terça-feira, 9 de julho de 2024

Rápido panorama do metal nacional - 114: Weedevil, Rygel, Vulcano...

- Era preciso apenas um pouco de estabilidade para provar que a banda era boa e que o som, poderoso. E então os paulistas do Weedevil finalmente chegaram ao segundo álbum completo, ainda mais pesado que o anterior. 

 

“Profane Smoke Ritual” foi lançado pelo selo Smolder Brains Records (México) – gravadora que já trabalhou com a banda no split – em CD, e em vinil pela DHU Records (Holanda). É a estreia em disco da cantora Poison, que substitui a carioca Mauren McGee - bastante conhecida pelo seu trabalho solo aço,panhada pela banda The Lost Hope 0, que teve passagem relâmpago.

 

Desde a saída de Fabrina Valverde, a banda fez tentativas com algumas cantoras e nada parecia se encaixar, até que veio a indicação de Mauren, que parecia ser a escolha certa. 

Com Poison o stoner metal que cai para o doom da Weedevil ganhou em dramaticidade e ambientação. O estilo da nova vocalista se assemelha ao das melhores bandas ocultistas e pesadas da Europa com vocais femininos.

 

Então o que temos é um disco com seis canções densas e profundas que chegam a ser assustadoras em alguns momentos. O mergulho de Mauren é total, alçando-a a grande feiticeira dessa alquimia sonora que é a nova fase dessa banda bastante interessante.

 

A faixa título, “Profane Smoke Ritual”, é um bom resumão do álbum, que explora temas profundos inspirados por figuras como o inglês Aleister Crowley, eswcritor considerado mestre do ocultismo. 

 

As letras também passeiam pela dualidade e a libertação de Lilith e Baphomet (personagem da mitologia religiosa associada ao satanismo), abordando espiritualidade, transcendência e mistério. 

 

Os temas são de autoria/inspiração de Flavio Cavichiolli (baterista e líder) convidam os ouvintes a mergulharem em suas próprias reflexões sobre a existência e o significado da vida, buscando inspirar pensamentos mais profundos e introspecção.

 

 Segundo o baterista, “Destaco especialmente a música ‘Profane Smoke Ritual’, que retrata uma jornada de libertação espiritual através de rituais e experiências com a fumaça da cannabis. Esta canção reflete minha própria exploração pessoal da conexão entre mente, corpo e espírito”.

 

A recente mudança na formação da banda trouxe uma energia renovada e uma nova dinâmica criativa para o Weedevil. Como um projeto que não se prende a um único estilo, a banda sempre esteve aberta a experimentar novas sonoridades. 

 

 O Weedevil é formado por Flavio Cavichiol (bateria), Poison (vocal), Jimmy Olden (guitarra), Henrique Bittencourt (baixo) e Claudio HC Funari (baixo).

 

https://www.youtube.com/watch?v=YWg2tyUVb3Y

- Em tese, todo retorno deve ser celebrado, mas uns costumam ser mai do que outros. É o caso do Rygel, banda paulista que teve bons momentos nos anos 90 e 2000 com um som muito pesado e direto. 

"Chronicles" é o primeiro registro da banda em muito tempo e conseguiu manter a contundência que caracterizava o som da banda, mas com toques mais atualizados - ou modernos, digamos assim. 

A pegada à la Biohazard se manifesta logo na primeira música, "Resilience", recheada de arranjos diferenciados  e uma guitarra circular e hipnótica que embasa o thrash quase crossover. É uma canção de impacto, assim como a boa "Nothing More", que vem na sequência: é metal duto e tradicional, sem firulas. 

Há um entusiasmo diferente que pode ser notado no peso que foi colocado em canções mais rápidas, como "Overcome" e "Wasting Time", onde as guitarras se sobressaem com um groove um pouco inovador para o som da banda, que trazem um frescor para o Rygel, que chegou a ser acusado de se limitar a fazer as mesmas coisas de semrpe. Pura bobagem.

O vocalista Wanderson Barreto empreendeu o retorno ao lado do Rodrigo Oliveira, que além de baterista do Korzus e produtor, também é amigo de Wanderson. Oliveira é um profissional dos mais requisitados e é possível percebe3r o cuidado com que cuidou da timbragem de guitarras e bateria no Dharma Studios.

 "Chronicles" é um apanhado do que a banda vinha fazendo desde 2020 e o título soa adequado, como realça Wanderson em vários comentários a respeito da obra. "A primeira música gravada, em 2020, foi ‘Nothing More’. Lembro-me que saí do estúdio e, dias depois, no meu aniversário, estava no hospital com covid. O  álbum registra diferentes fases da banda.".

A formação atual conta com Wanderson Barreto: (vocais e guitarra), Tiago Cesana (guitarra), Matheus Manhães (baixo) e vocais) e Pedro Colangelo (bateria).

 

- Sempre que podemos evitamos usar as palavras "lenda" e "lendário", não só por serem clichês mas, principalmente, por terem pouco significado na arte. Mas a coisa muda de figura quando falamos da banda santista Vulcano e seus mais de 40 anos de heavy metal.

 

O grupo é lendário ao ponto de ser referência internacional de qualidade e pioneirismo ao lado de Sepultura, Sarcófago e outras bandas brasileiras smpre mencionadas no exterior. 

 

Vulcano é lenda, mas também é sinînimo de brutalidade. Poucas bandas no mundo conseguem ser tão brutais e violentas. 

 

Sem alarde, os santistas lançaram neste ano "Epilogue", uma joia de devastação dentro do metal extremo. É o 18º álbum de uma carreira marcada por muito peso e destruição sonora, além de uma integridade que elogiada por todos. 

 

A novidade aqui fica por conta de uma produção mais suja, sem grandes requintes. Era esse o objetivo: deixar as canções ainda mais brutais e perturbadoras,. É muita violência para nossos pobres ouvidos. 

 

É death metal puro, sem nenhuma concessão, exceto, talvez, pela inspiração punk: são dez músicas em 30 minutos de virulência e pancadaria capazes de assustar os mais experientes. Tudo treme ao aumentarmos volume, ampliando o raio de destruição.

 

Não é o melhor álbum que a banda já gravou, mas cumpre o seu objetivo com eficiência. os principais destaques do trabalho são "The Mirror", "The Clock Time" e "The Renegade", todas violentíssimas e contagiantes/anguustiantes.






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