quarta-feira, 23 de outubro de 2024

A guitarra eloquente de Helena Ngagata brilha em sua estreia solo

 

Quebrado barreiras com muita classe e elegância, uma guitarrista brasileira mostra novos caminhos no rock pesado instrumental e começa a ter sua estreia solo comparada a um dos grandes lançamentos do ano, “Theory of Mind”, de Kiko Loureiro,

 

Helena Nagagata está divulgando seu primeiro trabalho, “Starlust”, um EP com três música que impressiona pela qualidade dos temas e pela versatilidade demonstrada na construção de riffs e nos solos criativos. É uma prévia do álbum que está sendo composto.

 

Helena é jovem, mas tem uma experiência robusta dentro do rock nacional. Integrou a banda de death metal Sinaya, formada só por mulheres, e chamou a atenção de gente importante pela técnica e pelo feeling mesmo fazendo muita extrema.

 

A pandeia de covid-19 paralisou tudo em 2020 e o álbum da Sinaya ficou na gaveta, sem previsão de lançamento. Apenas três singles surgiram, dois com a assinatura de helena, mas então seus caminhos se cruzaram com os dos irmãos Hugo e Luís Mariutti, que tocaram com Angra, Shaman e Viper. As colaborações virtuais com eles renderam um convite para participar em tempo integral do projeto Shamangra, que reúne ex-integrantes do Shaman e do Angra em um tributo cheio de convidados.

 

“Por enquanto estou priorizando o Shamangra, que tem alguns shows agendados com repertório estendido”, diz a musicista. “Quero caminhar sem pressa na carreira solo, sem afobação. Fiquei satisfeita com os resultados obtidos até agora com o EP e pretendo manter o método de trabalho.”

 

Com bom conhecimento de tecnologia e com domínio de técnica de gravação, registrou as guitarras em seu estúdio caseiro, com equipamento simples, mas eficiente. A mixagem e a masterização foram feitas no estúdio Fusão, do Thiago Bianchi, vocalista do Noturnall.

 

As comparações com Kiko Loureiro a envaidecem, principalmente no esmero na construção de fiffs, mas a moça opta por um caminho menos virtuoso e mais roqueiro. “Starkust” tem muitos toque progressivos que tanto fascinam a musicista e que também aparecem no mais novo lançamento do ex-guitarrista do Angra e do Megadeth. Se a velocidade é parte indissociável d estilo de Kiko, Helena aposta e um equilíbrio entre virtuosismo e fraseados menos intrincados.

 

Quando acrescenta elementos de rock progressivo mesclados com um feeling blueeiro, como em “Starlust”, a canção, exibe todo o seu diferencial em elação aos demais músicos que fazem música pesada instrumental.

 

Por ser uma apreciadora de Dream Theater, é natural que suas canções exibam algo de John Petrucci, o guitarrista daquela banda norte0americana, como é o caso na música  “A Dreamlike Vision” e em alguns trechos de “Stalust”

“The Ride” já oferece uma estrutura mais tradicional de hard rock instrumental, com pitadas de influências de Joe Satriani e Steve vai.

 

“As três canções me representam neste momento em que estou buscando meu estilo”, diz Helena Nagagata. “Para o álbum que virá penso em  repetir alguns procedimentos na composição e, se houver possibilidade, expandir a musicalidade com a presença de um baterista.”

 

Doutoranda e Mestre em Música pela UFRJ (Universidade Federal Rio de Janeiro), Helena Nagagata  foi citada três vezes na revista americana Guitar World, com destaque especial em uma lista de "30 Heroínas da Guitarra" ao lado de outros grandes nomes do instrumento.

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