Eugênio Marins Júnior - do blog Mannish Blog
Esse diário é a minha versão do que que foi a 1ª edição do C6 Fest, festival patrocinado pelo banco homônimo e produzido pela Dueto Produções, a mesma do Free Jazz Festival e Tim Festival, além de outros. Portanto, as opiniões aqui emitidas são baseadas no meu gosto pessoal e não devem ser tomadas como críticas, assim como já fiz com tantos outros festivais espalhados pelo brasa.O C6 Fest aconteceu em um final de semana de maio de 2023, 19, 20 e 21, no Parque do Ibirapuera. Fui nos três dias, tentando assistir e fotografar o maior numero de shows.
Desde já agradeço à assessoria de imprensa do festival que selecionou o Mannish Blog entre os veículos de comunicação que cobriram o festival. É sinal que estamos fazendo alguma coisa certa ao longo dos 14 anos de exitencia do Mannish Blog e 12 anos da Mannish Boy Produções.
Xênia França abriu o C6 Fest. Cheguei atrasado devido a dificuldade em estacionar no entorno do Ibirapuera vindo de Santos. Peguei o show já começado e saí tirando foto na correria, até então não sabia que a direção do festival havia limitado o tempo dos fotógrafos às três primeiras músicas. E eles foram bem rígidos quanto a isso. Uma rigidez até um pouco irritante.
Xênia é uma cantora excepcional e sua banda idem. A mistura moderna entre sons eletrônicos e batidas de tambor, o afrofuturismo na prática. Aliás, "afroagorismo", porque o futuro é hoje. Foi meu primeiro show da cantora baiana e confesso que foi rápido demais. Quando vi já tinha acabado. Da próxima vez saio mais cedo de casa e deixo o carro mais perto. É foda aquele Ibirapuera.
Tá tranquilo, tá favorável pro segundo show do dia, a banda inglesa Dry Cleaning. Só que não, perdi o celular. Coisa que nunca havia acontecido antes. Acredito que isso tenha acontecido por estar careta até aquele momento. Pooorra, um copo de Heineken custava R$ 16 reais.
Cumpri a minha obrigação de fotografar a banda nas trê primeiras músicas e saí na busca do aparelho maldito. Passei a próxima hora perguntando para os faxineiros, seguranças, vendedores de cerveja se haviam achado ou ao menos sabido de alguém que havia achado um celular. Nada.
Já desconsolado, comentei com a assessora de imprensa responsável por nos expulsar do pit após a terceira música - coisa que ela fazia com competência e um certo sadismo - e ela disse que poderia ligar para ele. Então ela ligou e... achou. O telefone estava no escritório da produção. Tudo resolvido. Dei um livro Blues - The Backseat Music Vol. 3 pra ela como forma de reconhecimento.
Não conhecia o grupo da cantora Florence Shaw e quando ouvi, não curti. Veja bem, cresci nos anos 80 e todas aquelas referências que eles usam eu já ouvi. Gary Ashby, o hit da banda é chato, a voz da mina não empolga e as músicas não engrenam, os mesmos acordes, tá ligado? A introdução de Scratchcard Lanyard é New Order.
Mas quem estava lá parece ter gostado, apesar de a Tenda Heineken, onde rolou o show, estar com menos da metade da lotação. Esse primeiro dia foi bem vazio mesmo.
Fiquei por ali tomando uma Heineken que custou R$ 16 reais até começar o show da cantora inglesa Arlo Parks. Ouvi um comentário engraçado de um fotógrafo. Ele disse pra mim que ela tinha "voz de lounge". Sei lá que porra é isso. Fiquei olhando com cara de nada para a cara do malandro. Mais um show que a garotada curtiu. Eu achei apenas ok. Mais uma vez cumpri com a minha obrigação, fotografei as três músicas e tchau.
Fui na correria para o auditório Ibirapuera, restrito para os jornalistas mas liberado para os fotógrafos e cinegrafistas. Os lugares que estavam reservados para o povo das imagens era bem longe do palco, então, esperei sentar quem tinha de sentar e quando o show da Orquestra Ouro Negro começou fui e sentei no meio da platéia, um pouco mais perto da banda.
Acostumado a cobrir esses festivais que têm shows rolando ao mesmo tempo, optei em ficar ali e ver o show inteiro. A Ouro Negro, que tem como integrantes Mário Adnet, Armando Marçal, Jorge Helder, Marcos Nimrichter, Teco Cardoso, Joabe Reis e tantos outros feras tinha ainda como convidados Gabriel Grossi, Fabiana Cozzza e Monica Salmaso.
E aí o festival começou pra mim. Que maravilha de música brasileira. O show foi dividido em três músicas instrumentais, com solos, e mais três para cada convidado, Grossi, Fabiana e Mônica.
A Ouro Negro é dedicada às músicas de Moacir Santos, compositor, arranjador, multi-instrumentista que morreu em 2006, longe da sua Pernambuco natal. O show também foi uma homenagem ao jornalista e produtor Zuza Homem de Mello, falecido em 2020.
Saindo dali ainda consegui pegar o final do show da banda Christine and the Queens que me agradou muito, mas não consegui imagem. Não só a sonoridade como a disposição dos músicos no palco que privilegia a movimentação de Héloisse Letissier. O som, uma mistura com guitarras aparelhos eletrônicos, o que foi visto e ouvido em todo o festival, é sob medida para Héloisse.
Voltei correndo para o show da Nubya Garcia, por quem nutria grande curiosidade. E o show foi massa. Nubya e banda arrasam. Ela é uma saxofonista que gosta de solar, mas sem esquecer as raízes latinas. Seu som é jazz, mas ótimo para os quadris. Dou um destaque para o seu baixista, mas toda a banda de jovens músicos é boa. Um dos melhores shows do festival.
Confesso que não entendi o som do Julian Lage. Achei uma espécie de country-jazz, mas nem sei se isso existe. Não curti o estilo. Muita nota. Ele atacou com um trio com ele na guitarra um baixo acústico e bateria.
Não fiquei pra ver o show do Tigran Hamasyan Trio. Estava com mais de 20 mil em equipamentos na mochila e fiquei meio cabreiro de sair andando pra pegar o carro longe pra c*, do outro lado do Parque do Ibirapuera e da Av. Pedro Álvares Cabral.
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