Na reta
final do Rock in Rio sem rock, saudemos os shows das divas, que fazem do blues
e do pop bem feito bálsamos em meio
artistas com pouco talento e DJs que mal sabem apertar botões. E então
Joss Stone e Cyndi Lauper brilharam.
A inglesa
Joss Stone gota tanto do Brasil que já pode pedir cidadania. Tocou no Rock in Rio
2011, em show muito elogiado, e desde então veio muitas outras vezes, a ponto de
dizer que tem “tantas histórias impublicáveis por aqui que seu marido certamente
ficaria muito bravo”.
A voz poderosa
e a facilidade com que transita entre o blues e a soul music, passando pelo
funk, é algo quase inacreditável, e ela desfilou qualidade e elegância no Rio
de Janeiro, como sempre. Tomou conta do palco e extraiu o puro suco de sons
divinos, como na extraordinária “Super Duper Love”. Colocou todo mundo para
dançr em um dia morno em termos de grandes nomes internacionais e fez valer o
dia.
A norte-americana
Cyndi Lauper estourou mundialmente como uma grande cantora pop capaz de rivalizar
com Madonna nos anos 80. A carreira, no entanto, teve altos e baixos e não acompanhou
o sucesso da concorrente, mas artisticamente ela ganhou, e muito.
Respeitada
cantora de blues e soul a partir dos anos 2000, virou referência em qualquer
coisa que participasse ou lançasse. Mesmo sem o destaque de outrora, continuou
fazendo shows concorridos , inevitavelmente, tinha que cantar seus grandes
hits, “Time After Time (que ganhou versão maravilhosa de Miles Davis) e “Girls
Just Want to Have a Fun”, mas sempre sobra tempo para os seus blues, ou para a emocionante
versão de “I Drove All Night”, de Roy Orbison, o ponto alto de eu show no
festival inglês de Glastonbury deste ano.
No Rio não
foi diferente. Se alguém duvidou da declaração dela de eu sonhava em pisar
naquele palco, Cydi tratou de dirimir insinuações com uma apresentação ótima,
também fazendo público dançar ao som de velhas canções mágicas, hits de 40 anos
atrás e de alguns blues com acento pop, tendo o suporte de uma banda excelente.
“I Drove All
Night” também emocionou o Rock in Rio, mas teve ainda ‘When You Were Mine”, de
Prince, “She Bop”, as ótimas “Sisters of Avalon” e “Change of Heart” e o final apoteótico
com “True Colors” e “Girls Jut Want to Have a Fun”. A veterana foi um
improvável destaque e uma edição do festival que deixou a música em segundo
plano.
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