quarta-feira, 28 de junho de 2023

Lumnia e Santo Graal abrem o show de Tarja Turunen em São Paulo

No dia 23 de setembro a cantora finlandesa Tarja Turunen se apresentará em São Paulo no Tokio Marine Hall tocando pela primeira vez, as melhores músicas de sua carreira solo e também aclamados hits de sua antiga banda, o Nightwish, escolhidos pela própria Tarja.

Nos últimos anos a artista lançou seis álbuns – 'My Winter Storm', 'What Lies Beneath', 'Colours in the Dark', 'The Brightest Void', 'The Shadow Self' e 'In the Raw'. 

Os grandes sucessos de Tarja devem fazer parte de um repertório abrangente. A abertura do show ficará por conta das bandas Santo Graal e Lumnia.

Banda de metal do Rio de Janeiro, formada em 2020 por Odete Salgado (vocais), Hugo Neves (guitarra), Pedro Mello (baixo) e Matheus Moura (bateria) e, atualmente, conta também com Marcel Gil (guitarra), a Lumnia mescla elementos do metal moderno ao sinfônico e doom, a banda busca criar atmosferas sombrias com instrumental pesado e vocais líricos.

Segundo a vocalista Odete Salgado, se apresentar no mesmo palco de Tarja já está causando uma grande expectativa na banda.

"A expectativa para o show da Tarja não poderia ser melhor, afinal ela é uma grande artista e referência para toda a banda. Como cantora, não posso deixar de mencionar que a Tarja sempre foi um exemplo de estética vocal e posso dizer que essa oportunidade é a realização de um sonho pessoal. Estamos recebendo tanto carinho dos fãs da Tarja, que nem temos palavras para agradecer. Com certeza, essa é uma grande oportunidade para a Lumnia e estamos preparando um show incrível!", afirma.

A Santo Graal faz uma mistura de experiência, modernidade e pluralidade de ideias. Surgida em 2000 radicada em 2007 em São Paulo/ SP, a Santo Graal se denomina uma banda de metal sinfônico.   

O primeiro álbum, auto intitulado, da Santo Graal foi lançado em novembro de 2006 e possibilitou a participação do grupo em coletâneas no Brasil e no Japão, além da participação em festivais independentes e regionais.

Após um hiato de reestruturação (tanto artística quanto estrutural) a banda entrou para o mundo do metal sinfônico, lançando seu primeiro vídeo clipe, da música "Sunshine II". Ao longo de 2020 lançaram singles que formaram o álbum "Dark Roses", álbum que atualmente está sendo apresentado pela banda, junto com o single "Lesser Evil"

Informações/ tickets:

São Paulo - 23/09 @ Tokio Marine Hall https://www.eventim.com.br/artist/tarja/  

  

Roger Waters chega aos 80 anos cada vez mais ativista e corajoso

O mundo não tem mais  Pink Floyd, mas ainda precisa demais de Roger Waters, que chega aos 80 anos de idade como um artista que encanta, mas também que incomoda e provoca reflexões. Diante da esterilidade das polêmicas artificiais dos influenciadores digitais, tona-se ainda mais necessário ouvir Waters.

Ele pensa em parar de tocar ao vivo, nas não de falar - e ele fala muito. É difícil pegá-lo no contrapé, mesmo quando ele erra, como nas declarações recentes de simpatia ao ditador expansionista Vladimir Putin, da Rússia, um estado terrorista que invadiu a vizinha Ucrãnia - posteriormente, recuou e revisou seu ponto de vista nesta questão.

Sua próxima turnê mundial, que pode ser a última, passará pelo Brasil no final deste ano e  tem datas extras por conta da altíssima procura pelos ingressos, que são bem caros, aliás.

Todas as polêmicas que o envolvem - as principais são o boicote a Israel (por conta dos conflitos com palestinos), o suposto apoio a Putin (uma manifestação de antiamericanismo infantil) e críticas pesadas (e justas) ao ex-presidente americano Donald Trump - revelam um ativista radical inteligente, mas também um artista corajoso.

Coragem é tudo, diriam os mais intrépidos estrategistas militares. Mais do que ousadia e audácia, é preciso ter coragem para ser ousado, audacioso e valente. 

Entre outras características, essa é uma das mais marcantes do inglês Waters, que se tornou antifascista desde criança, a partir o momento em que soube os motivos de não ter conhecido o pai - oficial do exército britânico, Eric Fletcher Waters morreu n batalha de Anzio, na Itália, em 1944, durante a II Guerra Mundial, meses após o nascimento do filho, que vira somente uma vez.

Ok, tudo fica mais fácil quando se chega aos 80 anos de idade milionário e com suportes dos mais variados. A coragem é bem mais evidente nestas condições, seja para xingar o presidente Donald Trump na cidade dele em pleno palco ou inventar de criar uma ópera-rock cara sobre a Revolução Francesa.

Ainda assim, é preciso ter coragem e desprendimento para assumir posições políticas radicais e complicadas em um momento em que o mundo está adernando à direita, cada vez menos tolerante com as diferenças e celebrando a xenofobia e fundamentalismos diversos.

Se Bono Vox, do U2, ou Sting, do Police, se distinguem pelo ativismo social e ambiental (mesmo que, de vez em quando, abusem da ambiguidade e procurem um muro com frequência), e Zack de la Rocha e seus colegas de Rage Against the Machine pela militância política alternativa, o ex-Pink Floyd prefere ir direto ao ponto, explicitando e especificando causas e escolhendo bem os seus adversários e inimigos.

Sim, ele é chato, é ranzinza, é rancoroso e radical, mas é corajoso o suficiente para encarar uma campanha internacional da favor dos palestinos e contra o governo de Israel – qualquer governo israelense, diga-se de passagem.

Por conta disso, é óbvio que não tem a simpatia de grandes conglomerados mundiais que pertencem a judeus ou têm grande participação acionária destes. Não é à toa que muitos patrocinadores fogem de um encrenqueiro como esse. Só que, como ele mesmo frisa, são encrencas que valem a pena encarar.

Esquerdista e militante anticonservador na Inglaterra, nunca escondeu que suas posições incomodavam, de certa forma, seus companheiros de banda, em especial o guitarrista David Gilmour - seu desafeto, mas que tem posições políticas parecidas.

Pacifista, Waters concebeu dois grande libelos contra a guerra, o magistral "The Wall" e o incompreendido "The Final Cut", as duas obras do Pink Floyd ainda com a presença de Waters. O segundo, na verdade, não passa de uma obra solo com a participação do Pink Floyd, já que todas as composições são suas., 

Gilmour nunca morreu de amores por essa "mania política" de Waters, embora se beneficie até hoje do megassucesso de "The Wall". Mais moderado, preferia investir em metáforas mais elaboradas, como na faixa "High Hopes", que o Pink Floyd gravou em 1994 no isco "The Division Bell". A disposição de Waters de enfrentar as tormentas por conta da política nunca foi a sua, e esse era apenas um dos pontos de atrito.

Não se trata de considerar o baixista fundador do Pink Floyd um mero comprador de brigas, ou um encrenqueiro entediado com sua vida de milionário. Waters tem convicção e tem bagagem intelectual e cultural para sustentar suas posições .

Mesmo quando é impertinente por conta da sua insistência se faz ouvir. Sua cruzada pelo boicote cultural a Israel lhe valeu diversos desafetos que, no entanto, normalmente têm dificuldades de rebater os argumentos do músico octogenário.

Politizados e considerados intelectualizados, Gilberto Gil e Caetano Veloso foram educadamente abordados em mensagem pública de Waters por conta de shows que fariam em Israel anos atrás.veste udois shows na Alemanha cancelados neste ano. Uma das passagens de seu show, em que 

Sua luta mais recente é para demolir os idiotas que o chamam de "antissemita" por criticar o tratamento desumano e opressivo dispensado aos palestinos desde sempre. Por conta disso, teve dois shows cancelados na Alemanha - e ameaças de cancelamentos pelo mundo.

A burrice - e oportunismo - da "oposição", além de nojentos, são absurdos também quando o acusam de ser nazista. Em seus shows, há décadas, há uma passagem em que se veste de ditador fascista com uma farda inspirada nas tropas SS de Adolf Hitler, o ditador nazista. Faz parte da obra "The Wall" (1979), do Pink Floyd, uma obra antifascista que critica pesadamente o totalitarismo e todo o tipo de ditadura. 

Se coragem é quase tudo, então temos em Roger Waters o grande gladiador do rock, aquele que compra todas as brigas e não foge de nenhuma luta e que pouco se incomoda com a fama de chato, insolente e impertinente. Ele pode ser dar ao luxo, justificando os versos daquela música banca do Barão Vermelho, "Pense e Dance": "Saudações Para Quem Tem Coragem!!!!"

terça-feira, 27 de junho de 2023

Lançamentos selecionados: Foo Fighters, The Answer e Queens of the Stone Age

 - Foo Fighters - "But We Are Here" - O disco mais difícil da história de quase 30 anos da banda de Dave Grohl tinha tudo para não ser bom como se esperava. e tinha tudo para ser bem ruim em razão do clima de depressão por conta da morte do baterista Taylor Hawkins em fevereiro de 2022, na Colômbia. disco lançado, dá para perceber que todos se salvaram. 

Como muitas bandas em dilemas criativos e passando por situações desagradáveis, a inspiração estava no passado, e o mergulho nos álbuns amais antigos legou um trabalho interessante e bom de ouvir, mas longe das melhores coisas que já produziram. 

Compo meio cheio, meio vazio... zsiPrefiro olhar o copo meio cheio, já que as músicas são agradáveis, e parte delas foram compostas ainda om Hawkins vivo. 

As baterias foram gravadas por Grohl, que optou por uma uma linha mais minimalista, exceto na música "Rest", a mais elaborada do álbum. Fica complicado dissociar o lima de tributo presente em todas as músicas, pois homenageiam não só Hawkins, as também a mãe de Grohl, que morreu também de 2022. "

Rescued", o primeiro single, já trazia a angústia e a urgência de lidar com perdas em vários sentidos, além de representar um pedido de socorro, em certo sentido.

A escolha de buscar no passado forças para seguir em frente faz todo o sentido e o reflexo é direto em quase todas as canções, que transbordam reflexões sobre vida e morte, como a própria \1Rest", que encerra o disco, uma balda longa e melancólica conduzida por violões e guitarras semiacústicas, com arranjos de muito bom gosto.

"The Teacher" é outra canção que segue a esma linha, desta vez mais explícita, com arranjos de cordas evidenciando o clima dramático e um certo pedido de ajuda, mas que aponta para um futuro menos sombrio - afinal, é preciso seguir em frente, pois estamos aqui (but we are here, em inglês).

E a faixa-título, mais roqueira e direta, quase hard rock, escancara o desespero das perdas, mas também remete para um outro caminho, e também para a necessidade de dar a volta por cima, não sem uma pequena ajuda dos amigos, com sempre...

"But We Are Here" é uam expiação de dramas e que levam a obra a outro patamar de maturidade. Não tinha como ser mais luminoso e mais "para cima", ainda que o som tenha lastro em um passado de boas lembranças, É difícil escrever isso, mas é um álbum fácil de escutar, pois obviamente foi muito difícil de compor e gravar.

- The Answer - "Sundowners" - Foram quase sete anos de hiato que quase comprometeram a carreira em ascensão da banda de hard rock The Answer, um dos nomes mais fortes do subgênero no Reino Unido - disputava com o Inglorious o topo do segmento hard até 2019. Curiosamente, Inglorious anunciou há poucos meses uma parada por tempo indeterminado.

Com "Sundowners", os norte-irlandeses de The Answer retomam o caminho do blues à la Black Crowes que tinha ficado de lado em "Solas" (2016), um disco mais experimental que beirava  progressivo.

O som está menos pesado e mais bluesy, agregando uma série de arranjos que chamam a atenção pelo bom go e pela busca de timbres diferentes. 

É o caso de "Blood Brother", com sua inspiração em Red Hot Chili Peppers, com um groove irresistível e guitarras turbinadas. É a canção que deveria abrir o disco pelo alto astral e potencial de hit, e não a experimental "Sundowners", mais trabalhada, mas sem um grande riff e com sem refrão pegajoso.

A pegada do comecinho da banda reaparece na gostosa "California Rust", que o hard rock do Led Zeppelin duela com sucesso com o blues dos Black Crowes. Aqui é inevitável comparar: os maneirismos e o estilo do vocalista Cormac Neeson estão cada vez mais próximos de Chris Robinson, dos Black Crowes, principalmente no rockão "Want to Love Me".

A parada longa acabou sendo os para a banda, como Neeson destacou em várias entrevistas recentes. Uma série de desgastes internos e externos colocaram a banda em um dilema depois da turnê de "Solas": The Answer ainda era uma banda que tinha o que dizer?

Ironicamente, o sucesso recente da banda americana Greta Van Fleet indicou o caminho para uma banda que se aproxima dos 25 anos de carreira. O público ainda tinha interesse por um hard rock vintage, estilo anos 70, com guitarras na frente e muito groove. Os próprios Black Crowes acreditaram nisso e voltaram com força para duas turnês mundiais.

"Oh, Cherie", outro rock poderoso, reforçou a impressão, embora não apresente novidade alguma. O mesmo pode ser dito de "No Salvation", um rock'n'soul que tem muita semelhança com "Sometimes Salvation", dos Crowes. As duas canções são energia pura - e é o que basta para The Answer agradar.

A banda considera este disco um recomeço, e é mesmo, se observarmos o tipo de arranjo que predomina em "Cold Heart" e seu ritmo contagiante de baixo surrupiado dos melhores momentos de The Cult. É um hard rock movido a guitarras ágeis e espertas, bem timbradas e encharcadas de blues.

 Muita gente ainda busca explicações de o porquê de Greta Van Fleet ter explodido e The Answer ter ficado no quase, já que é uma banda melhor - e é melhor do que a simplista Inglorious, que, no entanto, obteve mais reconhecimento e mais sucesso.

Sem inventar, The Answer se recoloca no mercado de forma incisiva e turbina um hard rock de consumo rápido, mas de alta intensidade, como revela a ótima canção "All Together" e o arrasa-quarteirão "Livin' on the Line".

- Queens of the Stone Age - "in Times News Roman..." - Em tempos difíceis costumam surgir trabalhos bons, mas também indigestos. Foo Fighters fugiram dessa armadilha com sucesso, mas os Queens of the Stone Age deliberadamente trilharam pelo caminho mais ousado - e difícil, reconheçamos.

Foi mais uma banda que passou por um hiato nas atividades e que foi abalroada pela pandemia de covid-19. A sonoridade é dura, ríspida, assim como a maior parte das letras. 

O aparente comedimento de guitarras e o som claustrofóbico fazem parte do conceito, em que os músicos expiam uma série de demônios.

O baixo é um fio condutor fundamental, já que dá o tom das canções e ajuda a reforçar a sensação de claustrofobia, como em "Sicily", com seu ritmo marcial e uma série de barulhinhos que parecem ser de arranjos eletrônicos, e "What the peephole Say", que é um rock pesado e denso em cima de uma base jazzística. É bem diferente e ousado, sem dúvida.

"Paper Machete", o primeiro single divulgado, já indicava que o caminho seria árduo e tortuoso. É uma canção que apresenta várias nuances e flerta com um som vintage oitentista à la Talking Heads, especialmente pelas linhas de baixo.

Quem esperava uma linha mais stoner, com guitarras pesadas, talvez se decepcione. "Emotion Sickness" é o que mais se aproxima desse conceito, com levadas ao estilo de King Crimson, como os vocais e os riffs de guitarra, Não é um som fácil, como de resto é "In Times New Roman..."

Josh Homme, o guitarrista, vocalista, líder e principal compositor, é talentoso e irreverente, mas optou por ser mais direto ao desabafar sobre os tempos sombrios pelos quais todos passamos a partir de 2020. Ele ainda teve de encarar um processo judicial litigioso no divórcio de Brody Dalle, a guitarrista e líder da banda The Distillers. Não é só a questão do divórcio, mas a luta pela guarda os três filhos.

Isso explica muito do amargor que algumas das canções exalam, como a claustrofóbica e incômoda Obscenery" e a quase jazzística "Straight Jacket Fitting", carregada de ironia e sarcasmo sobre uma base hipnótica de baixo e riff seco de guitarra,

Serão necessárias mais audições para absorver a quantidade grande de informações e sutilezas sonoras que o álbum descarrega em pouco mais de 45 minutos. Homme e os companheiros não economizam na tentativa de ousar e acertam na maioria das vezes. 

É um álbum diferente, mas honesto e que é bem-sucedido na intenção de ser indigesto, o que obriga o ouvinte a parar, prestar a atenção e pensar.

Diário do C6 Fest - domingo, dia 21 de maio

 Eugênio Martins Júnior - do blog Mannish Blog

Fotos: Eugênio Martins Júnior

Completo com atraso o diário do C6 Fest, contando o que aconteceu no último dia do festival em São Paulo, 21 de maio de 2023.

Domingão, solzão e shows começando às 16h indo até a noite. Juçara Marçal e Kiko Dinucci convidaram uma constelação para apresentar o show "O Ano de 1973", com um apanhado de temas lançados em um dos anos mais emblemáticos para a música brasileira. 

O time composto de Tulipa Ruiz, Arnaldo Antunes, Jadsa, Linn da Quebrada e Giovani Cidreira, cada um cantando dois temas e no final todos no palco em uma grande festa. Legal a diversidade. 

Nunca havia ouvido falar na Jadsa, hoje não paro de ouvir a produtora e cantora baiana. Esses festivais também servem para isso, ligar tudo e todos.

O Tim Bernardes subiu ao palco acompanhado de seu violão para um show que fez com perfeição, mas sem ousadia.  O cara senta lá e toca sem parar, falando pouco e, quando o faz, é bem econômico.

Com alguns milhões de visualizações no Youtube e outros tantos em audição nas plataformas de música, Tim optou por fazer um show em homenagem a, segundo ele, sua grande influência, a cantora Gal Costa, morta recentemente.

O que dizer de Caetano Veloso que entrou logo em seguida com uma super banda, tocando músicas próprias e muito conhecidas?

Em pouco mais de uma hora Caetano cantou "Odara", "Sampa", "Menino do Rio", "Um Índio" e mais,  com a voz impecável para quem está nessa desde os anos 60. De lavar a alma, Caetano já está com mais de 80 anos e ainda com pique de subir em grandes palcos como aquele.

Juro que vi uns marmanjos motociclistas, com bandana na cabeça e jaqueta de couro cantando "Menino do Riiiio" com aquela vozinha suave imitando o Caetano. Ursos fofinhos.

Por conta de todos esses shows no palco externo do Auditório Ibirapuera, perdi Black Country, New Road e cheguei atrasado para o show de Weyes Blood, show chatinho da Sandy de lá da gringa. 

O The War on Drugs é uma banda de rock meio alternativo que ao vivo é legal, mas em casa, fui ouvir de novo e achei chato. Ou o chato sou eu, não sei.

De lá fui correndo pro Auditório Ibirapuera, onde o jazz estava acontecendo pra ver a sensação do momento, a premiada Samara Joy.

Formação clássica do jazz: voz, piano, baixo acústico e bateria, tudo juntinho, formando aquele circulo no palco. Que maravilha. O ambiente de um auditório confere a cumplicidade necessária entre artista e público desse tipo de show.
 
A jovem cantora, apenas 21 anos, explorou isso. Ela usa a voz como quer e faz questão de mostrar. Lembra do Yamandu Costa quando começou, com todos aquelas notas e aqueles malabarismos? Acredito que com o tempo ela vai deixar esse excesso de “efeitos” de lado e se dedicar à emoção das músicas que interpreta. Tenho horror a esse tipo de comparação, mas um dia ela se tornará a Ella Fitzgerald do seu tempo.
 
Mas olha só, o show foi maravilhoso. Isso aí que tu acabaste de ler é a minha rabugice mesmo.
Com o show da Samara Joy o festival acabou pra mim. Não fiquei para ver Domi & JD Beck e The Comet is Coming. Moro em Santos, precisa comer e essa volta é sempre longa.

Fazia tempo que eu não via um festival com uma organização tão boa. Achei até que tinha gente demais trabalhando para auxiliar o público. Pessoas muito educadas.
 
Mas também acho que o público que compareceu nos dois primeiros dias do C6 ficou a quem do esperado pela produção.
 
Talvez um valor melhor nos ingressos e um ou dois nomes de mais peso no line up tivessem feito a diferença. Mas, no geral, achei legal a escolha dos artistas. É só a minha opinião, não sei quanto custou o projeto e qual foi o plano de negócio.
 
A pipoca não era salgada, mas o preço era, R$ 17,00 uma porção que levava 20 minutos pra sair. Um smash burger bem normal custava R$ 37,00 e, o maior absurdo, um copo de cerveja Heineken custava R$ 16,00. 

Veja bem, a Heineken é uma lager, e de uma grande fábrica. Nada justifica esse preço. Se fosse R$ 12,00 reais já seria cara, já que não há o custo das garrafas.

A gente encontra boas IPAs por aí por esse preço. Não havia muitas opções de lanche no local. Sou cervejeiro e sei o que estou falando.

Mas poderia ser pior, duas semanas depois, no mesmo Ibirapuera, no festival Best of Blues and Rock, o mesmo copo de cerveja, só que Spaten, seria cobrado R$ 20,00.
 
Resumindo, foi um grande festival, comtemplou muitos gostos tomara que tenha mais no ano que vem.

Crypta: novo clipe e prestação de contas

- A banda Crypta lançou o single “Trial of Traitors” nas plataformas digitais. A faixa faz parte de “Shades of Sorrow”, próximo álbum de estúdio da banda brasileira de death metal, com lançamento marcado para dia 4 de agosto por meio da gravadora Napalm Records. Nas redes sociais, a banda comentou que "embora seja a música mais rápida e agressiva do álbum, ainda tem muito do nosso já característico trabalho melódico aqui e ali, então pensamos essa mistura desses dois extremos seria uma boa prévia do que as pessoas podem esperar do álbum". 

https://youtu.be/MUYKDdwDidY

- Também nas redes sociais, em plena turn~e europeia, a baixista e vocalista Fernanda Lira gravou um vídeo em que faz a prestação de contas do dinheiro arrecadado de fãs e amigos para custear as despesas que tiveram no começo do ano em razão de um ciclone que destruiu o ônibus de turnê no interior dos Estado s Unidos, uma postura rara entre artistas de todos os calibres.

A Crypta fazia uma turnê por várias cidades americanas ao lado do Morbid Angel, nome fundamental do death metal mundial, e acabou tendo problemas quando da passagem do ciclone, que destruiu carros e parte do local onde haviam tocado u=pouco antes - um espectador morreu em consequência do desastre.

O longo texto postado em inglês e em português, ao lado de um video com a musicista, explicou em detalhes qu a meta de arrecadação foi alcançada, mas que a banda foi surpreendida por mais despesas extras por conta da destruição do ônibus (a seguradora da empresa que alugou se recusou a paga) e custos extras com burocracias diversas.

O jornalista Gustavo Maiato reproduziu o texto em português no site Whiplash em que a banda detalha das despesas para dar transparência a uma campanha que viabilizou o final da turnê norte-americana -e, é claro, a mensagem fou publicada com muitos agradecimentos:

"Juntamente com os vídeos explicativos, upamos os seguintes documentos: todos os contratos e comprovantes de pagamentos referentes ao RV, o recibo do guincho e pátio, o recibo de todas as doações via Gofundme e Pix, cálculo de despesas.

DESPESAS TOTAIS DE DANOS AO RV/MOTORHOME: USD 80.440,00

A empresa inicialmente nos disse que os custos estimados para pagar um novo RV pra eles seriam em torno de 60 mil dólares e essa foi a meta pra arrecadação de fundos. Mas quando devolvemos o 2o RV que alugamos no final da turnê, a cobrança por danos que recebemos da empresa foi de 78 mil dólares, e também precisamos pagar pelos serviços de reboque e pátio do RV danificado, que no total acabou ficando em USD 80.440,00 - quase 21 mil dólares acima do que obtivemos via GoFundMe.Também arrecadamos US$ 8.810,00 extras de fãs brasileiros via Pix, o que ajudou muito, então o total arrecadado foi de US$ 67.403,63 (após impostos e taxas legais) - 13 mil a menos do que os prejuízos.

POR QUE TIVEMOS QUE PAGAR POR UM NOVO RV SE TÍNHAMOS SEGURO?

Porque a seguradora disse que normalmente cobre desastres naturais, mas eles tinham provas de que no nosso caso não foi o tornado que atingiu o RV, mas sim os tijolos da parede da casa de show, então se quiséssemos alguma indenização, teríamos que processar a seguradora da venue. Sabemos que não é justo, mas é o que é."

Clique aqui e leia o texto completo da prestação de contas  da Crypta no site Whiplash. https://whiplash.net/materias/news_706/353214-crypta.html

Black Flag volta ao Brasil em 2023

A produtora MAR, que este ano trouxe pela primeira vez ao Brasil o lendário The Brian Jonestown Massacre  agora apresenta a volta da banda punk norte-americana Black Flag a São Paulo, em show no dia 27 de outubro, no Carioca Club.

O evento, cuja venda de ingressos começa em julho, também terá dois ícones do punk rock nacional, Cólera e Garotos Podres. A produção é da Powerline Music & Books.

Nesta nova passagem pela capital paulista, três anos após a estreia no Brasil no mesmo Carioca Club em março de 2020 (também realizado pela Powerline), o Black Flag vai celebrar os quase 40 anos do segundo disco da banda, My War, além de tocar mais hits, em um set de cerca de 2 horas!

O Black Flag é uma instituição do punk rock, um sólido pilar que desde 1976 sustenta o estilo, seus cacoetes e é influência para um incontável número de bandas que surgiram a partir da década de 1980 até os dias atuais, inclusive como a força motriz do que viria a ser e soar o hardcore.

Além do começo arrebatador e marcante do punk/hardcore com o álbum Damaged (1981), o Black Flag se manteve impactante três anos depois com My War (1984). Traz seis músicas que originalmente figuraram no álbum de estreia, o lado B do disco apresentava barulhos tensos e uma sonoridade punk obscura.

My War é um Black Flag ainda mais rápido e pesado, que por mais inusitado que pareça, tem influência de Black Sabbath e até hoje é um álbum importante e influente para a cena sludge metal e pro grunge.

Para esta tour no Brasil, o Black Flag é Greg Ginn (membro fundador), Mike Vallely, Harley Duggan e Charles Wiley.

A segunda passagem do Black Flag por São Paulo faz parte da nova turnê da banda norte-americana pelo Brasil, uma realização da Vênus Concerts.

segunda-feira, 26 de junho de 2023

O renascimento do sectarismo na música é mais uma 'marca' destes tempos sombrios

 O legado do bolsonarismo é um fardo que teremos de carregar por décadas em todos os caps e em todas as áreas da sociedade. 

Emulando o nefasto período em que Donaldo Trump foi presidente dos Estados Unidos, o bolsonarismo contaminou de tal forma a vida brasileira a ponto de muita gente ter orgulho de sua burrice e suprema ignorância, devidamente temperados por doses macias de preconceitos, comportamentos discriminatórios, misoginia e racismo, além do ódio.

E então descobrimos em 2023 que esse legado nos deu outro comportamento deplorável que, aparentemente, estava acomodado/escondido debaixo de tantas nojeiras: o sectarismo, algo que tinha sido progressivamente amenizado desde os anos 90, sobretudo nas áreas de cultura e entretenimento.

É bom ressaltar que os sectários existem em profusão em todos os aspectos, mas ficaram empoderados com o advento do bolsonarismo asqueroso. E quem é o sectário?

"Indivíduo que se envolve apaixonadamente ou de modo extremo numa doutrina, religião, política, filosofia etc.: o sectário do partido nos defenderá; aquele que concorda com a maneira de pensar de alguém, obedecendo cegamente essa pessoa", segundo os melhores dicionários.

O meio cultural sempre foi terreno fértil para os embates entre correntes/seitas de todos os tipos. Os puristas da MPB não abominavam aas guitarras elétricas e o tropicalismo? Os punks detestavam os cânones da MPB, enquanto que os metaleiros odiavam os punks e tudo o ue se relacionasse com música brasileira, inclusive o rock nacional dos anos 80...

A intelligentsia comunista abominava o rock desde sempre em todos os países ocidentais a partir dos anos 70 e aqui ganharam o pejorativo apelido de "botocudos", como se fossem indígenas considerados inferiores.

E então os botocudos foram resgatados de suas fossas para empestear a vida moderna com sua visão tacanha e indigência intelectual em três episódios lamentáveis envolvendo o rock e empobrecer o debate e as nossas vidas.

- Fernanda Lira, baixista e vocalista da banda de death metal Crypta, assistiu a um show de Beyoncé na Alemanha, um antigo sonho dela. Postou um vídeo nas redes sociais onde aparecia no estádio, cantando as músicas e chorando de emoção. Imediatamente foi detonada por muitos "metaleiros", inclusive conhecidos dela, chamando-a de "traidora", já as pessoas do metal extremo jamais poderiam "curtir ´música pop"... Nada mais retrógrado e anos 80 do que isso...

- A cantora Angel Sberse anunciou a saída da banda Malvada, que criou em 2020, e explicou os motivos em longa entrevista ao canal Heavy Talk, do YouTube. Desiludida com uma série de dificuldades e acúmulo de atividades - ela tem cargo de gerência no departamento comercial de uma multinacional -, disse que estava exausta e que não mais se sentia confortável na banda. Mas de nada adiantou: foi xingada de ingrata e traidora nas rede sociais; foi acusada de se preocupar mais como dinheiro e o "conforto" do que com a arte - como se ela tivesse enriquecido com a Malvada... E ainda teve mais: um gaiato a acusou de individualista por almejar uma carreira solo, quando ela afirmou que ia se afastar por um tempo dos palcos...

- No começo eram apenas alguns bolsonaristas idiotas (redundância!!!!) que acusavam o Black Pantera, banda mineira de heavy metal em ascensão, de fazer apologia da violência. O trio de jovens negros, altamente politizado e com letras de protesto, se tornou uma das atrações mais importantes do rock nacional deste século e um de sus sucessos é "Fogo nos Racistas", que causou indignação nos conservadores bolsonadas e em toda a sorte de racistas. E não e que teve gente outrora moderada e de bom senso que embarcou na onda de classificar o trie quem o como violento, revanchista e estinulador da violência por conta da canção citada e de mais algumas? Houve quem cogitasse entrar com representação no Ministério Público e na Justiça contra o Black Pantera - e não era bolsonarista tonto radical, como era de se supor.

É só mais um sintoma de uam sociedade doente e que abraça o retrocesso desde 2013, quando uma horda de imbecis (em sua maioria)  saiu às ruas para protestar contra o nada - a abrir os portões do inferno para que uma toda a sorte de dejetos humanos escapassem e empesteassem as nossas vidas.

Fica cada vez mais difícil calcular o tamanho do prejuízo. Quando pensamos que nada poderia acontecer de aterrador em termos de retrocesso, eis que o sectarismo ressurge com força para nos envergonhar. E as redes antissociais não nos deixam em paz ao evidenciar como fracassamos como sociedade.

Quando artistas admitem a possibilidade de censura em todos os níveis - seja por oportunismo ou convicção burra, é sinal de que estamos no pior dos mundos  dos tempos. as perspectivas são ruins, e o resultado mais imediato é o aumento da intolerância e da violência. 

São temos tenebrosos, em que as vitimas frequentemente são, no mínimo, equiparadas aos agressores em termos de culpa - cresce o número de gente idiota que acredita qu a mulher estuprada é mais culpada do que o criminoso estuprados, ou que a a Ucrânia "provocou" a Rússia e tinha se ser invadida... Uma completa inversão de valores que só evidencia a burrice e a indigência intelectual que predominam nestes temos sombrios.

Alguns vão dizer: "o que esperar de uma sociedade que continua votando em bandidos e corruptos de sempre mesmo sabendo que são bandidos e corrutos?"

Não é um privilégio brasileiro ver o sectarismo e o radicalismo de ultradireita predominar e se destacar. Cidades e regiões inteiras de Alemanha, Áustria, França e Espanha estão dominadas por extremistas de direita, que venceram várias eleições em 2023.

O que espanta e causa consternação, no Brasil, é a completa falta de pudor das forças do atraso em achincalhar e depredar as reputações alheias em nossa seara, do do entretenimento/cultura. Essa gente burra e imunda não tem mais vergonha de se expor e passar vergonha, pois existe uma cambada imensa de imbecis que aplaude.

Em qualquer parte do mundo seria vergonhoso haver gente que ataca artistas negros e antirracistas or serem... antirracistas. Seria um sintoma claro de burrice coletiva imensa, mas no Brasil há genre indecente que defende a "liberdade de expressão" de criticar os antirracistas por "estimularem a violência" em suas letras. 

É a mesma gente nojenta que nunca se importou com o genocídio de negros pobres no Brasil desde sempre, e que não se importam com os dados obscenos de desigualdade que reina por aqui. 

É o mesmo tipo asqueroso de gente que chora e acende vela para os bilionários mortos no submarino, mas que diz bem feito para as centenas de refugiados que morrem afogados no Mar Mediterrâneo ou em fuga da guerra da Ucrânia.

O "resgate" do sectarismo é mais um sintoma da perversidade que toma conta de nossas vidas e nossas sociedades neste século desagradável, em que machismo e misoginia voltaram a ser aceitos como "manifestação legitima de liberdade de expressão". São temos muito difíceis, não so de resistência, mas também de sobrevivência.

Oxigênio Festival anuncia datas e elenco de atrações

 
A edição 2023 do Oxigênio Festival foi oficialmente lançada com inovações e novidades no elenco de atrações. Será uma mistura interessante de bandas punks, de hardcore e de várias vertentes do rock alternativo nacional e internacional. 

São mais de 20 bandas que se apresentarão entre os dias 26 e 27 de agosto, em um amplo hangar do Aeroclube Campo de Marte, em São Paulo. A realização é da GIG Music e Hangar 110.

Assim como nas últimas edições, o Oxigênio Festival 2023 contará com dois palcos. No Aeroclube do Campo de Marte, com uma vista para a pista de decolagem e aterrisagem do local, a área externa é ampla e, como aconteceu na edição anterior, os palcos ficam distantes o suficiente para que tudo aconteça de forma independente e em horários alternados.

O Oxigênio 2023 será palco, nos dois dias, para um dos shows mais esperados de anos: Rancore com a formação completa, a mesma do emblemático disco Seiva (3º da carreira, lançado em 2011), que mudou paradigmas do rock alternativo do independente nacional.

Bandas internacionais renomadas e com grande público no Brasil também estão no lineup: no sábado, 26 de agosto, Samiam, banda remanescente da cena punk do final da década de 1980 da Califórnia (Estados Unidos) e considerada pioneira do então chamado 'emocore', devido à mistura única de punk rock, hardcore, pop e indie.

Ainda no sábado, The Slackers com seu altíssimo ska, fundado em 1991 em Nova York, o grupo tornou-se um dos mais influentes em todo planeta quando o assunto é tocar ska dos mais tradicionais, repleto de influências do reggae. Dead Fish volta ao Oxigênio com a turnê que celebra 30 anos de intensas atividades dessa principal banda da cena independente nacional.

Quando o assunto é retorno, imprescindível mencionar o Blind Pigs, ícone do punk rock nacional que fez história na década de 90, e farão um show especial para o primeiro dia de festival.

No domingo, além de duas bandas surpresas a serem anunciadas, a banda Granada, nome de peso do rock alternativo e que até hoje permeia a lembrança dos fãs do estilo, se apresenta no domingo, 27/08. É mais um show de reunião para tocar músicas dos três discos lançados, assim como aconteceu no Oxigênio 2019.

Day Limns, umas das revelações da música independente nacional, que estourou no Youtube, é mais uma atração no domingo, mesmo dia do Zander, com a nova e enérgica formação, e Hevo84, expoente do emocore de décadas passadas.

Lineup completo por dia
26 de Agosto (Sábado):
Rancore, Samiam (EUA), Dead Fish, The Slackers (EUA), Blind Pigs, Chuva Negra, Colid, Molho Negro, Sapobanjo, Lilith Pop, Refugiadas e Karaokillers

27 de Agosto (Domingo):
Rancore, Granada, Day Limns, Zander, Hevo84, Mia, Leela, Bad Luv, Putz!, The Zasters, Uelo, Karaokillers e duas bandas surpresas a serem anunciadas em breve

Em paralelo à música rolando nos palcos, o festival terá espaços de arte urbana, fotografia e gastronomia, além de espaço de merchandise oficial.

O Oxigênio Festival 2023 é uma realização da Gig Music e do Hangar 110, com apoio da Monster Energy, Xeque-Mate, Jack Daniel's entre outros

Serviço

Datas: 26 e 27 de agosto de 2023
Local: Aeroclube Campo de Marte (próximo ao Sambódramo do Anhembi)
Endereço: Avenida Santos Dumont, 1979 - Santana, São Paulo/SP
Horário: 12h (abertura da casa)
Local: Aeroclube Campo de Marte
Endereço: Avenida Olavo Fontoura, 650, Santana - São Paulo, SP

Ingressos (para cada dia de evento):
R$170,00 – Pista 1º Lote
R$220,00 – Camarote 1º Lote

Passaporte (válido para os dois dias de evento)
R$300,00 – Pista
R$400,00 – Camarote
(ingresso pessoal e INTRANSFERÍVEL válido para os dois dias de evento)

Meia/Promo (válidos com a doação de 1kg de alimento não perecível ou apresentação de comprovante meia entrada de acordo com a Lei Federal nº 12.933/2013)

Vendas e informações: www.oxigeniofestival.com.br

Em novo álbum, Viper volta ao passado para engatar um novo futuro

Era para ser a principal banda de heavy metal brasileira, pois já era destaque no exterior antes mesmo de o Sepultura começar a chamar a atenção no Brasil. Seus integrantes tinham talento, força mental e esperteza para driblar algumas armadilhas e estourar em vários mercados. O que deu errado?

Por muito tempo os integrantes do Viper e muitas outras pessoas procuraram a resposta dentro de várias teorias, até que decidi4am tocar o banco adiante em meio a períodos turbulentos e outros de bonança, incluindo uma volta, ainda que temporária, do vocalista Andre Matos (1971-2019), que tinha saído em 1990.

"Timeless", álbum da banda paulista recém-lançado, é mais uma tentativa de corrigir rotas que, na verdade, não precisam ser redirecionadas. Cada coisa ao seu tempo, e na sua velocidade.

Foram 16 anos de hiato nos estúdios e sem lançamentos fonográficos. "All My Life", de 2007, era uma coleção de boas ideias que teve uma repercussão aquém do que merecia. Como reflexo de um período de dificuldades, a banda entrou em recesso.

Com as presenças de Leandro Caçoilo (vocais) e Kiko Shred (guitarra solo), o Viper soa revigorado, ainda que buscando inspiração no passado. É praticamente uma outra banda, com novas ideias e percorrendo um caminho u pouco diferente.

O power metal da maioria das canções lembra bastante o ótimo "Theatre of Fate", disco de 1989 que ampliou a presença do Viper no exterior ainda com Andre Matos, que sairia em seguida. 

Outras canções, como "The Android", mais reta, dura e rápida, remete a "Coma Rage" (1992), com uma influência mais punk, quase hardcore, e um tempo em que os vocais estavam a cargo do baixista e fundador Pit Passarell.

Para alguns críticos, "Timeless" é um disco desnecessário porque nada acrescenta por estar alicerçado no passado; para outros, foi graças a esse alicerce que a banda encontrou forças para finalmente lançar "Timeless" em um período difícil, que combinou pandemia de covid-19 coma morte de Matos, então ainda ligado ao Viper.

A bonita homenagem em single ao amigo morto, "Spreading Soul Forever", dava a pinta de ser um epitáfio para uma trajetória acidentada, mas importantíssima, dentro do rock nacional, mas acabou sendo o ponto de partida para que o grupo seguisse em frente.

O processo de maturação foi longo, e necessário, a julgar pelo resultado. É um ótimo disco, bem feito e transbordando de garra, assim como foi "Rescue", do Shaman, d 2021, também fruto de luto e homenagens a Andre Matos.

"Under the Sun" e "Timeless", as canções já divulgadas em singles, demonstravam uma certa "busca" por algo perdido no passado e, com isso, mantendo a chama acesa. 

A presença de Caçoilo era o que faltava para consolidar essa fase de resgate. O cantor entendeu perfeitamente o momento e lapidou as canções emprestado versatilidade e confiança. Comprou as ideias e colocou em prática um cabedal de influências que amenizou o ar "vintage" do disco.

Quem escutou "Inter-Mundos", do Caravellus, outra banda do vocalista, sabe exatamente do que Caçoilo poderia entregar.  Os bons resultados do Viper atual se devem muito a ele.

"Under the Sun" já é um clássico da banda, om potência e ótimos riffs de guitarra. Respira ares oitentistas, mas entrega algo mais, misturando passado e presente em timbres modernos.

"The Android" surpreende com sua velocidade punk e arranjo amis "sujos" que transpiram descontração e bom astral. "Angel Heart", talvez a melhor do álbum, é um hard 'n'heavy de alta qualidade e com tamanha a vontade de ser tocada que  não há como não relacioná-la a Andre Matos. Coroa uma coleção de canções que marcam mis um renascimento do Viper. 

E há ainda o encerramento com duas canções singelas e pungentes, com forte presença de violões e arranjos delicados. 

"Thais" é bela e cadenciada, uma quase balada empolgante, enquanto a reflexiva "Reality" fecha bem um trabalho bem feito e que, de alguma forma, redime uma banda que nunca cansou de procurar o seu caminho. O acerto em apostar em um conceito meio batido -  o disco se propõe a explorar uma sonoridade atemporal,  é evidente.

A formação atual tem Leandro Caçoilo (vocal), Kiko Shred (guitarra), Pit Passarell (baixo e vocais) e Felipe Machado (guitarra) e Guilherme Martin (bateria). Participaram das gravações os ex-guitarristas da banda Hugo Mariutti e Yves Passarell (que passaram pelo Viper antes de seguir para o Shaman e Capital Inicial, respectivamente), além de Daniel Matos, baixista e irmão de Andre Matos. A produção é de Maurício Cersosimo, que já trabalhou com nomes como Paul McCartney e Avril Lavigne, com coprodução de Val Santos, ex-guitarrista e integrante do Viper.
 

Alanis Morissette fará em São Paulo show único na América do Sul

 Do site Roque Reverso

Alanis Morissette retornará ao Brasil no segundo semestre de 2023 para trazer um show da turnê que celebra os 25 anos do clássico álbum “Jagged Little Pill”. A apresentação será realizada em São Paulo no Allianz Parque, a Arena do Palmeiras, no dia 14 de novembro.

De acordo com os organizadores, o show em São Paulo será o único da turnê comemorativa em toda a América do Sul.

O repertório da apresentação irá passar por todas as músicas do premiado álbum, repleto de hits como “Ironic”, “You Oughta Know”, “Hand in My Pocket” e “You Learn”.

A venda de ingressos para o público geral começa no dia 22 de junho, a partir das 10 horas na internet, no site da Eventim, e a partir das 12 horas na bilheteria oficial, que fica no Estádio do Pacaembu e cujas vendas não contam com taxa de serviço.



Antes da venda geral, haverá uma pré-venda exclusiva entre os dias 20 e 21 de junho para clientes do Banco Santander. No dia 20, a pré venda começa a partir das 10 horas na internet e às 12 horas na bilheteria oficial.

Os valores para a entrada inteira na capital paulista são os seguintes: Pista Premium (R$ 760,00), Pista (R$ 550,00), Cadeira Inferior (R$ 640,00) e Cadeira Superior (R$ 450,00).

Durante a pré-venda exclusiva para Clientes Santander, as compras poderão ser parceladas em até 5 vezes no cartão. Já durante a venda geral, Clientes Santander seguem com o mesmo benefício, enquanto os demais podem parcelar em 3 vezes.

“Jagged Little Pill” foi o terceiro álbum de estúdio de Alanis, lançado em 1995, e se tornou um dos álbuns mais vitoriosos da história da música, vendendo mais de 30 milhões de cópias no mundo todo. O disco acabou sendo indicado em 9 categorias do Grammy Awards, vencendo em 4 delas: “Álbum do Ano”, “Melhor Performance de Rock com vocal feminino”, “Melhor música de Rock” e “Melhor álbum de Rock”.

Em 2020, o álbum completou 25 anos, mas a pandemia atrasou as comemorações com o público em shows. Agora, com a volta dos espetáculos ao vivo, o público brasileiro é um dos escolhidos para receber a turnê de Alanis.

Morrissey inclui São Paulo e Brasília em turnê comemorativa de 40 anos

 Do site Roque Reverso

O cantor e compositor britânico Morrissey retornará ao Brasil no segundo semestre de 2023. O ex-vocalista do lendário grupo The Smiths incluiu duas capitais do País para uma turnê comemorativa de 40 anos de carreira.

São Paulo e Brasília são os locais escolhidos para receber os shows em setembro. Na capital paulista, Morrissey vai se apresentar no Espaço Unimed no dia 27 de setembro. Na capital federal, o show será realizado no Opera Hall no dia 30 de setembro.

Antes da passagem pelo Brasil, o cantor vai se apresentar pela América Latina na Cidade do México (10/9), Lima (14/9), Bogotá (17/9), Santiago (21/9) e Buenos Aires (23/9), conforme cartaz da turnê divulgado que acompanha este texto.

A despeito da ausência de informações à imprensa detalhadas sobre preços de ingressos, o Roque Reverso apurou nos canais dos organizadores dos shows em São Paulo e em Brasília que a venda das entradas começam em breve.

De acordo com a Free Pass Entretenimento, em relação à apresentação na capital paulista, haverá uma “pré-venda exclusiva” no dia 23 de junho no site da Ticket 360. A venda geral de ingressos acontecerá no dia 30 de junho.

Segundo a OnStage Agência, quanto ao show de Brasília, haverá uma “pré-venda exclusiva” no dia 23 de junho no site da Show Pass BR. A venda geral de ingressos acontecerá no dia 30 de junho.

The Cure voltará ao Brasil como atração de festival paulista

Do site Roque Reverso

O veterano grupo The Cure voltará ao Brasil no último mês de 2023 após 10 anos longe do País. A banda britânica foi anunciada oficialmente nesta quarta-feira, 21 de junho, como atração do festival Primavera Sound, que será realizado em São Paulo.

O conjunto musical liderado pelo vocalista Robert Smith é o primeiro nome confirmado no evento, que acontecerá no Autódromo de Interlagos nos dias 2 e 3 de dezembro deste ano.

Segundo os organizadores, a banda será uma das atrações principais do festival de origem catalã, tocando na capital paulista no dia 3.

Ainda não foram divulgadas informações sobre vendas ou preços de ingressos. A organização do evento prometeu, contudo, mais detalhes, além de novas atrações anunciadas em breve.

O retorno da banda britânica não apenas ao Brasil, mas a outros países da América do Sul já vinha sendo esperado pelos fãs desde que Smith havia afirmado nas redes sociais e entrevistas que faria shows no continente.

Além de tocar no Primavera Sound em São Paulo, o grupo vai se apresentar nas edições do festival em Buenos Aires, na Argentina, que acontece nos dias 25 e 26 de novembro; em Assunção, no Paraguai, no dia 7 de dezembro; e em Bogotá, na Colômbia, nos dias 9 e 10 de dezembro.

Na capital argentina, o Cure fará show no dia 25 de novembro. Na capital colombiana, tocará no dia 10 de dezembro.

Nas edições de fora do Brasil, outras atrações já foram confirmadas e a presença delas no continente alimenta esperanças de que estarão presentes também em São Paulo.

Na edição do Primavera Sound de Buenos Aires, já foram anunciados Blur, Pet Shop Boys e Beck. Em Bogotá, foram confirmados o Bad Religion e o grupo The Hives.

'Terruá Pará' é o vencedor do In-Edit Brasil 2023



O longa "Terruá Pará", de Jorane Castro, é o grande vencedor da 15ª edição do In-Edit Brasil - Festival Internacional do Documentário Musical e será exibido na edição do In-Edit Barcelona em 2023, com a presença da diretora.

O filme nos conduz a um profundo mergulho na diversidade da música amazônica, proporcionando momentos de encantamento e emoção, a partir de depoimentos de personagens fundamentais, como Dona Onete, Manoel Cordeiro, Pio Lobato, entre outros. 

Segundo o júri, formado pelo diretor e roteirista Affonso Uchôa, a jornalista Elisabete Pacheco, a coordenadora da programação de cinema do CineSesc/SP, Graziela Marcheti, a diretora e produtora de cinema e de filmes publicitários Joyce Prado, e o jornalista, músico e poeta Rodrigo Carneiro, "o vencedor foi escolhido por mostrar a cara menos conhecida, porém mais emblemática, do Brasil utilizando uma linguagem cinematográfica de grande beleza. A união entre o entorno natural e as diferentes manifestações musicais apontam o Pará como o futuro da música brasileira". 

Além disso, foi considerado pelos jurados que a região norte é pouco reconhecida em sua importância para cultura nacional e que o prêmio para esta obra constitui um reconhecimento político a situação vivida na região no que se refere ao desmatamento.

O Júri concedeu ainda uma Menção Especial para Peixe Abissal, de Rafael Saar, pela coragem de mergulhar na vida e obra de um personagem pouco conhecido, controverso e passível de preconceito. Utilizando linguagem cinematográfica rica e diferenciada, o filme entra no submundo da cultura gay para retratar os diferentes perfis do protagonista.

SESSÕES BÔNUS TRACK

Entre os dias 26 e 28 de junho, o 15º In-Edit Brasil - Festival Internacional do Documentário Musical apresenta as sessões *Bônus Track*, com 9 títulos da programação, incluindo o vencedor e a menção especial do júri, no CineSesc.

Serão exibidos os longas La Danza de Los Mirlos, de Álvaro Luque, CAN and Me, de Michael P. Aust, Personality Crisis: One Night Only, de Martin Scorsese, David Tedeschi, Lupicínio Rodrigues - Confissões de um Sofredor, de Alfredo Manevy, Carmine Street Guitars, de Ron Mann, Terruá Pará, de Jorane de Castro (vencedor desta edição), Peixe Abissal, de Rafael Saar (Menção Especial) e Villa-Lobos em Paris, de Alexandre Guerra e Marcelo Machado, este último ganha sessão comentada pela pesquisadora Camila Fresca. 

Já o documentário Chic Show, de Emílio Domingos e Felipe Giuntini, sobre um dos mais importantes bailes da cidade de São Paulo, o Chic Show, que recebeu nomes como Tim Maia, Sandra de Sá, Gilberto Gil, Djavan e o inigualável James Brown, encerra o Bônus Track, com entrada gratuita.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA: www.in-edit-brasil.com

SERVIÇO

In-Edit Brasil - 15º Festival Internacional do Documentário Musical

BÔNUS TRACK _ De 26 a 29 de junho - no CineSesc _ São Paulo

Ingresso a R$ 24 (inteira), R$ 12 (meia) e R$ 8 (credencial plena) e entrada gratuita na sessão Chic Show.

www.in-edit-brasil.com | @ineditbrasil







Atendimento à Imprensa:

ATTi Comunicação _ (11) 3729.1455 | 3729.1456

Valeria Blanco _ (11) 99105.0441

Eliz Ferreira _ (11) 99110-2442




IN-EDIT BRASIL 2023 | SESSÕES BÔNUS TRACK _ CINESESC


26/06 _ SEGUNDA-FEIRA

15H: LA DANZA DE LOS MIRLOS

18H: VILLA-LOBOS EM PARIS _ Sessão comentada pela pesquisadora Camila Fresca

20H30: TERRUÁ PARÁ | FILME VENCEDOR - COMPETIÇÃO NACIONAL 2023


27/06 _ TERÇA-FEIRA

15H: PEIXE ABISSAL | FILME MENÇÃO ESPECIAL - COMPETIÇÃO NACIONAL 2023

18H: CAN AND ME

20H30: PERSONALITY CRISIS


28/06 _ QUARTA-FEIRA

15H: LUPICÍNIO RODRIGUES - CONFISSÕES DE UM SOFREDOR

18H: CARMINE STREET GUITARS

20H30: CHIC SHOW _ Sessão Gratuita

domingo, 25 de junho de 2023

A história de uma lenda do rock: a trajetória de The Zombies em documentário

Eduardo Kaneco - do site Leitura Fílmica

Para uma banda com uma história tão singular, "The Zombies: Hung Up on a Dream" traz uma narrativa um bocado genérica. A banda The Zombies, que no auge era formada por Rod Argent (teclado), Paul Atkinson (guitarra), Colin Blunstone (vocal), Hugh Grundy (bateria) e Chris White (baixo), surgiu em 1961 na Inglaterra, alcançou o top 1 das paradas britânicas com o primeiro single, “She’s Not There”, que integrava o LP de estreia, apropriadamente intitulado “Begin Here” (1965). 

O segundo álbum, “Odessey and Oracle” (1968), era muito mais ambicioso e inovador. Mas, por isso, foi mal recebido na época do lançamento, e os integrantes, precipitadamente, encerraram as atividades da banda. 

Cada um tomou seu próprio rumo, seja como músico, empregado na indústria musical ou em trabalhos comuns. Com o tempo, “Odessey and Oracle” recebeu reavaliações positivas, até ser considerado um dos melhores discos de todos os tempos.
 
O filme, que está no encerramento do In-Edit - Festival Internacional do Documentário Musical - no domingo, 25 de junho, às 17h30, no Cinesesc, conta essa história a partir dos relatos dos membros da banda, exceto por Paul Atkinson, já falecido e representado aqui pela sua filha. 

Assim, não há nenhuma ousadia no formato do documentário, que consiste em entrevistas individuais com cada um, agrupadas conforme o assunto. Mas em nenhum momento deixa de ser interessante, porque todos são muito simpáticos e bem articulados. E resgatam, com emoção, alguns fatos que marcaram essa curta trajetória. Por exemplo, a turnê pelos Estados Unidos que os reuniu, ainda todos muito jovens, com músicos já famosos, numa bela camaradagem.

Colin Blunstone é quem mais fala. Sem lamúrias ou autopiedade, ele evidencia o que acarretou na decisão de encerrarem o The Zombies. Segundo ele, após o sucesso do primeiro single, vieram várias apresentações ao vivo. Mas, principalmente nas turnês internacionais, os músicos perceberam que pouco dinheiro sobrava para eles

Ou seja, como aconteceu com outros artistas da época, o empresário estava embolsando quase toda a receita. Diante disso, resolveram produzir eles mesmos o segundo álbum, “Odyssey and Oracle”. Entraram no Abbey Road Studios e deram tudo de si, trabalhando arduamente num orçamento apertado. Então, quando o disco saiu e teve uma recepção fria, o golpe foi duro demais.
Azarões que emocionam

"The Zombies: Hung Up on a Dream" dá vazão, ainda, ao que viria a acontecer posteriormente. Cobre a trajetória pós-Zombies dos integrantes, mas o mais emocionante está nas imagens do último show com todos os membros originais juntos, no House of Blues em Los Angeles. 

Paul Atkinson já estava muito doente, e viria a falecer poucas semanas depois. Além disso, o filme mostra a tocante homenagem que a banda recebeu ao entrarem para o Rock & Roll Hall of Fame. E ainda registra os recentes trabalhos juntos, já com alguns membros adicionais. Tudo isso induz o mesmo gosto agridoce dos azarões do rock, aqueles que nunca alcançaram o sucesso estrondoso que outros, até menos merecedores, conseguiram. Lembra muito o tom de outro documentário musical, o emocionante "Anvil" (2008), de Sacha Gervasi.

Fora as entrevistas individuais, o documentário tem o mérito de reunir os integrantes numa visita ao estúdio Abbey Road. O diretor do filme, Robert Schwartzman, consegue captar a emoção dos envolvidos tanto nesse momento como nos depoimentos em separado. O cineasta, que até então fez três longas ficcionais no gênero comédia, estreia aqui no documentário. 

Enquanto acerta nos registros que filma, pisa na bola ao encher a tela com imagens desnecessárias durante os relatos, ilustrando o que o entrevistado fala de maneira irritantemente simplória. Por exemplo, quando Colin Blunstone comenta sobre o enorme barulho da plateia numa competição musical, e compara com um evento esportivo, Schwatzman coloca na tela um trecho de um jogo de futebol.

 Apesar disso, "The Zombies: Hung Up on a Dream" emociona por conta da sinceridade desses underdogs eternizados por uma obra-prima de apreciação tardia.

Ficha técnica:

The Zombies: Hung Up on a Dream | 2023 | EUA | 116 min | Direção: Robert Schwartzman | Com Rod Argent, Paul Atkinson, Colin Blunstone, Hugh Grundy, Søren Koch, Steve Rodford, Tom Toomey, Chris White.

The Zombies no In-Edit
Dia 25 de junho, 17h30, no Cinesesc - rua Augusta, 2.075 - Cerqueira césar, perto da avenida Paulista
Ingresso gratuito - pegar com uma hora de antecedência

sábado, 24 de junho de 2023

A bateria retoma o protagonismo em obras de Dave Lombardo e Stewart Copeland

 A bateria ressurge como protagonista em dis importantes lançamentos em 2023, embora um deles contenha apenas releituras da principal banda integrada por um dos músicos em questão. Os americanos Stewart Copeland e Dave Lombardo, cada um a seu modo, trataram de fazer com que o instrumento se apresentasse de forma diferente em 2023.

Dave Lombardo, americano de origem cubana, fez fama como baterista de heavy metal e tocou muitos anos no Slayer, um dos maiores nomes da história do thrash metal. Hoje está em outro nome importante do meta, o Testament..

"Rites of Percussion", seu primeiro trabalho solo em anos, é ousado e instigante, com um saudável abuso de ousadia e inovação. A percussão, em todas as suas manifestações, aparece de forma a conduzir todas as suas ações, ainda que alguns arranjos deem o tom em algumas músicas.

São 13 temas que exploram o rock progressivo, o rock pesado, jazz e música latina, com sons extraordinários tirados de sua bateria inteligente e variada. 

Em alguns momentos, a impressão é de que é apenas uma única sessão de estúdio intercaladas por suítes, já que o álbum é bem curto, não passando dos 35 minutos de duração. "Blood Let" e "Vicissitude", por exemplo, têm pouco mais de um minuto, são quase vinhetas.

As canções que abrem e fecham o disco são as melhores e as mais ousadas. "Initiatory Madness" é uma trilha sonora de filme de ficção científica em seus quase cinco minutos. A variedade de timbres e tambores impressiona.

"Animismo", que encerra o trabalho, também é experimental e ganha protagonismo por mostrar um músico mais descontraído e "brincando" com  os instrumentos, ainda que tenha um ar bem mais progressivo e virtuoso. Lombardo é uma usina sonora de ritmos e esse álbum mostra o porquê de ele ser admirado por músicos de todas as áreas.

Copeland decidiu recriar boa parte dos sucessos de The Police, banda que criou com Sting e Andy Summers em 1976 e que implodiu em 1983 depois de imenso sucesso. "Police Deranged for Orchestra", como o nome diz, é um projeto bem-sucedido com versões orquestradas embaladas por vozes femininas extraordinárias.

O baterista se encarrega de quase todas as percussões e deixa a cantora Amy Keys à vontade para se divertir e mostrar seu imenso talento. "Every Breath You Take", por exemplo, uma canção romântica e dramática, ganha ares pop mais alegres, mostrando uma faceta de arranjador pouco conhecida do músico.

"Message in a Bottle" ficou ainda mais interessante, principalmente por conta do belo arranjo de cordas e a percussão muito bem encaixada além da bateria. 

As melhores versões, no entanto, ficaram a cargo de "King of Pain", com arranjos de sopros e cordas ótimos, e "Don't Stand So Close to Me", que ficou mais moderna e insinuante, com vocais mais ao estilo gospel, casando perfeitamente com a canção.

Para quem achou que seria apenas um baterista revisitando o passado como forma de ganhar alguns trocados, o resultado surpreende e, em alguns momentos, encanta. Stewart Copeland realmente é um músico bastante diferenciado.


Malvada muda o foco e quer agregar outras influências com nova vocalista

Talvez seja cedo para cravar, mas o processo de troca de vocalista da banda paulistana Malvada seguiu algumas regras importantes de civilidade e profissionalismo. Não houve briga pública, nem troca de farpas. a transição, aparentemente, correu de forma tranquila e sem traumas.

Com mais de três anos de estrada, um álbum lançado e shows em grandes festivais brasileiros como o Rock in Rio, Angra Fest, Chama Rock e o Best of Blues and Rock, a banda anunciou a cantora e compositora Indira Castilho como nova vocalista. Ela entra no lugar de Angel Sberse, a fundadora do grupo.

Em entrevista ao canal de YouTube Heavy Talk, Angel relatou um longo processo de desgaste nos últimos tempos, que envolve questões pessoais, insatisfação com o desgastante ritmo de compromissos com a banda e a demora de a banda se tornar autossustentável e arrecadar mais, entre outras questões. Além de cantora, ela também tem um cargo importante na parte comercial de uma multinacional de equipamento agrícolas;

Indira Castillo conta que já conhecia a Malvada e que vinha acompanhando as meninas desde o último lançamento, o single "Perfeito Imperfeito".

"Rolava uma admiração grande pelas integrantes e pelo trabalho lançado. Malvada nunca passou despercebida", disse a nova integrante quando do anúncio de sua entrada.

A baterista Juliana Salgado comenta que "a entrada da Indira na banda está trazendo novas influências e uma roupagem diferente pro nosso som. A Malvada vai seguir o seu caminho e objetivo de se consolidar na cena do rock nacional com todo gás e energia, que se mantém". 

Marina Langer, baixista, descreve esse momento elogiando a nova integrante: "A Indira é uma grande profissional com uma característica artística muito rica. Sua poderosa voz vai encantar e envolver a todos os fãs da Malvados." 

Por sua vez, a guitarrista Bruna Tsuruda diz que espera "somar as identidades da Indira e da Malvada, criando uma unidade", em alusão ao difícil período de trabalho em que Angel comunicou a intenção de não mais trabalhar com a banda.

O desafio da Malvada agora e conciliar uma nova identidade visual e encaixar a voz de Indiara no conceito criado em três anos de banda, cuja ascensão rápida surpreendeu a todos.

"Acredito que a fusão de influências e nossas referências na música vão trazer bons frutos. O público pode esperar por mais música boa e com um tempero novo", adianta a nova vocalista. 

Empolgada, Juliana Salgado acredita que a consolidação da banda passa pela adaptação um novo cenário. "É exatamente isso que eu espero: uma nova Malvada, mas sem perder a essência."

Com relação às expectativas pelo que vem pela frente, as quatro integrantes dizem ser um momento de ansiedade e felicidade. Nas palavras de Indira, "é uma mistura de sentimentos, estou animada, curiosa e, acima de tudo, feliz em fazer parte disso! Tô pronta pra me desafiar”. 

Marina e Bruna reiteram que mal podem esperar pelo próximo álbum, comentando que a experiência de Indira com o jazz e o blues trará "muita riqueza para a banda, marcando o início de uma nova era e que o próximo álbum vai ser diferente do primeiro, com uma sonoridade única”.

sobre a saída de Angel Sberse, as meninas são econômicas sobre o assunto, mas são respeitosas, indicando que entenderam as razões que levaram a ex-companheira a tomar a decisão de sair. "Não houve briga, e processo ocorreu sem turbulência. Ela teve as suas razões, basicamente de ordem pessoal, e entendemos o momento", disse Bruna.

"O momento não é de despedida e sim de novos caminhos. Angel dá início a uma nova fase de sua carreira, além de se dedicar mais a projetos de sua vida pessoal. E nós vamos aproveitar o bom momento da Malvada, que tem agenda forte neste ano", completou a guitarrista.

A banda já está em fase de produção do próximo álbum e videoclipes, com Giu Daga na produção musical.

sexta-feira, 23 de junho de 2023

A busca pela alma do blues em importante documentário francês no In-Edit

 O blues de verdade sai da alma. E foi esse blues que um cineasta grego apoiado por franceses tentou encontrar e levar para as telas em 1972 em um filme antológico. 

"Les Blues Entre Les Entes" (Blues com dentes cerrados, em francês), que ganhou um título inglês - "Blues Under My Skin", ou "Blues debaixo da minha pele", em tradução livre e literal - não encontrou o blues que sai da alma de forma integral, mroas chegou bem perto, tornando-se uma pequena obra-prima.

A fita é um destaques do segmento "Flashback" da 15ª edição do In-Edit Brasil - Festival Internacional do Documentário Musical -, que termina neste domingo, 25 de junho, encerrando o evento no Cinesesc, em São Paulo.

A sessão, que começará às 20h30, terá a apresentação do jornalista Marcelo Moreira, desde Combate Rock, que também fará a mediação de um debate ao final do evento.

O filme é interessante porque traz uma visão europeia não anglo-saxônica das origens e da antropologia do blues, um gênero que chegou a ser sequestrado pelos ingleses a partir dos anos 60 a ponto de ser tão indissociável das ilhas britânicas quanto do sul dos Estados Unidos.

É um documentário clássico sobre o verdadeiro blues americano, daqueles que nascem espontaneamente na boca dos esquecidos da sociedade americana. 

Realizado pelo grego Roviros Manthoulis, a fita ficção se mistura muito subtilmente com a análise sociológica. Na impossibilidade de obter depoimentos crus e reais de negros nas plantações de algodão, o diretor buscou nos trabalhos forçados de prisioneiros negros do sul americano dos "tempos atuais" uma forma espontânea de cânticos de lamento que deram a origem ao gênero musical no tempo da escravidão, no século XIX. 

Seriam cenas dos prisioneiros verdadeiras, com os cativos representando a si mesmos, ou também não apenas atores encenando? 

As tramas que se passam em Chicago e Nova Orleans, essas sim não passam de ficção para demonstrar como o fosso social entre brancos e negros, nos anos 60 e 70, ainda era imenso, e como o blues permeava a existência da população urbana afro-americana desde sempre.

A alma do blues aparece em algumas cenas, principalmente no números musicais filmados de gente como Buddy Guy, Junior Wells e B.B. King. São cenas antológicas, registradas em locais pequenos, em um momento em que o blues lutava para recuperar o espaço perdido, ainda que os roqueiros ingleses tenham dado muita força.

mesmo sem uma forte narrativa, as imagens e os depoimentos, fictícios ou não, compõe um mosaico de informações valiosas sobre como o blues moldou parte da alma americana e está de tal forma inoculado na corrente sanguínea dos negros americanos a ponto de ser uma característica indissociável dessa população. 

Muita gente acredita que a música, entre todas as artes, costuma ser aquela que deixa o legado mais palpável e mais direto. Se é assim, o blues é um legando imenso de um dos povos mais criativos e sofridos que existem e existiram.

Serviço:

"Les Blues Entre Les Dents - Blues Under My Skin", de Roviros Manthoulis

Cinesesc - Rua Augusta, 2.075

Domingo, 20h30

Entrada gratuita - retirar os convites uma hora antes

Apresentação, comentários e mediação - jornalista Marcelo Moreira

Desgaste e desilusão foram os ingredientes da troca de vocalistas na Malvada

 Desgaste e desilusão. Duas palavras fortes que costumam estar associadas ao rock underground de qualquer lugar, e que no Brasil é a realidade da maioria das bandas autorais, de qualquer subestilo. E foram as palavras mais subentendidas da corajosa entrevista que a cantora Angel Sberse concedeu nesta sexta-feira (23) ao canal de YouTube Heavy Talk - https://www.youtube.com/@HeavyTalk.

Ex-vocalista da banda paulistana Malvada, ela falou pela primeira vez sobre a sua saída no mesmo dia em que o quarteto anunciava a sua substituta, Indira Castillo.

Fundadora da Malvada, Angel era o rosto e a força motriz de um conjunto de hard rock feminino e em ascensão após participação em festivais importantes como Rock in Rio 2022 e Best of Blues and Rock 2023. Justamente por isso a sua saída pegou muita gente de surpresa.

"Não houve briga. Não houve rusga. Tudo foi negociado e cumpri a agenda pré-estabelecida. Foi numa boa e de forma civilizada. Apenas não deu mais", disse a cantora afirmando que tem bastante carinho pelas meninas e pelo empresário, Tiago Claro, da TC7.

Se não houve "treta", havia muita insatisfação por parte da vocalista desde o ano passado. Ela reconheceu que já havia um desgaste por parte dela em relação à banda e ao esquema pesado de trabalho. E, com o desgaste, veio a desilusão, em parte.

Formada em administração de empresas, ela trabalha há quase 20 anos na área comercial de empresas multinacionais, sendo a música, por enquanto, uma atividade paralela - como sempre foi desde que cantava na banda Bendicta, de São Paulo.

Como ocupa um cargo importante na empresas de equipamentos agrícolas Holland Brasil há quatro anos, pesou o lado financeiro e o físico. "Não há como abandonar tudo pelo sonho do rock. Meu emprego paga minhas contas, e o rock, a música, não me possibilitaram, por enquanto, ao menos equilibrar as contas. O acúmulo de trabalho começou a pesar."

E então veio a desilusão com as dificuldades do dia a dia entre as constantes viagens pela empresa e a agenda lotada de shows aos finais de semana. "Jamais poderia reclamar de agenda musical pesada, afinal todas as bandas lutam por isso. Mas a questão é que ficou cansativo e estava afetando o meu humor. Começou a afetar a minha paciência. E não tinha como evitar: afetou, de alguma maneira, os relacionamentos."

Desde o começo ficou claro que a Malvada era uma banda de bar e de palco, nos melhores sentidos destas palavras, fato que ajudou, e muito, na ascensão da banda. Só que a opção por muito e sempre para custear muita coisa cobrou o seu preço.

"Eu sabia desde o começo que seria assim e topei, mas com o tempo fui percebendo que estávamos ralando muito e os resultados, na minha perspectivas, estavam aquém", explicou a cantora. "A gente sempre acha que dá para administrar, mas a realidade ás vezes dá uma rasteira. Tenho quase 40 anos e preciso de um trabalho fora da música para me manter. Estou em outra fase da vida, e as outras garotas estão com 25, 30 anos têm outro pique. É natural que tenham aparecido diferenças de opinião por conta disso."

O acúmulo de atividades até provocou um início de "síndrome de burnout", a doença mental que surge diante da exaustão extrema no trabalho, entre outros sintomas. 

Segundo ela, isso ocorreu no final do ano passado, o que iniciou o questionamento sobre como pretendia nos próximos anos. Como a agenda de shows começou a ficar mais lotada, a decisão de sair foi amadurecendo até que comunicou a banda em maio que não continuaria.

As ex-companheiras não se manifestaram ainda sobre a entrevista primeira de Angel Sberse depois da separação. Respeitosa e serena, reafirmou o que o comunicado da banda informou: que foi uma decisão dela e que tudo transcorreu de forma cordial e civilizada.

Ficou acertado que não haverá nenhuma colaboração de Angel no segundo álbum, que começa a ser produzido, e que não haverá nenhum impedimento para que, eventualmente, ela suba no palco com as garotas no futuros, em shows específicos. 

"Posso dizer que não ha inimizade, tanto que Tiago Claro me disse que poderemos trabalhar novamente juntos no futuro. Minha saída foi de forma normal e tratada com muito respeito e pofissionalismo", encerrou o assunto a ex-vocalista da Malvada.

Enquanto afirmava que não tem nada em vista na área da música e que "certamente voltarei a fazer coisas e compor", ela reclamou da cena roqueira brasileira - queixas comuns de artistas de várias idades e vários patamares, e não só do rock.

Ela citou a falta de união e apoio em um meio pequeno, underground e degradado nos último anos. "Estávamos tocando em Sorocaba[interior de São Paulo], em lugar legal, e um cara jogou um bilhete no palco n meio de uma música. Estava escrito: 'parem de tocar músicas autorais'. Porra, nosso show tem seis ou sete nossas e mais um monte de versões para compor uma apresentação de quase duas horas. É um desrespeito enorme com o artista. Isso dá uma desanimada grande."

Por fim, sobrou para o mercado como um todo. "São pouquíssimas as bandas e artistas que ainda conseguem algum rendimento satisfatório, fato que emperra ou interrompe muitas carreiras, obrigando quase todos a jornadas duplas e triplas, seja em outros empregos ou dando 20 aulas por dia. Nunca me achei uma estrela, mesmo participando de realities shows. Tenho pé no chão, nunca achei que ser reconhecida aqui e ali era o passaporte para o sucesso. É muito sacrificante e muito trabalhoso fazer música autoral. Tem e valer muito a pena e, infelizmente, às vezes, não dá para priorizar."

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Galeria do Rock na encruzilhada: como superar a degradação urbana, cisões internas e a falta de segurança

De maior centro comercial de venda de música do mundo e personagem de novela da TV Globo a um outrora ponto turístico agora sitiado pela insegurança e decadência da região central da capital paulista. A Galeria do Rock é uma vítima das circunstâncias político-administrativas e econômicas, mas até onde tem responsabilidade por alguns dos problemas que a acometem há alguns anos?

Ninguém consegue estimar se realmente houve uma diminuição do público, principalmente turistas, aos andares da mítica Galeria do Rock, até porque a pandemia de covid-19 embaralhou qualquer forma de aferição (e, por consequência, comparações) sobre o volume de público no local nos últimos tempos.

Para alguns lojistas, sobretudo aqueles que ainda comercializam algum tipo de música, a queda de faturamento e vendas está diretamente ligada aos problemas que afetam o entorno do centro comercial, afastando clientes, o que só agrava as tensões dentro do condomínio também conhecido como Grandes Galerias.

Já faz tempo que a Galeria do Rock é menos do rock e da música e mais de outros tipos de comércio. Dos outrora 140 lojas de CDs, LPs DVDs existentes lá nos anos 90, o auge da popularidade do centro comercial, restam não mais do que 30, se tanto. sca 

Boa parte dessas decadência tem a ver com os próprios rumos do negócio de música - ela ficou de graça e está desvalorizada, já que é muito fácil obtê-la e descartá-la. Talvez, como consequência, a relação dos ouvintes mais jovens com a própria musica degringolou, já que estes não mais a valorizam. Como consequência, veio a falta de interesse em "pagar" por qualquer tipo de música.

Se esse movimento global é uma realidade há pelo menos 20 anos, muitos comerciantes do local e do entorno da galeria reclama, em muito, da falta de ações da Prefeitura de São Paulo para zelar pela área central. 

Degradação

Desde 2001, na gestão Marta Suplicy (então no PT) foram elaborados  prometidos inúmeros planos de revitalização do centro, englobando Liberdade, Bom Retiro, Santa Cecília, Brás e outros bairros mais próximos. Nenhum saiu do papel.

A decadência se acentuou com a proliferação das Cracolândias em todo o centro expandido, agora espalhadas pra além de Santa Cecília e `chegando à Mooca, já na zona leste.

É óbvio que a pandemia ajudou a espantar o público, especialmente os turistas. A Cracolândia e a feira do rolo, ao lado da Galeria Olido, a 20 metros de uma das portas da Galeria do Rock, coletam esse cenário bárbaro de decadência e abandono,

"Está tudo muito difícil. Quem ainda não consolidou as suas vendas online convive com o descaso das autoridades e a falta de empenho de vereadores, que só aparecem para pedir voto, e sem o apoio da administração do condomínio, que nunca se importou com as mudanças para pior da Galeria", disse um lojista que ainda vende música no local e que pediu para não ser identificado.

Sua queixa abarca também o eterno conflito entre lojistas de vários segmentos. A velha guarda, que foi responsável para fazer do Centro Comercial Grandes Galerias a Galeria do Rock, reclama muito da mudança de perfil do comércio local - saiu a música e vieram as lojas de roupas, bugigangas, de tatuagem e demais serviços usufruindo apenas lateralmente do epíteto "do rock".

"O conceito de 'vender rock' vai muito além de vender música física", afirmou certa vez ao Combate Rock o síndico Antonio Souza Neto, também comerciante no local. "O pessoal que vende música teve problemas com a evolução de seu negócio e não conseguiu de adaptar a uma nova realidade. O conceito da Galeria continua o mesmo, o rock é um combustível formidável, mas também envolve outros segmentos, que estão ocupando os espaços", disse lá em 2012.

O Combate Rock tentou mais uma vez contato com o sindico da Galeria do Rock, mas ainda não teve retornos dos contatos por telefone.

Outro comerciante que pediu para ficar no anonimato afirma que a Galeia do Rock hoje é menos do rock por conta da "política administrativa" de Souza Neto de descaracterizar o local como venda de música. 

"A transformação foi ocorrendo aos poucos, mas ganhou impulso com o apoio do síndico, que achou interessante essa história de 'diversificar' o conceito. Como ele sempre encontrou resistência do pessoal que vende música, buscou apoio do restante do condomínio e está no cargo há muito tempo", disse o comerciante.

Souza Neto rebateu essa acusação recorrente em outra conversa com o Combate Rock, desta vez em 2014. "A maioria das minhas iniciativas e proposições agradam e recebem a maioria dos votos. Não dá para ficar parado no tempo", afirmou em um momento em que tentava ar novo impulso ao Instituto Cultural Galeia do Rock, que fi bastante ativo por um bom tempo.

Apogeu

Em seu período de administração, que já beira 30 anos, Souza Neto operou uma mudança importante no cotidiano do centro comercial. As várias escadas rolantes voltaram a funcionar depois de muito tempo, no final dos anos 90, e a segurança melhorou, assim como a limpeza no local.

 As várias brigas frequentes aos finais de semana entre gangues de metaleiros e punks acabaram - um episódio isolado ocorreu no começo deste ano, sem maiores consequências - e a Polícia Militar mantém há anos um patrulhamento constante na rua Barão de Itapetininga e no Largo do Paissandu .

Com bom trânsito entre alguns vereadores na primeira década deste século, manteve o Instituto Cultural com boa grade de eventos e, a mito custo, conseguiu que a prefeitura considerasse, finalmente a Galeria do Rock como importante ponto turístico da cidade, mesmo com o negocio da música em franca decadência e transformação.

O marketing funcionou a ponto de a Galeria se transformar em "personagem" d novela das 19h da TV Globo, que foi ao ar em 2010. Um dos comerciantes de música retratados no folhetim foi inspirado em Souza Neto, que vende roupas no local, entre outras coisas.

Os bons ventos não sustentaram indefinidamente a aura de "ponto turístico internacional" principalmente pelas seguidas crises econômicas brasileiras e a mudanças políticas na prefeitura a partir de 2017, que coincidiram com a deterioração progressiva da região central em todos os sentidos.

Infelizmente, de forma coincidente, o trânsito de Souza Neto com autoridades municipais e vereadores também diminuiu, segundo algumas fontes ouvidas pelo Combate Rock.

Tempestade perfeita

Não para dizer que é culpa dele, já que todo o comércio daquela parte do centro, da rua Santa Efigênia até a avenida Duque de Caxias, rua Sete de Abril e Vale do Anhangabaú deixou de ser ouvido e de ter força política para evitar o aumento da insegurança e até mesmo a reforma medonha e quase criminosa de todo o pavimento do vale, há dois anos.

Entretanto, foi o suficiente para que velhos atritos e rixas ressurgissem, além dos questionamentos de sempre. Muitos lojistas reclamam do desaparecimento - "se é que existiu algum dia", questionou um deles - do Instituto Cultural, além da pouca transparência e "voz" para a oposição.

Foram resgatadas as acusações de que o síndico intensifica a "descaracterização" do local. Outro se queixa de que as regras do condomínio impedem a manutenção necessária fora do horário comercial em dias de de semana e também aos domingos e feriados, enquanto Souza Neto autoriza a realização de eventos de origem externa em horários em que o local teria de estar fechado.

A referência é o Concerto Candlelight, realizado a luz de velas sempre homenageando um artista em questão, mas no formato erudito. Surgiu assim no exterior e foi implantado no Brasil pela empresa Fever. Já foram homenageados Queen, Coldplay, Abba e Rita Lee. 

No último dia 22 de junho foi a vez de Charlie Brown Jr. Mais uma vez Souza Neto não retornou aos nossos contatos para comentar as queixas.

A iniciativa tem o apoio do Grupo da Cidade, em parceria com a Associação Pró Centro - grupo formado essencialmente por pessoas que desejam contribuir para que tenham um centro de São Paulo mais humano e acolhedor, segundo o site da instituição.

O grupo, que já opera o Boteco 28 e a Loja da Cidade, ambos no Farol Santander, localizados na região central (prédio do antigo Banespa), anunciou que irá inaugurar o Galeria Rock Bar, com a inauguração prevista para o mês de julho. 

Além disso, também estão com iniciativas para apoiar a segurança dos moradores e frequentadores da região, como oferecimento de valet, e a criação do cronograma de atrações culturais integrais no estabelecimento, a fim de garantir que haja uma movimentação de pessoas nos arredores do espaço.

De acordo com o Rafael Ribeiro, um dos sócios do Grupo da Cidade, a iniciativa visa recuperar o público e trazê-lo novamente à noite no centro histórico paulistano. 
"Muito se fala sobre a degradação do centro, porém não existe um movimento que mostre as iniciativas que vêm dando certo. Os principais restaurantes brasileiros, casas noturnas, escritórios, estão no centro de São Paulo. Precisamos mostrar o outro lado, e trazer de volta para cá um público que deixou de frequentar por medo ou por preconceito. É um momento de recuperar e fazermos do centro novamente a nossa casa cultural. Aqui fizemos um espaço ressignificado e pronto para receber as pessoas", afirma o empresário.

Assim como a chegada de restaurantes e institutos culturais revitalizaram, em parte, o entorno do antigo prédio da Bolsa de Valores de São Paulo, as iniciativas do Grupo Cidade são um sopro de empreendedorismo e boas notícias ara uma região degradada de tal forma que espanta os turistas. 

 Cracolândia dispersa e os constantes roubos de celulares e a mão armada ainda são desafios enormes que precisam contar com a ação firme dos governos municipal e estadual na questão da segurança e da zeladoria, bem como no incentivo à ocupação do centro por emytpresas e por moradores de todas as classe sociais.

Para a Galeria do Rock, que aparentemente enfrenta numerosos dilemas, a questão passa por uma tentativa de entendimento no condomínio para que haja união, ao menos, para reivindicar ações efetivas da prefeitura para melhorar a região do Largo do Paissandu, praça do Correios, calçadões da Sete Abril e Barão de Itapetininga, bem como o entrono do Theatro Municipal.

E, mais uma vez, são necessárias ações para que se resgatem a verdadeira Galeria do Rock e os motivos que a fizeram famosa internacionalmente - a música, e o rock, principalmente. Não serão camisetas com estampas de super-heróis e canequinhas com a cara de personagens do seriado "Chaves" que evitarão o aumento da velocidade da derrocadas. 

terça-feira, 20 de junho de 2023

Joe Bonamassa corre para voltar ao blues antes de mergulhar de novo no hard rock

Quem esperava uma "descansada" do nerd da guitarra com decisão de retomar o grupo de hard rock Black Country Communion se surpreendeu com o anúncio de mais um álbum solo de Joe Bonamassa.

Ele encerrou o ciclo de divulgação de "Time Clocks", de 2021, e colocou no mercado, no começo do ano, o disco ao vivo "Tales of Times", mas não quer saber de parar.

Celebrando 20 anos de “Blues Deluxe”, seu álbum de maior sucesso até hoje, o músico lança um segundo volume no próximo dia 6 de outubro, via J&R Adventures. 

Assim como no original, a obra conta com uma série de versões para músicas importantes do blues que não necessariamente são sucessos ou clássicos. 

O próprio título do disco remete a uma música importante, as que só ganharia notoriedade ao ser gravada pelo Jeff Beck Group em 1968 em maravilhosa versão com Rod Stewart nos vocais.

O disco já estava gravado antes de Bonamassa entrar no estúdio, em Los Angeles, para a primeira fase dos trabalhos com o Black Country Communion, banda que criou em 2010 ao lado de Glenn Hughes (ex-Deep Purple, baixo e vocais), Jason Bonham (ex-Journey, bateria) e Derek Sherinian (ex-Dream Theater e atual Sons of Apollo, teclados).

Essa banda teve uma ascensão vertiginosa entre 2010 e 2013, lançando três álbuns de estúdio e um DVD/CD ao vivo, mas praticamente acabou por conta da agenda lotada de Bonamassa, que não abriu mão de sua carreira solo e dos projetos de produzir discos de outros artistas de blues. Houve uma tentativa de volta em 2018, com um quarto álbum, mas o fôlego já não era o mesmo.

Provavelmente o artista de rock/pop/blues mais prolífico da atualidade, Joe Bonamassa retoma o esquema de homenagear grandes nomes do blues após muito tempo. "Blues Deluxe Vol. 2" terá apenas duas canções inéditas.

Uma delas é "Hope You Realize It (Goodbye Again)", feita em parceria com Tom Hambridge, enquanto “Is It Safe To Go Home” é de autoria do guitarrista Josh Smith, que o acompanhou em sua mais recente turnê..

Depois de algumas reformulações, a banda básica que o acompanha atualmente tem Reese Wynans (teclado, ex-Double Trouble, de Stevie Ray Vaughan), Calvin Turner (baixo) e Lamar Carter (bateria). Entre as participações especiais ele contou com Paulie Cerra no saxofone, Dannielle DeAndrea e Charles Jones nos vocais de apoio.

O primeiro single lançado é uma excelente versão para "Twenty-Four Hour Blues", com Bonamassa voltando aos primórdios de sua carreira solo, n finalzinho dos anos 90.

Lista de músicas e seus autores:

01. Twenty-Four Hour Blues (Bobby “Blue” Bland)

02. It’s Hard But It’s Fair (Bobby Parker)

03. Well, I Done Got Over It (Guitar Slim)

04. I Want to Shout About It (Ronnie Earle & The Broadcasters)

05. Win-O (Pee Wee Crayton)

06. Hope You Realize It (Goodbye Again) - inédita

07. Lazy Poker Blues (Fleetwood Mac)

08. You Sure Drive A Hard Bargain (Albert King)

09. The Truth Hurts (Kenny Neal)

10. Is It Safe To Go Home - inédita

Festival In-Edit exibe filmes que retratam a formação do público jovem na música

Para celebrar seus 15 anos, o In-Edit Brasil - Festival Internacional do Documentário Musical - apresenta a Mostra Teen, com uma seleção de 8 títulos, entre documentários e ficções, que remetem à adolescência e à juventude, desde o início do século passado até os dias de hoje.

O K-Pop de "9 Muses of Star Empire", do diretor Hark-Joon Lee (2012), mostra o grupo formado pela Star Empire Entertainment, um dos mercados mais vorazes do mundo. 

Em "American Rapstar", o diretor Justin Staple (2020) mostra que o mundo do rap não é mais o mesmo e as novas caras do hip hop como Smokepurpp, Lil Xan, XXXTentacion, Lil Peep e Bhad Bhabie. 

Um retrato íntimo de uma das maiores boy bands de todos os tempos, The Backstreet Boys, é traçado no filme "Backstreet Boys: Show 'Em What You're Made Of", do aclamado diretor Stephen Kijak (2015).

Um dos títulos mais importantes na cultura adolescente das décadas de 1950 e 1960, o filme "Prisioneiro do Rock' n' Roll" (Jailhouse Rock), de Richard Thorpe (1957), traz como protagonista Elvis Presley. Clássico do cinema e do Rock, o filme foi visto por milhões de pessoas em todo o mundo. 

No filme histórico "Alvorada Da Alegria" (Reveille with Beverly), do diretor Charles Barton (1943), vemos uma das primeiras aparições na grande tela de Frank Sinatra, considerado o primeiro grande ídolo adolescente, além de atuações memoráveis de Count Basie, Duke Ellington, Ella Mae Morse, Bob Crosby, entre tantos outros nomes icônicos dos anos 1940.

Dirigido por Roberto Farias e estrelado pelo Rei Roberto Carlos, o filme "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" (1968) é um dos grandes clássicos brasileiros dedicado ao público jovem. 

Baseado no livro "Teenage: The Creation of Youth Culture" de Jon Savage (no Brasil, "A Criação da Juventude"), o filme "Teenage", de Matt Wolf (2013) fala do surgimento da cultura jovem como resultado da revolução industrial e da massificação dos meios de comunicação. 

O diretor Ron Mann nos brinda com o filme "Twist" (1992), com um material de arquivo que mostra os milhares de jovens que se reuniam em clubes de diversas cidades americanas para dançar ao som da música negra de Hank Ballard, Chubby Checker, LaVern Baker entre outros.

A 15ª edição do In-Edit Brasil - Festival Internacional do Documentário Musical acontece até 25 de junho, presencial em São Paulo, e com parte da programação online para todo Brasil.

IN-EDIT BRASIL 2023 _ MOSTRA TEEN


9 Muses of Star Empire

Hark-Joon Lee | Coreia do Sul | 2012 | 82 min.

O grupo feminino 9 Muses, da produtora Star Empire, se prepara para entrar pela porta da frente num dos mercados mais vorazes do mundo: o pop coreano, o k-pop. Aqui ninguém se conforma com menos do que o número 1 nas paradas, pois há milhões de dólares de investidores em jogo.

Neste documentário observativo, o diretor Hark-Joon Lee acompanha um ano dessa preparação incansável de nove garotas em um ambiente severo, com práticas questionáveis e resultados hesitantes. Tanta dedicação faz com que muitas vezes elas questionem o preço que estão pagando

18/06 DOM 15H – SPCINE OLIDO

21/06 QUA 18H – CECÍLIA CULTURAL

24/06 SAB 17H – CINEMATECA BRASILEIRA


American Rapstar

Justin Staple | Estados Unidos, 2020 | 73 min

O mundo do rap não é mais o que era. Enquanto a velha guarda de músicos procura se reinventar para continuar suas carreiras, os recém-chegados aproveitam tranquilamente o que já foi conquistado por outros. Adolescentes – emancipados ou acompanhados muito de longe por seus pais – assinam contratos milionários, desfilam roupas caras e levam na mochila um bom punhado de drogas. Eles formam a geração "cara tatuada", e mandam e desmandam no mercado, deixando seus antecessores simplesmente perplexos.

21/06 QUA 15H – CINESESC

24/06 SEX 16H30 – SPCINE OLIDO


Backstreet Boys: Show 'Em What You're Made Of

Stephen Kijak | Estados Unidos | 2015 | 110 min.

Um retrato íntimo de uma das maiores Boy Bands de todos os tempos: The Backstreet Boys. Traçando seus altos e baixos, traições e muita dedicação, o aclamado diretor Stephen Kijak aborda desde a infância até a fase adulta deste fenômeno adolescente que deu a volta ao mundo.

Tudo isso sem deixar de fora seu impulsor e vilão Lou Pearlman que os levou ao estrelato mas também, na surdina, criou seus competidores diretos, o N'Sync.

22/06 QUI 20H – CCSP - SALA PAULO EMÍLIO

24/06 SAB 19H – CINEMATECA BRASILEIRA


Jailhouse Rock (Prisioneiro do Rock' n' Roll)

Richard Thorpe | Estados Unidos | 1957 | 96 min.

Após matar um homem acidentalmente, Vince Everett (Elvis Presley) é levado preso. Na cadeia, ele conhece o ex-cantor country Hunk Houghton (Mickey Shaughnessy), que o ensina a tocar violão. Após ser libertado, Vince inicia sua carreira musical sob o agenciamento de Peggy Van Alden (Judy Tyler). "Jailhouse Rock" é um dos títulos mais importantes na cultura adolescente e foi visto por milhões de pessoas em todo o mundo.

18/06 DOM 18H – CCSP - SALA PAULO EMÍLIO

24/06 SAB 18H – CINEMATECA BRASILEIRA


Reveille with Beverly (Alvorada Da Alegria)

Charles Barton | Estados Unidos | 1943 | 78 min.

Beverly Ross modera um programa de rádio das 5:30 da manhã com música swing, dedicada aos militares locais. Dois amigos de seu irmão têm a chance de conhecê-la e ambos se apaixonam por ela. Neste filme histórico vemos uma das primeiras aparições na grande tela de Frank Sinatra, considerado o primeiro grande ídolo adolescente, além de atuações memoráveis de Count Basie, Duke Ellington, Ella Mae Morse, Bob Crosby entre tantos outros.

17/06 SAB 18H – CCSP - SALA PAULO EMÍLIO

24/06 SAB 20H – CINEMATECA BRASILEIRA


Roberto Carlos em Ritmo de Aventura

Roberto Farias | Brasil | 1968 | 97 min.

Enquanto o astro Roberto Carlos faz um filme, ele se vê perseguido por bandidos internacionais que queriam levá-lo para os Estados Unidos deixando seus fãs órfãos. Os bandidos o seguem em loucas correrias pelo Rio de Janeiro vivendo muitas situações de perigo. Dirigido por Roberto Farias, "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura" é um dos grandes clássicos brasileiros dedicado ao público jovem.

22/06 QUI 18H – CINESESC

24/06 SAB 16H – CINEMATECA BRASILEIRA


Teenage

Matt Wolf | Estados Unidos | 2013 | 80 min.

A adolescência nem sempre existiu. Durante séculos o mundo foi dividido entre crianças e adultos e não existia um ritual de passagem. Baseado no livro "Teenage: The Creation of Youth Culture" de Jon Savage (no Brasil "A Criação da Juventude"), este filme fala do surgimento da cultura jovem como resultado da revolução industrial e da massificação dos meios de comunicação. Abordando a primeira metade do século XX, o diretor Matt Wolf nos apresenta uma colagem de material de arquivo espetacular e trechos de um diário lidos por Jena Malone, Ben Whishaw e outros.

22/06 QUI 19H – CINE CORTINA

25/06 DOM 20H – CCSP - SALA PAULO EMÍLIO


Twist

Ron Mann | Canadá | 1992 | 74 min.

Quando o rock and roll se disseminou pelo mundo, milhares de jovens já se reuniam em clubes de diversas cidades americanas para dançar ao som da música negra de Hank Ballard, Chubby Checker, LaVern Baker entre outros. Movendo os quadris, agitando os braços, batendo palmas e fazendo acrobacias, toda uma geração foi forjada nas pistas de dança dando vida a uma das primeiras manifestações puramente adolescentes. O diretor Ron Mann nos brinda com um material de arquivo de tirar o fôlego e passa a limpo uma história pouco conhecida.

15/06 QUI 18H – CINESESC *

24/06 SAB 15H – CINEMATECA BRASILEIRA

25/06 DOM 16H – CECÍLIA CULTURAL

* Sessão apresentada pelo diretor Ron Mann.




IN-EDIT BRASIL 2023 _ FLASHBACK


Imagine the Sound

Ron Mann | Canadá, 1981 | 91 min

O documentarista canadense Ron Mann iniciou sua carreira com esse arriscado, pontiagudo e apaixonado filme sobre o free jazz. Retratando quatro dos mais importantes músicos do jazz de vanguarda da época (Paul Bley, Cecil Taylor, Archie Shepp e Bill Dixon) Mann usa sua câmera de forma ágil, oscilando entre o estático e o agitado fazendo com que imagem e som se entrelacem.

Considerado por diversos críticos como um dos mais importantes filmes sobre jazz já feitos, "Imagine The Sound" também traz os músicos falando sem cortes sobre política, clubes de jazz e consciência negra.

18/06 DOM 16H – CINEMATECA BRASILEIRA *

21/06 QUA 21H – CINE CORTINA

24/06 SAB 16H – CECÍLIA CULTURAL

* Sessão apresentada pelo diretor Ron Mann.


Jazz on a Summer's Day

Aram Avakian, Bert Stern | Estados Unidos | 1959 | 85 min.

Uma versão restaurada deste delicioso documento do Newport Jazz Festival de 1958, que em muitos aspectos antecipou os lendários documentários dos festivais de rock uma década mais tarde. Além de registrar performances memoráveis de Louis Armstrong, Mahalia Jackson, Chuck Berry, Thelonious Monk, Chico Hamilton, este filme histórico também se torna um retrato etnográfico do público, esboçando um mosaico social e racial que representava a estética da esperança.

21/06 QUA 18H – CINESESC

23/06 SEX 15H – CINEMATECA BRASILEIRA


Les Blues Entre les Dents (Blues Under The Skin)

Roviros Manthoulis | França | 1973 | 88 min.

Em 1972 o cineasta francês Roviros Manthoulis e sua equipe viajaram pelos Estados Unidos buscando o verdadeiro blues americano. O que eles encontraram vai da simples história de amor e miséria de um jovem casal do gueto do Harlem, aos encontros com doze grandes cantores de blues (BB King, Mance Lipscomb, Robert Pete Williams, Roosevelt Sykes). Entre acordes e melodias, a simplicidade e a segregação, esses músicos carregam a raiz da música norte-americana no anonimato, até que alguém bate à sua porta com um gravador.

21/06 QUA 18H – CINEMATECA BRASILEIRA

25/06 DOM 20H30 – CINESESC *

* Sessão apresentada pelo jornalista Marcelo Moreira.



SERVIÇO

In-Edit Brasil - 15º Festival Internacional do Documentário Musical

De 14 a 25 de junho - São Paulo e Online

www.in-edit-brasil.com | @ineditbrasi
l