Marcelo Moreira
A polícia apresenta as suas armas, e o número de mortes e agressões não para de crescer; Os versões iniciais de “ Selvagem”, dos Paralamas do Sucesso, foram proféticos lá nos anos 70 – claro que , agora, com uma pequena adaptação por conta dos escandalosos casos de violência policial em São Paulo, na Bahia e no Rio de Janeiro.
A guerra urbana declarada contra os pobres e negros desde a década de 80 por diversos governos estaduais de direita que beiravam o fascismo os responsáveis diretos pela polícia militar sem controle que comete crimes diversos contra a população.
Polícia para quem precisa de polícia, já berravam os Titãs em “polícia”, do álbum “Cabeça Dinossauro”, de 1986. A PM brasileira, em todos os estados, é treinada e orientada para a guerra, enxergando inimigos em todos os cantos, principalmente em favelas e bairros mais pobres.
Afinal, como disse o vice-prefeito eleito de São Paulo, coronel Mello, indicado pelo nefasto ex-presidente Jair Bolsonaro, “a abordagem nos Jardins tem de ser diferente daquela que é feita na periferia”. A explicitação da postura preconceituosa e belicosa contra a maioria fsa população.
Especialistas em segurança pública ouvidos pela imprensa sobre os recentes casos – PM atirando motociclista por uma ponte, outro, de folga, assassinando um homem na calçada por causa de furto de sabão, mais outros sendo apontados como responsáveis por tiros que mataram crianças -. citam, como causas, entre outras: estímulo político à violência, orientação de tratar a população como inimiga do Estado, má formação em todos os sentidos, pouco treinamento e estresse grande por contade tudo isso e suposto efetivo pequeno da corporação, sobretudo em São Paulo.
Tudo isso pode até ser verdade, mas não explica a perversidade, a maldade e a desumanidade de jogar um cidadão inocente ponte abaixo, ou fuzilar com 11 tiros um ladrãozinho de mercado de bairro a sangue frio.
Os policiais militares, em grande parte no Brasil, são sádicos e violentos porque sentem prazer em cometer estes atos, geralmente contra pessoas fracas, indefesas e rendidas – quando não pelas costas. Gostam de sentir o gostinho do pequeno poder que acham que possuem. São treinados para uma suposta guerra urbana em nome de uma ideologia falida e criminosa e sentem prazer em cometer a violência da qual se sentem autorizados a praticar. É só observar discursos políticos de governadores eleitos em 2022 nos principais estados do país.
É óbvio que a grande maioria dos agentes da lei não são criminosos e não cometem essas violências, mas certamente seu silêncio os coloca em uma posição, no mínimo, incômoda e chata, como se consentissem com a barbárie. Há especialistas mais radicais que os apontam quase como coniventes ou cúmplices por causa do silêncio escandaloso e estrondoso.
Não é à toa que a juventude negra periférica é a maior vítima dos maus policiais em guerra com o mundo, assim como os roqueiros já foram em décadas atrás – ainda são, mas em menor proporção.
No momento em que explodem os casos de violência policial, dois julgamentos ocorrem em diferentes locais do Brasil envolvendo agentes criminosos da lei. Em São Paulo, um grupo de PMs está sendo julgado pela ação desastrada na favela de Paraisópolis que causou a morte de nove jovens em 2019 – deliberadamente encurralaram mais de 50 pessoas em um beco sem saída e os agrediu a ponto de causar desespero em meio a um baile funk;.
Já em Sergipe, três ex-guardas rodoviários federais são julgados por cometer um assassinato quando prenderam um cidadão na traseira de uma viatura e o mataram quando jogaram gás no recinto.
São casos gravíssimos que precisam ser punidos exemplarmente, mas parece não ser suficiente. Os casos de violência policial só aumentam e a sensação de impunidade impera. No começo do ano passado, o assassinato de um policial militar n Guarujá deu início a uma operação policial” que resultou em mis de 50 mortes para encontrar o autor do assassinato. Fica difícil defender uma polícia que age como uma instituição assassina;
Em 2024, segundo dados do Ministério Público paulista. 712 pessoas morreram em ações que envolveram policiais militares, um aumento de 74$ em relação ao ano passado; NBos últimos 30 dias, 45 PMs foram afastados do trabalho e dois presos por conta de denúncias de violência policial.
Ninguém precisa desse tipo de polícia, por mais que a maioria dos eleitores, de forma estúpida e nojenta, pense ao contrário ao continuar votando em políticos execráveis de direita e extrema-deita que louvam e estimulam a violência policial.
É gente ruim incapaz de observar que essa política, invariavelmente, se voltará conta ela própria. Polícia de verdade, bem treinada e competente, para uma sociedade que não precisa de policiais violentos e criminosos
P.S.: Rápida lembrança sobre causa e efeito. No filme “A Escolha de Sofia”, de 1092, dirigido por Alan J. Pakula e estrelado por Meryl Streep e Kevin Kline, uma refugiada polonesa chega a Nova York depois da II Guerra Mundial e conta a sua história a um jovem aspirante a escritor. Ela conta que o pai e o marido eram professores universitários em Cracóvia antes da guerra e profundamente antissemitas. Apoiaram a invasão da Polônia pelos alemães nazistas e a perseguição aos judeus. Que não contavam era que s invasores nazistas decidissem eliminar toda a intelectualidade polonesa, o que os incluía. Morreram em campos de concentração após u efusivo apoio ao nazismo...
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