segunda-feira, 5 de junho de 2023

Brasileiros reforçam as marcas e consolidam a ascensão no Best of Blues and Rock

 Uma oportunidade para decolar ou para se reinventar. Os artistas brasileiros preferiram olhar para o copo meio cheio e valorizar a chance de atingir outros públicos e reforçar as suas marcas no Best of Rock and Blues Festival.

Ira! e Dead Fish estão celebrando marcas importantes em suas carreiras - 40 anos e 30 anos de existência, respectivamente - e mostraram que ainda são bastante relevantes. Malvada, Nanda Moura e Day Limns tinham um desafio grande pela frente: escapar das armadilhas de basear repertórios em clássicos do blues e do rock e emplacar canções autorais.

Com o suporte luxuoso de uma banda lastreada em integrantes dos Blues Etilicos, Nanda Moura, cearense radicada no Rio de Janeiro, preferiu ir no porto seguro de músicas do cancioneiro de sempre, com versões corretas de números consagrados. 

Teve a ingrata missão de abrir o festival na tarde de sexta-feira, dia 2, para pouca gente, em uma tarde ensolarada. Deu conta do recado, apesar das condições complicadas de abertura.

O quarteto Malvada teve melhor sorte e contou uma plateia animada e maior, gente que esperava o Extreme e que curtiu bastante o hard rock bluesy em português das meninas.

Claramente emocionadas de estarem em um palco privilegiado, desfilaram quase todas as músicas do único álbum lançado e contaram com a boa vontade do público em ouvir coisa diferentes. 

"Perfeito Imperfeito", "Mais Um Gole", "A Noite Vai Ferver" e homenagem a Rita Lee com "Esse Tal de Roquenrow" mostraram qualidades que embasam a rápida ascensão da banda no cenário nacional. A guitarrista Bruna Tsuruda aproveitou muito bem a chance de mostrar o porquê de ser o motorzinho da banda com riffs certeiros e solos endiabrados e malvados.

Day Limns teve um pouco mais de dificuldade em atrair mais atenções. Artista nova, seu trabalho ainda é pouco conhecido apesar de suas participações em reality shows e seu viés mais pop teve pouco impacto em uma plateia que ainda chegava no Auditório do Ibirapuera.

O Dead Fish não perdeu tempo e desfilou quase uma hora de rock vigoro e intenso. Foi punk na veia, em que a galera se movimentou bastante e curtiu. Foi uma sequência de hits que chacoalhou o ambiente. Foi um bom aquecimento para a turnê europeia programada para este ano.

Por fim, a instituição Ira! fez o de sempre. Entrando com o jogo ganho, enfileirou hits e transportou todos para os mágicos anos 80. Com a voz mis grave e cada vez mais bluesy, Nasi puxou a fila e se mostrou completamente à vontade. Banda de palco e faz de tudo uma grande festa. 

Ovacionado e com o nome entoado, Edgard Scandurra parecia ser o que mais se divertia, brincando com riffs conhecidos e solando como o verdadeiro estilista que é. Certamente poderia ser uma das imagens do festival, com o astral lá em cima e fazendo do festival uma imensa celebração da arte. 

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