quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Álbuns solo de Tony Iommi com Glenn Hughes são relançados

 

A aposta era arriscada, mas o guitarrista inglês Tony Iommi não tinha nenhuma escolha era chamar o conterrâneo Glenn Hughes m ex-baixista e vocalista do Deep Purple, para iniciar as gravações de seu disco solo ou amargar mais u atraso. O Black Sabbath tinha implodido em 1984 e o guitarrista queria virar a página.

 

Só que a fase não era nada boa. Seu disso olo teria u vocalista em cada faixa - Hughes, Robert Plant (ex-Led Zeppelin) e Ian Gillan (exDeep Purple na época e também ex-Black Sabbath)  tinham topado, mas problemas de agenda impediram o projeto. E então a gravadora I.R.S. exigiu que o álbum fosse do Black Sabbath, e não solo de Iommi.

 

O guitarrista não contou essa “novidade” para a banda e ainda foi surpreendido pelo vício extremo de Hughes no álcool e nas drogas. O álbum “Seventh Star”, creditado a Black Sabbath, saiu no começo de 1986, mas a banda que sairia em turnê j[a estava desmoronando e Hughes, então apenas cantando, foi demitido depois de uma briga com o empresário da banda. Era o fim da amizade entre os dois companheiros de Bieminghan.

Dez anos depois, tudo mudara. Hughes abandonara os vícios e estava de novo em alta e Iommi amargava mais um possível fim do Black Sabbath. Coube o guitarrista retomar a amizade e os dois, além de muito café, foram parar no estúdio de Iommi para compor e gravar algumas músicas.

 

Essa fase da vida dos dois artistas está sendo recuperada agora em áudio com dois lançamentos ótimos para entender um pouco da vida dos dois músicos fora de suas bandas de origem.

 

“The 1996 Dep Sessions” e “Fused”, lançados em CD entre 2004 e 2006, trazem um som muito pesado que se equilibram entre o heavy etal tradicional e o hard rock setentista com uma pegada um pouco mais moderna para a época E Glenn Hughes, apelidado de a ”a voz do rock”, estava cantando melhor o nunca

 

São relançamentos de ótima qualidade e que merecem destaque porque tiveram desempenhos discretos de vendas na época. Tony Iommi até hoje não consegue explicar a falta de divulgação decente para os dois trabalhos, mas entende que foram importantes para a sua carreira e também para a de Hughes, além do fato de terem reatado uma amizade de muitos anos.

 

Hughes fala com entusiasmo dos dois lançamentos. Em conversa com este jornalista  há alguns anos, disse que, de certa forma, se sentia em dívida com Iommi: “Quando fizemos ‘Seventh Sar’ eu estava em uma fase muito um em todo os sentidos e hoje entendo  minha saída em 1986. Gostamos muito um do outro e adorei que tivéssemos trabalhado untos novamente.”

 

As gravações de 1996 passaram na época por um processo de pré-produção, mas foram arquivadas porque a formação original  clássica do Black Sabbath, com o cantor Ozzy Osbourne, voltou à ativa no final daquele ano, obrigando o guitarrista a parar com tudo.

 

Seis anos depois, versões piratas das gravações surgiram na internet em CDs “bootlegs”  om o nome de “The DEP Session”, com boa qualidade de áudio. Estava evidente que alguém ligado a Iommi ou à sua gravadora solo na época vazou o material. Foi a deixa para que Hughes visitasse o guitarrista para jogar conversa fora e perguntar sobre aquelas músicas. Animados, os dois voltaram ao mesmo estúdio para mexer nas canções e ali mesmo Iommi decidiu que gravaria um novo álbum solo com Hughes cantando todas as canções, mas só com musicas novas

 

Compuseram rapidamente e logo finalizaram as canções que integram “Fused”, lançado em 2004 com Hughes tocando baixo e cantando. Bastante elogiado pela crítica, teve desempenho discreto de vendas, a turnê de promoção foi abortada por mais uma excursão longa do Black Sabbath.

 

Em 2006, Iommi encontrou com Hughes em um evento e acertaram ali a turnê adiada, além de de finalmente concordarem em lançar comercialmente as gravações de 1996 com o mesmo nome do CD pirata, “The 1996 Dep Sessions”,

 

 O álbum saiu, mas enquanto Hughes finalizava uma turnê solo, surgiu a possibilidade de uma reunião do Black Sabbath da época em que Ronnie James Dio e a o vocalista. O projeto se chamou Heaven and Hell e Hughes ficou para o segundo plano novamente, Nunca mais os dois falaram de fazer um turnê juntos

 

É óbvio que “Fused” é um álbum melhor por ser um produto finalizado,  mas também por conter canções melhores e mais pesadas.  “Dopamaine”, que abre o disco, é a melhor, com seu riff tenebroso e uma performance vocal de Hughes magistral

 

Bastante homogêneo, destoa da carreira de Iommi por abordar temas mais ligados às atualidades e ao cotidiano, coisas não tão presentes no Black Sabbath. As letras de Hugh.es também são mais introspectivas, como “Savior od the Real” e “ Wasted Again”.

 

O mudo cinzento aparece na tenebrosa “The Spell” e o riff monstruoso de “Faou fear” vale cada segundo da música. “I Go Insanee”, que fecha a obra não chega a ser uma canção épica, mas demonstra a extrema maturidade artística do dois músicos. Na verão om músicas bônus, destaque para “the Innocence”,

 

“The 1996 Dep Sessions” é irregular porque aparenta ser o que era nos CDs piratas, um trabalho inacabado. Com um pouco mais de tempo, as canções poderiam ganhar um acabamento melhor ou terem outras soluções melódicas.

 

A comparação com “Fused”, portanto, parece injusta. São oito músicas com destaque para as pesadas “Gone” e “ Fine” e  melhor, a autobiográfica de Hughes “I’m Not the Same Man”.

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