A cultura
como última opção. Na eleição municipal movida a cadeiradas e agressões físicas
e verbais, sobram conversas fiadas e promessas vazias e faltam projetos
verdadeiros para a área de cultura nos programas dos candidatos a prefeito em
2024. É sempre a mesma coisa em todas as eleições.
A indigência
de promessas intenções nas áreas de cultura, arte e entretenimento domina o
pleito em quase todas as cidades brasileiras, pequenas e grandes. Em São Paulo,
a que tem o maior orçamento do país e possui muitos equipamentos que poderiam
atender bem a população, os debates são dominados por questões de zeladoria,
filas em hospitais e postos de saúde, falta de creches e Cracolândia.
Para ficar
apenas no urgente caso da eleição paulistana, a cultura segue desprezada nos
programas dos cinco principais candidatos. São tópicos genéricos nos calhamaços
de programa de governo, todos com mais de 40 páginas, e nada de concreto.
Até mesmo
Guilherme Boulos (Psol), deputado federal comprometido com áreas de cultura e
artes, pouco detalha ou fala sobre o assunto nas caminhadas e em debates. Despreza
até mesmo o auxílio luxuoso de sua candidata a vice-prefeita, marta Suplicy,
ex-orefeita (entre 2001 e 2004) com muitos bons serviços prestados na educação
e na área de entretenimento.
Boulos
repete outros candidatos e fala genericamente em abrir os CEUs e outros
equipamenos de educação ára atividades de lazer e espeortivas aos finais de
semana, além de “levar atividadesculturais de música e teatro”. Isso é genérico
demais. O que diferencia seu programa de governo dos demais é que há a menção
no calhamaço de buscar aumentar o orçamento da cultura da prefeitura para 3% do
total da cidade. Já é alguma coisa.
O prefeito
Ricardo Nunes (MDB), em bsuca da reeleição, manteve em seu governo o desprezo
quase total à cultura, agravando o desmonte da Virada Cultural iniciado por
João Doria (PSDB) em 2017. Seu governo, na verdade, é uma continuação do Doria,
já que assumiu a vaga de Bruno Covas (PSDB, era vice de Doria e reeleito em
2020; morreu em 2021).
Na
propaganda eleitoral de rádio e TV, não tem pudor em dizer que os CEUs
receberão os melhores equipamentos de última geração, ganhando “cinema e até
piscina”. A pergunta que fica é a seguinte: por que isso não existe hoje, já
que govrna a cidade há três anos e meio?
Pablo Marçal
(PRTB) José Luiz Datena )PSDB),
candidatos mais preocupados em brigar e fazer palhaçadas do que discutir
seriamente os problemas da cidade, não têm o que oferece em nenhum quesito,
muito menos na área de cultura.
Sobra então
Tabata Amaral (PSB), uma deputada federal jovem e que demonstra conhecimento,
inteligência e bom preparo, mas sem estogo político ainda. Seu programa na área
de cultura também é genérico e raquítico, maqs ao menos demonstra ter boas
ideias na área de lazer e entretenimento e compartilha a visão trágica da
maioria a respeito do desmonte da Virada Cultural.
Nos debates
de TV e sabatinas de emissoras de rádio e sites, foi a única que abordou, mais
de uma vez, promessas para a área da cultura, principalmente na revitalização
da Virada Cultura, que virou uma das marcas da cidade de São Paulo e que foi
depredada desde 2017, com uma descaracterização total na gestão de Ricardo
Nunes.
“Precisamos
recuperar a Virada, que perdeu seu caráter de inclusão e inserção social”, diz
a candidata.”Eu nasci e moro na periferia eu sei como é grave a carência de
opções de lazer e arte. Mas a Virada era importante Omo era porque
proporcionava o acesso, de graça, a várias atrações quase ao mesmo tempo. Hoje
tudo se dispersou.”
Na sabatina
da rádio CBN, ela falou na linha do que pensa o Combate Rock. “A reocupação do
centro da cidade tinha na Virada Cultural um ponto crucial. Eram centenas de
atrações. Era possível assistir a um show de rap, andar um pouco e ver outro de
MPB, e ter acesso a uma peça de teatro ou uma exposição andando um pouco mais,
tudo de madrugada e pela manhã. A cidade ficava em movimento. Hoje não existe
mais Virada. Os palcos foram dispersos na periferia, tudo acaba às 22h e o
centro fica deserto. Não dá para sair de um palco de rock n Butantã e ir de
transporte público a um de aze em Itaquera. Na minha gestão haverá atrações em
bairros mais distantes, como sempre ocorreu, mas o principal ocorrerá no
centro, em com 24 horas de duração, recuperando o conceito criado pela gestão
de José Serra (PSDB, 2004 a 2006).”
Claro que um
programa de governo não se resuime a reativar a Virada Cultural, mas já é uma
grande coisa uma candidata ter uma visão básia e correta de um evento cultural
que se tornou uma marca fundamental da cidade e exemplo mundial , atraindo turistas
de mundo todo e enchendo os cofres da prefeitura por conta do turismo.
Tabata
Amaral se tornou uma exceção em uma eleição polarizada marcada pela lacração e
pela absoluta indigência de ideias – e também pelo baixíssimo nível de
informação e educação do eleitor, pois somente isso explica o gato de alguém
votar ou ter a intenção de votar em uma excrescência como Pablo Marçal.