segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Em busca de respeito, artistas nacionais penam para tocar em grandes festivais

  

 Poucos países abrigam tantos festivas internacionais grandes de rock e música pop como o Brasil. De cabeça dá para enumerar oito, com variados grais de atenção dispensados os artistas brasileiros.

 

Estamos chegando ao ano que marca os 40 anos do importante Rock in Rio,  e a constatação é a de que há uma diferenciação muito grande, anda no tratamento – é quase uma discriminação.

 

O Knotfest Brasil 2024 ocorreu no Allianz Parque o último final de semana e artistas brasileiros reclamaram da qualidade de som e luz oferecidos, além e problemas variados e infraestrutura.

 

A banda Ratos e Porão, por exemplo, tocou quase todo o tempo no escuto, fazendo com que o vocalista João Gordo reclamasse publicamente no palco e nas redes socais, assim como o guitarrista Jão. Outros se queixaram da falta de condições d palco Maggot, onde quase todos os brasileiros tocaram.

 

Até o momento a produtora do evento não se manifestou sobre o apagão no show dos Ratos de Porão ou sobre a separação de palcos pr o brasileiros, que tocaram em lugar menos e, aparentemente, com infraestrutura inferior à oferecida para as bandas estrangeiras que tocaram no palco principal.

 

E então reaparece a velha questão que h´40 aos move muno e provoca a ira de artistas nacionais: as ações deliberadas do produtores do maiores festivais em desvalorizar o artista local. Em quase todos os eventos as condições não são iguais, o que parece ser uma praxe.

 

A situação chegou a tal ponto que várias bandas nacionais escaladas para o Rock in Rio 2001 cancelaram suas participações na véspera do evento alegando desrespeito e mas condições par tocar, como infraestrutura bem inferiores e impossibilidade de fazer uma mísera passagem de som, para não dizer do cachês irrisórios na comparação com os estrangeiros.

 

No eventos dedicados ao heavy metal a situação é menos tensa e roblemática, mas ainda assim as reclamações ocorrem, mas de forma mais resignada. As bandas nacionai não exigem equiparação total com as grandes atrações internacionais, é óbvio, mas reivindicam um mínimo de condições para subir ao palco. Poucas vezes foram ou são atendidas.

 

Os produtores que se dignam a dar uma satisfação costumam passar ao largo das explicações firmando que oferecem uma “oportunidade única” para bandas pequenas e alternativas que, de outra forma, jamais teriam a chance de pisar m um palco de festival grande.

 

Todo mundo reconhece a “chance”, mas isso não implica desrespeito e obrigatoriedade de tocar em condições precárias e de ter de submeter às exigências e caprichos de artistas estrangeiros e de técnicos de som/gerentes destes, que costumam invadir palco e desligar equipamentos ao menor sinal de que haverá segundos de atraso.

 

 Foi isso que ocorreu em uma edição do findo SWU, no interior   de São Paulo, quando a equipe de palco do Ultraje a Rigor travou uma briga generalizada com técnicos do cantor inglês Peter Gabriel por conta de um suposto atraso na apresentação dos brasileiros. Gabriel depois pediu desculpas públicas por causa do entrevero.

 

A situação não vai mudar nem mesmo no longo prazo. Participar desses festivais ainda é importante para muitos artistas nacionais, que se submetem a cachês simbólicos  e desrespeito gral ansiando por minuto de visibilidade.

 

Não é caso de condenação nem de críticas a uma suposta “rendição”. Só bandas como Crypta, Nervosa, Torture Squad e Eskröta, todas de metal, só para citar algumas, sabem o quanto foi importante para suas carreira tocar no Rock in Rio. São unânimes em dizer que foi um sonho  pisar naquele palco e eu suas carreiras tiveram ganhos por conta isso. O mesmo pode-se dizer da banda Malvada, de hard rock.

 

Entretanto, é forçoso constatar algumas situações complicadas, como o show da Eskröta, que teve de dividir o palco com a banda-irmã The Mönic e tocar por mero 20 minutos. Nenhuma das integrantes reclamou disso, mas é evidente que a situação não foi boa.

 

Ainda bem que temos os Ratos de Porão para gritar publicamente contra os desrespeitos de produtores e as condições ruins de apresentação sem medo de represálias – são 45 anos em cima dos palcos suportando muita coisas, mas isso não quer dizer que tenham de ficar quietos. Sem temer represálias, foram preciso e certeiros ao expor, mais uma vez, as condições ruins a que são submetidos os artistas brasileiros, na maioria das vezes, em grandes festivais realizados por aqui.

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