segunda-feira, 30 de maio de 2022

Crianças vibrando com os Beatles: um olhar diferente para alunos de escolas públicas

 A tarde ensolarada incentivava a molecada a gritar cada e mais alto. Eram cerca de 200 crianças de 5 a 10 ano de idade e as respectivas professoras e responsáveis, todo mundo uniformizado e pulando nas cadeiras ao som de "Ob-la-di Ob-la-da", o reggae gostoso dos Beatles.

E então era isso: em plena tarde de sexta-feira quente de outono, em uma fábrica de cultura de São Bernardo do Campo (ABC Paulista), gerida pelo governo estadual, crianças vibravam ao som dos Beatles e mostravam o poder dessa banda de rock inglesa, que durou apenas oito anos com sucesso.

O projeto "Beatles Para Crianças" mais uma vez entreteve com eficácia misturando canções dos Beatles, em inglês, com uma série de outras atividades e historinhas capazes de deixar meninos e meninas novinhos vidrados por mais de uma hora.

Criado em 2016 por dois professores especializados e que também são músicos - Gabriel Manetti e Fábio Freire -, o projeto cresceu e virou um espetáculo que mistura show de rock e uma série de aulas, com didática admirável e alto poder de manter as crianças concentradas.

Nem mesmo as canções em inglês diminuíram o entusiasmo da plateia, que conseguiu cantar as melodias e acompanhar passo a passo o roteiro das historinhas.

Não é o primeiro trabalho que envereda pelo caminho de oferecer rock com um olhar didático pra crianças e adolescentes. Há vários no Brasil e no mundo. "Beatles Para Crianças", no entanto, tem um diferencial que é o exímio planejamento de roteiro e adaptação para um público que raramente é exposto a esse tipo de conteúdo.

Gabriel Manetti tem pós graduação em Dramaturgia pela Escola Superior de Artes Célia Helena (ESCH), graduação em Comunicação Social com ênfase em Rádio e Tv pela Universidade São Judas Tadeu e em Artes Cênicas pelo Teatro Escola Célia Helena.

Desde 2007 é professor de teatro e de lá pra cá montou e dirigiu mais de 25 peças com crianças e jovens em escolas da cidade de São Paulo. Também atua como dublador oficial de alguns estúdios importantes, dublando filmes, novelas e seriados em diversos canais de TT fechada. em pós graduação em Dramaturgia pela Escola Superior de Artes Célia Helena (ESCH), graduação em Comunicação Social com ênfase em Rádio e TV pela Universidade São Judas Tadeu e em Artes Cênicas pelo Teatro Escola Célia Helena.

Já Fábio Freire tem pós-graduação em Arte Educação pela Escola Superior de Artes Célia Helena (ESCH), graduação em Licenciatura em Arte pela Fundação Claretiano, e formação em Artes Plásticas pela Escola Panamericana de Arte (EPA) e Música Popular pela Universidade Livre de Música Tom Jobim (ULM). 

Seu trabalho de conclusão do curso de pós graduação foi baseado na criação de Bandas Digitais com crianças de 10 anos no ensino fundamental. A tecnologia na educação são fontes intermináveis da sua pesquisa como educador musical.

Também fez cursos de especialização com Naná Vasconcelos (Música), Keith Terry (Body Music) e Kenny Muhammad (Beat Box).


Passando largo do clichê "finalmente há futuro animador para nossas crianças", são trabalhos como esse que renovam as esperanças de oferecimento de conteúdo diferente e instigante, baseado no rock, para alunos das esferas públicas de ensino, e de graça, em unidades estaduais ou municipais. 


Que o projeto "Beatles Para Crianças" seja a porta de entrada para que iniciativas semelhantes proliferem - colocando nossas crianças em contato com um outro mundo que não seja dominado por sertanejos e pagodes de má qualidade.








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