Os LPs, aqueles de vinil que começaram a ser associados a "colecionadores" no começo deste século, avançam solenemente no mercado de música e já são mais relevantes, em alguns mercados, do que os Cds em termos de vendas. Nenhuma banda de porte médio, hoje, no rock, deixa de lançar álbuns de inéditas no formato que se imaginava sepultado.
As vendas de vinis cresceram ano a ano a partir de 2010 e conseguiram ultrapassar as de CDs. Segundo o relatório anual da Recording Industry Association of America (RIAA), pela primeira vez desde 1987, as vendas de discos de vinil superaram as de CDs. Os dados são de 2022 nos Estados Unidos. Foram 41 milhões de vinis vendidos, contra 33 milhões de CDs.Não é mais coisa de colecionador. e a mística da melhor qualidade de som, ou a de som "grande e gordo, vintage", pesa cada vez mais na escolha pelo formato físico para ouvir música
Na música pesada brasileira, um movimento está confirmando a tendência. Dois selos pequenos decidiram colocar seus novos produtos em vinil no mercado nos próximo meses atendendo a pedidos de fãs que não necessariamente são colecionadores.
Contando com Derrick Green (vocal, Sepultura), André NM (guitarra, Nitrominds), André Curci (guitarra, Threat, Statues on Fire), Ricardo Brigas (baixo, Blackning, Titânio) e Edu Nicolini (bateria, Nitrominds, Voodoopriest, Anthares), o Musica Diablo lançou seu único álbum em maio de 2010. Agora, pela primeira vez o material tem a sua versão em vinil, lançada através da união dos selos AMM (All Music Matters), Melômano Discos e Neves Records.
"Esse lançamento em vinil, treze anos após termos lançado o CD, foi uma grata surpresa! Nós gravamos a parte instrumental no estúdio da Deck Discos, no Rio de Janeiro, com a produção de Rafael Ramos. Esse foi o mesmo estúdio onde eu havia gravado o quinto álbum do Nitrominds, cinco anos antes. Então, já estava familiarizado com estúdio e produtor. E os vocais foram gravados, posteriormente, em São Paulo", recorda o baterista Edu Nicolini.
A Fuzz On Discos, que agrupa a Anomalia Distro, Melômano Discos e Neves Records, abriu a pré-venda para o lançamento em vinil de "Black Force Domain", álbum de estreia do Krisiun. O LP, em vinil vermelho, traz encarte e bônus de "Total Death" do Kreator.
A Fuzz On informa que as 100 primeiras cópias da pré-venda, com envio programado para o dia 5 de junho, virão também com um slipmat (feltro) exclusivo.
O baterista Max Kolesne recorda que o primeiro disco do Krisiun foi gravado "em São Paulo na raça, inspirado no ódio e no espírito de revolta e vingança contra tudo e todos".
Segundo Max, o repertório é carregado de fúria, velocidade, agressão. "Subversivo, técnico, caótico e cru, 'Black Force Domain' não só definiu nosso estilo, mas quem é o Krisiun. Por isso, sempre estará entre meus prediletos e será fonte de inspiração para cada novo trabalho do Krisiun. Espero que continue inspirando as novas gerações que não seguem modas. E, claro, estamos muito felizes com o lançamento em vinil no Brasil!", acrescentou.
Gravado por Alex Camargo (vocal e baixo), Moyses Kolesne (guitarra) e Max Kolesne (bateria) no Army Studios (SP), o debut sucede o EP "Unmerciful Order" (1994).
Lançado originalmente em CD pela Dynamo Records no Brasil e relançado pela alemã Gun Records em 1997, "Black Force Domain" é motivo de orgulho para a cena do metal extremo brasileiro.
O colunista Ricardo Flávio, do site Rock on Board, fez uma análise interessante e nostálgica a respeito da volta dos LPs á ordem do dia e elencou uma série de selos brasileiros, todos underground, que apostam em lançamentos e relançamentos em vinil como forma de ganhar mercado e resgatar pérolas do rock nacional. Clique para ler o texto.
https://www.rockonboard.com.br/2023/05/selos-independentes-estabelecem-volta.html
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