segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Garotos Podrese subalternos: a luta não para jamais

José Rodrigues “Mao” Júnior e Alberto Rinaldi parecem ter saído de um filme italiano dos anos 60 com suas camisas flaneladas , suspensórios e boinas. São personagens que encarnam o verdadeiro espírito punk, mas que são bem reais e ativos quando se trata de manter a chama punk acesa. “A luta continua, e não para nunca”, costuma dizer Maio, o vocalista da extraordinária banda punk paulista garotos Podres.

Mao é o principal ideólogo,, digamos assim, do movimento punk engajado brasileiro. Professor universitário de história e autor de livros sobre as revoluções cubana e chinesa no século XX, comanda a banda garotos Podres há 43 anos; “claro que punk é um estado de espírito, mas entendo que é necessário certo engajamento político e social para que a mensagem seja difundida”, comentou o cantor na última entrevista ao Combate Rock.

Ele e Rinaldi empurram os Garotos Podres no caminho do bom combate e estão sendo bem-sucedidos ao manterem a relevância da banda nacional e internacionalmente. É por isso que o próximo  lançamento dos Garotos Podres ganhou bastante importância neste ano – assim como o EP “Only You Know”, da banda Subalternos, da qual Alberto Rialdi é vocalista e guitarrista;

“Canções de Resistência” é um álbum que, por enquanto, está disponível apenas em CD em território português, para onde os garoto Podres embarcam em setembro para uma turnê. O nome do trabalho já entrega tudo, pois está encharcado de engajamento político puro, reunindo canções de estúdio, gravadas ao vivo e lados B. É uase uma compilação de tudo o que a banda já cantou e tocou em termos políticos - sempre com canções de protesto, de viés progressista e de esquerda.

Esta edição portuguesa inclui cinco músicas gravadas em estúdio, seis músicas gravadas ao vivo no concerto do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo), duas versões acústicas gravadas no Acampamento Lula Livre e duas faixas bem cáusticas "inspiradas"no ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro.

O repertório mistura clássicas canções políticas engajadas de viés de esquerda, como sempre a banda fez questão de difundir, como a clássica "Grândola, Vila Morena", canção máxima identificada com a Revolução dos Cravos, em Portugal, em 1974; "Mucha Policía, Poca Diversión", a música mais conhecida da banda espanhola Escorbuto; "Aos Fuzilados da CSN", em homenagem aos operários mortos na refinaria fluminense em 1988; "A Internacional", o grande hino mundial da luta socialista/comunista do século passado; "Subúrbio Operário", mais uma canção icônica da luta dos trabalhadores no Brasil.  Trata-se de uma interessante compilação de uma das bandas mais engajadas e libertárias que já surgiram no Brasil. 

“Canções de Resistência” é uma iniciativa das Edições Libertária, de Portugal, que estreia no mercado fonográfico. O CD vem acompanhado de um livreto de 12 páginas com as letras das músicas e notas explicativas de Mao sobre o contexto e a história de cada uma das canções. É o primeiro álbum da banda desde 2014. 

As Edições Libertária são um projeto editorial de contracultura lançado em fevereiro de 2022 (consulte a notícia da Lusa), editando livros, revistas, produzindo podcasts e blogs, marcando presença em eventos culturais alternativos (Fatela Sónica, Festival Open Day, etc.) e estreando-se agora na edição discográfica. O CD foi inteiramente financiado por via dos donativos (Patreon) dos seus leitores e simpatizantes, vendas na sua loja oficial bem como campanhas de crowdfunding.

Carreira internaciuonal

Já a banda Subalternos, também de São Paulo, aposta em sua entrada no mercado internacional com seu primeiro EP com músicas em inglês. É fruto das passagens vitoriosas pelos festivais punks mais importantes do mundo, qie ocorrem na Inglaterra, o principal deles na cidade de Blackpool.

Rinaldi,guitarrista dos Garotos Podre há mais de de\ anso e líder dos Subalternos, é um dos músicos mais ativos do cenário punk e aposta em músicas rápidas e direitas, sem abusar do peso nas guitarras.

Para quem gosta de um punk mais melódico, os 12 minutos deste EP são um exemplo de garra e persistência. AS quatro canções representam o que de melhor o segmento vem produzindo neste século, quando ainda tem gente decretando a morte do punk rock, Parece que esqueceram de avisar os Subalternos e os Garotos Podres.


Nenhum comentário:

Postar um comentário