José Rodrigues “Mao” Júnior e
Alberto Rinaldi parecem ter saído de um filme italiano dos anos 60 com suas
camisas flaneladas , suspensórios e boinas. São personagens que encarnam o
verdadeiro espírito punk, mas que são bem reais e ativos quando se trata de
manter a chama punk acesa. “A luta continua, e não para nunca”, costuma dizer
Maio, o vocalista da extraordinária banda punk paulista garotos Podres.
Mao é o principal ideólogo,,
digamos assim, do movimento punk engajado brasileiro. Professor universitário
de história e autor de livros sobre as revoluções cubana e chinesa no século XX,
comanda a banda garotos Podres há 43 anos; “claro que punk é um estado de
espírito, mas entendo que é necessário certo engajamento político e social para
que a mensagem seja difundida”, comentou o cantor na última entrevista ao Combate Rock.
Ele e Rinaldi empurram os Garotos
Podres no caminho do bom combate e estão sendo bem-sucedidos ao manterem a
relevância da banda nacional e internacionalmente. É por isso que o
próximo lançamento dos Garotos Podres
ganhou bastante importância neste ano – assim como o EP “Only You Know”, da
banda Subalternos, da qual Alberto Rialdi é vocalista e guitarrista;
“Canções de Resistência” é um
álbum que, por enquanto, está disponível apenas em CD em território português,
para onde os garoto Podres embarcam em setembro para uma turnê. O nome do
trabalho já entrega tudo, pois está encharcado de engajamento político puro,
reunindo canções de estúdio, gravadas ao vivo e lados B. É uase uma compilação
de tudo o que a banda já cantou e tocou em termos políticos - sempre com
canções de protesto, de viés progressista e de esquerda.
Esta edição portuguesa inclui
cinco músicas gravadas em estúdio, seis músicas gravadas ao vivo no concerto do
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo), duas versões
acústicas gravadas no Acampamento Lula Livre e duas faixas bem cáusticas
"inspiradas"no ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro.
O repertório mistura clássicas
canções políticas engajadas de viés de esquerda, como sempre a banda fez
questão de difundir, como a clássica "Grândola, Vila Morena", canção
máxima identificada com a Revolução dos Cravos, em Portugal, em 1974;
"Mucha Policía, Poca Diversión", a música mais conhecida da banda
espanhola Escorbuto; "Aos Fuzilados da CSN", em homenagem aos operários
mortos na refinaria fluminense em 1988; "A Internacional", o grande
hino mundial da luta socialista/comunista do século passado; "Subúrbio
Operário", mais uma canção icônica da luta dos trabalhadores no
Brasil. Trata-se de uma interessante compilação de uma das bandas mais
engajadas e libertárias que já surgiram no Brasil.
“Canções de Resistência” é uma iniciativa das Edições Libertária, de Portugal, que estreia no mercado fonográfico. O CD vem acompanhado de um livreto de 12 páginas com as letras das músicas e notas explicativas de Mao sobre o contexto e a história de cada uma das canções. É o primeiro álbum da banda desde 2014.
As Edições Libertária são um projeto
editorial de contracultura lançado em fevereiro de 2022 (consulte a notícia da
Lusa), editando livros, revistas, produzindo podcasts e blogs, marcando
presença em eventos culturais alternativos (Fatela Sónica, Festival Open Day,
etc.) e estreando-se agora na edição discográfica. O CD foi inteiramente
financiado por via dos donativos (Patreon) dos seus leitores e simpatizantes,
vendas na sua loja oficial bem como campanhas de crowdfunding.
Carreira internaciuonal
Já a banda Subalternos, também de
São Paulo, aposta em sua entrada no mercado internacional com seu primeiro EP
com músicas em inglês. É fruto das passagens vitoriosas pelos festivais punks
mais importantes do mundo, qie ocorrem na Inglaterra, o principal deles na
cidade de Blackpool.
Rinaldi,guitarrista dos Garotos
Podre há mais de de\ anso e líder dos Subalternos, é um dos músicos mais ativos
do cenário punk e aposta em músicas rápidas e direitas, sem abusar do peso nas
guitarras.
Para quem gosta de um punk mais
melódico, os 12 minutos deste EP são um exemplo de garra e persistência. AS
quatro canções representam o que de melhor o segmento vem produzindo neste
século, quando ainda tem gente decretando a morte do punk rock, Parece que
esqueceram de avisar os Subalternos e os Garotos Podres.
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