quinta-feira, 15 de junho de 2023

Maestro e compositor, Luiz Schiavon deu forma a um incipiente synth pop brasileiro

 Rock progressivo ou synth pop? Luz Schiavon costumava rir quando o perguntavam obre como enquadrar o RPM, banda paulista que chegou a ser símbolo do rock nacional entre 1984 e 1986, apesar da concorrência de peso na época. O quarteto deteve por muitos anos o recorde de vendagem brasileira no rock nacional com o álbum "Pirata ao Vivo".

Schiavon era um estilista com seus teclados inventivos e ousados em canções que eram gemas pop e muito bem arranjadas. 

Fundados do RPM com o baixista e vocalista Paulo Ricardo, fez de sua banda algo diferente dentro do panorama pop, ainda que o sucesso não tenha durado muito. Ainda assim, sempre foi reconhecido omo um dos compositores mais instigantes de sua geração.

Lutando contra uma doença autoimune não esclarecida há quatro anos, Luiz Schiavon morreu nesta quinta-feira (15), aos 64 anos. Continuava na ativa com a sua versão do RPM, que inclusive lançou nova música recentemente, "O Sol da Liberdade".

Inteligente e articulado, tinha várias atividades nos períodos em que o RPM estava  em baixa - acabou várias vezes, quase sempre por conta de conflitos de todos os tipos com Paulo Ricardo. Foi diretor musical da banda de palco do Domingão do Faustão entre 2004 e 2010.

Músico apaixonado e workaholic, tinha fascinação pelo pop inglês oitentista, assim como Paulo Ricardo, mas conseguiu moldar o som do RPM de forma que  influência de Depeche Mode, Duran Duran, Classic Noveaux e outras bandas de synth pop não ficasse tão evidente. Paulo Ricardo sempre reconheceu que o som da banda era diferente e até mesmo inovador por conta dos teclados do desafeto.

Pelo menos três canções do RPM se tornaram sucessos estrondosos - "Olhar 43", "Loiras Geladas" e "London London", versão de uma música de Caetano Veloso dos anos 70.

Foi também compositor de trilhas sonoras de novelas da TV Globo, dentre eleas: "Terra Nostra", "Esperança" e "O Rei do Gado".

Schiavon fundou o RPM na década 1980 na capital paulista junto do vocalista Paulo Ricardo, o guitarrista Fernando Deluqui e o baterista Paulo Antônio, o P.A., morto em 2019.

A banda lançou seu primeiro disco em 1985, o Revoluções por Minuto, que vendeu mais de 900 mil cópias naquele ano. O grupo teve seu primeiro período de crise em 1987, quando teve um hiato de meses e depois lançou o disco Quatro Coiotes, em fevereiro do ano seguinte.

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