segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Eleição municipa: cultura e arte no fim da fila, como sempre

 

A cultura como última opção. Na eleição municipal movida a cadeiradas e agressões físicas e verbais, sobram conversas fiadas e promessas vazias e faltam projetos verdadeiros para a área de cultura nos programas dos candidatos a prefeito em 2024. É sempre a mesma coisa em todas as eleições.

 

A indigência de promessas intenções nas áreas de cultura, arte e entretenimento domina o pleito em quase todas as cidades brasileiras, pequenas e grandes. Em São Paulo, a que tem o maior orçamento do país e possui muitos equipamentos que poderiam atender bem a população, os debates são dominados por questões de zeladoria, filas em hospitais e postos de saúde, falta de creches e Cracolândia.

 

Para ficar apenas no urgente caso da eleição paulistana, a cultura segue desprezada nos programas dos cinco principais candidatos. São tópicos genéricos nos calhamaços de programa de governo, todos com mais de 40 páginas, e nada de concreto.

Até mesmo Guilherme Boulos (Psol), deputado federal comprometido com áreas de cultura e artes, pouco detalha ou fala sobre o assunto nas caminhadas e em debates. Despreza até mesmo o auxílio luxuoso de sua candidata a vice-prefeita, marta Suplicy, ex-orefeita (entre 2001 e 2004) com muitos bons serviços prestados na educação e na área de entretenimento.

 

Boulos repete outros candidatos e fala genericamente em abrir os CEUs e outros equipamenos de educação ára atividades de lazer e espeortivas aos finais de semana, além de “levar atividadesculturais de música e teatro”. Isso é genérico demais. O que diferencia seu programa de governo dos demais é que há a menção no calhamaço de buscar aumentar o orçamento da cultura da prefeitura para 3% do total da cidade. Já é alguma coisa.

 

O prefeito Ricardo Nunes (MDB), em bsuca da reeleição, manteve em seu governo o desprezo quase total à cultura, agravando o desmonte da Virada Cultural iniciado por João Doria (PSDB) em 2017. Seu governo, na verdade, é uma continuação do Doria, já que assumiu a vaga de Bruno Covas (PSDB, era vice de Doria e reeleito em 2020; morreu em 2021).

 

Na propaganda eleitoral de rádio e TV, não tem pudor em dizer que os CEUs receberão os melhores equipamentos de última geração, ganhando “cinema e até piscina”. A pergunta que fica é a seguinte: por que isso não existe hoje, já que govrna a cidade há três anos e meio?

 

Pablo Marçal (PRTB)  José Luiz Datena )PSDB), candidatos mais preocupados em brigar e fazer palhaçadas do que discutir seriamente os problemas da cidade, não têm o que oferece em nenhum quesito, muito menos na área de cultura.

 

Sobra então Tabata Amaral (PSB), uma deputada federal jovem e que demonstra conhecimento, inteligência e bom preparo, mas sem estogo político ainda. Seu programa na área de cultura também é genérico e raquítico, maqs ao menos demonstra ter boas ideias na área de lazer e entretenimento e compartilha a visão trágica da maioria a respeito do desmonte da Virada Cultural.

 

Nos debates de TV e sabatinas de emissoras de rádio e sites, foi a única que abordou, mais de uma vez, promessas para a área da cultura, principalmente na revitalização da Virada Cultura, que virou uma das marcas da cidade de São Paulo e que foi depredada desde 2017, com uma descaracterização total na gestão de Ricardo Nunes.

 

“Precisamos recuperar a Virada, que perdeu seu caráter de inclusão e inserção social”, diz a candidata.”Eu nasci e moro na periferia eu sei como é grave a carência de opções de lazer e arte. Mas a Virada era importante Omo era porque proporcionava o acesso, de graça, a várias atrações quase ao mesmo tempo. Hoje tudo se dispersou.”

 

Na sabatina da rádio CBN, ela falou na linha do que pensa o Combate Rock. “A reocupação do centro da cidade tinha na Virada Cultural um ponto crucial. Eram centenas de atrações. Era possível assistir a um show de rap, andar um pouco e ver outro de MPB, e ter acesso a uma peça de teatro ou uma exposição andando um pouco mais, tudo de madrugada e pela manhã. A cidade ficava em movimento. Hoje não existe mais Virada. Os palcos foram dispersos na periferia, tudo acaba às 22h e o centro fica deserto. Não dá para sair de um palco de rock n Butantã e ir de transporte público a um de aze em Itaquera. Na minha gestão haverá atrações em bairros mais distantes, como sempre ocorreu, mas o principal ocorrerá no centro, em com 24 horas de duração, recuperando o conceito criado pela gestão de José Serra (PSDB, 2004 a 2006).”

 

Claro que um programa de governo não se resuime a reativar a Virada Cultural, mas já é uma grande coisa uma candidata ter uma visão básia e correta de um evento cultural que se tornou uma marca fundamental da cidade e exemplo mundial , atraindo turistas de mundo todo e enchendo os cofres da prefeitura por conta do turismo.

 

Tabata Amaral se tornou uma exceção em uma eleição polarizada marcada pela lacração e pela absoluta indigência de ideias – e também pelo baixíssimo nível de informação e educação do eleitor, pois somente isso explica o gato de alguém votar ou ter a intenção de votar em uma excrescência como Pablo Marçal.

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