Rock e religião não se misturam, assim como não é conveniente misturar política e
rock... Pena que não avisaram gente como Roger Waters, The Clash, Stryper,
Slayer, Neal morte e uma série de outros artistas que usam o rock e a música
como poderoso veículo de disseminação de mensagens diversas. Rock é cultura,
mas também é educação e meio de protesto. Cabe tudo no rock e p rock vai bem
com tudo.
Ainda tem
muita gente pregando a total assepsia do rock, especialmente em tempos de
polarização extrema e de alto grau de intolerância em todos os sentidos. Os
conservadores acham que o rock e a arte são de esquerda e pregam a total
desvinculação política entre as partes.
Os evangélicos e fundamentalistas cristãos
acham que o rock é demoníaco e só pode servir à palavra de deus – qualquer deus,
desde que seja um deus desprovido de qualquer senso crítico e conteúdo.
Não é
preciso ser satanista ou alguém que odeie padres para gostar de Slayer, da
mesma forma que não é necessário ser crente para ouvir Stryper ou Neal Morse(o aior Noé do rock cristão americano da atualidade).
O rock é lbertário ao ponto de aceitar (quase) tudo. [E difícil admitir, mas
até mesmo fascistas e nazistas tem suas bandas de rock.
Para
combater a intolerância e exaltar o gênero musical mais plural é interessante
ler um artigo bacana escrito por um pastor evangélico publicado no jornal Folha
de S. Paulo recentemente. Policial rodoviário feeral em Santa Catarina,
Alexandre Gonçalves é pastor pentecostal e fã de heavy metal, principalmente as
variações extremas.
Ouve Slayer,
Iron Maiden Torture Squad e Crypta. Entende as letras e não concorda com elas, mas ainda assim
respeita pensamentos e opiniões divergentes. Defende o rock e aponta que não há
qualquer incompatibilidade entre ser religioso praticante e gostar de música pesada (eu discordo um pouco, acho
contraditório, mas deixem,os para lá...). Nestes tempos difíceis em que o
fascismo e a ignorância avançam, Gonçalves é um pilar de tolerância e um farol
que ilumina as trevas da intolerância.
Atacado por
gente que se diz religiosa mas que adora praticar o ódio, o pastor tira as
crítica de letra. “Não é Poe assistir a filmes de teror que uma pessoa
necessariamente adore aquilo ou acredite naquilo. É preciso saber interpretar a
mensagem e entender exatamente o que ela quer dizer”, escreveu o autor do
texto.
Entre
alegorias e fatos, o pastor Alexandre Gonçalves prega mais do que a tolerância –
exalta o livre arbítrio e a liberdade de expressão, jogando por terra
preconceitos de que rock e religião são totalmente incompatíveis. Ajuda a
derrubar preconceitos e estimula a convivência e a percepção da importância da
arte em nossas vidas.
Rock e arte
só não combinam com ódio. Com intolerância. Com pensamentos negativos. Com
preconceito. Com destruição. Rock é atitude, mas é agregador e altamente progressista.
É contestador, mas é humanista e exalta a união. É rebelde, mas é propositivo.
O artigo de
um pastor evangélico metaleiro derruba muros e constrói pontes, ajudando a abrir
mentes e expandir horizontes, mesmo que a discordância seja total. Na música “disciple”m
do Slayer, citada no artigo, o vocalista do Slayer, Tom Araya, grita “God Hates
Us All” (deus odeia a todos nós). Araya é cristão devoto e prfundamente
católico. Essa é a encantadora diversidade do rock, que une Araya e o
morto-vivo, Eddie, o símbolo maior do Iron Maiden.
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