Muita
gente anda não se conforma com fato de o
guitarrista brasileiro Kiko Loureiro ter saído do Megadeth após anos de batalha
pata chegar ao primeiro escalão do rock mundial. O anúncio de sua saída, no final do ano
passado, suscitou muita especulação e crítica: afinal, por que o guitarrista
abandonou um posto tão desejado depois de ooyp MPs?
Parte
da resposta pode ser encontrada em “Theory of Mind”. O recém-lançado álbum solo
do músico, seu primeiro trabalho depois que saiu da banda de thrash metal
americana.
Renovado
e satisfeito pelos bons resultados na guinada da carreira, , Loureiro mergulhou
fundo nas profundezas da mente para forjar uma coleção de belos temas que
passeiam or todas as suas influências. O que registrou em “Theory of Mind”
passa bem longe d que ele construiu no Megadeth.
Sofisticado e elegante, o álbum partiu de uma base
sólida, que foi “Open source”, o disco solo anterior, de 2020, e estabeleceu
uma série de conceitos que trazem o melhor da música instrumental brasileira,
da mais pesada à vertente mais regional. O bom gosto é indiscutível
Em
alguns momentos, o novo CD parece uma sequência natural do estupendo “Open
Source” ” (eleito melhor álbum de 2020 pela revista Guitar World), que
conseguiu equilibrar peso e habilidade técnica com sucesso. “Theory of Mind”
expande esse conceito, mas com mais velocidade e naus improvisação nas linhas
melódicas, invadindo a seara do jazz com elementos brasileiros. Ficou
excelente.
Fascinado
pelo tema da tecnologia avançando em nossas vidas, Loureiro tinha abordado o
assunto no disco anterior, onde mergulhou nas interações entre humanos e
inteligência artificial. Ele continua no tema, além de abordar o conceito
psicológico da Teoria da Mente – a capacidade de reconhecer e interpretar os
estados mentais dos outros. O álbum traz uma visão única sobre as complexidades
emocionais e a comunicação em tempos de rápida evolução tecnológica.
“Quando comecei a escrever, senti que estava explorando novas
ideias, em vez de seguir um projeto definido. A música é uma forma de revelar
camadas ocultas do pensamento e da emoção, e este álbum me levou a territórios
inexplorados”, diz o músico;
Ele
se desafiou ao transformar em sons ideias que não são simples. O conceito de “Theory
of Mind” não é novo – [e um termo psicológico, desenvolvido inicialmente para
descrever a habilidade humana única de reconhecer e interpretar os estados
mentais dos outros.
“Usamos
isso todos os dias, muitas vezes de forma inconsciente, para navegar no mundo
social, para sentir empatia, para prever o que os outros podem sentir ou
pensar. Isso se torna ainda mais profundo quando aplicado àqueles que vivem a
vida de maneira diferente, para quem a Theory of Mind não é algo natural”,
explica Loureiro;
O
guitarrista contiua: “Nessas pessoas, as lacunas no entendimento podem ser
pontes para formas mais profundas de ver o mundo. Este álbum busca capturar
essa complexidade — a luta, a beleza e o desconhecido que surgem ao interpretar
as mentes dos outros. Eu vi isso de perto, tanto na minha própria vida
quanto através de pessoas próximas a mim. Observar alguém lutando para se
conectar intuitivamente com os outros ou ver como as pessoas são frequentemente
incompreendidas porque processam o mundo de forma diferente começou a moldar
meu pensamento.”
A
ficha técnica é composta por craques. Gravado com Felipe Andreoli (baixo),
Bruno Valverde (bateria) e Maria Ilmoniemi (teclados, esposa de Kiko), o álbum
foi produzido por Adair Daufembach e contou com a mixagem e masterização de
Jacob Hansen.
“Mind
Rise” é a canção que simboliza o trabalho, misturando velocidade e peso do metal com sequências melódicas
intrincadas e de extrema habilidade. Difícil não Le,btar de Steve Vai e John
Petrucci (guitarrista do Dream Theater_.
A
pegada mais jazzística surge na ótima “Talking Dreams”, com seu groove bacana e
uma certa descontração no que parecem ser linhas mel´dicas mais soltas. “Point
of No Return” é mais dramática, com solos mais tensos e intensos; “The Other
Side of Fear”, por sua vez, é a trilha perfeita para um filme de suspense,
carregando no drama e na intennsidade.
Em
um disco carregado de pontos altos, também é possível destacar o bom gosto nos
fraseados de “Blindfolded” e a
delicadeza sofisticada de “lost in Seconds”, que está impregnada de referências
e citações a outros gêneros musicais.
Os segredos da mente
Como
podemos entender aqueles cujas mentes funcionam de maneiras que não conseguimos
compreender de imediato? Como eles nos entendem?
“Essas
perguntas pesaram sobre mim e se tornaram uma força motriz por trás deste
álbum. Eu queria refletir essas experiências pessoais musicalmente, criando uma
paisagem emocional onde o ouvinte pudesse embarcar nessa jornada, mesmo que por
um momento”, reflete Loureiro
De acordo com especialistas, o conceito de “Theory of Mind” é
fundamental para entender não apenas as interações humanas, mas também o
crescente papel da inteligência artificial em nossa sociedade.
Segundo
a Stanford Encyclopedia of Philosophy – https://iep.utm.edu/theomind/ -, essa teoria descreve a capacidade dos indivíduos de
reconhecer e interpretar estados mentais, como crenças, desejos e intenções de
outros. Essa habilidade é crucial para a empatia e a comunicação, permitindo
que os seres humanos naveguem em relacionamentos complexos.
À
medida que a inteligência artificial avança, surge a questão de como essas
máquinas poderão imitar ou compreender esses estados mentais, provocando
reflexões sobre o que significa ser humano e a natureza das nossas conexões
emocionais.
KIKO LOUREIRO – Theory Of Mind
01 – Borderliner
02 – Out of Nothing
03 – Mind Rise
04 – Talking Dreams
05 – Blindfolded
06 – Point Of No Return
07 – Raveled
08 – Lost in Seconds
09 – The Other Side of Fear
10 – The Barefoot Queen
11 – Finitude
Ouça “Theory of Mind”: https://lnk.dmsmusic.co/kikoloureiro_theoryofmind
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