terça-feira, 27 de junho de 2023

Diário do C6 Fest - domingo, dia 21 de maio

 Eugênio Martins Júnior - do blog Mannish Blog

Fotos: Eugênio Martins Júnior

Completo com atraso o diário do C6 Fest, contando o que aconteceu no último dia do festival em São Paulo, 21 de maio de 2023.

Domingão, solzão e shows começando às 16h indo até a noite. Juçara Marçal e Kiko Dinucci convidaram uma constelação para apresentar o show "O Ano de 1973", com um apanhado de temas lançados em um dos anos mais emblemáticos para a música brasileira. 

O time composto de Tulipa Ruiz, Arnaldo Antunes, Jadsa, Linn da Quebrada e Giovani Cidreira, cada um cantando dois temas e no final todos no palco em uma grande festa. Legal a diversidade. 

Nunca havia ouvido falar na Jadsa, hoje não paro de ouvir a produtora e cantora baiana. Esses festivais também servem para isso, ligar tudo e todos.

O Tim Bernardes subiu ao palco acompanhado de seu violão para um show que fez com perfeição, mas sem ousadia.  O cara senta lá e toca sem parar, falando pouco e, quando o faz, é bem econômico.

Com alguns milhões de visualizações no Youtube e outros tantos em audição nas plataformas de música, Tim optou por fazer um show em homenagem a, segundo ele, sua grande influência, a cantora Gal Costa, morta recentemente.

O que dizer de Caetano Veloso que entrou logo em seguida com uma super banda, tocando músicas próprias e muito conhecidas?

Em pouco mais de uma hora Caetano cantou "Odara", "Sampa", "Menino do Rio", "Um Índio" e mais,  com a voz impecável para quem está nessa desde os anos 60. De lavar a alma, Caetano já está com mais de 80 anos e ainda com pique de subir em grandes palcos como aquele.

Juro que vi uns marmanjos motociclistas, com bandana na cabeça e jaqueta de couro cantando "Menino do Riiiio" com aquela vozinha suave imitando o Caetano. Ursos fofinhos.

Por conta de todos esses shows no palco externo do Auditório Ibirapuera, perdi Black Country, New Road e cheguei atrasado para o show de Weyes Blood, show chatinho da Sandy de lá da gringa. 

O The War on Drugs é uma banda de rock meio alternativo que ao vivo é legal, mas em casa, fui ouvir de novo e achei chato. Ou o chato sou eu, não sei.

De lá fui correndo pro Auditório Ibirapuera, onde o jazz estava acontecendo pra ver a sensação do momento, a premiada Samara Joy.

Formação clássica do jazz: voz, piano, baixo acústico e bateria, tudo juntinho, formando aquele circulo no palco. Que maravilha. O ambiente de um auditório confere a cumplicidade necessária entre artista e público desse tipo de show.
 
A jovem cantora, apenas 21 anos, explorou isso. Ela usa a voz como quer e faz questão de mostrar. Lembra do Yamandu Costa quando começou, com todos aquelas notas e aqueles malabarismos? Acredito que com o tempo ela vai deixar esse excesso de “efeitos” de lado e se dedicar à emoção das músicas que interpreta. Tenho horror a esse tipo de comparação, mas um dia ela se tornará a Ella Fitzgerald do seu tempo.
 
Mas olha só, o show foi maravilhoso. Isso aí que tu acabaste de ler é a minha rabugice mesmo.
Com o show da Samara Joy o festival acabou pra mim. Não fiquei para ver Domi & JD Beck e The Comet is Coming. Moro em Santos, precisa comer e essa volta é sempre longa.

Fazia tempo que eu não via um festival com uma organização tão boa. Achei até que tinha gente demais trabalhando para auxiliar o público. Pessoas muito educadas.
 
Mas também acho que o público que compareceu nos dois primeiros dias do C6 ficou a quem do esperado pela produção.
 
Talvez um valor melhor nos ingressos e um ou dois nomes de mais peso no line up tivessem feito a diferença. Mas, no geral, achei legal a escolha dos artistas. É só a minha opinião, não sei quanto custou o projeto e qual foi o plano de negócio.
 
A pipoca não era salgada, mas o preço era, R$ 17,00 uma porção que levava 20 minutos pra sair. Um smash burger bem normal custava R$ 37,00 e, o maior absurdo, um copo de cerveja Heineken custava R$ 16,00. 

Veja bem, a Heineken é uma lager, e de uma grande fábrica. Nada justifica esse preço. Se fosse R$ 12,00 reais já seria cara, já que não há o custo das garrafas.

A gente encontra boas IPAs por aí por esse preço. Não havia muitas opções de lanche no local. Sou cervejeiro e sei o que estou falando.

Mas poderia ser pior, duas semanas depois, no mesmo Ibirapuera, no festival Best of Blues and Rock, o mesmo copo de cerveja, só que Spaten, seria cobrado R$ 20,00.
 
Resumindo, foi um grande festival, comtemplou muitos gostos tomara que tenha mais no ano que vem.

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