domingo, 29 de setembro de 2024

'Abbey Road' marcous, há 55 anos, o verdadeiro fim dos Beatles

 

Paul McCartney não queria acreditar. Nunca quis. Achava que poderia resgatar a magia e recuperar o ambiente de colaboração e camaradagem que dominava os Beatles até não muito tempo atrás. Iludiu-se com o ambiente sereno e descontraído daquelas gravações. No entanto, no fundo, bem no fundo, sabia que estava acabando. Nunca mais seria a mesma coisa...

 

“Abbey Road”, o álbum gravado nos estúdios de “Abbey Road”, da EMI, em Londres, foi a última vez em que os quatro Beatles estiveram juntos em um ambiente de ensaios e gravação.

 

Era o comecinho de setembro de 1969 quando finalizaram tudo para o disco que seria a lançado a toque de caixa duas semanas depois.  McCartney queria que fosse um recomeço, mas outros Beatles saiam, inconscientemente, que era o epitáfio.

 

Faz 55 anos que os Beatles realmente acabaram, e o álbum “Abbey Road”, que chegou \às lojas no final de setembro de 1969, era um trabalho lançado por uma banda qu não existia mais.

 

O fim oficial só foi decretado em abril de 1970, quando Paul McCartney anunciou sua saída da banda dias depois do lançamento do álbum “Let It Be”, mas aquele LP icônico  fundamental, com a capa com os quatro atravessando a rua em frente ao prédio do estúdio, era o verdadeiro adeus.

 

As gravações transcorreram bem e sem discussões, e parecia que Paul e John Lennon estavam novamente se entendendo, fazendo piada e brincando com todo mundo. Yoko Ono, a nova senhora Lennon, não era mais uma presença tão ostensiva o estúdio, deixando tudo mais leve. Parecia tudo bem. ..

 

Com os trabalhos finalizados em 3 de setembro, os quatro e mais os executivos da gravadora Apple de propriedade da banda, se reuniriam novamente no dia 21 para traçar planos para o futuro. Parecia tudo bem...

 

Na manhã do dia da reunião, havia uma certa tensão no ar, mas Paul não percebeu. Todo mundo chegou na hora, mas John, para variar, estava atrasado. Ringo Starr e George Harrison estavam mais quietos do que de costume, como se estivessem entediados e impacientes, mas Paul não ligou, já que era assim nos últimos dois anos, dede que o empresário Brian Epstein morrera, Os três Beatles se ressentiam do fato de Paul ter tomado a frente de tudo e achado que se tornara o líder. No entanto, o Paul achava que tudo estava bem...

 

Lennon chegou 40 minutos atrasados com Yoko a tira-colo. Sem cumprimentar ninguém, sentou em sua cadeira e olhou desafiadoramente par todos, como se dissesse: “O que estamos esperando? Vamos começar logo logo!”

 

Paul esperava ao menos um pedido de desculpas, mas respirou fundo e abriu os trabalhos. Na verdade, só ele falou o tempo todo. Reclamou a situação financeira da Apple, recomendou corte e gastos e economia severa, e sugeriu que o grupo voltasse a fazer shows, o que não ocorria dede 1966.

 

Antes de uma lucrativa turnê americana, sugeriu que fizessem um grande show de retorno, em lugar icônico, com milhares de pessoas no público e transmissão ao vivo para o mudo todo. Seria o evento cultural mais importante o pós-guerra.

 

Antes de voltarem a compor, propôs também uma volta às raízes, com o lançamento e um álbuns de blues e canções importantes do rock dos anos 50e 60 de seus ídolo americanos

 

Ficou incomodo ao não ver nenhuma reação dos companheiros após quase uma hora de fala e de sugestões. Ninguém soube precisar a duração, mas houve um longo silêncio constrangedor quandoPaul parou de falar.

 

Paul então implorou por algum comentário sobre suas ideias. Mais um silêncio e então John soltou a bomba: “Estou saindo dos Beatles, Não pretendo fazer mais nada,” Com um sorriso sarcástico, levantou-se e foi embora, seguido por Yoko. Seria a última vez os outros Beatles veriam Lennon por muitos anos.

 

Houve mais um silêncio longo, desta vez sepulcral, até que, os poucos, Ringo, George e alguns executivos foram saindo da sala. Atônito e constrangido, Paul soube ali que era o fim.

 

Coube ao empresário da banda, Allen Klein, a missão árdua de convencer Lennon a manter segredo de sua decisão por seis meses para que a notícia não prejudicasse os dois lançamentos já programados para 1970: a coletânea “Hey Jude” e o pacote LP e filme “Let It Be”. Relutante, Lennon aceitou. Não sabia que cairia em uma armadilha, ainda que involuntária.

 

A relação entre os quatro azedou de vez, mas Paul McCartney se surpreendeu com o azedume de George e Ringo em relação a ele. Os três só voltariam a se encontrar em 4 de janeiro de 1970, em Abbey Road, para finalizar a última canção gravada peça banda, “I Me Mine”, de George, que entraria em Let It Be”. Lennon não apareceu – na verdade, sequer foi avisado, segundo algumas fontes. Outras dizem que ele sabia e fez questão de ignorar.

 

Quase não houve interação entre os três. Na hora de ir embora, Paul e Ringo discutiram um tom áspero sobre as datas de lançamentos de seus discos  solo, e o baterista acabou por ceder e aceitou adiar o seu para o meio do ano.

 

Em 10 de abril de 1970, Paul McCartney surpreendia o mundo ao anunciar, no dia de lançamento de seu primeiro álbum solo, “McCartney”, que estava saindo da banda. Fazia poucos dias que a Apple tinha lançado “Let It Be”, com isco nas lojas e filme nos cinemas. Ra a vingança de Paul pela decisão de John de acabar com a banda. Anos depois eles voltariam a manter algum tipo  amizade, mas John nunca perdoou o antigo amigopela traição.

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