A origem da guitarrarock do Brasil como a
conhecemos hoje, sem as misturas que o tempo se encarrgegou de imprimir, tem
nome e sobrenome: Luiz Carlini.
Legítimo representante do
berço roqueiro paulistano do bairro a Pompeia, na zona oeste, o músico tem sua
importância comparada á dos então vizinhos de rua, os irmãos Arnaldo Baptista Sergio
Dias Baptista, os criadores da banda Os Mutantes.
Aos 72 anos e mais de 50 de
carreira, Carlini deu o pontapé para a série de concertos que vão celebrar os
50 anos de surgimento da banda Tutti Frutti, que acompanhou Rita Lee em seu
empreendimento solo logo depois e sair dos Mutantes.
O tem será o cinquentenário
do lançamento de “Fruto Proibido”, disco creditado a Rita Lee & Turri
Frutti, lançado em 1975 e até hoje considerado pela maioria dos críticos como o
mais importante do rock nacional.
O primeiro show ocorreu em
setembro, no Ssc Santo André (ABC Paulista), e o guitarrista pretende percorrer
o país com esse show a partir deste mês até meados de 2025. “Eu toco essas
músicas desde sempre, mas agora é a hora de dar uma roupagem mais ‘elegante’
para comemorar esse marco tão importante na história do rock”, afirmou Carlini
em entrevista exclsuiva ao Combate Rock.
Formada em 1973, a banda lançou bons álbuns em colaboração com
Rita Lee. Após a separação da banda em 1978, Carlini continuou ativo na cena
musical, mantendo o legado do Tutti Frutti, que tem acompanhado, em algumas
ocasiões, o guitarrista em suas apresentações solo. Com uma formação renovada,
surpreende pela fidelidade os arranjos originais de clássicos como “Ovelha
Negra” (cujo solo de Luiz Carlini é considerado o mais impressionante do rock
nacional), “Agora Só falta Você” e “Luz Del Fuego”.
“Fruto Poibido” é considerado o ponto de retomada do rock nacional depois da perda de fôlego do
Mutantes e de Roberto Carlo, progressivamente, direcionar sua carreira para as
músicas românticas. Visceral e transgressor, na medi do possível, em plena
ditadura militar, o álbum mostrou que era possível fazer rock de qualidade em português
e com originalidade, com algumas poucas concessões à música brasileira.
Não foi coincidência que, a partir do lançamento de “Fruto
Proibido”, o made in Brazil, outra ncarnação surgida na Pompeia, voltasse
revigorado ao mercado, assim como a Patrulha do Espaço e outras bandas
importantes, como Bacamarte, Terreno Baldio, O Som Nosso de Cada adia, o Som
Imaginário e muitas outras. “Muita gente me i que sem o Tutti Frutti não teria
rock nacional do anos 80. É lisonjeiro ouvir isso, mas não dá para cravar. É
tudo um processo histórico, que começa na Jovem Guarda, passa pela Tropicália,
por Raul Seixas, Mutantes, Rita e o Tutti Frutti, Made in Brazil, Roberto
Carlo...Fazemos parte de uma evolução natural, e o rock dos anos 80 está nesse
processo.”
Estilista do instrumento, Luiz Carlini é referência pelo timbre
cristalino e reconhecível aos primeiros acordes. O feeling é sensacional e o
banho de blues que imprime em solos e riffs cortantes encantam gerações de
aprendizes e amants de rock “vintage”.
Em meio a pedidos para aprender músicas de iron Maiden, Metallica,
Paralamas do Sucesso e Ira!, sepre aparece uma menina ou um mnino nas escolas
de música querendo tocar “ovelha Negra” nota por nota. Lamentavelmente, são
poucos os que reproduzem com fidelidade o solo maravilhoso do final da canção.
No documentário que retrata a sua trajetória, lançado há quase
três anos, ele conta como criou o solo reverenciado e como eram os dias de
gloria da banda Tutti Frutti mesmo em tempos tão duros da ditadura militar. “O
rock a arte eram mais fortes e
duradouros. Tínhamos a inteligência e a habilidade do nosso lado. A ditadura
acabou e estamos aqui comemorando os 50 anos de ‘Futo Proibido’. O mudo atual
anda estranho e com certas coisas fora de ordem, mas gente sempre tenta colocar
as coisas no lugar. É a nossa missão.”
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