domingo, 28 de abril de 2024

Summer Breeze, terceiro dia: as trevas dominam com Mercyful ffate brilho de Anthrax e Overkill

 Haroldo Nestor - especial para o Combate Rock

A grande atração do Summer Breeze Brasil transformou o Memorial da América Latina, em São Paulo, em um imenso tempo de adoradores do oculto e da escuridão. Esqueça essa história de satanismo: o Mercyful fate faz o legítimo heavy metal tradicional clamando pelo obscuro, mas sempre querendo dominar a sua alma.

O grupo dinamarquês celebrou 40 anos de carreira em grande estilo, com uma apresentação teatral e mostrando um peso absurdo. King Diamond abriu os portões do inferno e libertou todas as criaturas bestiais. Foi libertador.

Com uma discografia enxuta, quase tudo o que banda toca é clássico. O vocalista King Diamond nem parece ter saído de complicadas situações de saúde, com direito m ataque cardíaco anos atrás. Recuperado, foi o sacerdote da missa negra tão esperada por todos. 

Foi mágico curtir as trevas de "The Oath", "Black Funeral", a apavorante "Melissa" e o hino "Come o the Sabbath". Foi um show curto, mas recompensador. Nunca as trevas soaram tão imponentes nestas terras. 

Mercyful fate brilhou, como era desejado e esperado, ms as bandas brasileiras também. Ratos e Porão, cada vez mais metal, destilou a sua pancadaria sem dó, em um show político e engajado - ainda bem¹ Os temas do último álbum, "Necropolítica", caíram bem em um festival. 

Torture Squad foi demolidor, com a vocalista Mayara Puertas mostrando porque é a referência vocal extrema no Brasil. Foi um show com uma tonelada de peso, assim como Troops of Doom, ainda mais extremo e furioso destilando um death metal técnico e contundente.. Axty também foi bem. Johnwayne e Hellish War mostraram boas perspectivas, mas mais do mesmo

Entre as atrações internacionais, quem agitou bem foi o Killswich Engage, com seu show moderno e movido a marretadas sonoras. na verdade, é moderno demais, mas bem de acordo com uma geração de apreciadores de som pesado que surgiu no fim dos anos 2009 e 2010. 

A velha guarda se contentou com o Amorphis, da Finlândia, que não é mis tão pesado quanto era no começo de carreira, e com a lenda Overkill, que faz um thrash etal de verdade, sem firulas e típico o anos 80. Que delicia ver a banda de Bobby "Blitz" Ellsworth resgatar os anos dourados...

E teve o maravilhoso Anthrax, mais uma lenda quarentona que decidiu mostrar quem era que mandava ali. A sequência de clássicos foi matadora e Dan Lilker, o baixista que substituiu temporariamente Frank Bello, esteve à altura da tarefa. Não tem como um show do Anthra ser ruim com "Among the Living", 'Caught in a Mosh", "Indians", "massacre", "I Am the Law", "in the End"...

Os suecos do Eclipse se esforçaram para chamar a atenção com seu som progressivo e hard,  . grandes resultados, da mesma forma que o pouco conhecido do brasileiros 

O show teatral dos finlandeses do Battle Beast agradou mais, principalmente pela excelente vocalista Noora Louhimo, que nada deve às divas que cantaram no dia anterior.

Entre as bandas extremas, o Carcass foi visceral e explosivo, mas parte do público pareceu não ter compreendido. Mas eles não ligaram  fizeram um grande show. 

Foi um grande festival, onde quase tudo deu certo e os principais shows foram maravilhosos. Qual foi o melhor dia? Ouso dizer que foi o terceiro.

Documentário primoroso narra 40 anos da banda Bon Jovi

 Do Luxo aos excessos, passando pelo topo, pelos anos difíceis e culminando com a maturidade que envolve cuidados com a saúde. A trajetória de Jon Bon Kovi e sua banda de hard rock, que leva o seu sobrenome, é daquelas que podem muito bem exemplificar o que é a vida no show business e de alta performance.

Em tratamento para se recuperar de problemas nas cordas vocais, que quase encerraram prematuramente a sua carreira, o cantor americano é tema de um interessante documentário dividido em cinco partes, "Thank You, Good Night", exibido pela Star+.

Trabalho de fôlego, a fita, dirigida por , conseguiu um feito raro neste tipo de  obra: falar com todos os músicos vivos que estão ou que já passaram pela banda. Isso inclui, óbvio, o guitarrista Richie Sambora, que foi o principal parceiro de composição de Jon desde a criação do grupo até a sua saída intempestiva, em 2013.

É legal ver a troca de farpas, ainda ue educadas. Sambora diz que não se arrepende de ter saído ("eu tinha de sair, não dava mais"), mas mas sim da forma como o fez: durante uma turnê, não apareceu para tocar, e nunca mais voltou sem sequer dar um aviso aos ex-companheiros. Acabou substituído por Phil X, canadense que tocou no Triumph. No filme, ele pede desculpas por isso. Bon Jovi ironizou: "foi a primeira vez em dez anos que escutei ele pedir deculpas".

Por mais que seja extenso, o filme é completo, aborda temas delicados, e fala com precisão sobre a vida de uma banda gigante de hard rock. É um belo presente paea os fãs para celebrar os 40 anos de existência do grupo que simbolizou como ninguém a fase áuea e o apogeu de um segmento expressivo da música poplar.

Summer Breeze, segundo dia: Angra, Nervosa e as divas são os destaques

Péricles Rutherford -especial para o Combate Rock

O segundo dia do Summer Breeze Brasil, o sábado, oi o mais variado em termos de som pesado, para  um público imenso e eclético desde as primeiras horas do evento. Se ninguém deu bola para os meninos da School of Rock que sofriam com o calor intenso, as bandas brasileiras foram bem recebidas, como o Rage in My Eyes, do Rio Grande do Sul, e a Eminence, de Minas gerais, duas bandas veteranas da nossa cena.

O Angra foi um dos destaques, privilegiando os sons mais novos do excelente álbum "Cycle of Pain". A formação intacta há oito anos mostrou que é uma usina poderosa de som progressivo e pesado e foi ovacionada.

A Nervosa, agora um quarteto, era a banda mais esperada e cumpriu o seu objetivo de estremecer  tudo.  Os problemas técnicos da guitarra da vocalista Prika Amaral não atrapalharam muito e elas impressionaram bastante, especialmente a novata Gabriela Abud, baterista de 22 anos que estreou na banda neste show.

Os suecos da banda Night Flight Orchestra, liderada pelo cantor Bjorn Strid, do Soilwork, faz um som pop pesadinho e divertido, e agitou bastante o público, assim como o americano Jeff Scott Soto, que tocou com os amigos da banda brasileira Spektra. Dino Jelusick (Whitesnake, Whom Gods Destroy), em show solo, passou meio em branco, embora o show fosse ótimo.

No capítulo "divas", o festival pegou fogo. Lacuna Coil, com Cistina Scabbia, mostrou que os italianos são uma das melhores coisas do metal moderno. Fazendo os vocais limpos, ela arrebentou. 

As holandesas form ainda além, em shows moráveis. Simone Simons, com o Epica, abusou da piromania, mas deu conta do recado e foi a grande voz do dia. Sharon Den Adel, com seu Within Tempation, também foi bem com o metal engajado e politizado, mas não precisava da demagogia de vestir roupinha com a bandeira do Brasil. Foi o melhor show da noite.

Entre as atrações mais pesada, o Gamma Ray, com Kai Hansen, foi o destaque, tocando vários cl´ssicos dos anos 90 e fazendo menções a músicas do Helloweem, onde também toca, O soturno Dl.ark Tranquility agradou aos seus fiéis, enquanto que o Hammerfall pareceu desconfortável em sue metal datado. Era uma das grandes atrações do festiva

sábado, 27 de abril de 2024

Summer Breeze, primeiro dia: Gene Simmons não surpreende, Biohazard e Mr. Big brilham

 Henrique Neal - especial para o Combate Rock

Para surpresa de ninguém, o Kiss tocou em grande estilo no primeiro dia do Summer Breeze Brasil, no Memorial da Américal Latina, em São Paulo. O baixista e vocalista da banda, Gene Simmons, fechou a noite quebrando as expectativas de privilegiar a sua anêmica carreira solo e desandou a mostrar que o Kiss vive, mesmo que  oficialmente tenha encerrado as atividades. Ou não.

Ok, Paul Stanley, o outro chefe do Kiss, não estava nos vocais  na outra guitarra, mas isso não importou para a sviúvas da banda americana. SSó houve músicas do Kiss, e foi um bom show, mas meio anticlimático. Ouvir clássicos de Stanley na voz do guitarrista Jason Walkers é muito estranho.

O hino o Love I Loud", que marcou a primeira passagem do Kiss pelo Brasil, em 1983, fez a plateia explodir e cantar, e lembrou a força gigante da band, assim como a maravilhosa "Deuce". "Detroit Rock City", na voz de Walkers, também agitou muito, mas "Love Guns" e "100.000 Years" não causara muita comoção.

 A escalação de Gene Simmons e sua banda  foi um acerto, encheu o local de nostalgia, mas sempre fica aquela sensação de banda cover, no final das contas.

O Biohazard reunido demoliu a noite e fez o melhor show do primeiro dia. Ao vivo é muito pesado e faz questão de ser violento, por mais que ande transmitindo mensagens pacifistas. 

Foi lindo ouvir "State of World Address e "Urban Discipline", assim como a pancada "Wrong Side  of the Tracks". Faltou "Cycle of Abuse", que é um clássico, mas ainda assim foi enriquecedor e lavou a alma. Também teve "Shades of Gray", mas o jogo já estava ganho.

O Mr. Big também foi muito bem em sua última participação no Brasil. A turnê de despedida do grupo transpira leveza e descontração e a banda tem uma fileira de hits que é simplesmente maravilhosa.

Os músicos exalam jovialidade mesmo se aproximando dos 70 anos, como é o caso de Billy Sheehan, o baixista. Eric Martin, o o vocalista, tem 65 e se diverte como um garoto. 

O show de hard rock do grupo é irrepreensível. "Addicted to that Rush", "Take Cover", "Daddy, Brother, Lover, Little Boy", ""To Be With You", "Just Take My Hert", "Wild World" e algumas outras pérolas foram suficientes para transportar o Memorial para os anos 80. Paul Gilbert, o guitarrista, é simplesmente espetacular. Com segu

Os ecos dos anos 80 também falaram alto com a chegada ao palco de Sebastian Bach, ex-vocalista do Skid Row. Ele adora o Brasil, veio vezes, apesar de ter sido aqui, em 1996, a decretação da saída de sua ex-banda, após uma apresentação ruim no estádio do Pacaembu.

Com segurança e esbanjando simpatia, Bach fez um  show pesado, com canções que beiravam o metal. Skid Row deu o tom inicial. "Sweet Little Sister" e "Here I Am" se intercalaram com músucas solo, como "What Do I  Got  to Do". E claro que teve "18 and Life", e teve ainda "I Remember You".. Deu uito certo.

O Massacration é interessante, mas continua sendo a mesma piada de sempre. Chega a cansar um pouco, mas é necessário dizer que Bruno Sutter, que encarna o vocalista Detonator, canta muito. Foi a grande presença da anda no show.istral, as muito curto por conta 

Rápidas impressões sobre outros shows: Exodus mostrou uma urgência impressionante, uma qualidade absurda e peso descomunal, cheio de clássicos; Edu Falaschi foi muito bem, mas seu show foi muito muito por conta das obras conceituais lançadas desde 2021. Mais um que brilhou. Black Stone Cherry não mexeu com muita gente em seu hard rock meio insípido, enquanto que Tygers of Pan Tang e Floysam and Jetsam tocaram muito pesado e com boas ideias, mas sem grande apelo do público, infelizmente.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Keith Emerson, 80: o mago dos teclados que queria ser uma estrela de rock

Keith Emerson sempre se esforçou para parecer selvagem. Era uma necessidade, já que vocalistas e guitarristas sempre eram os protagonistas do rock no final dos anos 60. Um de seus ídolos, Jerry Lee Lewis, "The Killer", arrebentava nos teclados como showman, superando o concorrente Fats Domino. Como superar Jimi Hendrix, por exemplo? 

O ego sempre falou mais alto e ficou feliz quando o guitarrista David O'List deixou o quarteto de rock psicodélico que logo se transformou em progressivo – The Nice, numa referência clara ao Cream, de Eric Clapton, que estava terminando. Queria porque queria ser uma estrela. E conseguiu, de certa forma, principalmente com Emerson, Lake and Palmer.

Se estivesse vivo, Keith Emerson completaria 80 anos. Ele morreu aos  71, em 2016,  em sua casa em Santa Monica, Los Angeles, segundo nota publicada no Facebook do tecladista. A causa da morte foi suicídio após um longo período de depressão or conta de problemas de saúde que o impediam de tocar plenamente.

Um dos ícones do rock progressivo, Keith Emerson usou e abusou dos teclados, mais especificamente dos sintetizadores. 

Antes da formação do ELP, Emerson já tinha alcançado reconhecimento no mundo musical graças ao seu trabalho com a banda The Nice, no final dos anos 60. Seu principal sucesso comercial foi uma versão instrumental para "America", de Leonard Bernstein.

Ego lá em cima

Sem o guitarrista O'List, o Nice voou e, como trio de rock progressivo, foi criticado pelos excessos de Emerson e a falta de uma guitarra. Isso não era o problema – a questão era como domar a irritação de Lee Jackson (baixo e vocal) e o baterista Brian Davison. 

De formação erudita e inquieto por conta de uma ansiedade que incomodava, Keith emerson se especializou em compor e criar um rock sinfônico, expansivo e com muitas experiências sonoras..

Aos 25 anos em 1969, sentia que estava ficando para trás em relação ao sucesso de outros grupos pop e de rock, e sentia que perdia espaço em relação ao teclado para o "maestro" Jon Lord e seu Deep Purple. 

As brigas com os parceiros de The Nice só exacerbaram o que ele jpa sabia: os companheiros eram bons, mas limitados para o que queria: um som grandioso e bombástico, repleto de virtuosismo e qualidade, de preferência com músicos com formação erudita.

Não pensou duas vezes: o Nice acaba no começo de 1970 e deixa Emerson livre para gestar a sua pérola ao lado do então amigo Greg Lake, que não aguentava mais o cabecismo e as manias do guitarrista Robert Fripp, líder do King Crimson. 

Roubando o menino prodígio da bateria do Atomic Rooster – Carl Palmer, de apenas 19 anos -, o tecladista espalhafatoso conseguiu o seu intento: manteve a estrutura iniciada no Nice, ou seja, trio sem guitarra, para que ele pudesse brilhar como a estrela do espetáculo.

Help?

Jimi Hendrix soube do projeto até se interessou em fazer jams para saber se poderia integrar o grupo – o nome estava escolhido, Help, com as iniciais dos sobrenomes. Hendrix morreu antes, mas Emerson nem se importou. 

Emerson, Lake & Palmer surgia para levar ao extremo os excessos de todos os tipos do rock de arena e no rock progressivo. Chutes, pancadas, barulhos esquisitos, microfonias, nada parecia saciar Emerson, que adorava derrubar a montanha de teclados e amplificadores ao final dos shows.

No começo a postura destrutiva à la Pete Townshend (que quebrava guitarras no The Who) ofuscava o seu próprio talento e os bons trabalhos com o trio. 

O ego continuou lá em cima, mas domou sua fúria e impulsionou o ELP para se tornar um dos gigantes da música dos anos 70 -e alvo dos punks que odiavam os excessos do rock progressivo – mas que também invejavam o trio pela excelência musical..

A versatilidade de Keith Emerson e dos companheiros só foi ressaltada na segunda metade dos anos 70, quando começaram a abordar vários estilos musicais além do rock progressivo sinfônico, como nos dois volumes (em LPs duplos) "Works" e "Works II".

Carreira cult e músico respeitadíssimo

O fim do Emerson, Lake & Palmer, em 1979, liberou o trio para tentativa de se aproximar do sucesso. Palmer teve mais êxito quando formou o Asia com o tecladista Geoff Downes, o guitarrista Steve Howe – ambos ex-Yes – e o baixista e vocalista John Wetton (ex-King Crimson e Uriah Heep). Greg Lake decidiu por virar um artista pop, gravou dois álbuns e fez turnês com o ás do rock pesado Gary Moore. 

Restou a Emerson engatar uma carreira solo errática e cult anos anos 80, antes de se unir a Lake no Emerson, Lake and Powell (Cozy Powell, ex-Jeff Beck Group e Rainbow), com Palmer no 3 (com o guitarrista Robert Berry) e, nos anos 90, um rápido retorno do Emerson, Lake & Palmer em 1991. 

Ao lado de Jon Lord e de outros gênios, Rick Wakeman, do Yes, e Tony Banls, do Genesis, Keith Emerson está no time dos melhores tecladistas de rock de todos os tempos.

Sua contribuição é incomparável, seja como protagonista ao colocar seu instrumento como fundamental dentro de seu estilo, seja na busca incansável por novos timbres e novas possibilidades instrumentais com os novos equipamentos que sempre incluía em seu set musical.

Mesmo apaixonado por cultura norte-americana – gravou alguns CDs de jazz, ragtime e blues -, era considerado um embaixador da música britânica com uma profunda pesquisa musical dentro das origens sonoras do folk nacional.

Quando existir se torna muito mais do que um ato político

 Em um mundo devastado pela desinformação e pelo ódio cada vez maior, o simples ato de existir ou mesmo de se levantar da cama já é um ato político importante e, em muitos casos, fundamental. Esse é o recado importante que ao menos duas mulheres engajadas e combativas do mundo da música estão passado na atualidade - e que precisam ser cada vez mais ouvidas.

O fato de existir se tornar um ato político poderoso é um conceito disseminado desde sempre na música pop e entre ativistas, sobretudo aqueles que se dedicam aos direitos humanos. 

O cantor e compositor da MPB Chico César usou esse argumento quando rebateu recentemente, de forma educada, mas indignada, um internauta que pediu para que fosse "menos político" em seus shows.

 Na mesma linha escreveu e esbravejou Perry Farrell, cantor americano do Jane's Addiction e criador do Lollapalooza, ao combater gente preconceituosa de todos os tipos nos anos 90. 

Tom Morello,guitarrista do Rage Against the machine, banda engajada por natureza, é outro que faz de sua arte um forte instrumento político de disseminação de ideias progressistas e de apoio aos direitos humanos e das minorias.

Alvo de críticas e ataques de pessoas mal intencionadas e de analfabetos políticos de todos os tipos, a cantora holandesa Sharon den Adel segue firme na lota em apoio à população da Ucrânia, que vítima de uma guerra expansionista perpetrada pelo governo da vizinha Rússia.

Ela e sua banda, a Within Temptation (que é uma das atrações deste final de semana do Summer Breeze Brasil, festival que ocorre em São Paulo), lançaram recentemente o clipe da música "A Fool's Parade", gravado nas ruas de Kiev, a capital ucraniana frequentemente bombardeada, com a participação do cantor local Alex Yamak.

"Sempre fomos politicamente engajados", diz a cantora em boa entrevista ao portal UOL. "Quando nós fizemos  a canção 'Deceiver of Fools', do disco 'Mother Earth' (2000), ela falava sobre os partidos de ultradireita que aqui na Holanda estavam crescendo cada vez mais. Na verdade, já era uma canção política." 

Ela nem pisca quando fala sobre a necessidade de engajamento político dos artistas no mundo atual. "Acho que o mundo está pegando fogo neste momento, é como se estivéssemos dançando na beira do vulcão. Se não falarmos sobre isso agora, vai ser tarde demais."

No Brasil, quem encarna desde sempre esse espírito libertário e combativo é a cantora e guitarrista gaúcha Laura Finocchiaro, dona de uma respeitável obra que compreende 25 álbuns lançados em 42 anos de carreira. 

Uma rápida passada de olho na trajetória da artista é o suficiente para constatar que a sua existência é muito mais do que um ato político - é a própria resistência diante do avassalador acúmulo de reveses que a vida costuma empurrar contra minorias e grupos mais vulneráveis.

Artista independente e com histórico de engajamento político e social, retorna ao cenário artístico com o evento "Quinze Minutos com Laura Finocchiaro", um festival musical que visa apoiar e revelar novos talentos da cena LGBTQIA+ das periferias sem chances de mostrar seus trabalhos.

"Sou uma artista veterana que sempre foi underground e que sofre de certa invisibilidade artística mesmo com uma obra relevante", afirma a musicista. "Se eu, que já tive alguma proeminência e tenho um nome com certa evidência no mercado estou nesta situação, imagine esse pessoal da periferia que não tem apoio nenhum?

O evento pretende premiar o melhor entre oito concorrentes classificados para as fases finais, que começam em 26 de maio no Centro Cultural Penha, na zona leste de São Paulo.

Pioneira das apresentações musicais autorais na Parada Gay de São Paulo e militante pelos direitos de um grupo vilipendiado por toda uma vida, Laura enxergou na criação do festival uma forma de emergir artisticamente em 2024 ao mesmo tempo em que acentua o ativismo político e social. 

É uma questão de resistência, evidentemente, mas sobretudo de sobrevivência, tanto pessoal quanto artística. "Artistas engajados e ativistas como eu enfrentam dificuldades para conseguir agendar shows, ainda mais os veteranos. Portanto, quando eu laço um single, um álbum ou promovo artistas que estão fora da mídia e são das periferias, é uma maneira de dizer que continuo existindo. Se acham que eu muitos outros incomodam, então contem com isso> quero continuar incomodando."

O som de laura é engajado, está encharcado e ativismo, mas é plural e tem elementos de rock, MPB, música eletrônica e outros gêneros. Celebra a diversidade e a inteligência fazendo pensar e combate a intolerância. 

Ela está na mesma prateleira, em boa companhia, de artistas fundamentais como Black Pantera, Autoramas, Cazuza, Dorsal Atlântica, Inocentes,, Plebe Rude, Inocentes, Ratos de Portão, Garotos Podres, Dead Fish, Subalternos The Mönic, Crypta, The Damnnation e algumas outras que se orgulham de seu engajamento e que fazem de suas existências em verdadeiros atos políticos. 


Obituary libera clipe da música ‘Barely Alive’

Do site Roqye Reverso

O Obituary liberou n o clipe oficial da música “Barely Alive”. A faixa faz parte do álbum “Dying of Everything”, que foi lançado em janeiro de 2023.

O clipe traz imagens da banda norte-americana de death metal durante a turnê realizada no Reino Unido em 2023. A filmagem é de Natalie Wood e a edição é de Frank Huang.

“Dying of Everything” é o 11º álbum de estúdio da banda e sucedeu o disco “Obituary”, de 2017. 
Com o trabalho, o grupo rompeu um hiato de quase seis anos sem um álbum novo.

O disco tem dez faixas e aproximadamente 45 minutos de duração e pode ser conferido na íntegra no próprio canal da banda no YouTube.

Aqui no Roque Reverso, os leitores puderam conferir, lá em 2022, o clipe da música “The Wrong Time”.

No momento, o Obituary está aproveitando a Primavera no Hemisfério Norte para realizar uma turnê pela América do Norte, com shows no Canadá e nos Estados Unidos.

https://youtu.be/qaR39LPn7FY