quinta-feira, 29 de agosto de 2024

A onda das bandas tributos e o comodismo que freia a ousadia

 

Um dos sintomas mais desagradáveis da demolição da indústria fonográfica neste século, além da óbvia perda de valor que a música – e a arte no geral – teve foi o desvirtuamento de vários aspectos mercadológicos envolvendo os hábitos culturais. Enquanto o mundo ainda tenta encontrar formas de tornar o negócio da música sustentável, sofremos cada vez mais com a desvalorização da atividade artística sem que tenhamos alguma perspectiva de achar uma solução.

Dentro desse panorama, a música autoral feita por artistas pequenos, do underground, encontra muitas dificuldades para encontrar algum lugar para ser apreciada e divulgada, e a coisa ficou pior com a proliferação das chamadas bandas covers, aquelas que só tocam versões de clássicos e hits nos bares da vida.

O fenômeno sempre existiu, e desde os anos 80 s]ão muitas as reclamações de espaços de menos para o trabalho autoral, com icos de situações realmente complicadas, como anos anos 90 – quem não se lembra das bandas Pnk Floyd Cover e U2 Cover, que lotavam casas noturnas para 3 mil, 5 mil pessoas?

A moda parecia ter ficado no passado, mas as bandas de versões voltaram com tudo a partir de 2015, tomando conta de quase todos os espaços possíveis no Brasil – leia-se botecos e restaurantes, quando não festas diversas. Com a desvalorização da música autoral outro traço do público veio á tona: uma preguiça enorme, um comodismo imenso, para procurar coisas novas e encontrar novos artistas. E uma pandemia devastadora de covid-19 só agravou a situação., então só no Brasil.

Muitos músicos de gabarito costumam dizer que há espaço para todos, e que os músicos de bandas covers também trabalham para levar entretenimento de qualidade. Estão corretos. O que se questiona é a desproporção que de tempos em tempos o mercado registra, comonos últim0s anos.

Essa febre conservadora de não valorizar tanto a música autoral tem outra febre colateral, que é a infestação das chamadas “bandas tributos”, muitas delas patrocinadas e/ou integradas por músicos sem mercado que foram integrantes das bandas originais. E elas redescobriram o Brasil recentemente.

Se o mercado estivesse a plena vapor e com uma indústria capaz de ser sustentável, não seria preocupante, mas não é o caso. A ata procura por essas bandas na América Latina evidencia os problemas que as bandas novas enfrentam para conseguir divulgar suas obras para um público que se mostra, em parte, comodista, preguiçoso e sem a menor vontade de conhecer coias novas.

Nos anos 2000 ficou mundialmente conhecida a banda Australian Pink Floyd, frequentemente citada como a melhor banda tributo do mundo naquela época. No entanto, nenhuma banda é alvo dos tributos como o Queen, tanto no Brasil quanto no exterior. A melhro delas, Queen Extravaganza, realmente é extraordinária, e tem o brasileiro Alírio Netto como vocalista principal. Em qualquer lugar do mundo costuma rivalizar com atrações autorais de médio porte na venda de ingressos.

Em nossos palcos, pelo menos quatro bandas internacionais importantes que fazem tributo tiveram ou terão passagens exitosas pelo Brasil. No primeiro Semestre tivemos o Dire Striays Legacy, uma megabanda com nove músicos, sendo que pelo menos três tocaram na banda original como integrantes ou como músicos de apoio. Nos próximos meses teremos Supertramp Experience (Supertramp_, Seattle Supersonics (Nirvana) e Letz Zep (Led Zeppelin), esta considerada o melhor tributo do mundo ao  quarteto inglês do guitarrista Jimmy Page. Todas estão com vendas bem altas.

Esse boom de apresentações das bandas tributo pela América Latina ocorre em um momento em que parece haver uma certa exaustão de grandes megaeventos, com ingressos encalhados para muitas atrações. Não foi por outro motivo que Ivete Sangalo e Ludnilla cancelaram turnês nacionais or estádios. Entretanto, vemos turnês nostálgicas como Titãs e bandas emo lotando os mesmos estádios.

Ok, há o apelo do revival, mas esmo assim é de se notar a força dessa nostalgia. Enquanto o Sepultura pena para esgotar ingressos em sua turnê de despedida pelo Brasil, muita gente nãopensa duas vezes em pagar caro para ver músicos desconhecidos, mesmo que bons, emularem as principais canções de bandas icônicas.  Uma coisa é ver gente como Paul McCartney desfilar canções de sua época dos Beatles – é revival do mesmo jeito -, e outra é apreciar uns desconhecidos tocar Nirvana  cobrando bem caro.

Essa paixão pela nostalgia está asfixiando o surgimento e disseminação de novos artistas, que demoram mais – quando conseguem – para atingir um público mais expressivo. Como sempre, existem as exceções de sempre que furam as bolhas e mostram bons desempenhos mesmo no underground, mas são muito poucos.

Existe espaço para todos, mas a moda está demorando para passar, acentuando a desproporção entre os covers e tributos e a cena autoral, principalmente no fragilizado rock brasileiro; Descontando-se as reclamações e os choramingos, é preciso constatar que os hábitos culturais que privilegiam os artistas que “homenageiam” as grandes bandas não são saudáveis.

Tirando os medalhões oitentista do rock nacional, que ainda lotam casas de shows e até estádios, apenas Sepultura, Angra,Edu Falaschi e, talvez, o Krisiun conseguem manter uma certa sustentabilidade em seus shows pelo Brasil, passando às vezes mais dde uma vez por alguma capital.

É um período longo de transição, em que mesmo festivais grandes, como o Primavera Sound, está tendo de passar por ajustes – outros também  farão  -, mas ainda assim é preocupante observar que não há indícios de mudanças significativas a médio prazo.

Assim como em outros segmentos de nossa sociedade, o público consumidor está caminhando para um conservadorismo que frequentemente é confundido com comodismo e preguiça. Pouca gente está disposta a buscar o novo.  

A predileção pelo rock clássico, em todos os sentidos, não pode esvaziar a cena cultural e e dificultar a bisca de espaços para qe novos artistas surjam – e não basta que apenas surjam, é necessário criar condições para sejam, sustentáveis, em sua maioria.

 Por isso é bastante instrutiva a entrevista que o músico brasileiro Thiago França, da Charanga do França e da banda Metá Metá, concedeu ao programa de YouTube “Alt Cast”, comandado pelo jornalista Mauricio Gaia, integrante do Combate Rock, e pelo músico José Antonio Algodoal, guitarrista da banda Pin Ups. Ele conta como é ser um músico reconhecido internacionalmente, mas continuando no underground, no Brasil de hoje. Assista a seguir.

https://www.youtube.com/watch?v=7p9HYxFLZPM

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Água em shows: obrigatoriedade da distribuição vai até final do ano

Da Agência Brasil

O Ministério da Justiça e Segurança Pública publicou, nesta terça-feira (27), uma portaria que estabelece regras para fornecimento de água em shows, festivais e quaisquer eventos de grandes proporções, quando o público estiver exposto ao calor e a altas temperaturas. De acordo com o texto do documento publicado no Diário Oficial da União (DOU), o objetivo é proteger a saúde dos consumidores nestes locais. As regras deverão ser cumpridas pelas empresas responsáveis pelos eventos.

Entre as medidas determinadas estão a distribuição gratuita de água em pontos dispostos em regiões estratégicas do evento para facilitar o acesso pelo público.

Em relação ao acesso à água, a portaria determina ainda que as produtoras de grandes eventos devem: 
· garantir o acesso gratuito ao interior do evento de garrafas de uso pessoal com água potável para consumo; · disponibilizar bebedouros; ou · distribuir embalagens com água adequada para consumo, com a instalação de ilhas de hidratação de fácil acesso aos presentes.

Em todos os casos, não pode haver cobrança de valores adicionais do consumidor. E o espaço físico do evento deve ter estrutura necessária para assegurar o rápido resgate de participantes, em caso de problemas de saúde e de outras situações de perigo.

A portaria desta prevê também que o público deve ter à disposição pontos de venda de comidas e bebidas no local do evento, como um show ou festival. No entanto, o comércio de água não exclui as possibilidades anteriores de acesso gratuito à água própria para consumo.

E para impedir o aumento abusivo de preços e consequentes prejuízos aos consumidores, os órgãos municipais e estaduais de defesa de direitos do consumidor devem acompanhar os preços da água mineral comercializada.

A portaria desta terça-feira prevê também que o público deve ter à disposição pontos de venda de comidas e bebidas no local do evento, como um show ou festival. No entanto, o comércio de água não exclui as possibilidades anteriores de acesso gratuito à água própria para consumo.

E para impedir o aumento abusivo de preços e consequentes prejuízos aos consumidores, os órgãos municipais e estaduais de defesa de direitos do consumidor devem acompanhar os preços da água mineral comercializada.

A portaria, assinada pelo secretário Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Wadih Damous, tem validade de 120 dias, ou seja, vale até 25 de dezembro, início do verão no Brasil

O Ministério da Justiça notifica que, no fim deste período, haverá uma nova avaliação das condições climáticas que poderá prorrogar a portaria ou revisar as medidas dela.

Em novembro de 2023, o Ministério da Justiça publicou uma portaria emergencial que proibiu os organizadores de eventos de impedir a entrada de garrafas de uso pessoal contendo água e outros líquidos.

A medida ocorreu após a morte da estudante Ana Clara Benevides, de 23 anos, que passou mal no início do primeiro show da cantora norte-americana Taylor Swift, no Rio de Janeiro, em 17 de novembro do ano passado. Naquela data, os termômetros da cidade ultrapassaram os 40 graus Celsius (ºC) e a sensação térmica era de aproximadamente 60 ºC. Posteriormente, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro confirmou que a exposição difusa ao calor foi a causa da morte da jovem.

Em maio deste ano, na semana do megashow da cantora Madonna, na praia de Copacabana, na capital fluminense, a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) distribuiu água aos fãs da pop star norte-americana.

Go Ahead and Die, com Max Cavalera e filho, anuncia álbum ao vivo

Henrque Neal - especial para o Combate Rock

A banda de death-crust mais amada do Arizona Ho Ahead and Diee anuncia seu mais novo lançamento, Better Dead Than Mainstream: Live At The Marquee Theater, que será lançado digitalmente no dia 13 de setembro pela Nuclear Blast Records. 

O áudio do álbum foi capturado num show que fizeram no dia 25 de setembro de 2021 junto com o SOULFLY, além das bandas Incite 3 Healing Magic.

A noite contou com a apresentação de seu álbum de estreia autointitulado, lançado dois meses antes. O áudio do álbum ao vivo foi produzido e masterizado pelo engenheiro de som Arthur Rizk. Para a capa do álbum, a banda contratou Costin Chioreanu para criar a arte.

Max Cavalera afirma: "É incrível para mim que o lockdown tenha permitido a Igor e eu a oportunidade de fazer um álbum tão brutal! Essa Era nos deu uma visão clara de questões sociais prejudiciais, à medida que o autoritarismo explodia de maneiras agressivas. Este é um verdadeiro álbum ao vivo, sem overdubs. É tão brutal quanto a pandemia!"

Igor Amadeus Cavalera complementa: "Tocar ao vivo com o Gaad é uma verdadeira descarga de adrenalina. Você pode ouvir a energia crua e desenfreada em cada música desta gravação."

Seguno trabalho

O Go Ahead and Die lançou seu cáustico segundo álbum, Unhealthy Mechanisms, no ano passado pela Nuclear Blast Records. Um turbilhão torrencial nascido das mentes furiosas de Igor Amadeus Cavalera  e Max Cavalera.

 O segundo álbum é uma nova imersão na loucura da sociedade e na poluição que devasta nossas mentes. Unhealthy Mechanisms foi produzido por Igor Amadeus Cavalera, enquanto John Aquilino cuidou da gravação em seu Platinum Underground Studio, imerso na mística ambientação das encostas das "Montanhas Superstição". 

A mixagem e masterização foram novamente realizadas por Arthur Rizk (Cavalera, Soulfly, turnstile). Para a arte da capa, a banda contratou Santiago Jaramillo, da Triple Six Design, para criar o design inquietante que se encaixa com o título do álbum. 

O novo disco do gripo é um testemunho do declínio da saúde mental ao redor do mundo e um lembrete de que não estamos sozinhos em nossa dor. A mente está perdida. O pavio está aceso. É hora de incendiar tudo.

GO AHEAD AND DIE é:
Max Cavalera | Vocais, Guitarra
Igor Amadeus Cavalera | Vocais, Guitarra
Johnny Valles | Bateria
Jackie Cruz | BaixoTruckload Full of Bodies (Ao vivo no Marquee Theater, Tempe, 2021)
Toxic Freedom (Ao vivo no Marquee Theater, Tempe, 2021)
I.C.E. Cage (Ao vivo no Marquee Theater, Tempe, 2021)
Isolated / Desolated (Ao vivo no Marquee Theater, Tempe, 2021)
Prophet's Prey (Ao vivo no Marquee Theater, Tempe, 2021)
Punisher (Ao vivo no Marquee Theater, Tempe, 2021)
El Cuco (Ao vivo no Marquee Theater, Tempe, 2021)
G.A.A.D. (Ao vivo no Marquee Theater, Tempe, 2021)
Worth Less Than Piss (Ao vivo no Marquee Theater, Tempe, 2021)
(In The) Slaughterline (Ao vivo no Marquee Theater, Tempe, 2021)

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Comentáios aleatórios e irrelevantes sobre Oasis, Sepultura, Ira! e Ultraje a Rigor

 

- Será que a volta do Oasis sobreviverá à segunda música? As apostas estão endo feita em todas as casas de jogos e poucos acreditam que haverá uma longa turnê. Quinze anos após o fim decretado pelos irmãos Liam e Noel Gallagher, p dinheiro falou mais alto e os dois, enfim, concordaram em se reunir ao menos mais uma vez nos palcos, apesar de fazerem questão de dizerem sempre que não são amigos. Seja como for, é irrelevante ficar especulando se o mundo precisa da volta do Oasis. Era a volta mais esperada dos últimos depois da reunião do Guns N’ Roses com sua formação quase clássica. Tem muito dinheiro envolvido? Claro quem sim, e muito mesmo para fazer com que Noel Gallagher aceitasse suportar o irmão mais novo no palco por pelo menos mais uma vez. Não há dúvidas de que será um grande evento, já que, ao lado de Foo Fighters, Coldplay, Muse e Radiohead, faz parte da última Eva de grandes bandas do rock,. Será no mínio engraçado observar os irmãos que se odeiam dividindo novamente o palco.

- Assim que foi anunciados a turnê de despedida do Sepultura, antes mesmo de detalhes errem divulgados as pessoas logo bradaram: vai ter um show final com a árticipação de ex-integrantes? O guitarrista e líder, Andrreas Kisser, sempre foi evasivo, evitando até mesmo cravar uma data para o fim definitivo – “de 2026 não passa”, disse recentemente em uma entrevista. Atitude calculada ou certa ingenuidade? Oscilando nas opiniões em relação ao assunto, o músico chegou a dizer que não era o caso de chamar os irmãos Max e Iggor Caavalera, fudndores da banda lá em 1984, para que a “festa não fosse estragada”. No entanto, parece que está mudando de ideia. Em entrevista ao jornal O Globo, parece admitir a possibilidade de uma gradne celebração no último show da turnê com a participação de todos os ex-integrantes, desde que fossem respeitadas “algumas situações” – sempre há um senão em relação a essa questão... De qualquer forma, Kisser reacendeu a chama pelo interesse na turbe atual, que pretende ser a última da banda brasileira de thrash metal. Os desafetos antigos Max e Iggor se submeteriam às regras impostas pelo chefão Andreas? Como ficaria a participação de Eloy Casagrande, desafeto recente? O baterista anunciou sua saída da banda de forma intempestiva no começo do ano para se jntar aos americanos do Slipknot, provocando enorme ressentimento nos três ex-companheiros. São algumas nuances de uma história que ainda está longe de terminar e que vai render uma série de manchetes de sites por muito tempo. Andreas Kisser realmente é um mestre do marketing cultural e sabe como poucos promover a sua banda.

- A jogada de marketing que parece não ter dado certo, no entanto, foi a do Ira! na tentativa de criar uma treta com o Ultraje a Rigor. O cantor nasi falou grosso em uma entrevista a umpodcast a respeito das desavenças pelas quais o guitarrista e vocalista do Utraje, Roger Rocha Moreira, é conhecido nas redes sociais. Sem explicar exatamente a qual bobagem Roger tnha falado, Nasi ameaçou agredi-lo caso voltasse a “incomodá-lo (Nasi) e a mexer em determinados assuntos”. “Eu quebro a sua cara se me perturbar de novo e mexer comigo. O Edgard [Scandurra, guitarrista do Ura!] pe elegante e educado. Eu não sou;” Nas redes sociais, Roger ironizou sem citar diretamente o desafeto, dizendo que paga pelo fala e pel que não fala, já que “não sabbia do que se tratava a polêmica”. Artifical ou não, a treta morreu ráido, como deveria ser, já que não tnha o menor sentido. O ira! ainda é uma banda relevante no cenário nacional e não precisava de controvérsia turbinada, ainda mais em relação a um artista que decidiu voluntariamente ir para o ostracismo e levar sua banda junto – o Ultraje a Rigor, infelizmente, só tem dois álbuns relevantes em seu catálogo, os dois primeiros. Roger e seu grupo há muito tempo se contentaram apenas em servir de escada para um humorista sem graça em um programa de TV com baixa audiência. A treta morreu de inanição e foi bom para todo mudo.

Mötley Crüe lança versão para ‘Fight For Your Right’, do Beastie Boys,

 Do site Roque Reverso

O Mötley Crüe lançou nesta sexta-feira, 23 de agosto, uma versão para a música “Fight For Your Right”, do grupo Beastie Boys. A faixa faz parte de um novo EP, que chegará ao público no último trimestre de 2024.

“Cancelled”, cuja capa acompanha este texto, será lançado oficialmente no dia 4 de outubro.

O EP terá apenas três faixas e foi produzido pelo grande Bob Rock, responsável por grandes álbuns não só do Mötley Crüe como também do Metallica, The Cult, Aerosmith e Bon Jovi, entre tantos outros.

Além da faixa cover do Beastie Boys, as outras duas canções presentes em “Cancelled” são a faixa-título e “Dogs Of War”, lançada em abril de 2024.

https://youtu.be/fQO2FV1OZj4

Helmet cancela turnê americana por cnta de baixa venda de ingressos

Flavio Leonel - do site Roque Reverso

O Helmet anunciou o cancelamento de toda a sua turnê pelos Estados Unidos que aconteceria neste segundo semestre de 2024. A turnê estava programada para começar em Hampton Beach, no Estado de Nova Hampshire, em 19 de setembro, e para terminar em Flint, no Estado do Michigan, em 10 de outubro.

Segundo a banda norte-americana liderada pelo vocalista e guitarrista Page Hamilton, a turnê nos EUA foi cancelada “por uma mistura de preocupações financeiras significativas e vendas de ingressos abaixo do esperado, o que é um problema comum para muitos artistas este ano”.

A despeito do cancelamento, o grupo destacou que a turnê pela Europa, prevista para os meses de novembro e dezembro, está mantida.

“Por mais que gostássemos de voltar à estrada e tocar, esta não foi uma boa opção para nós”, escreveu Page Hamilton, referindo-se ao cancelamento nos Estados Unidos. “Estamos entusiasmados com a nossa próxima turnê europeia de novembro/dezembro, que está parecendo ótima e vamos nos reunir novamente em 2025 para mais datas nos EUA.”

A turnê atual do Helmet marca o 30º aniversário do grande álbum “Betty”, de 1994. Até o momento, não há informação sobre a possibilidade de o grupo passar pelo Brasil com esta tour especial.

A passagem mais recente do Helmet pelo País aconteceu em 2022, quando o grupo trouxe aula de peso e música densa em show que encerrou festival em São Paulo e que contou com cobertura especial do Roque Reverso.

A alegação do Helmet, sobre a baixa procura de ingressos para a turnê de um álbum tão importante, chama a atenção, justamente em um período no qual, em vários locais do planeta, entre eles o Brasil, há sinais de um “estouro da bolha” de shows após o período de demanda elevada após a pandemia visto a partir de 2022.

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

A bersatilidade do jazz gaúcho de Rodrigo Nassif

Eugenio Martins Júnuor - do blog Mannish Blog

Não sei explicar, mas quando ouço a música instrumental praticada no Rio Grande do Sul, ela me soa diferente de tudo o que é produzido no resto do Brasil.

Sinto que a estrada que leva ao som dos pampas não é ensolarada como a que leva ao samba jazz e a bossa jazz do Rio de Janeiro. Talvez também não seja tão pavimentada como a que leva à diversidade de São Paulo. Muito menos com tantas bifurcações da estrada que nos leva aos estados e ritmos nordestinos.
 
As fronteiras com Argentina e Uruguai exercem mais atração sobre a cultura local do que os “ritmos brasileiros”. Confesso que preciso estudar mais sobre a música rio grandense.
 
O fato é que o Brasil é um continente e cada estado é um país, com as próprias características. E isso, por si só, já é uma maravilha.
 
Os sons criados por Renato Borghetti, Yamandu Costa, Bebe Kramer e Rodrigo Nassif conseguem explicar melhor do que eu.
 
Tô puxando essa conversa porque recentemente estive com o Rodrigo Nassif aqui em Santos. Em um show que ele fez no Sesc, na esteira do lançamento de "Estrada Nova", seu mais recente trabalho.

O vinil, gravado em Porto Alegre pelo Rodrigo Nassif Trio em 2020, tem Samuel Basso (baixo), Leandro Schirmer (bateria) e conta com sete temas autorais. Tanto dele quanto de seus colaboradores. O show de Santos teve outro baixista, o Juliano Pereira.
 
Rodrigo migrou da estridência da guitarra elétrica para as cordas de nylon e desde então se dedica a contar histórias sem palavras. Explico.
 
Muito da sua música é baseada ou influenciada pela literatura, como ele mesmo explica na entrevista abaixo. Além de Estrada Nova, título extraído da obra de Ciro Martins; encontramos Balada De Los Buendia e Cia do Caribe, homenagem ao Gabriel Garcia Marquez; Blimundiando (Saramago) e Milonga Borgeana (você sabe quem).

A discografia se completa com "Todos os Dias Serão Outono" (2015), "Rupestre do Futuro" (2017) e "Janelas Abert"as (2018).

Eugênio Martins Júnior – Como foi a tua infância musical?

RN –
Bastante música em casa. Meu pai tocou clarinete e minha mãe cantou em coral. Na família da minha mãe todos tocavam instrumentos. Mas acho que a pessoa que mais me levou para a musicalidade foi meu irmão que era um cara muito roqueiro. Ele mostrava os nomes dos instrumentistas quando eu tinha cinco ou seis anos de idade. Mostrava bandas como The Who, já era adolescente, tinha dez anos a mais do que eu. Quando eu tinha cindo ele já tinha quinze anos. Ele amava essas bandas de rock inglês. Acabou me influenciando muito. Foi um despertar, no sentido de saber como a coisa funcionava.

EM – E você já foi para algum instrumento?

RN – Quando comecei a tocar havia muitas bandas de rock. A gente já morava em Passo Fundo, onde a minha família mora. A ideia da gente era tocar em banda de rock. Era autodidata, mas depois de um tempo senti a necessidade de estudar.

EM – Nessa época o teu lance era guitarra elétrica?

RN – Sim, tive uma Gianini Les Paul e depois uma Fender Strato mexicana. Tenho essa guitarra até hoje lá em casa, mas é uma guitarrinha que ganhei de um amigo e tem um tempo que não uso. Ganhei uns instrumentos das pessoas, um baixo Fender e uma guitarra. Uma viola caipira. A gente vai aos lugares e as pessoas pedem para a gente levar o instrumento.

EM – E esse violão de corda de nylon, como entrou na tua vida? É uma tradição forte no Brasil, né?

RN – Sim, uma tradição forte no Brasil e muito no Rio Grande do Sul. Acredito que seja pela versatilidade que o instrumento te dá para tocar sozinho. É um instrumento que tem vários problemas e limitações de recursos. Não tem como fazer notas com muito sustain. Não tem como fazer notas com um determinado vibrato. Várias coisas te faltam.

EM – É verdade. E a guitarra já te proporciona esses recursos.

RN – A guitarra e outros instrumentos de arco, por exemplo, ou o piano. Mas o violão é um instrumento muito versátil, porque ele tem uma parte muito aguda e uma parte média e alguma coisa grave. Então ele facilita a vida do cara que quer pensar em sons simultâneos. Foi o instrumento que caiu na minha mão. E um bacharelado. Consegui me inscrever, fui bolsista, tocando diversos estilos de música para poder continuar. E depois ganhei uma bolsa de estudos para estudar na Argentina.

EM – Ia te perguntar isso. Li em uma entrevista que você cresceu em Bagé. Se escorregar você cai no Uruguai. Ali é uma região de grande profusão musical. Houve essas influências?

RN – Acredito que tem em todo o Rio Grande do Sul. Tem muita influência do rock argentino. Muita influência do (Astor) Piazzolla. Do Borguetinho, por exemplo. Você ouve nos discos, como aquele que tem Barra do Ribeiro, Sétima do Pontal. Mas não só nele, em vários compositores, como Mário Barbará e nos mais contemporâneos como o Pirisca Greco. Então tem a influência do Atahualpa Yupanqui, Eduardo Faluri, Mercedes Sosa. Todas essas pessoas. O Rio Grande do Sul fica muito à vontade em receber essa influência latina.

EM - E a Argentina onde entra? Você estudou um tempo lá, né? Passou quanto tempo?

RN – Dois anos, 2006/2007. Só estudava, o dia inteiro. Além da técnica musical, foi um período ao qual cresci muito como ser humano. Ao voltar ao Brasil lancei meu primeiro disco, que foi muito bem recebido pela crítica aqui em São Paulo. Aquela extinta revista, a Violão Pro, fez uma resenha muito generosa. O disco tinha algumas homenagens ao Gabriel Garcia Marques, que eram músicas como a Balada De Los Buendia. Antes de eu integrar um grupo.

EM - Você deu uma declaração que a cidade grande o atrapalha um pouco a fazer música. Gostaria que comentasse essa declaração.
 
RN – Muito. Na megalópole o cara tem de ter um suprimento extra de energia para fazer quatro ou cinco turnos no mesmo dia. Estudava, mas também dava aula, com várias tarefas no conservatório como bolsista e tentava ter uma vida social e conhecer um pouco da cidade. Era difícil tirar um tempo para dar uma caminhada, fazer uma atividade que fizesse bem para a cabeça. Frequentar uma megalópole é uma coisa necessária para quem é músico, mas não é obrigatória hoje em dia. A gente vive na região metropolitana de Porto Alegre, mas a gente consegue trabalhar no estado de São Paulo morando lá. Faz dez anos que venho para São Paulo com uma freqüência regular. O único período que não viemos foi na pandemia.

EM – O Brasil é um continente e o estado de São Paulo é um país. O principal lugar para a música instrumental é São Paulo?

RN – Se parar para enumerar a quantidade de apresentações que a gente fez sem ser em editais de incentivo à cultura, a maioria foi em São Paulo. Já fizemos a Casa Ema Klabin, Coreto da Bovespa, Sesc Consolação, Jazzb, uma série de locais que propicia que essa música tenha uma difusão mais ampla. Já fizemos Sesc Bauru, Piracicaba, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Taubaté, Campinas, hoje em Santos e amanhã Presidente Prudente. Tenho a minha rotina lá em Porto Alegre com o meu piá, levando na escola, essas coisas, mas viajar para cá é muito legal. Onde temos muitos encontros com o público, de maneira orgânica. Um público que cresceu de forma natural. Os músicos de São Paulo não dependem de ser chancelados pelos outros estados. A cena já se basta. Só vi isso em Nova York. Se você é bom o suficiente para uma casa te chamar é porque você já está bem para fazer outros lugares.

EM - Gostaria que falasse sobre o músico que se banca.

RN – Essa situação é no mundo todo. Ouço muita queixa também dos mais ricos (risos). Sou muito satisfeito com minha profissão. Acho que é uma coisa muito boa para a saúde mental. Acabei virando músico porque na minha adolescência mantinha a minha saúde mental. Vou te dar um exemplo. Na quinta-feira o nosso vôo estava atrasado e não sabíamos se iríamos conseguir pegar outro vôo depois. E para segurar a ansiedade o que eu fui fazer? Tocar, claro. Nem vi o tempo passar. É uma maneira de se manter saudável, e isso pra mim é importante.

EM – Gostaria que comentasse esse novo trabalho, o álbum "Estrada Nova" que, em minha opinião, leva para várias estradas.

RN – O disco foi composto a partir d4 dia 8 de maio de 2020, quando decretaram a primeira quarentena por causa da Covid-19. Estava com a cabeça fervendo, de bobeira em casa, não queria ficar parado. Fiz um projeto chamado "Live Todo Dia" em uma dessas plataformas de financiamento online e prometi 60 lives consecutivas onde iria compor ao vivo. Aí foi a oficina do capeta. Nunca deveria ter prometido 60 lives. Se eu soubesse o quanto cansava, que o vizinho podia bater na porta, o gato podia derrubar o celular, enfim. Foi um troço cansativo, mas consegui compor quase todo o disco. A pandemia demorou e resolvi fazer um segundo projeto que era o de registrar as músicas. O Leandro Schirmer é o feliz proprietário do estúdio Panamá, em Porto Alegre, onde gravamos ao vivo o disco inteiro em dois dias. Fizemos em várias salas para que não houvesse o contato entre as pessoas. O nome "Estrada Nova" é por conta de um livro do Ciro Martins que eu estava lendo na época, que fala sobre o êxodo rural no Rio Grande do Sul. Um pouco a história da minha vida, né? De estar em movimento para continuar trabalhando.

EM – Então você não pode ler um livro que já quer gravar um disco?

RN – Com certeza. (risos). Nem me considero um leitor tão aficionado. Mas coloca aí na conta que eu leio 100 páginas por mês, num ano fraco dá 1.200 páginas. Durante trinta anos de leitura dá muita página.

EM - Gostaria que falasse sobre os teus dois parceiros.

RN – A parceria musical com o Schirmer tem mais de 10 anos. Comigo ele começou a tocar percussão. Fizemos algumas experiências, várias formações, mas acabamos nessa que é violão, baixo e bateria. No final do ano passado assisti outra banda lá do Rio Grande do Sul com o Juliano Pereira e o Leandro, achei que tinha o peso necessário para o nosso trio e como eles já tocavam juntos, o convite surgiu naturalmente.

EM – Certa vez você declarou que as pessoas não vivem sem música. Durante a pandemia, público e artistas ficaram reclusos e se virando como podiam. E recentemente os artistas daquela parte do Rio Grande do Sul que foi inundada vão passar por um período sem shows até a recuperação do estado. Gostaria que falasse sobre isso.

RN – Está uma dificuldade seríssima. Mas o período da pandemia nos deixou uma lição, a de que pouca coisa na vida é intransponível. Acredito que a classe artística do Rio Grande do Sul vai saber se unir nesse momento. Nunca foi tranqüilo ser gaúcho. Na história sempre tivemos perrengue. É a primeira vez que o Rio Grande do Sul fecha cem anos sem nenhum conflito fraticida, sabia? O último conflito que houve no Rio Grande do Sul foi em 1923. Antes foi em 1875. E antes em 1835. E antes as guerras guaraníticas. Vai contando. E nenhuma teve um intervalo de três gerações. Isso explica muito a personalidade do gaúcho. Em traços gerais a cultura local carrega algumas coisas distintas, por exemplo, esse negócio aguerrido da cultura. Então acredito que a gente vai passar por essa.

A sofrida e violenta história da Irlanda inspira grandes canções

 

Só a Guerra Civil Espanhola, que ocorreu entre 1936 e 1939, se compara à crise irlandesa em termos de inspiração para obras de arte de todos os tipos no século XX, isso se nos restringirmos apenas a conflitos locais.

“Essa não é uma canção de rebeldia. Até quando iremos cantar essa canção?”, berrou o cantor Bono antes da execução de “Sunday Bloody Sunday” em um concerto do U2 em Red Rocks, o anfieteatro natural nas rochas  interior do Colorado, nos Estados Unidos.

Uma das canções mais politizadas de todos os tempos, o hino do U2 faz alusão ao assassinato de 14 pessoas por tropas britânicas no dia 30 de janeiro de 1972 na cidade de Derry, na Irlanda do Norte. Eram manifestantes católicos desarmados que faziam uma passeata pacífica contra a violência político-religiosa que tomava conta das duas Irlandas e do Reino Unido.

O retorno da violência na questão da Irlanda, em 1967, pegou o mundo das artes em Lena efervescência, e o rock entrou de cabeça na disputa de narrativas na guerra entre católicos republicanos contra protestantes-unionistas-monarquistas. Astros irlandeses como Van Morrison, Gary Moore, Thin Lizzy, Bob Geldof e seus Boomtown Rats e o próprio U2 não passariam incólumes à violência, assim como artistas de outros gêneros, como The Dubliners, The Chiedtains, Clannad, Enya e Sinéad O’Connor, entre outros.

“Sunday Bloody Sunday” é apenas a mais eloquente e desesperada manifestação de repúdio ao sectarismo político-religioso que dominou o mundo no século passado – e que ainda causa pavor e terror nos dias de hoje.

Terra conflagrada

Povoada por tribis de origem celta de vários lugares da Europa, a Irlanda era uma terra de fim de mundo nos tempos de Jesus Cristo e pouca atenção despertava. Quando os romanos ocuparam a Inglaterra nos primeiros séculos depois de Cristo, esbarraram na ferocidade dos povos pictos e escotos na terra chamada de Caledonia – atual Escócia – tanto que construíram uma barragem de pedra chamada de Muro de Adriano, hoje um marco de fronteira natural entre Escócia e Inglaterra.

Impedidos de dominar o norte da Grã-Bretanha, os romanos partiram para o País e Gales e para a Hibernia, o nome latino da Irlanda. Com a partida dos romanos no século IV, Irlanda e Gales viveram em paz por algum tempo por estarem longe dos reinos anglo-saxões da Inglaterra, sempre ocupados em guerras contra os vikings escandinavos e as tribos guerreiras escocesas.

Os dinamarqueses ampliaram o domínio de parte da Inglaterra entre os séculos VI e VIII e ocuparam a parte leste da Irlanda, ilha que ainda era dominada por resquícios de tropas romanas que permaneceram e que espalharam o Cristianismo pelo local.

Dominação escandinava

A partir do século IX, os dinamarqueses foram progressivamente deixando a Grã-Bretanha e a Irlanda, dando algum tempo de paz paras as ilhas e propiciando que os reinos anglo-saxões (eram seis) iniciassem um longo processo de unificação que formaria a gênese da Inglaterra moderna a partir do século X.

No entanto, uma crise de governabilidade e de sucessão na dinastia saxã mudou a história das ilhas. Em 1066, o rei Haroldo tinha conseguido a duras penas juntar um exército mal armado para conter as invasões escandinavas no norte do país. Esse desgaste deixaram o sul vulnerável à invasão das tropas francesas do nobre Guilherme, o Normando, que reivindicava o trono inglês por conta de casamentos com princesas saxãs.

Com um exército remendado e cansado, o rei Haroldo combateu os normandos na localidade de Hastings, a meio caminho de Londres, e morreu ao lado de quase todos os seus homens. Guilherme, o Normando, se tornou Guilherme, o Conquistador, o primeiro rei inglês da chamada era moderna,.e quase que imediatamente voltou os olhos para a  Irlanda.

O processo de ocupação inglesa foi lento, mas progressivo entre 1100 e 1400, chegando ao ponto de a coroa inglesa dividir toda a ilha da Irlanda entre 790 famílias de nobres ingleses e escoceses – muitos historiadores consideram essa a raiz primordial do conflito generalizado envolvendo ingleses e irlandeses.

Colônia inglesa

Se a união entre Inglaterra e Escócia ocorreu pacificamente, primeiro por ter o mesmo rei 0 Jaime VII da Escócia virou Jaime I da Inglaterra porque a rainha Elizabeth I, sai prima, não deixou herdeiros – e depois pelo tratado de 1707, a Irlanda simplesmente foi anexada e tratada como colônia. Foi expropriada de quase todas as suas riquezas.

Os nobres britânicos foram perdendo progressivamente o interesse pelos campos pouco produtivos irlandeses, arrendados a camponeses pobres locais, mas a expropriação colonial continuava, precarizando ainda mais a vida na ilha.

Os colonos que ainda restaram decidiram se concentrar no norte, o Ulster, que ainda se mostrava promissor em termos de perspectivas econômicas. Logo as seis províncias do norte se tornaram uma região de maioria protestante e de descentes de ingleses e escoceses. O ressentimento dos pobres habitantes do sul só aumentava.

Fome e êxodo

A coisa piorou muito com a Grande Fome da década de 1850, que gerou um êxodo de mais de 1,5 milhão de irlandeses para Estados Unidos, Canadá, Austrália e Reino Unido. As estimativas dão conta de que outras 500 mil teriam morrido diante da falta de comida. No começo do século XX havia mais irlandeses fora do que na ilha;

A rebeldia finalmente conta dos espíritos insulares estimulados pelos imigrantes que se estabeleceram na Costa Leste americana, que exportavam ideias republicanas e financiavam levantes e partidos políticos na parte sul, conhecida como Eire – Irlanda, em gaélico, a língua nativa.

A partir de 1880 começaram os primeiros distúrbios envolvendo os republicanos católicos e o governo colonial inglês. Os confrontos longo descambaram para as guerrilhas e para o terrorismo, desencadeando uma realçai brutal dos britânicos, com milhares de prisões e execuções,

Algumas práticas hediondas em tempos de guerras começaram a ser gestadas na Irlanda, como campos de concentração e de tortura, logo expandias para a África do Sil, na guerra dos Bôeres (1899-1902) entre os colonos holandeses e os admiistradorres coloniais ingleses.

Guerra civil e contínua

Depois de uma brutal repressão, os republicanos se recolheram no interior e tramaram o retorno das hostilidades a paritr de 1910. Aproveitando a eclosão da I Guerra Mundial (1914-1918), os irlandeses católicos do sul praticamente iniciaram uma guerra civil, que culminou com a tentativa de golpe e e expulsão dos britânicos na Páscoa de 1916.

Com muito custo e com a devastação de Dublin, a capital, os britânicos contiveram o levante, mas viram o nacionalismo explodir com as pesadas retaliações, com prisões em massa e execuções. Os ingleses transformaram Eamon de Valera e Michael Collins, presos, em mártires e líderes de expressão internacional.

Com a situação fora de controle, os britânicos tentara, iniciar algumas negociações de paz e libertaram os lideres, mas o efeito foi o oposto: o nacionalismo ficou mais exacerbado e a guerra civil explodiu em 1919.

Entregando os anéis para ficar com os dedos, os britânicos admitiram que não tinham mais como controlar a situação e propuseram aos principais líderes um processo de paz que culminaria com a independência progressiva do país, excetuando-se as seis províncias do Ulster.

Longas e tensas negociações ocorreram até que chegou-se a um entendimento de que a o processo de independência duraria alguns anos – fato que provocou o rompimento entre Collins e De Valera, os principais líderes. Valera achou que Collins tinha aceitado fazer concessões demais, inclusive ai não exigir a unificação imediata com o norte.

Independência

O rompimento provocou nova guerra civil, dessa vez entre os irlandeses, em 1921, com Michael Collins assumindo o governo como primeiro-ministro e, depois, como chefe militar com plenos poderes.. Toda essa história está retratada, com alguma fidelidade, no filme “Michael Collins – O Prelo da Lberdade”(1996)m de Neil Jordan, estreado por Liam Neeson, Aidan Quinn, Alan Rickman e Julia Roberts.

Curiosamente, uma tragédia precipitou os fatos e antecipou a independência. Voltando de uma viagem a sua cidade natal, Cork, no centro da ilha, em meados de 1922, a comitiva presidencial de Michael Collins foi emboscada em uma estrada vicinal. Collns foi morto com um tiro na cabeça.

O choque do assassinato foi tão grande que a guerra civil praticamente acabou no dia seguinte., provocando a união de todos os republicanos em conflito após o funeral do líder morto, que levou mais de 200 mil pessoas às ruas.

A Irlanda ganha o status de independente, nos mesmos moldes de Canadá e Austrália, sendo país integrante da Comunidade Britânica de Nações e tendo o rei inglês como chefe de Estado. Esse status acabou em 1949, com a República da Irlanda, a parte sul, totalmente desvinculada do Reino Unido.

Terrorismo

As hostilidades voltaram em 1967 por conta de choques entre católicos e protestantes radicais do Uster que reivindicavam a a exclusividade  do território do norte para eles. Eles eram maioria, mas não esmagadora, e criaram tensão com os muitos católicos que decidiram permanecer no Ulster.

Foram dois os períodos mais violentos da retomada da violência – entre 1969 e 1975 e entre 1978 e 1993, com o terrorismo aumentando e choques graves nos arredores de Belfast e Londonderry. Membro da família real britânica foram alôs de ataques, assim como a primeira-ministra Margaret Thatcher, que teve uma suíte de hotel explodida em 1984 no litoral inglês – ela estava em um comício na hora da explosão.

O período foi tema de outro filme extraordinário, “Em Nome do Pai” (1993), de Jim Sheridan,, estrelado por Daniel Day-Lewis, Pete Postlethwaite e Emma Thompson

Diante de quase 30 anos de violência e impasse, o IRA aceitou negociar um cessar-fogo em 1996 mediado pela ONU e pelo presidente amerricano Bill Ciinton. Várias facções protestantes foram convencidas a depor as armas e a engrossar as negociações, que culminaram com os acordos de 1999 em que os católicos ganhara representação no Parlamento norte-irlandês e, entre outros benefícios.  

'Belfast', a trilha sonora de filme que quase redime o irascível Van Morrison

No famoso livro infantil 'the Iron Man",(O Homem de Ferro)  de Ted Hughes,  um vilarejo, do nada, é obrigado enfrentar um monstro gigante de aço de que devora tudo, principalmente o que contém ferro. Incapazes de combat^-lo, os moradores fogem, menos um garoto  solitário que finge não ter medo. Afinal, o que poderia ser pior em sua vidinha miserável?

Depois de ver incrédulo o garoto desafiá-lo, o monstro percebe o que nenhum humano tinha percebido: os dois são vítimas de um mundo feio e perverso, que odeia o diferente e que tem medo de mudanças. E então uma improvável amizade surge. O livro foi transformando em ópera-rock por Pete Townshend, guitarrista de The Who, em 1989.

O monstro de aço pode perfeitamente seer um alter ego do cantor irlandês Van Morrison, o ogro gentil capa de comportamentos mercuriais e incendiários em um momento ara, tempos depois, mergulhar na suavidade e na delicadeza. Um homem rude e áspero que, quando se preocupa apenas em fazer arte, mostra o melhor de si e do ser humano.

 Não foi ele que se aliou a Eric Clapton na "luta' contra as medidas de isolamento social na Inglaterra na pandemia de covi-19 e contra a obrigatoriedade de vacinação²

Pois o mesmo Van Morrison, reconhecidamente um grande compositor e um cantor estupendo, foi capa de perpetrar a trilha sonora magistral de um filme não menos magistral, "Belfast", de 2021, do diretor irlandês Kenneth Branagh, um dos mais celebrados e premiados da atualidade. A trilha finalmente está chegando às plataformas digitais e para venda física na Europa pela segunda vez.

A delicadeza com que o cantor fez as músicas da trilha sonora, casando bem com o clima nostálgico e de reminiscências, elevou e muito a qualidade da fita. É o tipo de trabalho que é um personagem do filme tão importante quanto os humanos.

Nas mãos de um de um diretor menos talentoso e habilidoso, "Belfast" se tornaria um filme de memórias de um cineasta saudosista. Entretanto, está na mesma prateleira alta de "Cinema Paradiso", uma grande homenagem ao próprio cinema.

Se a habilidade de Branagh em tratar com leveza e suavidade a infância de um garoto de nove anos tem de ser ressaltada, seu olhar político crítico em relação ao contexto histórico do filme também surge como outro grande personagem imaterial, tão importante quanto a trilha sonora.

Branagh e Van Morrison nasceram e cresceram em Belfast, a outrora pacata e modorrenta capital da Irlanda do Norte integrada ao Reino Unido desde o século XIV; A paz desapareceu em 1967, quando jovens radicais da vizinha República da Irlanda ressuscitaram o IRA (Exército Republicano Irlandês, em em sigila em inglês), organização política fundamental para a independência do país ocorrida de fato em 1922.

Os radicais republicanos, católicos, resgataram o orgulho nacional ao exigir a reintegração das seis províncias do norte da ilha da Irlanda ("Ulster", em inglês, mas palavra de origem gaélica), de população majoritariamente protestante de ascendência inglesa e escocesa , que sempre se sentiu parte do Reino Unido.

Diante das dificuldade políticas, o IRA insuflou a formação de milícias católicas em bolsões da Irlanda do Norte e partiu para as práticas terroristas. Estima-se que mais de 5 mil pessoas tenham morrido em 30anos  de conflito - e pensar que, por ano, 60 mil pessoas são assassinadas no Brasil...

Entre 1969 e 1975, as ruas de Belfast, uma cidade que na época tinha o tamanho de uma Araraquara ou de uma Bauru, foram palco da maior guerra civil urbana dos anos 70, onde as crianças não eram poupadas de massacres e de explosões de bombas.

Esse é o contexto histórico do filme, que se passa no verão de 1969, quando Branagh era uma criança de nove anos - o personagem principal é interpretado pelo menino Jude Hill, que foi muito bem - enquanto que Morrison já era músico profissional desiludido aos 24 anos com o efêmero sucesso de sua banda, Them. De volta a sua cidade depois de temporadas na Inglaterra, foi testemunha dos horrores da guerra civil em Belfast.

O filme faz questão de equilibrar a inocência da infância de crianças típicas da classe média baixa operária irlandesa - o ambiente escolar, as partidas de futebol na rua, os idosos sentados na porta de casa, aos domingos, tomando cerveja e falando mal da vizinhança -com o ressurgimento súbito da violência sectária político-religiosa. 

Em época de crise econômica no Reino Unido, o pai ausente de Buddy trabalha na Inglaterra e visita a família a cada duas semanas - e vê sua família ameaçada por não querer fazer parte das milícias  protestantes que atacam os católicos nos bairros da redondeza.

A trilha sonora pungente também retrata o fim da mesma inocência naquela vidinha pacata e medíocre abalada pela guerra civil e pela morte dolorosa do amado avô paterno. 

O dilema surge: abandonar Belfast para trabalhar e viver em um subúrbio de Londres ou se arriscar a ser vítima de um vizinho radical que não aceita a isenção político-religiosa? Não poderia haver voz mais eloquente do qu a de Van Morrison para ilustrar como o mundo era bem difícil na época naquela parte do mundo..

Belfast é um dos grandes filmes do nosso tempo e é perfeito na conexão entre trilha sonora e o drama cotidiano dos personagens. Os atores premiadíssimos Judi Dench e Ciaran Hinds interpretam os avôs paternos do garoto.. Música maravilhosa para um filme colossal,

Duas decisões há dez anos estão na origem dos sucesso de Angra e Edu Falaschi

 

Desavenças, turbulências, doenças e duas decisçoes que tiveram impacto estrondoso na cena do metal brasileiro. Dez anos depois, ninguém poderia imaginar que os fatos e 2021 e 2014 estariam diretamente relacionados com as fases maravilhosas que Edu Falaschi e o Angra vivem em 2024.

Com a difícil missão de substituir André Matos no Angra em 2000, Falaschi se impôs e gravou quatro trabalhos de qualidade, sendo “Temple of Shadows”, de 2004, considerado por muitos o melhor disco da banda.

Respeitado como compositor, decidiu criar um projeto solo que virou banda em paralelo, o Almah, mais pesado e menos ambicioso, mas ampliou seu escopo de interesses, Foi uma decisão acertada mesmo sem saber das tempestades que viriam depois das gravações de “Aqua”, em 2010: os problemas na voz, as divergências com os colegas de trabalho e performances questionadas em razão da enfermidade.

Parecia inevitável q saída do vocalista, em 2012, colcoando uma interrogação em sua carreira e na da banda. O futuro encarregou de coroar a decisão, que foi boa para ambos, e está diretamente relacionada com outra decisão, de dois anos depois, que solidificou mudanças importantes que ajudaram na sobrevivência do Angra: a efetivação do ótimo e versátil cantor italiano Fabio Lione, com larga experiência na importante banda Rhapsody )depois Rhapsodyof Fire).

Faz dez anos que Lione deu um novo rumo para o Angra, que absorveu com serenidade a saída de Kiko Loureiro, que foi ser guitarrista do Megadeth em 2016. Poliglota e exímio compositor, injetou um fôlego necessário para o grupo crescer ainda mais em termos musicais com os álbuns “Secret Garden”, “OMNI” e “Cycle of Pain”.

Talvez seja exagero dizer que o italiano “salvou” a carreira da banda, mas certamente não está muito longe disso. Deu a estabilidade necessária para que novos projetos fossem elaborados e ganhassem novos selos de qualidade.

As apresentações acústicas da atualidade, com ou sem orquestra, reforçaram a imagem de profissional meticuloso e rigoroso com suas performances, além da versatilidade que lhe é bem característica. Parece heresia, mas o Angra nunca soou tão bem e sereno nos palcos como agora.

Se o Angra lucrou com a achegada de Lione, Edu Falaschi ganhou ainda mais ao se tornar o artista de metal mas requisitado e com maior público em shows dos últimos dois anos, à exceção talvez do Sepultura.

Com o Almah de molho, iniciou de forma meio tímid uma carreira solo revisitando algumas das principais músicas de sua carreira mo formato voz e piano e reproduzindo seus melhores trabalhos com o Angra na íntegra no palco.

A pandemia de covid-19 causou problemas, co a todos, mas também deu o impulso que faltava para que engatasse o trabalho solo de vez em álbuns conceituais recheado de canções maravilhosas e que fazem parte de um contexto multimídia que envolve a edição de livros com as histórias dos CDs “Vera Cruz”, baseado no descobrimento do Brasil, e “Eldorado”, que narra os conflitos entre espanhóis e astecas no México do século XVI;

As turnês dos dois discos, concorridíssimas, foram destaque na imprensa internacional e colocou o cantor em outro patamar no mercado de heavy metal da atualidade.

A saída do Angra foi um impulso ára a chefada do sucesso solo dez anos depois, mas um outro fato contribuiu para as decisões acertadas que tomou  ao logo dos anos.

Ao participar de um festival no Peru, por volta de 2017, para cantar canções do Angra, ele ainda se questionava se estava certo ao fazer aquilo, já que tinha a sua banda, Almah, com quatro álbuns bem avaliados.

Foi em um jantar após o show lotado e ovacionado que ele conheceu Joe Lynn Turner, cantor americano que também participou do festival e que tinha passagens por Deep Purple e Rainbow.

O americano ficou estupefato com a receptividade que o brasileiro teve – ele não o conhecia – e ficou ainda mais espantado quando Falaschi Che disse sobre suas dúvidas “éticas” se devia ou não revisitar o catálogo da ex-banda.

Turner não teve dúvidas: “As música são suas, você as criou e as fez terem o tamanho que têm. S~]ao um patrimônio seu, independente de quem as gravou. Cante-as e as leve para frente, mostre o quanto são boas.”

Foi um conselho valioso, pois o brasileiro em seguida abraçou a carreira solo e mergulhou de vez  nas canções que compôs, gravou e lançou com o Angra, levando aos palcos músicas que a banda tpcava muito pouco.

Dez anos depois da efetivação de Lione no Angra edo início de uma nova fase da carreira de Edu Falaschi, a banda vive talvez o seu melhor momento neste século e o cantor brasileiro certamente saboreia o seu auge.

Nunca duas decisões profissionais e artísticas fizeram tanto sentido quanto as que movimentaram os dois mundos entre 2012 e 2014. Elas precisam ser celebradas principalmente em um momento em que o Sepultura anunciou o encerramento de sua atividades ao final de 2025.

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Santa Bárbara Rock Fest terá Viper, Sepultura, Raimundos e Pitty

 

No caminho para se firmar como um dos três principais festivais de rock do interior de São Paulo, o Santa Bárbara Rock Fest, em Sanya Bárbara do Oeste, na região Ed Campinas, realiza a sua edição de 2024 com alguns dos nomes mais fortes da cena atual, além de duas grandes bandas veteranas do heavy metal, o Sepultura e o Viper.

O evento de três ocorrerá no imenso Complexo Usina Santa Bárbara. A partir das 20h30, o Palco Terra, que é o principal do evento, recebe a banda Viper, que fará gravação de um videoclipe no festival, além de iniciar as celebrações de 40 anos de sua criação.

Mais tarde, às 23h30, o Sepultura entra em ação para apresentar sua turnê de despedida ao público da região. A entrada é gratuita.

O Viper foi formado em 1985 e promete um show especial para o Rock Fest. Um dos pontos altos da apresentação será a gravação do videoclipe de “Timeless”, música que faz parte do álbum de mesmo nome, lançado no ano passado. 

Também celebrando 40 anos, o Sepultura sem nenhum integrante da formação inicial, anunciou que encerrará as atividades em 2025 e está em meio a uma turnê mundial.

Outras atrações do fim de semana são as bandas Raimundos, Fresno, Gloria, Pitty e Electric Mob, esta fazendo uma rara apresentação no Brasil depus de engatar uma carreira internacional com o suporte da gravadora italiana Frontiers Records.

 

Programação completa

Dia 23 de agosto de 2024 (sexta-feira)

Palco Terra
20h30 – Viper
23h30 – Sepultura

Palco Água
19h – Nightfall Nightwish Cover (Santa Bárbara d’Oeste) | Heavy Metal | Cover
22h – Luis Mariutti (São José dos Campos) | Heavy Metal | Autoral

Palco Gig
20h30 – Chacina (Piracicaba) | Heavy Metal | Autoral

Palco Jam
19h – Cardiac (Campinas) |  Hardcore/Metalcore | Autoral
22h –  Kamala (Campinas) | Trash Metal | Autoral

Palco Air
20h30 – The Mönic (São Paulo) | Pop-Punk/Grunge/Indie | Autoral

Palco Cidade do Rock
19h – Scum Noise (Santa Bárbara d’Oeste) | Hardcore | Autoral
22h – Hellskitchen (Santa Bárbara d’Oeste) | Hard Rock/Heavy Metal | Autoral

Dia 24 de agosto de 2024 (sábado)

Palco Terra
20h30 – Raimundos
23h30 – Fresno

Palco Água
16h – Beatles Alive Autoral (São Paulo) | Rock Melódico | Cover
19h – Dynast Kiss Cover (São Bernardo do Campo) | Hard Rock | Cover
22h – Rising Power AC/DC (Limeira) | Hard Rock | Cover

Palco Gig
14h30 – Garage Bomb (Piracicaba) | Heavy Metal/Metalcore | Consagrado
17h30 – Carniçal (Santa Bárbara d’Oeste) | Death Metal | Autoral
20h30 – Aléxia (Tatuí) | Pop Rock | Autoral/Consagrado

Palco Jam
16h – Almost Easy – Cover Avenged Sevenfold (Santa Bárbara d’Oeste) | Heavy Metal/Metalcore | Cover
19h – Der Baum (São Bernardo do Campo) | Postpunk/Indie rock | Autoral
22h – Electric Mob (Curitiba) | Hard Rock/Modern Hard Rock | Autoral

Palco Air
14h30 – Vicio (Americana) | Pop Rock | Autoral
17h30 – Venlift (Santa Bárbara d’Oeste) | Classic Rock | Autoral/Consagrado
20h30 – Noizzy (Socorro) | Heavy Metal | Autoral

Palco Cidade do Rock
13h – Joy Rock (Santa Bárbara d’Oeste) | Classic Rock | Consagrado
16h – Sabbath Cadabra (Santa Bárbara d’Oeste)  | Heavy Metal | Cover
19h – CPK Rock Band (Santa Bárbara d’Oeste) | Classic Rock | Consagrado
22h – All4one (Santa Bárbara d’Oeste) | Heavy Metal | Autoral/Consagrado

Dia 25 de agosto de 2024 (domingo)

Palco Terra
17h30 – Gloria
20h30 – Pitty

Palco Água
16h – Avril Lavigne Experience (São Paulo) | Rock alternativo/Pop rock/Post-grunge | Cover
19h – Special Queen Cover (São Paulo) | Pop Rock | Cover

Palco Gig
14h30 – Run Devil Run (São Paulo) | Rockabilly | Autoral
17h30 – Fraterna Trip (São Paulo) | Pop Rock/Rock Indie/Rock Alternativo | Autoral

Palco Jam
16h – Bleck a Bamba (Santa Bárbara d’Oeste) | Pop Rock/Brasilidades | Autoral/Consagrado
19h – Giovanna Moraes (São Paulo) | Pop Rock | Autoral

Palco Air
14h30 – Maria Ladeira + Sociro (Campinas) | Pop Rock/ Rock Reggae | Autoral/Consagrado
17h30 – Sound Bullet (Rio de Janeiro) | Indie Rock | Autoral

Palco Cidade do Rock
13h – Hard Coffee (Santa Bárbara d’Oeste) | Pop Rock/Classic Rock/Hard Rock | Autoral/Consagrado
16h – MR. TV 2000 – Cover Charlie Brown Jr. (Santa Bárbara d’Oeste) | Pop Rock | Consagrado
19h – Soluarea (Santa Bárbara d’Oeste) | Pop Rock | Autoral/Consagrado

Faça parte do Club Class, um clube de vantagens exclusivo para os assinantes. Confira nossos parceiros!

Serviço

Santa Bárbara Rock Fest 2024
Dia 23 de agosto, sexta-feira, a partir das 18 horas
Dia 24 de agosto, sábado, a partir das 13 horas
Dia 25 de agosto, domingo, a partir das 13 horas
Local: Complexo Usina Santa Bárbara | Rua Aristeo Carlos Pereira, no Residencial Dona Margarida, Santa Bárbara d’Oeste/SP
Entrada gratuita
Site do evento: rockfestsbo.com

Tributo ao Nirvana relembra os 30 anos da morte de Kurt Cobain

Nelson de Souza Lima - especial para o Combate Rock

Um dos maiores nomes do Grunge, movimento roqueiro surgido no começo dos anos 90, Kurt Cobain partiu há 3 décadas deixando órgãos milhares de fãs. 

O líder do Nirvana faleceu aos 27 anos, entrando para o clube dos artistas que nos deixaram com esta idade, entre eles, Jimi Hendrix (1942-1970), Janis Joplin (1943-1970) e Jim Morrison (1943-1971). Além de Cobain o grupo originado em Seatle, oeste dos Estados Unidos, era integrado por Krist Novoselic, no baixo e Dave Grohl na bateria, o qual depois se tornaria guitarrista/vocalista do Foo Fighters.

Para marcar o momento emblemático retorna ao Brasil no final do ano o Seatle Supersonics, banda argentina que é considerado maior tributo ao Nirvana do planeta.Em 2023 os caras  estiveram em nosso país numa tour que passou por várias cidades de norte a sul sendo muito bem acompanhados pela Orquestra Sinfônica Villa Lobos, cuja regência é do maestro Adriano Machado.

Levando ao pé da letra a máxima futebolística na qual time que tá ganhando não se mexe o trio formado por Ezequiel Dias (voz/guitarra), Estevam Molina (bateria/vocais de apoio) e Christian Monteiro (baixo/vocais de apoio) é acompanhado por doze instrumentistas da Orquestra Villa Lobos. 

O SS foi criado em Buenos Aires, capital do país vizinho, em 2010 e reproduz com fidelidade o som, performances, figurinos, efeitos e a identidade visual do Nirvana, consistindo uma experiência única emulando no palco toda energia de Cobain, Cris Novoselic e Dave Grohl.

O trio portenho já se apresentou em países sul-americanos como Chile, Uruguai e Paraguai e cidades europeias como Barcelona, Madrid e Lisboa. Desta vez os argentinos farão nove shows no Brasil começando em 17 de outubro em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Depois o Seatle Supersonics toca em Porto Alegre (18/10), São Paulo (19/10), Santo André (20/10), Florianópolis (24/10), Curitiba (25/10), Brasília (26/10), Rio de Janeiro (27/10) encerrando a tour brasileira em Salvador (03/11).

O set list dos argentinos passeia pela curta, porém intensa, discografia do Nirvana e não deixará de fora clássicos como “In Bloom”, “Drain You”, “About a Girl”, “Love Buzz”, “Floyd The Barber”, “Molly Lips”, “School”, “Aneurysm”, “Territorial Pissings” e, evidentemente, “Smells Like a Teen Spirit”.

SERVIÇO 

 Tour Seatle Supersonics - 30 anos sem Kurt Cobain

Acompanhados pela Orquestra Sinfônica Villa Lobos

17/10 (quinta-feira) - Ribeirão Preto

Local: Hard Rock Café Mais informações e venda de ingressos: https:/showpass.com.br/evento/1471/nirvana 

18/10 (sexta-feira) - Porto Alegre

Local: Araújo ViannaMais informações e venda de ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/97521/d/274034 

19/10 (sábado) - São Paulo

Local: Terra SP

Mais informações e venda de ingressos: https:/showpass.com.br/evento/1473/nirvana 

20/10 (domingo) - Santo André

Local: Sabto Rock

Mais informações e venda de ingressos: https:/showpass.com.br/evento/1472/nirvana 

24/10 (quinta-feira) - Florianópolis

Local: John BullMais informações e venda de ingressos: https:/showpass.com.br/evento/1474/nirvana 

25/10 (sexta-feira) - Curitiba

Local: Tork HallMais informações e venda de ingressos: https:/showpass.com.br/evento/1485/nirvana 

26/10 (sábado) - Brasília

Local: Toinha

Mais informações e venda de ingressos: https:/showpass.com.br/evento/1486/nirvana 

27/10 (domingo) - Rio de Janeiro

Local: Vivo Rio,Mais informações e venda de ingressos:https:/showpass.com.br/evento/1484/nirvana  

03/11 (domingo) - Salvador

Local: Concha Acústica

Abertura de vendas em breve. Link com todas as cidades da tour: https://linktr.ee/tributonirvana

'terra Livre' une com maestria s violas brasileia e portuguesa

“Terra Livre”, é o território exploratório de Ricardo e O Gajo, onde expandem os seus horizontes criativos sem fórmulas ou regras pré-definidas. Uma fusão de dois diferentes países e, ao mesmo tempo, com povos tão parecidos. Uma união singular faz de “Terra Livre” um grito pela Liberdade num mundo cheio de intolerâncias.

O resultado é um disco com nove faixas inéditas, abrindo com "Terra Livre", seguida por “Corrosão”, uma alusão a banda Corrosion of Conformity que marcou bastante a adolescência do Vignini, que ao ver um post do O Gajo contando que ele tinha ido a uma apresentação deles, fez alguns riff’s, intitulando-os de Corrosão mandou para ele, e para sua surpresa, o nome da primeira banda do Gajo, era Corrosão Caótica.

O disco segue com “Albatroz”, o nome da maior ave marinha que consegue viajar grandes distâncias atravessando continentes e oceanos. É essa travessia que liga a viola campaniça do O Gajo e a viola caipira de Ricardo Vignini; “Seiva”; “Bandido”, é uma música que serve de trilha sonora para o dia-a-dia de quem não se sente totalmente em sintonia com a sociedade em geral. 

Para O Gajo Essa é uma experiência na primeira pessoa, não representa o crime nem os criminosos, mas uma comunidade que sobrevive à margem de alguns conceitos e convenções. 

Para ele, “Seremos sempre marginalizados em certa medida, mas isso só fortalece as convicções que transportamos e para um olhar mais convencional, seremos sempre os “Bandidos”; “Serpente”, “Magma’; “Rojão” que remete aos festejos juninos do nordeste do Brasil e finalizando “Maria da Manta”, uma entidade malévola e assustadora do sono, um ser lendário do folclore português. Um digno retrato de como enfim a musicalidade luso-brasileira existe e se exibe inovador.

“Terra Livre”, gravado, mixado e masterizado em São Paulo, Brasil no estúdio Bojo Elétrico e no Estúdio Toca do Gajo em Lisboa, Portugal, resultando em um disco com nove faixas assinadas por Ricardo Vignini e O Gajo. Capa assinada por O Gajo.

Ricardo Vignini e O Gajo fazem turnê paulista em agosto e setembro

Em uma fusão única de tradição e inovação, a turnê internacional que começou em dezembro de 2023 e seguiu para Portugal em janeiro de 2024 está retornando no final de agosto ao Brasil. Com um repertório que reflete a rica bagagem cultural dos dois mestres da viola, do Ricardo Vignini (Viola Caipira) e d’ O Gajo (Viola Campaniça), estão prontos para mais uma vez encantarem o público brasileiro antes de voltarem para mais shows em Portugal.

Após um início marcante no Brasil e uma série de shows bem-sucedidos em Portugal, a turnê retorna ao Brasil para uma série de apresentações que prometem ser inesquecíveis. As apresentações brasileiras (28/08 a 08/09) se iniciam no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo, seguido para outras cidades do estado de São Paulo, incluindo Taubaté, Jundiaí, São Paulo e Campinas, culminando no Festival Choro in Jazz no Teatro Paulo Eiró em São Paulo. 

O que torna essa turnê especial não é apenas o talento individual de O Gajo e Ricardo Vignini, mas a empatia musical e a colaboração inovadora entre eles. Cada performance é um diálogo entre as violas que representa a rica herança cultural de Portugal e do Brasil. O Gajo e Ricardo Vignini, com sua abordagem ousada e inovadora, criam uma sonoridade única que reverbera intensamente com o público.

Após a série de shows no Brasil, O Gajo e Ricardo Vignini se prepararam para retornar a Portugal em outubro. As apresentações em Castro Verde, Odemira, Lisboa, Olhão e outras cidades, prometem continuar a celebração da música que une diferentes culturas. Cada apresentação será uma oportunidade para as pessoas de ambos os países experimentarem a magia da colaboração entre esses dois mestres da viola.

A turnê de O Gajo e Ricardo Vignini é mais do que uma série de shows; é uma celebração da música como uma força universal que une culturas e transcende fronteiras. Para aqueles que têm a sorte de assistir a essas apresentações, a experiência será um testemunho da beleza e do poder da música interpretada de maneira inovadora.

Com a turnê Terra Livre de O Gajo e Ricardo Vignini, o público está prestes a vivenciar uma jornada musical que é tanto uma ode ao passado quanto uma visão do futuro da música contemporânea. Não perca a chance de testemunhar essa colaboração inovadora ao vivo.

Programação turnê Terra Livre

Terra Livre - o encontro entre a violas caipira de Ricardo Vignini e campaniça d’O Gajo

De 28 de agosto a 6 de setembro

Quarta-feira, 28 de agosto de 2024, das 19h às 21h

Centro de Pesquisa e Formação – SESC São Paulo

Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - 4º andar - Bela Vista - São Paulo.

Telefone:(11) 3254-5600

Grátis

Curso Presencial - Vagas limitadas
Inscrição pelo link https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/terra-livre-o-encontro-entre-as-violas-caipira-e-campanica

Inscrições até o dia 28/8, enquanto houver vagas


Sexta-feira, 30 de agosto de 2024, às 20h

Sesc Taubaté

Circo, com assentos

Av. Eng. Milton de Alvarenga Peixoto, 1264 - Esplanada Santa Terezinha, Taubaté - SP, 12052-230

Telefone: (12) 3634-4000

Duração: 90 minutos aproximadamente

Classificação: 16 anos

Grátis


Sábado, 31 de agosto, às 14h

Conecta + Música & Mercado

Palco Pixinguinha

Transamerica Expo Center

Av. Dr Mário Vilas Boas Rodrigues, 387 Santo Amaro

São Paulo, SP

Duração: 50 minutos aproximadamente


Domingo, 1º de setembro de 2024, às 17h30

Sesc Jundiaí

Área de Convivência

Av. Antonio Frederico Ozanan, 6600 - Jardim Botânico, Jundiaí - SP,

Telefone: (11) 4583-4900

Duração: 90 minutos aproximadamente


Terça-feira, 3 de setembro de 2024

Steel Music Bar

Alameda dos Jurupis, 1796 - Moema, São Paulo - SP, 04088-006 (350 metros do Metrô - Estação Eucaliptos)

Capacidade: 250 pessoas

Abertura da casa 17h

Show 21h

Tel de reservas: Link WhatsApp wa.me/5511981939970

couvert: 20,00

Classificação etária: menor de 18 anos com acompanhante

Duração: 90 minutos aproximadamente

Acessibilidade para cadeirante e banheiro adaptado para cadeirante

@steelbarsp


Sexta-feira, 6 de setembro

Encontro Terra Livre no Brasil

Espaço Musical S & T

Rua Santa Terezinha, 64 no bairro Vila Yara em Osasco - SP, 06026-040

Telefone: (11) 99729-1999

A partir das 20h / Início 21h

Duração: 90 minutos aproximadamente

Ingresso único R$ 49,90





Sábado, 7 de setembro de 2024, às 16h

Sesc Campinas

Área de Convivência

Rua Dom José I, 270/333 - Bonfim, Campinas - SP, 13070-741

Telefone: (19) 3737-1500
Duração: 90 minutos aproximadamente

Classificação etária: Livre

Grátis - Atividade aberta, sem retirada de ingressos

Pré- agenda da Turnê 2024 - Terra Livre – Portugal
De 11 a 20 de outubro

11 de outubro – 7ª Arte – Castro Verde

13 de outubro – Odemira

16 de outubro – BOTA – Lisboa

19 de outubro – República 14 – Olhão

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Ex-vocalista resgata espírito do UFO em novo projeto

 

O cantor inglês Phil Mogg sempre foi um onstinado desde que fundou a banda UFO no final dos anos 60, em Londres, Foi o único integrante a tocar em todas as formações e nunca anunciar sua saída. Portanto, só ele poderia decretar o fim da cinquentenária banda de hard rock no começo deste ano, depois de muitas dificuldades no período pós-pandemia de covid-19.

Aos 76 anos, ainda com boa voz e gás para se divertir no palco, Mogg coloca na praça seu mais novo projeto, o Moggs Motel, um quinteto de... hard rock de inspiração setentista.

Mais do mesmo? Quase, a não ser pelo entusiasmo e por uma sonoridade moderna que tenta imprimir nos dois singles que lançou neste ano, quase ao mesmo tempo, no final de julho.

Sua voz rouca é o destaque, é claro, mas adupla de guitarristas deu mais peso ao que costumava ser o UFO nos últimos tempos, uma banda sem inspiração e capenga, principalmente depois da morte do baixista Pete Way, ajudava Mogg a manter o legado.

“Apple Pie” é bacana, uma música que saiu direto dos estúdios esfumaçados da Londres de 1971, quando o UFO caminhava para o sucesso. Tem o groove característico da banda anterior, mas abusam um pouco mais dos solos de guitarra. “Sunny Side of Heaven” é um pouco mais pesada e cadenciada, mas cheia de suingue e m baixo insinuante.  Aqui há a participação da boa cantora Zoe Devlin Love, que faz um dueto ótimo com Mogg. A formação tem Mogg, Neil Carter e Tommy Gentry nas guitarras, Joe Lazarus na bateria e Tony Newton no baixo (toca também da banda Voodoo Kiss).

O cantor promete o álbum “Appel Pie” para este ano e parece empolgado . “É um novo ciclo, uma nova banda, um tempo diferente. As músicas soam revigoradas, ainda que mantenham a essência do som que fiz desde sempre”, declarou em uma entrevista de divulgação das novas músicas.