheehan (Mr Big), Dug Pinnick (King's X) Tony Franklin (The Firm, Blue Murder), Phil Soussan (Ozzy Osbourne, Billy Idol), Rudy Sarzo (Quiet Riot, Ozzy Osbourne), Kenny Aaronson (ex-Joan Jet e The Yardbirds), bem como membros do Giv't Mule, Vixen, Rainbow, Zebra e Whitesnake. 

O vocalista Dee Snider do Twisted Sister aparece no remake da banda do clássico “Evil”, de Howlin’ Wolf, e o colega de banda de Appice em Vanilla Fudge, Mark Stein, apresenta um vocal poderoso em “Long Tall Sally” de Little Richard. Uma segunda versão de “Guiltless Glider” aparece como faixa bônus com o ex-vocalista do Judas Priest, Ripper Owens. Outro parceiro musical de Appice, Fernando Perdomo, também aparece no novo disco.

Além de Appice na bateria em todas as faixas, o guitarrista original do Cactus, Jim McCarty, também aparece em ‘Temple Of Blues’. Os atuais membros da banda, o vocalista/guitarrista e gaitista Jim Stapley e o baixista Jim Caputo também aparecem em muitas das faixas. 

Appice anunciou recentemente um novo membro para a formação da banda: o guitarrista Artie Dillon cuidará das tarefas de guitarra nas turnês ao vivo e tocará em uma faixa do novo álbum ainda sem datab para ser lançado.

O membro fundador Jim McCarty atualmente contribui como membro de composição e gravação do Cactus ocasionalmente, mas não faz mais turnês ao vivo.

A formação atual do Cactus se reuniu em 2021. O vocalista principal Jim Stapley vem da Inglaterra e trabalhou com o ex-baterista do Faces/Who Kenny Jones no Jones Gang e Humble Pie. 

Com uma equipe de músicos e de convidados de alto calibre, o Cactus transformou um evento oportuista em boa música, recoclando temas antigos com um frescor que chama a atenção; "Evil" manteve a sua agressividae e desespero da versão original, enquanto que "Parchman Farm" cresceu com a presena forte da guitarra de Joe Bonamassa. 

E quem iria que um cantor de heavy metal deixaia o blues com uma cara diferente? É o caso de Tim "Ropper" Owens, ex-Judas Priest, com sua coz potente e aguda na canção "Cuiltless Glider", anteriormente citada. 

"One Way or Another" ganha um brilho amsi funky graças ao vocalista e baixista dUg Ponnick, um dso maiores talntos do hard rock dos anos 90. Warren haynes, do Gub't Mule, brilha na guitarra e na voz em 
"no Need to Worry", enquanto que Pat Travers deixa "Big Mama Boogie" mais pesada com seu timbre reconhecível de guitarra.

Cactus teve uma história turbulenta, marcada por fases diwtintas. Formada em 1970 a partir das cinzas do Vanilla Fudge por Carmine Appice e Tim Bogert, a formação inicial também contava com McCarty (de Mitch Ryder e The Buddy Miles Express) e o vocalista do Amboy Dukes, Rusty Day.

 Embora Cactus tenha obtido sucesso moderado no início, as fivergências internas e a pouca entrada de dinheiro convulsionaram tudo, levado ao colapso no começo de 1973.

A falta de apoio da gravadora ajudou a azedar o ambiente, o que levou Appice e Bogert a aceitarem o convite do guitarrista inglê Jeff Beck para montar um trio de hard rockl, que viria a ser o Beck, Bogert and Appice, de curta duração - apenas um álbum ao vivo e um de estúdio. 

Implodida, o Cactus deixou de existr, com Jm McCarty partindo para outros projetos e Rusty Day praticamente deixando a vida artística - morreria assassinado em 1962m em situação na qual pereeram também seu filho e um amigo.
 
A banda se reformou em 2006, com Randy Pratt na gaita (que também aparece neste álbum) e Jimmy Kunes nos vocais. Quando o falecido Tim Bogert foi forçado a se aposentar devido a complicações após um grave acidente de motocicleta, Pete Bremy juntou-se ao baixo antes de Caputo substituí-lo em 2020.

O Cactus atual faz parte de um grupo de bandas setentistas que ressurgiram com certa força e que mereciam mais atenção, como os atuais Yarbirdris (agora em um hiato mais longo novamente), Savoy Brown (que ainda decide se continuam sem o seu líder, Kim Simmonds, que morreu recentemente) e HUndred Seventy Split, que pretendia ser uma reencarnação do Ten Years After. 

"Temple of Blues" é um produto de aluar qualidade que faz jus à história do Cactus e serve de boa amostra do poder do blues rock setentista para as novas herações.

Lista de músicas

1. Parchman Farm (feat. Joe Bonamassa & Billy Sheehan) (03:06)
2. Bro. Bill (feat. Randy Jackson, Randy Pratt, & Bob Daisley) (04:50)
3. Guiltless Glider (feat. Bumblefoot & Phil Soussan) (06:12)
4. Evil (feat. Dee Snider & dUg Pinnick) (03:17)
5. One Way…Or Another (feat. dUg Pinnick & Ted Nugent) (05:09)
6. Alaska (feat. Johnny A. & Tony Franklin) (03:45)
7. No Need To Worry (feat. Jorgen Carlsson & Warren Haynes) (06:13)
8. Oleo (feat. Steve Stevens & Billy Sheehan) (04:03)
9. Big Mama Boogie (feat. Pat Travers & James Caputo) (06:18)
10. You Can’t Judge A Book By The Cover (05:26)
11. Rock N’ Roll Children (feat. Britt Lightning, Vernon Reid, & Rudy Sarzo) (06:25)
12. Let Me Swim (feat. Doug Aldrich & Marco Mendoza) (04:27)
13. Restrictions (feat. Ty Tabor & Phil Soussan) (06:16)
14. Long Tall Sally (feat. Mark Stein & Fernando Perdomo) (05:09)
15. Guiltless Glider (Bonus Track) (feat. Tim “Ripper” Owens) (06:12)

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