Do site Roque Reverso]
]A história de Elvis Presley já foi exaustivamente mostrada em livros, cinema e teatro em diversos locais do planeta. Com conteúdo riquíssimo, a vida do chamado “Rei” do bom e velho rock and roll tem o poder de gerar diversas possibilidades de abordagem e, claro, é no período que marca sua escalada até a fama mundial que boa parte dos enredos costuma se concentrar.
No Brasil, mais uma etapa deste sempre importante resgate da história da vida do cantor norte-americano começou a ser observada desde o início de agosto com “Elvis – A Musical Revolution”, peça que estreou no Teatro Santander, em São Paulo, e que seguirá em cartaz no local até o mês de dezembro.
Com direção do mega conceituado Miguel Falabella, o musical aborda a fase áurea do rei do rock e prova o quanto o incentivo à arte pode gerar grandes espetáculos.
Produzido por meio de um acordo especial com a Authentic Brands Group, “Elvis: A Musical Revolution” é apresentado por um contrato especial com a Broadway Licensing, LLC.
Na soma que traz a riqueza de cenários, um espaço moderno para espetáculos, a mão de Falabella na direção e atores do mais alto nível, o resultado é uma peça musical capaz de gerar uma experiência marcante para o espectador.
Estrutura
Toda a estrutura montada para a execução do espetáculo gira em torno de números pouco modestos e necessários para trazer um espetáculo de qualidade.
O cenário inclui mais de 200 degraus, somando os acessos de coxia e palco, o que seria o equivalente a subir ao topo de um prédio de 13 andares.
São mais de 600 metros de LED programável, capaz de proporcionar um show de luzes que não passa sem ser percebido pelo espectador. As cortinas metálicas, com suas 30 km de correntes, segundo a produção, poderiam ligar o teatro Santander até Mauá se esticadas, e são compostas por 1.770.000 elos metálicos interligados.
Foram usados também mais de 2.000 metros de tecido e quase 100 discos dourados para dar um toque de glamour condizente à história do rei do rock.
A produção da peça lembra que todo esse esforço é possível graças a uma equipe de mais de 70 pessoas diretamente envolvidas na cenografia, sem contar os inúmeros empregos indiretos gerados, algo que passa muitas vezes despercebidos pela legião de críticos de leis no País que incentivam à cultura nacional.
O elenco
Para uma peça grandiosa e que retrata figura tão importante da cultura pop mundial, um elenco com atores bem ensaiados é fundamental. E é justamente esse detalhe importante que é possível observar durante o musical: todos os envolvidos na peça trazem de maneira radiante e contagiante, com canto, interpretações de alto nível e dança um teatro musical capaz de orgulhar o público brasileiro.
Por sinal, a maioria das peças musicais que vem passando por São Paulo vem sendo marcadas por atuações de grande qualidade dos atores. Muitas dessas peças com “selo” da Broadway exigem um nível de interpretação acima do normal.
No caso de “Elvis: A Musical Revolution”, as diversas canções do espetáculo, não apenas de Elvis Presley, exigiram um certo do domínio dos atores da Língua Inglesa. E acaba sendo uma grande responsabilidade para o elenco não derrapar nas músicas de um dos maiores nomes de todos os tempos.
O ator, modelo e cantor Leandro Lima interpreta Elvis Presley. Conhecido especialmente por conta dos papeis nas novelas da TV Globo, como Levi em “Pantanal” (2022) e o delegado Marino em “Terra e Paixão” (2023), Lima dá um show à parte no papel de Rei do Rock.
Ele canta com qualidade e boa pronúncia as músicas de Elvis, dança a ponto de provocar gritos de admiração da plateia e também tem boa interpretação nos momentos mais tensos e densos do musical.
Importante destacar que, apesar de Leandro Lima ser o ator principal como Elvis, ele alterna em determinados dias de peça o papel com o ator Daniel Haidar. Este detalhe é importante, a depender da preferência do público, e pode ser consultado no site Sympla, onde são vendidos os ingressos para o musical, na bilheteria do Teatro Santander ou nas redes sociais da peça.
Vale chamar a atenção também para o ator que interpreta Elvis Presley jovem no musical. Com bastante sensibilidade, Robson Lima retrata toda a emoção da fase em que o astro da música pop ainda não era nada e passava por dificuldades financeiras com a família pobre num bairro de pessoas negras na cidade norte-americana de Memphis.
Ao lado da atriz Fabiana Gugli, que interpreta a mãe de Elvis, Gladys Presley, o ator proporciona algumas das cenas mais emocionantes e tocantes do espetáculo. Os dois aparecerem principalmente na primeira parte da peça, mas voltam ao palco, já na fase de sucesso do cantor, quando ele se lembra da juventude.
Figura importante e polêmica na vida de Elvis Presley, o Coronel Tom Parker é interpretado pelo ator Luiz Fernando Guimarães, que tem uma carreira repleta de papeis marcantes, especialmente no humor, mas que, no musical, faz o sisudo empresário de Elvis.
Importante destacar que este papel também sofre com alternâncias dependendo da data de apresentação. Há dias nos quais o ator Eduardo Semerjian assume o papel. No dia em que o Roque Reverso esteve presente* para assistir à peça, foi Semerjian que interpretou o coronel.
Merece destaque também a interpretação de Caru Truzzi como Priscilla Presley. É dela uma das maiores presenças vocais da peça, num mar de outras grandes interpretações dos diversos atores envolvidos.
Vale elogiar também todo o trabalho de contexto da peça com as passagens de Elvis por programas de auditório, onde ele divide o palco com ninguém menos que Frank Sinatra, e até mesmo as influências musicais do cantor na juventude, como a precursora do rock, Sister Rosetta.
A escolha pela fase áurea
Não há dúvida de que condensar a vida de uma das maiores estrelas da música de todos os tempos em um espetáculo musical com duas horas e meia de duração é uma tarefa das mais desafiadoras. No caso de Elvis Presley e sua vida repleta de acontecimentos, essa missão exige um recorte específico.
Em “Elvis – A Musical Revolution”, a escolha é pela fase áurea do cantor, detalhando seus primeiros passos na juventude e seu estouro musical. A fase do fim da carreira de Elvis perto da sua morte precoce não é focalizada, a não ser no momento com canções mais para o fim da peça.
A ideia clara ali é trazer os bons momentos para pessoas que procuram a diversão e o espetáculo.
Escrita por Sean Cercone e David Abbinanti e baseada na concepção de Floyd Mutrux, com arranjos musicais e orquestração de Abbinanti, o musical está ali para divertir o público e enaltecer a figura de Elvis Presley.
A experiência, com isso, se torna rica e marcante para o público, que pode concentrar tanto os fãs da época como as novas gerações.
No dia em que o Roque Reverso esteve presente, um domingo, mais de 50% da plateia era formada por pessoas com mais de 60 anos de idade. Mas havia também jovens e até crianças presentes numa sessão de domingo lotada, assim como não havia mais ingressos para o dia anterior.
Ao final, o sentimento é de encantamento pela qualidade gigantesca do espetáculo, feito por brasileiros, mostrando que são perfeitamente capazes de trazer uma peça nos moldes da Broadway para um País sedento por cultura de qualidade.
No caso dos fãs do bom e velho rock and roll, é inegável a satisfação de presenciar algo tão grandioso sobre um dos maiores ícones no estilo, numa época em que o rock claramente passa por um de seus períodos de baixa no cenário pop.
Uma peça sobre Elvis tem o poder não apenas de resgatar o estilo na mente das pessoas como plantar sementes, no mínimo de curiosidade, para as novas gerações.
Serviço
‘Elvis – A Musical Revolution’
Temporada: De 1° de agosto até 1° de dezembro (conferir no site do Sympla todas as datas disponíveis)
Local: Teatro Santander
Endereço: Shopping JK Iguatemi – Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041
Horários: Quintas e Sextas, às 20h; Sábados, às 16h e às 20h; Domingos, às 16h às 20h
Valores: Plateia VIP (R$ 190,00 meia-entrada e R$ 380,00 inteira); Plateia Superior (R$ 125,00 meia-entrada e R$ 250,00 inteira); Frisa Plateia (R$ R$ 125,00 meia-entrada e R$ 250,00 inteira); Balcão A (R$ 90,00 meia-entrada e R$ 180,00 inteira); Frisa Balcão (R$ 19,50 meia-entrada e R$ 39,00 inteira); Balcão B (R$ 19,50 meia-entrada e R$ 39,00 inteira). Clientes Santander têm 30% de desconto nos ingressos inteiros, limitados a 2 por CPF.
Duração: 2h30 com 15 minutos de intervalo
Faixa etária: acima de 10 anos, com menores de idade acompanhados dos pais ou responsáveis legais
Todas as sessões possuem áudio-descrição e libras
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