domingo, 13 de outubro de 2024

Eric Clapton naufraga em álbum negaci0nista e sem inspiração

 

O guitarrista inglês Eric Clapton passou quase incólume pelos quatro shows que fez no Brasil no final de setembro. Com uma bandeira da Palestina na guitarra, teve de suportar judeus na plateia exibindo a bandeira de Israel e apoiando o Estado assassino e genocida comandado pelo criminoso primeiro-ministro Benyamin Netanyahu.

 

Curiosamente, ninguém usou questioná-lo, ne, com o mais leve protesto, por seu negacionistmo e postura antivacina.Pouparam o artista nos shows, mas estão detonando-o por conta do lançamento de seu álbum mais recente, “Meanwhile”, lançado enquanto ele estava no Brasil.

 

O álbum não e ruim só por conter mensagem negacionista e anicivilizatória. É um disco muito charo, previsível e sem a menor inspiração, não passando de uma colagem de singles lançados desde a pandemia. É uma colcha de retalhos feios e malfeitos, um amontoado de canções sem unidade e muito desigual.

 

Poderia ser uma obra que seria lembrada por conter uma das últimas gravações de Jeff Beck (1944-2023) – o clássico ‘Moon River” se tornou aqui uma peça sentimental do mais puro jazz -, mas está rotulada como um clássico do nonsense e da negação com as três canções que Clapton compôs e gravou com Van Morrison em protesto contra as medidas de distanciamento social determinadas pelas autoridades do Reino Unido durante a pandemia de covid-19.

 

Os dois se uniram para bradar contra a obrigatoriedade da vacinação. Não s osso, investiram contra os lockdowns e todas as medidas para conter a disseminação do vírus. Alegaram que estavam lutando pela liberdade de ir e vir e contra as regras que “causavam a demissão ea fome de milhares de músicos e trabalhadores”.

 

O maior lixo é “Stand and Deliver”, que expõe toda a desumanidade dos dois e a incapacidade de entender o que estava em jogo no momento mais agudo da pandemia. “Você quer ser um home livre ou escravo?”, vomitou o guitarrista em uma parte da letra nojenta. “This Has Gotta Stop” vai na mesma linha, envergonhando o rock e o colocando, até certo ponto, contra a civiliza~ção.

 

Só por isso é m álbum ruim. O restante do disco é uma coleção de musiquinhas pop com levadinhas reggae, como a insossa “One Woman”, comum e igual a muitas que Clapton compôs e gravou ao longo do tempo. Na mesma linha seguem as fracas “Heart of Child”, “You’ve Changed” e “Pompous Fool”.

 

Além de “moon River”, o destaque é “How Could We Know”, uma balada folk pop com vários convidados, entre eles o brasileiro Daniel Santiago, um do violonistas mais festejado nos Estados Unidos na atualidade e colaborador assíduo de Cçapton. Apesar da letra insinuar certa ingenuidade a respeito o que  pensa o inglês sobre a vida, é possível ouvi-la com outros ouvidos e entender Uma certa beleza agridoce. São as únicas canções boas em álbum dispensável marcado elo negacionismo.

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