A aposta era
arriscada, mas o guitarrista inglês Tony Iommi não tinha nenhuma escolha era
chamar o conterrâneo Glenn Hughes m ex-baixista e vocalista do Deep Purple, para
iniciar as gravações de seu disco solo ou amargar mais u atraso. O Black Sabbath
tinha implodido em 1984 e o guitarrista queria virar a página.
Só que a
fase não era nada boa. Seu disso olo teria u vocalista em cada faixa - Hughes,
Robert Plant (ex-Led Zeppelin) e Ian Gillan (exDeep Purple na época e também
ex-Black Sabbath) tinham topado, mas
problemas de agenda impediram o projeto. E então a gravadora I.R.S. exigiu que
o álbum fosse do Black Sabbath, e não solo de Iommi.
O guitarrista
não contou essa “novidade” para a banda e ainda foi surpreendido pelo vício
extremo de Hughes no álcool e nas drogas. O álbum “Seventh Star”, creditado a
Black Sabbath, saiu no começo de 1986, mas a banda que sairia em turnê j[a
estava desmoronando e Hughes, então apenas cantando, foi demitido depois de uma
briga com o empresário da banda. Era o fim da amizade entre os dois companheiros
de Bieminghan.
Dez anos
depois, tudo mudara. Hughes abandonara os vícios e estava de novo em alta e Iommi
amargava mais um possível fim do Black Sabbath. Coube o guitarrista retomar a
amizade e os dois, além de muito café, foram parar no estúdio de Iommi para
compor e gravar algumas músicas.
Essa fase da
vida dos dois artistas está sendo recuperada agora em áudio com dois
lançamentos ótimos para entender um pouco da vida dos dois músicos fora de suas
bandas de origem.
“The 1996
Dep Sessions” e “Fused”, lançados em CD entre 2004 e 2006, trazem um som muito
pesado que se equilibram entre o heavy etal tradicional e o hard rock setentista
com uma pegada um pouco mais moderna para a época E Glenn Hughes, apelidado de
a ”a voz do rock”, estava cantando melhor o nunca
São
relançamentos de ótima qualidade e que merecem destaque porque tiveram
desempenhos discretos de vendas na época. Tony Iommi até hoje não consegue
explicar a falta de divulgação decente para os dois trabalhos, mas entende que
foram importantes para a sua carreira e também para a de Hughes, além do fato
de terem reatado uma amizade de muitos anos.
Hughes fala
com entusiasmo dos dois lançamentos. Em conversa com este jornalista há alguns anos, disse que, de certa forma, se
sentia em dívida com Iommi: “Quando fizemos ‘Seventh Sar’ eu estava em uma fase
muito um em todo os sentidos e hoje entendo
minha saída em 1986. Gostamos muito um do outro e adorei que tivéssemos
trabalhado untos novamente.”
As gravações
de 1996 passaram na época por um processo de pré-produção, mas foram arquivadas
porque a formação original clássica do
Black Sabbath, com o cantor Ozzy Osbourne, voltou à ativa no final daquele ano,
obrigando o guitarrista a parar com tudo.
Seis anos
depois, versões piratas das gravações surgiram na internet em CDs “bootlegs” om o nome de “The DEP Session”, com boa qualidade
de áudio. Estava evidente que alguém ligado a Iommi ou à sua gravadora solo na
época vazou o material. Foi a deixa para que Hughes visitasse o guitarrista
para jogar conversa fora e perguntar sobre aquelas músicas. Animados, os dois
voltaram ao mesmo estúdio para mexer nas canções e ali mesmo Iommi decidiu que
gravaria um novo álbum solo com Hughes cantando todas as canções, mas só com
musicas novas
Compuseram
rapidamente e logo finalizaram as canções que integram “Fused”, lançado em 2004
com Hughes tocando baixo e cantando. Bastante elogiado pela crítica, teve desempenho
discreto de vendas, a turnê de promoção foi abortada por mais uma excursão
longa do Black Sabbath.
Em 2006,
Iommi encontrou com Hughes em um evento e acertaram ali a turnê adiada, além de
de finalmente concordarem em lançar comercialmente as gravações de 1996 com o
mesmo nome do CD pirata, “The 1996 Dep Sessions”,
O álbum saiu, mas enquanto Hughes finalizava
uma turnê solo, surgiu a possibilidade de uma reunião do Black Sabbath da época
em que Ronnie James Dio e a o vocalista. O projeto se chamou Heaven and Hell e
Hughes ficou para o segundo plano novamente, Nunca mais os dois falaram de fazer
um turnê juntos
É óbvio que “Fused”
é um álbum melhor por ser um produto finalizado, mas também por conter canções melhores e mais
pesadas. “Dopamaine”, que abre o disco,
é a melhor, com seu riff tenebroso e uma performance vocal de Hughes magistral
Bastante
homogêneo, destoa da carreira de Iommi por abordar temas mais ligados às
atualidades e ao cotidiano, coisas não tão presentes no Black Sabbath. As
letras de Hugh.es também são mais introspectivas, como “Savior od the Real” e “
Wasted Again”.
O mudo cinzento
aparece na tenebrosa “The Spell” e o riff monstruoso de “Faou fear” vale cada
segundo da música. “I Go Insanee”, que fecha a obra não chega a ser uma canção
épica, mas demonstra a extrema maturidade artística do dois músicos. Na verão
om músicas bônus, destaque para “the Innocence”,
“The 1996
Dep Sessions” é irregular porque aparenta ser o que era nos CDs piratas, um
trabalho inacabado. Com um pouco mais de tempo, as canções poderiam ganhar um
acabamento melhor ou terem outras soluções melódicas.
A comparação
com “Fused”, portanto, parece injusta. São oito músicas com destaque para as pesadas
“Gone” e “ Fine” e melhor, a
autobiográfica de Hughes “I’m Not the Same Man”.
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