sexta-feira, 16 de junho de 2023

Diário do C6 Fest - Primeiro dia, 19 de maio - primeira parte

 Eugênio Marins Júnior - do blog Mannish Blog

Esse diário é a minha versão do que que foi a 1ª edição do C6 Fest, festival patrocinado pelo banco homônimo e produzido pela Dueto Produções, a mesma do Free Jazz Festival e Tim Festival, além de outros. Portanto, as opiniões aqui emitidas são baseadas no meu gosto pessoal e não devem ser tomadas como críticas, assim como já fiz com tantos outros festivais espalhados pelo brasa.
 
O C6 Fest aconteceu em um final de semana de maio de 2023, 19, 20 e 21, no Parque do Ibirapuera. Fui nos três dias, tentando assistir e fotografar o maior numero de shows.
 
Desde já agradeço à assessoria de imprensa do festival que selecionou o Mannish Blog entre os veículos de comunicação que cobriram o festival. É sinal que estamos fazendo alguma coisa certa ao longo dos 14 anos de exitencia do Mannish Blog e 12 anos da Mannish Boy Produções.

Xênia França abriu o C6 Fest. Cheguei atrasado devido a dificuldade em estacionar no entorno do Ibirapuera vindo de Santos. Peguei o show já começado e saí tirando foto na correria, até então não sabia que a direção do festival havia limitado o tempo dos fotógrafos às três primeiras músicas. E eles foram bem rígidos quanto a isso. Uma rigidez até um pouco irritante.
 
Xênia é uma cantora excepcional e sua banda idem. A mistura moderna entre sons eletrônicos e batidas de tambor, o afrofuturismo na prática. Aliás, "afroagorismo", porque o futuro é hoje. Foi meu primeiro show da cantora baiana e confesso que foi rápido demais. Quando vi já tinha acabado. Da próxima vez saio mais cedo de casa e deixo o carro mais perto. É foda aquele Ibirapuera.

Tá tranquilo, tá favorável pro segundo show do dia, a banda inglesa Dry Cleaning. Só que não, perdi o celular. Coisa que nunca havia acontecido antes. Acredito que isso tenha acontecido por estar careta até aquele momento. Pooorra, um copo de Heineken custava R$ 16 reais.

Cumpri a minha obrigação de fotografar a banda nas trê primeiras músicas e saí na busca do aparelho maldito. Passei a próxima hora perguntando para os faxineiros, seguranças, vendedores de cerveja se haviam achado ou ao menos sabido de alguém que havia achado um celular. Nada. 

Já desconsolado, comentei com a assessora de imprensa responsável por nos expulsar do pit após a terceira música - coisa que ela fazia com competência e um certo sadismo - e ela disse que poderia ligar para ele. Então ela ligou e... achou. O telefone estava no escritório da produção. Tudo resolvido. Dei um livro Blues - The Backseat Music Vol. 3 pra ela como forma de reconhecimento.

Não conhecia o grupo da cantora Florence Shaw e quando ouvi, não curti. Veja bem, cresci nos anos 80 e todas aquelas referências que eles usam eu já ouvi. Gary Ashby, o hit da banda é chato, a voz da mina não empolga e as músicas não engrenam, os mesmos acordes, tá ligado? A introdução de Scratchcard Lanyard é New Order.
 
Mas quem estava lá parece ter gostado, apesar de a Tenda Heineken, onde rolou o show, estar com menos da metade da lotação. Esse primeiro dia foi bem vazio mesmo.

Fiquei por ali tomando uma Heineken que custou R$ 16 reais até começar o show da cantora inglesa Arlo Parks. Ouvi um comentário engraçado de um fotógrafo. Ele disse pra mim que ela tinha "voz de lounge". Sei lá que porra é isso. Fiquei olhando com cara de nada para a cara do malandro. Mais um show que a garotada curtiu. Eu achei apenas ok. Mais uma vez cumpri com a minha obrigação, fotografei as três músicas e tchau.

Fui na correria para o auditório Ibirapuera, restrito para os jornalistas mas liberado para os fotógrafos e cinegrafistas. Os lugares que estavam reservados para o povo das imagens era bem longe do palco, então, esperei sentar quem tinha de sentar e quando o show da Orquestra Ouro Negro começou fui e sentei no meio da platéia, um pouco mais perto da banda.

Acostumado a cobrir esses festivais que têm shows rolando ao mesmo tempo, optei em ficar ali e ver o show inteiro. A Ouro Negro, que tem como integrantes Mário Adnet, Armando Marçal, Jorge Helder, Marcos Nimrichter, Teco Cardoso, Joabe Reis e tantos outros feras tinha ainda como convidados Gabriel Grossi, Fabiana Cozzza e Monica Salmaso.
 
E aí o festival começou pra mim. Que maravilha de música brasileira. O show foi dividido em três músicas instrumentais, com solos, e mais três para cada convidado, Grossi, Fabiana e Mônica.
A Ouro Negro é dedicada às músicas de Moacir Santos, compositor, arranjador, multi-instrumentista que morreu em 2006, longe da sua Pernambuco natal. O show também foi uma homenagem ao jornalista e produtor Zuza Homem de Mello, falecido em 2020.

Saindo dali ainda consegui pegar o final do show da banda Christine and the Queens que me agradou muito, mas não consegui imagem. Não só a sonoridade como a disposição dos músicos no palco que privilegia a movimentação de Héloisse Letissier. O som, uma mistura com guitarras aparelhos eletrônicos, o que foi visto e ouvido em todo o festival, é sob medida para Héloisse.

Voltei correndo para o show da Nubya Garcia, por quem nutria grande curiosidade. E o show foi massa. Nubya e banda arrasam. Ela é uma saxofonista que gosta de solar, mas sem esquecer as raízes latinas. Seu som é jazz, mas ótimo para os quadris. Dou um destaque para o seu baixista, mas toda a banda de jovens músicos é boa. Um dos melhores shows do festival.

Confesso que não entendi o som do Julian Lage. Achei uma espécie de country-jazz, mas nem sei se isso existe. Não curti o estilo. Muita nota. Ele atacou com um trio com ele na guitarra um baixo acústico e bateria.

Não fiquei pra ver o show do Tigran Hamasyan Trio. Estava com mais de 20 mil em equipamentos na mochila e fiquei meio cabreiro de sair andando pra pegar o carro longe pra c*, do outro lado do Parque do Ibirapuera e da Av. Pedro Álvares Cabral.




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