Com disco
novo lançado e uma turnê extensa ao lado da filha mais nova, Romany, o
guitarrista inglês David Gilmour parecia estar em plena felicidade aos 78 anos
de idade, mas ainda lhe faltava alguma cisa: livrar-se de vez de sua antiga
banda, o Pink Floyd, e de seu maior desafeto, o baixista Roger Waters, com quem
dividiu o palco na banda or 17 anos.
Gilmour
anunciou, às vésperas da turnê, que pretendia vender o catálogo de canções do
Pink Floyd nos mesmos moldes que fizeram outros artistas do topo do rock, como
David Bowie, Bob Dylan e Neil Young. Não explicou com todas as letras, mas a ideia
era se livrar de vez de yer de idar com os advogados de Waters.
O catálogo é
dividido em duas partes: uma que engloba tudo o que o Pink Floyd produziu e lançou
entre 1965 e 1985, e outra que traz a produção a partir de 1987, quando a banda
não contava mais com Roger Waters na formação.
O negócio, or enquanto, envolve apenas a primeira parte do catálogo.
Segundo o
jornal inglês Financial Times, A Sony adquiriu as gravações dos músicos, assim como os
direitos conexos — que protegem os envolvidos em um registro musical além dos
principais autores —, pelo valor de US$ 400 milhões (aproximadamente R$ 2,2 bilhões na cotação atual). Também teriam entrado na conta os
direitos de nome e imagem. Foram dois anos de negociações até que Waters
concordasse com o negócio.
Atualmente, os royalties das
músicas do Pink Floyd são administrados por duas empresas. No caso, a Pink Floyd Music Limited arrecada a receita gerada pelos discos gravados antes
da saída de Waters, enquanto que a Pink Floyd (1987) realiza a mesma tarefa em relação aos trabalhos
lançados posteriormente. Juntas, as companhias ganharam US$ 50 milhões (cerca
de R$ 271 milhões) no período de um ano.
Foram diversas as declarações Fo
guitarrista de que era difícil conviver com as divergências na administração do
espólio da banda. Milionário, Gilmour aifrmou que nucna quis vender por causa
do dinheiro, mas para livrar da parte do negócio que lhe aborrecia e lhe tomava
tempo – em obviamente, o forçava a lidar com Roger Waters e seus advogados. Além
de Waters e Gilmour, a marca e os negócios do Pink Floyd precisavam da
aprovações do baterista Nick Mason e dos herdeiros do tecladista Rick Wrigt,
morto em 2008.
Universitários em torno de um gênio
O grupo foi formado em 1965 na
cidade de Cambridge pelos estudantes universitários Waters, Mason e Wright a
partir de outras bandas que desapareceram, O eixo principal era o guitarrista e
vocalista Syd Barrett, também o principal compositor.
Depois do primeiro disco, “The
Piper at Gates of Dawn”, de 1967, a excentricidade e as esquisitices de
Barrrett se acentuaram com o pesado uso de drogas, em especial LSD, ocasionando
o surgimento de problemas mentais aparentemente difíceis de srem tratados, Após
uma série de problemas nos palcos e fora dele, o guitarrista foi
definitivamente afastado em janeiro de 1968, sendo substituído por um amigo
seu, David Gilmour, da banda Joker’s Wild, que era conhecido dos outros três.
Também cantor e compositor,
Gilmour começou a dividir o protagonismo com Waters nos anos 7º e as
divergências musicais e administrativas afloraram em 1977 durante a gravação e
lançamento do álbum “Animals”.
A coisa piorou no álbum
seguinte, “The wall”m de 1979, quando Waters monopolizou o conceito e a maioria
das canções, sobrando pouco espaço para Gilmour – o baixista ainda conseguiu
convencer Mason e Gilmour a demitir
Wright. Neste ponto, guitarrista e vocalista não se falavam mais.
Três anos de afastamento não
foram suficientes para que os ânimos fossem acalmados. Para entregar um último
álbum e encerrar um contrato de gravação, Gimour e Mason aceitaram ficar d fora
da elaboração do conceitual disco “The Final Cut”, praticamente um disco solo
de Waters, que compôs todas as músicas. O baixista resolveu espiar de vez seus
traumas com a perda do pai, que não conheceu, na II Guerra Mundial, tanto que o
álbum é dedicado a Eric Fletcher Waters, major do exército britânico morto em
1944 em uma praia da Itália.
Os três praticamente não se
viram no estúdio. Mason gravou boa parte das baterias e Gilmour, alguns poucos
solos no então lado A do LP. Sem turnê, cada um dos três partiu para trabalhos
solo – Waters em “The Pros and Cons of Hitch Himking”, ao lado do guitarrista Eric
Clapton, e Gilmour com “About Face”, tendo a companhia do guitarrista Pete
Townshend, de The Who, ambos nas lojas em 1984.
Batalha judicial
Sem avisar os então quase
ex0colegas, Waters chegou a decretar o fim do Pink Floyd em dezembro de 1974,
sendo prontamente desmentido por Gilmur e Mason, que pretendiam seguir usando o
nome. Nenhuma das partes fez qualquer coisa em 1985 por conta da batalha
judicial em torno do nome da banda, tanto que nenhum dos três participou do
concerto beneficente “Live Aid”.
Mesmo ganhando em várias
instâncias na Justiça britânica, Gilmour previa uma longa batalha judicial.
Mason, que ainda tinha algum contato com o baixista, convenceu Waters a propor
um acordo> ele ficaria com os direitos e o nome da obra “The Wall!” e Mason
e Gilmour seguiriam coo Pink Floyd. A celebração do acordo, em 1987, foi
marcada por “A Momentary Lapse of Reason”, o primeiro disco sem Waters, lançado
ainda em 1987. E cada um foi para o seu lado, mas sempre cutucando o outro pela
mprensa.
Houve apenas dois momentos de
trégua: em 2005, os quatro integrantes clássicos do Pink Floyd aceitaram subir
ao palco no evento “Live 8”, que comemorava os 30 anos do “Live Aid” e protestava
contra a reunião do G-7, os países mais ricos do mundo, em Glasgow, Escócia, naquele
ano. Tocaram quatro músicas e mostraram=se educados e civilizados uns com os
outros. Três anos depois, Wright
morreria de câncer aos 65 anos. Em 2011, Gilmour e Mason apareceram de surpresa
em uma apresentação solo de Waters em Londres para tocar em duas músicas da
ópera-rock “The Wall”.
O Pink Floyd lançou dois álbuns
ao vivo entre 1988 e 1995 e mais um disco de inéditas em 1994, “The Divisio0n
Bell”, com a estreia da mulher de Gilmour, a jornalista Polly Samson, como
letrista 0 ela é a mãe de Romany, que está tocando com o guitarrista atualmente.
Na realidade, o Punk Floyd acabou de verdade ao final da turnê mundial de 1995,
mas Gilmour só decretou o encerramento das atividades em 2015, com o lançamento
de “Endless River”, um álbum de sobras de Studio das sessões de “The Division
Bell”. Ele bem que tentou, mas o álbum, quase todo instrumental, não passa d
uma colcha de retalhos de canções inacabadas e sem muita inspiração.
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