quarta-feira, 31 de maio de 2023

O triunfo de Roger Waters

 O show extra de Roger Waters em São Paulo, anunciado horas depois do esgotamento dos ingressos para a primeira apresentação, foi um enorme e potente murro na cara dos simpatizantes do fascismo em terras tropicais.

Envolto em polêmicas em sua última passagem or aqui, cinco anos atrás, chegará triunfante com a defenestração do lamentável ex-presidente Jair Bolsonaro e cum clima mis pacífico e com melhores perspectivas sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a quem admira.

A última visita de Waters, com shows em plena campanha eleitoral presidencial em 2018, rendeu momentos hilários, como a enxurrada "protestos" de celebridades bolsofascistas indignadas com as críticas a autocratas mundiais durante  show paulistano.

Muitos seres ignorantes não tiveram medo de passar vergonha em vídeos na internet ao vomitarem que queriam o dinheiro de volta, no estádio do Morumbi, por causa das "manifestações políticas" do artista durante o show.

Chamado de "comunista" or uma elite branca, endinheirada e avessa a qualquer tipo de redução de desigualdade social e avanço nos direitos humanos, Waters tripudiou diante da ignorância e da indigência de parte expressiva do público que simplesmente desconhecia a sua obra. 

Diante de supostas ameaças de prisão e cancelamento de shows por expor o nome de líderes fascistas do mundo que mereciam ser repudiados - entre eles Bolsonaro -, ironizou essas "iniciativas" em declarações corrosivas e alterações sutis nas mensagens dos telões para ressaltar o vexame dos conservadores ignorantes.

Militante antifascista e antirracista, apoiador de partidos de esquerda em várias partes do mundo, ganhou a ira dos Estados Unidos e de Israel ao combater publicamente os atentados contra a população palestina desde sempre cometidos por todos os governos israelenses desde sempre.

Ultrapassando os limites da chatice, encampa boicotes culturais a Israel há 20 anos com incansáveis telefonemas a artistas e esportistas para que desistam de visitar Israel. Não perde a oportunidade de "denunciar" publicamente quem insiste em se apresentar naquele país.

Sua militância política progressista desde os tempos de Pink Floyd, banda da qual foi baixista e vocalista até 1984, é mais do que conhecida - bastam algumas leves espiadas em obras como "Animals" (1977) e "The Wall" (1979). As manifestações de muitos incautos em São Paulo contra as "declarações políticas" em 2018, portanto, são inconcebíveis. 

Paladino dos direitos humanos e ardoroso defensor dos direitos humanos, Roger Waters, que chegará aos 80 anos de idade em 2023, também costuma errar feio - e demorar para se retratar.

Na contramão da classe artística esclarecida, chegou aa declarar um velado apoio ao presidente russo Vladimir Putin, o artífice da invasão de seu país à vizinha Ucrânia, em um movimento expansionista inaceitável.

Diante de argumentos pueris e sem embasamento na realidade, acabou ensaiando um recuo ao admitir que a questão precisaria ser analisada com mais profundidade e que o lado ucraniano certamente tinha sofrido uma "agressão". Ainda assim, foi duramente criticado por seu "antiamericanismo infantil e ressentido".

As escorregadas não obscurecem os seus acertos na maioria das causas progressistas que abraça. É provavelmente o maior nome do rock a se engajar na causa antifascista mundial e a denunciar os atentados a várias iniciativas de justiça social pelo planeta. Sua trajetória é digna de aplausos.


Marduk, banda de black metal sueca, volta ao Brasil em 2023

Vinte anos após a primeira das oito passagens pelo Brasil, a Caveira Velha Produções traz novamente a banda sueca de black metal Marduk, que retorna para se apresentar em São Paulo no dia 29 de outubro na VIP Station, casa localizada no bairro de Santo Amaro. O evento ainda contará com a presença das bandas Impurity (MG), Luxúria de Lilith (GO), Grave Desecrator (RJ), Vazio (SP) e Funeral Putrid (SP).

A apresentação do Marduk no Brasil será a última da turnê pela América Latina, passando pelo México, El Salvador, Costa Rica, Colômbia, Equador, Chile e Argentina. O grupo, que prepara o lançamento de seu 15º álbum de estúdio, "Memento Mori", sucessor de "Viktoria" (2018), recentemente demitiu o baixista Joel Lindholm, que fez uma saudação nazista durante um show na Inglaterra. 

O guitarrista Morgan "Evil" Steinmeyer Håkansson é o único membro remanescente da formação original, que estreou em 1992 com o álbum "Dark Endless".

 Ele é acompanhado atualmente por Mortuus (vocal), Fredrik Widigs (bateria) e pelo baixista Magnus "Devo" Andersson, que havia saído da banda em 29 de dezembro de 2020, mas retorna especialmente para a turnê após a demissão de Lindholm.

Vazio, banda paulistana de black metal formada por Renato Gimenez (vocal, guitarras e efeitos), Eric Nefus (guitarras e teclados), Nilson Slaughter (baixo e samples) e Daniel Vecchi (bateria) vem promovendo álbum "Eterno Aeon Obscuro" com shows importantes e participações em grandes eventos. 

Contando com músicos vindos de nomes como Armagedom, Social Chaos, Nuclear Frost e Creptum, o grupo apresenta uma mistura o metal extremo com sonoridades obscuras e rápidas do black metal, além de incorporar música experimental e ritualística. 

Após o EP de estreia, "Vazio" (2017), veio uma turnê pela Europa em 2017, quando o grupo se apresentou em sete países. Na sequência, vieram mais lançamentos – ao todo são seis splits, um EP e um álbum full.

Formado por Gerunda (vocal), Claudio Funerador (guitarra), Victor Magalhães (baixo) e Edvaldo Pepé (bateria), o grupo paulista Funeral Putrid, que recentemente abriu para a banda alemã Nocturnal, surgiu ainda na década de 90. 

Praticando um death/black metal com passagens de doom metal, conta com duas demo tapes, "Temple of Immortal" (1997) e "Sanctuary of Destruction" (2000) e o single "Lost in Darkness" (2003). Após encerrar as atividades em 2008, retomou os trabalhos e agora prepara o single "The Shadow".

A banda carioca de black/death metal Grave Desecrator surgiu em 1998 e atualmente promove seu novo álbum de estúdio, "Immundissime Spiritus". 

A discografia ainda conta com os álbuns "Sign of Doom" (2008), "Insult" (2010) "Dust to Lust" (2016), além de um álbum ao vivo, alguns EPs e splits. 

O trio Butcherazor (vocal e guitarra), Nathan Wicked (baixo) e M. Kult (bateria) prometem mandar um som cru e agressivo, que fez com que a banda se tornasse um dos principais nomes do metal extremo da América do Sul, tendo passado por mais de 15 países em suas turnês.

O power trio goiano de black metal Luxúria de Lillith tem uma discografia respeitável, com os álbuns "A Volúpia Infernal" (2005), "Sucumbidos pela Carne" (2009), "Mundo de Cadáveres" (2012), "Lilitus" (2016) e a ópera black metal dividida em 11 atos "Gehennom" (2019), além de várias demos de estúdio e ao vivo e o EP "Rascunho do Fim" (2011).

Sua formação tem o fundador Alysson Drakkar (vocal e baixo) ao lado de Larakna (guitarra) e Taufic (bateria). Drakkar e sua horda realizaram diversas apresentações pelo Brasil e no exterior, tocando na Bolívia, Peru, Portugal, República Tcheca, Alemanha, Inglaterra, Itália, Holanda, Suíça e México. Além de suas apresentações e registros fonográficos, Alysson Drakkar como artista pesquisador, produziu diversos clipes para Luxúria de Lillith.

Por fim, a tradicional banda mineira Impurity, criada ainda no final da década de 80 e que conta com oito álbuns de estúdio em sua discografia, sendo "Satan's Will Be Done" (2020) o mais recente. Prepare-se para o mais puro e genuíno black metal 'old school' da velha escola brasileira.

Serviço:

Atrações: Marduk, Impurity (MG), Luxúria de Lilith (GO), Grave Desecrator (RJ), Vazio (SP) e Funeral Putrid (SP)
Data: domingo, 29 de outubro
Abertura: 16h30
Local: Vip Station
Endereço: Rua Gibraltar, 346 - Santo Amaro - São Paulo/SP
Classificação etária: +18
Ingressos: primeiro lote esgotado; segundo lote online disponível através do Clube do Ingresso - https://www.clubedoingresso.com/evento/marduk-sp
Produção: Caveira Velha Produções

Noturnall faz da redenção o motor criativo em seu melhor álbum

 As coisas nunca foram fáceis para o cantor Thiago Bianchi, ainda que ele exale um astral ótimo em qualquer conversa. Superando vários problemas de saúde driblando os percalços para manter as bandas sob seus cuidados, ele tratou de fazer de sua carreira um exemplo de perseverança em empreendedorismo no rock nacional.

"Cosmic Redemption", o quarto álbum de estúdio de sua banda, a Noturnall, se encaixa perfeitamente em seu "perfil profissional": superação acima de tudo e drible no destino que parece conspirar contra em algumas vezes.

Quando entrou no Shaman, há quase duas décadas, parecia que a decolagem era certa, até porque a segunda formação da banda era um verdadeiro time de astros brasileiros.

Dois discos de estúdio e um ao vivo depois, o desgaste implodiu o projeto - rápido demais - e Bianchi e outros três músicos da banda precisaram partir para o Noturnall por volta de 2012. E, com essa banda, foram vários os recomeços devido a muitos problemas, com direito a uma pandemia de covid-19 no caminho.

Gravado há algum tempo, "Cosmic Redemption" prometia ser o grande trabalho da Noturnall para celebrar uma estabilidade na formação. Não deu, infelizmente. 

O ótimo guitarrista americano Mike Orlando (ex-Adrenaline Mob), morando em Nova York, saiu em meados do ano passado quando a banda tinha compromissos em São Paulo. 

A solução teve de ser caseira, com a segunda volta do guitarrista Leo Mancini. e não e que tudo e encaixou, reforçando a aura iluminada de Bianchi?

Engatando uma turn^com mais de 40 shows pelo Brasil neste ano ao lado de Paul Di'Anno (ex-vocalista do Iron Maiden), as coisas parecem estar se encaixando e se assentando. época propícia para finalmente lançar o novo disco.

Com produção certeira e ótimas músicas, "Cosmic Redemption" é a confirmação da evolução artística de uma banda que nasceu grande e que passou por cima do pessimismo. É o melhor dos quatro trabalhos de estúdio.

Mais do que maturidade, o trabalho ostra uma banda que esbanja confiança. Não há exageros e nada tão ousando a onto de causar estranhamento. É um conjunto de músicas que estabelece uma marca e faz da Noturnall um nome brasileiro de padrão internacional definitivamente. Hoje, oferece mais certezas do que dúvida.

Duas músicas já tinham sido divulgadas como aperitivo. "Scream!!! For!!! Me!!!" é power metal explosivo, que ganhou um clipe ainda com a presença de Orlando. Guitarras perfeitas conduzem um trem aparentemente desgovernado a um final apoteótico. E tem a luxuosa participação de Mike Portnoy (Sons of apollo, winery Dogs, ex-Dream Theater) na bateria.

"Try Harder" é outra canção poderosa que trilha o metal tradicional. Se ela não apresenta inovações ou algum tipo de ousadia, oferece energia e peso necessários para uma boa canção de apresentação de um novo trabalho.

As duas músicas, entretanto, não entregaram o principal: a versatilidade e  profusão de boas ideias em "Cosmic Redemption", cuja faixa-título já tinha sido executada na turnê russa ao lado do Disturbed antes da pandemia.

No estúdio ela soa mais sofisticada, com riffs incisivos de guitarra e uma seção rítmica que transmite total segurança - o baixo de Saulo Xakol é pulsante e pesado e a bateria de Henrique Pucci é firme e sólida. É a música que sintetiza o álbum.

"Cosmic Redemption é o disco que mais lutei para lançar e provavelmente um dos mais fortes de minha
carreira. Depois de toda uma reestruturação da banda e uma pandemia, por muitas vezes achei que não conseguiríamos…", comentou Bianchi quando do lançamento.  

O cantor expressa gratidão pela perseverança da banda e de seus colaboradores e se diz orgulhosos do que foi elaborado. "Metal é isso aí, é uma força maior do que os indivíduos de uma banda… e tem
vida própria. Orgulho gigante dos meus parceiros de banda e desse disco. Redenção Cósmica é exatamente o que estamos passando enquanto raça."

"Reset the Game" segue na mesma toada, e é possivelmente a melhor do disco entre um punhado de ótimas músicas. É metal na melhor amplitude da palavra, com os melhores e refrões que a banda produziu nos últimos tempos. 

Tem ainda uma ótima balada quase blues, a bela "Shadows (Walking Through)", carregada de simbolismos e que reflete alguns momentos difíceis da banda desde ano passado. Os arranjos orquestrais foram coordenados pelo guitarrista Michael Romeo, da banda Symphony X.

Outra participação bem especial é a de David Ellefson, ex-baixista do Megadeth e que hoje toca na banda internacional Dieth. É a mais rápida do disco, quase um speed metal que se destaca pelos belos arranjos de guitarra.

A surpresa foi a inclusão de "O Tempo Não Para", versão para o clássico de Cazuza que ficou emocionante com a participação de Ney Matogrosso, em outro golaço da Noturnall. 

A versão é carregada de emoção e dramaticidade em cima de uma base de guitarra pesada e eloquente. a canção destoa do restante do álbum, mas acaba funcionando por conta de ser inusitada e acrescentar um charme ao trabalho.

"Cosmic Redemption" resgata a Noturnall das tormentas e aponta para um futuro muito interessante no médio prazo para uma banda trabalha muito e cria bastante. A boa colheita agora e bem merecida.

 

terça-feira, 30 de maio de 2023

O deselegante e presunçoso clamor pela 'aposentadoria forçada' está de volta

 Etarismo seletivo é um termo que se aplica vivamente a uma série de seres desprovidos de bom senso que clamam pela "aposentadoria compulsória" de artistas dos mais variados segmentos sem atentar para exemplos caca vez mais escancarados de longevidade no rock e no blues.

O assunto voltou à tona com a morte de Tina Turner neste mês de maio, aos 83 anos - a causa da morte não foi revelada. Ela havia se retirado dos palcos em 2019, quando chegou os 80 e uma série de problemas de saúde levaram-na ao limite.

De forma inapropriada, o fim da carreira dela foi usado como exemplo de "fim digno", migrando para a uma aposentadoria, ainda que forçada. 

Foram muitos os que vomitaram, no Brasil e no exterior, pregando que a maioria dos artistas "clássicos" já tinham de ter parado "há muito tempo", já que se tornaram "improdutivos" e "irrelevantes", expeliu um jornalista brasileiro ávido por polêmicas.

Curiosamente, o mesmo que louvou nas redes sociais a presença do guitarrista de blues Buddy Guy no Best of Blues and Rock Festival, em São Paulo, um músico de 87 anos de idade.

Fazia tempo que o pessoal da "aposentadoria compulsória" não dava as caras. Essa gente asquerosa e agourenta ficou decepcionada com Ozzy Osbourne, que anunciou que não faria mais shows. 

Houve celebração - "finalmente o cara vai parar porque não dá mais...". Só que aí o cantor de heavy metal reaparece com o álbum "Patient Number 9", um álbum ótimo e recheado de amigos músicos contemporâneos do quilate de Eric Clapton e Jeff Beck...

O "etarismo seletivo" aplicado a uma série de astros do rock não pega em relação a músicos como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque, todos octogenários. Os mesmos que reivindicam a aposentadoria de Ozzy vibram com as novas turnês dos ícones da MPB.

É um ranço que extrapola a má vontade e a perseguição, coisa de gente que não suporta ver os Rolling Stones lotando arenas e entregando um show fenomenal à beira dos 80 anos. Buddy Guy e Paul McCartney (81 anos) podem tocar à vontade e são idolatrados, mas os integrantes dos Stones, do Deep Purple, do Kiss, dos Scorpions e de muitos são criticados por estarem "ultrapassados e serem irrelevantes"...

Essas mania de aposentar precocemente grandes artistas de rock não é nova e atinge alguns ápices de vez em quando. Vários críticos "descolados" comemoraram o que chamaram de fim dos dinossauros quando o furacão grunge demoliu as paradas de sucesso e jogou para escanteio muitas bandas importantes de rock clássico e heavy metal.

É fácil buscar no YouTube vídeos de supostos críticos e supostos jornalistas expelindo bobagens como "os Stones tinham de ter parado em 1983...", ou "The Who jamais devera ter voltado em 1989...", ou ainda "o Deep Purple e o Iron Maiden há muito estão fazendo hora extra, faz tempo que são irrelevantes..." 

Para azar desses corvos, o grunge durou menos de cinco anos, quase todas as bandas acabaram naquela mesma década de 1990 e poucas são lembradas. E então os corvos são obrigados a engolir novas turnês de Aerosmith, Jethro Tull, Yes, Iron Maiden...

Querer forçar a aposentadoria de artistas e bandas, aparentemente, é um esporte de roqueiros ressentidos que nunca se conformaram com a onipresença de bandas clássicas desde sempre, como se o sumiço dos "dinossauros" obrigatoriamente abrisse espaço para bandas novas e as fizesse atingir o sucesso.

Quem vê Bruce Dickinson à frente do Iron Maiden á beira dos 65 anos pulando e cantando por duas horas custa a acreditar que ele, com essa idade, ainda pilota aviões, arruma tempo para alguns programas de rádio, para escrever livros e, de vez em quando, praticar esgrima com a seleção inglesa principal da modalidade.

Para os corvos agourentos, Dickinson já deveria estar cuidando dos netos, de pijama o dia inteiro e vendo TV o dia inteiro, como certamente o avô dele teria feito. 

Nada contra tem esse privilégio, mas querer impor esse tipo de vida a artistas que ainda estão muito ativos e oferecem arte de qualidade é lamentável, desrespeitoso e desumano.

É revigorante e estimulante assistir a um show do Uriah Heep, há 53 anos nos palcos, e ver o imenso sorriso do guitarrista Mick Box, 75 anos, tocando e se divertindo ao embarcar em mais uma turnê mundial - e pensar que os críticos "etaristas" não cansam de reclamar de ter de trabalhar sete horas por dia e das dores causadas pelas caminhadas matinais de dois quilômetros, com pelo menos 20 anos menos...

Dá para dizer o mesmo de Steve Harris, baixista e líder do Iron Maiden, que faz questão de mostrar o sorriso imenso quando Rock in Rio ou em qualquer grande festival na Europa aos 67 anos de idade.

A simples aplicação da lógica da aposentadoria esportiva aos astros de rock demonstra claramente uma indigência intelectual monstruosa e uma total falta de empatia. São os mesmos que nunca tiveram coragem de morrer antes de ficarem velhos, como pregava Pete Townshend em "My Generation", clássico de The Who lançado há 58 anos. 

E é sempre bom lembrar que boa parte dessa gente etarista afina quando encontra músicos do rock nacional em entrevistas. Quantos destes não decretaram a morte artística de gente como Marcelo Nova (C anisa de Vênus), Humberto Gessinger (Engenheiros do Hawaii), Nando Reis (ex-Titãs), clamando por suas aposentadorias, e aparecem anos depois babando ovo para os mesmos músicos?

É clássica a coluna de jornal que vaticinava o fim do Barão Vermelho com a saída do guitarrista e vocalista Roberto Frejat - e vice versa - para ser desmentida um ano depois com arenas lotadas pelos dois artistas.

Essa gente não aprende que é perigoso agir impulsionada pelo ressentimento. São enormes as chances de passar vergonha. Por mais que admitamos que não é crime alguém torcer e clamar pelo fim da carreira de quem quer que seja - alguns até respeitam isso como opinião -, verbalizar tal coisa e desrespeitoso e de mau gosto.

As recentes apresentações em São Paulo de Caetano Veloso e Chico Buarque provocaram tamanha catarse coletiva que foram muitas as pessoas ás lágrimas na plateia. Dois senhores importantes que fizeram shows excelentes com um repertório de 60 anos recheados de obras-primas? 

Mas os dois não lança músicas relevantes há muito tempo, argumentam os corvos. E daí? Qual o critério de "música relevante"? Partindo do pressuposto que não existe mais parada de sucesso e hits, quem se importa se eles continuam tocando as canções que todo mundo quer ouvir e que foram compostas em 1970?

Esse é o grande desafio que os artistas do século XXI precisam enfrentar: serão relevantes por quanto tempo? Daqui a 40 anos ainda estarão em algum palco tocando músicas que as pessoas queiram ouvir? Conseguirão passar no teste do tempo, como todas as vítimas de "etarismo seletivo" já passaram?

B.B. King, morto em 2015 aos 89 anos - tocou até 12 meses antes de morrer - fez uma grande homenagem a Eric Clapton durante o Crossroads Guitar Festival edição 2007, evento criado pelo guitarrista inglês e realizado a cada três anos nos Estados Unidos.

Em um rápido discurso antes de uma música, King celebrou a existência de um festival como aquele, fruto da persistência e da generosidade de Clapton, mas também louvou a oportunidade de pessoas como ele, músicos calejados então com 82anos, terem a chance de se divertir no palco toando e fazendo boa música. 

A humildade de um monstro como B.B. King celebrando a vida e a música é a melhor resposta possível a etaristas ressentidos e sedentos pela aposentadoria compulsória, mas seletiva.


Pete Townshend relança seus 'primeiros' álbuns solo do final dos anos 70

 Na ressaca do fracassado projeto "Lifehouse", a ambiciosa segunda ópera-rock de The Who que nunca existiu, e de uma exaustiva e tens turnê americana, o guitarrista inglês Pete Townshend estava à beira de mais uam depressão severa.

Enfurnado no estúdio caseiro, toma hectolitros de qualquer coisa ao lado de alguns amigos naquele ano turvo de 1972 e queria compor algo, mas não conseguia. Dois desses amigos o ajudaram a superar o bloqueio criativo - Ronnie Lane, baixista dos Faces, e um cantor desconhecido chamado Billy Nicholls, que transitava entre o pop e o folk.

Das muitas horas de estúdio gastas em canções meio "chutadas", os três compilaram algumas canções em uma fita demo (de demonstração), mas Townshend considerou tudo muito ruim e aa abandonou. 

Meses depois, Lane e Nicholls o convenceram a lançar um LP do jeito que estava, então surgiu "Who Came First", aquele que seria o primeiro disco solo do guitarrista. Só que o próprio nunca levou a sério aquele "trabalho" de 1972, qu vendeu quase nada. Poucos ficaram sabendo de sua existência na época.

Não foram pouca as entrevistas em que Townshend considera "Rough Mix", de 1977, o seu verdadeiro primeiro disco solo. O problema é que não é um disco solo, mas feito - e creditado - a uma parceria como amigo Ronnie Lane. Cada um ficou com metade do álbum, e só trabalharam juntos de verdade em uma única canção.

"Rough Mix" e "Empty Glass" (1980), o terceiro álbum do guitarrista ( o segundo, já que ele "desconsidera" "Who Came First") ganharam nova edição neste mês de maio - mais uma vez remixados e remasterizados, mas sem os bônus que uma edição do passado trouxe.

São dois registros importantes da carreira do líder de The Who em um momento de distanciamento entre os membros do grupo.

 O vocalista Roger Daltrey se dividia entre os álbuns solo (até aquele momento, 1977, eram três) e a carreira de ator. O baixista John Entwistle estava ocupado com a trilha sonora do que viria a ser o filme-documentário "The Kids Are Alright"; já o baterista Keith Moon estava mais interessado em curtir  vida de rock star e tomar todas.

"Rough Mix" acabou sendo uma válvula de escape tanto para Townshend como para Lane, ambos em busca de um sentido para suas carreiras. Cada um gravou suas músicas e suas partes separadamente. A única verdadeira colaboração dos dois, "Heart to hang On To", uma bela balada folk de Townshend, era a penúltima do trabalho e é a melhor do álbum.

Alguns amigos estrelados participaram, como o guitarrista Eric Clapton e o baterista Charlie Watts (dos Rolling Stones), mas não foi o suficiente para transformar o LP em algo memorável.

"Misunderstood", de Townshend, é uma canção inteligente e com boa letra, caindo mais para um pop com levada de guitarra meio frenética. "April Fool", de Lane, segue a trilha folk tradicional que ele tanto amava e fazia desde que saíra dos Faces, em 1972.

"Rough Mix" é um tema instrumental composto pelos dois protagonistas, mas com uma presença um tanto tímida de Lane. "My Baby Gives It Away", de Townshend, foi uma tentativa de criar um hit pop, mas não deu certo, embora seja alto astral e divertida.

"Keep Me Turning" é um country folk lento e com ótima letra, mas mas peca pelo desânimo do guitarrista ao registrá-la, como se tivesse fazendo uma obrigação contratual. 

"Street in the City" tem o guitarrista enveredando por uma área mais "erudita", enfiando um naipe de cordas e tentando emular uma canção americana de Ira Gershwin ou Ira Berlin, grandes compositores americanos dos anos 30 e 40. Ficou interessante, mas não passa de uma curiosidade.

"Empty Glass" esteve bem longe de ser um passatempo. Denso e melancólico, quase pesado em relação ao clima em que foi gravado, tem músicas que originalmente foram compostas para um álbum de The Who., en

A questão é que Townshend não sabia o que fazer da vida no pós-morte de Keith Moon, o insano baterista, em 1978.A banda seguiu em frente com um amigo na bateria, Kenney Jones (Small Faces e The Faces), engatou uma turnê americana e outra europeia entre 1979 e 1980, mas o clima estava azedo, esquisito, e ele temia pelo fim da banda.

Mergulhado no álcool e nas drogas, e temporariamente separado da mulher e das duas filhas, o estúdio serviu de casa, literalmente, sempre abraçado a uma garrafa de qualquer coisa.

Era o prelúdio para a obra de arte solo que viria dois anos depois. "Empty Glass" foi praticamente gravado porn inteiro pot Townshend, ao estilo Paul McCartney em álbuns dos álbuns solo deste. Tocou todos os instrumentos e mexeu pouco nas gravações originais.

Lançado em abril de 1980, recebeu vários elogios da crítica pela qualidade das canções, embora nem tanto pela produção mais crua. 

Seus primeiros hits solo estão ali: a pesada e urgente "Rough Boys", uma homenagem tardia ás bandas punks, que o idolatravam, e "Let My Love Open the Door", uma das várias tentativas bregas de pedir perdão à mulher pelas pisadas na bola. É uma canção pop por excelência, mas que funcionou na época.

Tem autocomiseração, como a melancólica balada "I Am An Animal" e a excelente "A Little is Enough", a melhor do trabalho, com seu belo arranjo de sopros e teclados uelando com a guitarra bem sacada.

Roger Daltrey, o companheiro de Who, nunca teve meias palavras para criticar Townshend. Quando do lançamento de "Face Dances", em 1981, o pior disco da banda - o primeiro de inéditas sem Moon -, o vocalista reclamou que o guitarrista tinha guardado as melhores canções para o disco solo. Mal sabia ele que o próximo solo de Townshend, "All The Cowboys Have Chinese Eyes", de 1982, teria músicas ainda melhores.

Para quem tem curiosidade arqueológica a respeito de uma época diferente, com trabalhos diferentes, de artistas gigantes do rock, os dois álbuns reeditados de Pete Townshend são ótimas pedidas, assim como o primeiro álbum solo do guitarrista David Gilmour, do Pink Floyd ("David Gilmour", de 1978), "Too Late the Hero" (1981(, o quinto de John Entwistle (baixista do Who), e os discos de Jon Anderson, ex-vocalista, na época, do Yes.

O pacote de Townshend prevê ainda, na mesma toada, o relançamento de "All The Cowboys Have Chinese Eyes", mas ainda não previsão de quando isso ocorrerá.


Vida e morte de Brian Jones inspiraram, há dez anos, CD de banda paulista

 Um projeto inusitado de rock no interior paulista está completando dez anos e uma celebração está em curso em Campinas: uma banda afiada que perpetrou uma ópera-rock tendo como personagem o guitarrista Brian Jones, o criador dos Rolling Stones, que morreu em 1969 quando já estava fora da banda.

A banda Dusty Old Fingers compôs uma "ópera-rock" baseada no final da vida do músico inglês. "The Man Who Died Everyday" está nas plataformas de streaming e o título faz referência a uma declaração de Pete Townshend, guitarrista do Who, no dia seguinte à morte de Jones: "Ele era um cara que morria todos os dias". 

Sem exageros, o grupo brasileiro tentou recriar, com bom resultado, uma sonoridade stoneana bem setentista, em um trabalho bastante honesto e de bom gosto na parte musical – os arranjos são ótimos, especialmente os de teclados de "Blonde Hair, Baby Face", que tem um clipe simples no YouTube. 

O instrumental é de boa qualidade, assim como as letras, que são interessantes ao retratar o problemático primeiro guitarrista dos Rolling Stones.

Som datado? De certa forma sim, mas não de maneira negativa. As músicas passeiam do rock'n'roll básico com timbres que remetem aos Faces ao southern rock com levadas de Allman Brothers, alternando para o peso que pode ser facilmente encontrado no Humble Pie (de Steve Marriott e Peter Frampton). Aliás, a voz do cantor e guitarrista Fabiano Negri guarda certas similaridades com o timbre de Marriott.

 Duas músicas são poderosas: "My Best Enemy" e "Going to Hell", esta uma ode à loucura rock'n'roll, mostrando o tenso, caótico e violento relacionamento entre Jones e a modelo alemã Anita Pallenberg – que se tornaria a senhora Keith Richards, com que teve dois filhos -, no final de 1967, fato que piorou ainda mais a desintegração emocional do guitarrista louro. Outros destaques são "The World at My Feet", "Dirty Hands" e o encerramento belo e melancólico com a faixa-título.

O grupo Dusty Old Fingers foi criado em 2012 inicialmente como um projeto de Fabiano Negri e do guitarrista Tony Monteiro (jornalista musical que assina seus textos na revista Roadie Crew como Antonio Carlos Monteiro).

Negri ficou conhecido nos anos 90 por tocar com o Rei Lagarto e engatar uma bem-sucedida carreira solo, com álbuns ótimos com leras em inglês.  

A ideia da dupla era fazer um disco que resgatasse gêneros essenciais ao rock, como blues, classic rock e blues rock – tanto que o nome Dusty Old Fingers ("velhos dedos empoeirados") é uma referência à opinião da dupla de que o rock de antigamente era muito melhor do que o de hoje. Faz bastante sentido.

A maldição que assola os ex-vocalistas do Iron Maiden

 O cantor Blaze Bayley está em casa após mais e um mês internado na Inglaterra para se recuperar de um ataque cardíaco. O ex-vocalista do Iron Maiden informou amigos e parentes que está bem e que em breve deverá retomar as gravações de um álbum de inéditas e encarar uma turnê agora reduzida pelo Reino Unido.

O recente problema de saúde de Blaze, de 60 anos, foi apenas mais um revés que sofreu em sua vida depois que saiu do Iron Maiden, em 1999, e isso inclui outros problemas de saúde e a morte de sua mulher nos anos 2000. 

É uma maldição que afeta os ex-vocalistas da banda inglesa? o assunto é tenso a ponto de Paul Di'Anno, de 65 anos, que cantou na banda entre 1978 e 1982, não gostar de tocar no assunto. "Foram bons tempos no Maiden e minha vida sempre esteve além disso", comentou em recente passagem pelo Brasil quando foi perguntado sobre o assunto.

Di'Anno, um punk de periferia de Londres sem muita perspectiva e arruaceiro não tinha apreço heavy metal nos final dos anos 70. Gostava de viver perigosamente entre as gangues e se divertia cantando em buracos sujos.

Quando fez teste no Iron Maiden e gravou as primeiras demos, impressionou pela força do vocal e pelo vigor, além da agressividade. Não tinha técnica, mas isso era possível obter.

Foram quase quatro anos de muito trabalho e dois álbuns icônicos, mas ele foi demitido antes de a banda fazer o sucesso mundial que fatalmente viria. Bebia demais, arrumava muita confusão e não tinha a menor intenção de obedecer ao chefe, o baixista líder e criador da banda.

 Fora do iron Maiden, encarou alguns projetos, como Killers e Battlezone, engatou várias vezes uma carreira solo e chegou a morar por ao menos duas vezes em São Paulo. 

Com problemas crônicos de saúde, quase perdeu a perna nos últimos anos. Em temporada em Los Angeles, nos Estados Unidos, envolveu-se em uma briga de gangues, foi ferido seriamente e depois ficou preso por alguns meses.

Também teve de encarar meses de prisão na década passada na Inglaterra acusado de fraudar a previdência e de sonegar impostos, entre outras coisas. Apesar de reverenciado e respeitado pelo passado no Iron Maiden, nunca sentiu o gostinho de fazer um mínimo de sucesso na carreira solo.

Seu substituto, Bruce Dickinson, ás vésperas dos 65 anos atualmente, fez parte do auge do Iron Maiden e cantou por 10 anos antes de sair e encarar a carreira solo, a partir de 1993. Voltaria seis ano depois.

No "intervalo", não teve grades atribulações, exceto a falta de sucesso na carreira solo, mesmo gravando ao menos dois ótimos CDs. Se não chegou a beirar o ostracismo, esteve longe das paradas de sucesso para quem imaginava repetir o desempenho de Ozzy Osbourne fora do Black Sabbath.

Blaze Bayley, da banda Wolfsbane, foi o escolhido para substituir Dickinson. Cantor completamente diferente, com voz potente, as grave e gutural, foi rejeitado pela maioria dos fãs desde o começo. 

O Iron Maiden insistiu com ele por cinco anos e dois álbuns apenas razoáveis, mas não teve jeito a não ser atender ao clamor dos fãs: negociou a volta do antecessor e demitiu Blaze em 1999.

Bão sei se Blaze Bayley acredita na maldição. na década passada, tocando para poucas pessoas em um salão de festas travestido de bar em São Bernardo do Campo (ABC paulista), o cantor se mostrava grato pela oportunidade de ainda viajar pelo mundo e cantar. E sem ressentimento aparente emr relação á ex-banda.

"Estou aqui hoje, e estive várias vezes no Brasil, graças ao Iron Maiden. Fiz amigos pelo mundo e sou respeitado por conta de meu trabalho. Jamais reclamarei de alguma coisa. Toquei para ilhares de pessoas em estádios e vi discos com a minha participação venderem muito. Hoje eu saboreio esse legado e continuo tocando e cantando pelo mundo. E farei isso por muito e muito tempo", disse Blaze a este jornalista.


Depeche Mode traz clipe para a música ‘Wagging Tongue’

 Do site Roque Reverso

O Depeche Mode lançou no dia 24 de maio o clipe da música “Wagging Tongue”. É mais uma das boas faixas do mais recente álbum da banda, “Memento Mori”, que chegou aos fãs oficialmente em março.

O clipe contou com direção da dupla Alex Mavor e Ed Kaye, mais conhecida como The Sacred Egg. A direção criativa é de Anton Corbijn.

Ele já havia dirigido o clipe da ótima música “Ghosts Again”, que foi lançado em fevereiro e agradou em cheio aos fãs, sendo excelente cartão de visitas. 

O álbum “Memento Mori” é o 15º disco de estúdio do Depeche Mode. Ele sucedeu o bom álbum “Spirit”, que foi lançado em 2017 e que rendeu turnê que passou pelo Brasil em 2018, com show histórico e excelente em São Paulo no Allianz Parque.

Produzido por James Ford, com produção adicional de Marta Salogni, “Memento Mori” tem 12 faixas e foi o primeiro do Depeche Mode após a morte do cofundador e tecladista Andrew Fletcher.

Sem Fletcher, a dupla formada pelo vocalista Dave Gahan e pelo guitarrista Martin Gore é o que sobrou do grupo. Eles mostram, porém, que a banda continua muito produtiva e com material de qualidade.

https://youtu.be/3Y4MWULrLto

Roger Waters anuncia data extra em São Paulo após esgotamento de ingressos

 Do site Roque Reverso

Os ingressos para o show que Roger Waters fará em São Paulo no dia 11 de novembro se esgotaram após a elevada demanda. Com isso, foi anunciada nesta segunda-feira, 29 de maio, uma data extra para a capital paulista para a turnê de despedida do ex-integrante e cofundador do Pink Floyd.

A data escolhida é o dia 12 de novembro, um domingo, no mesmo local do show do dia anterior: o Allianz Parque, que é a arena do Palmeiras.

A venda de ingressos será realizada na terça-feira, 30 de maio, a partir das 12 horas (de Brasília) no site da Eventim Brasil.

Roger Waters voltará ao Brasil no segundo semestre de 2023 para shows que fazem parte de sua turnê de despedida. Tocará em seis capitais do País: Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo.

Na capital federal, Waters vai se apresentar no dia 24 de outubro na Arena Mané Garrincha. No Rio, vai tocar no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, no dia 28. Em Porto Alegre, o show será realizado no Estádio Beira-Rio no dia 1º de novembro.

Em Curitiba, o músico britânico fará show na Arena da Baixada no dia 4 de novembro. Em Belo Horizonte, a apresentação será no Estádio do Mineirão no dia 8. Em São Paulo, tem agora duas datas confirmadas no Allianz Parque: os dia 11 e 12 de novembro. E não se surpreenda se novas datas não aparecerem.

A turnê “This is Not a Drill”, originalmente programada para o ano de 2020, foi adiada por dois anos, por causa da pandemia, e teve início em julho de 2022 na cidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Seus últimos shows serão realizados na América Latina.

O show traz cerca de 20 clássicos de Roger Waters e também do período em que esteve no Pink Floyd. Presentes no set list estão “Us & Them”, “Comfortably Numb”, “Wish You Were Here”, e “Is This The Life We Really Want?”, entre outras faixas.

Waters também apresenta nos shows uma nova composição, “The Bar”, nesta turnê, que tem alguns shows transmitidos ao vivo em salas de cinema ao redor do mundo.

Neste link, é possível verificar mais detalhes sobre o preço dos ingressos para cada apresentação no Brasil, além de informações mais atualizadas sobre os shows.

Passagens mais recentes pelo Brasil

A passagem mais recente de Roger Waters pelo Brasil foi em 2018, em pleno período eleitoral, cujo resultado jogou o País para as trevas durante quatro longos e tristes anos, que também foram marcados pela fase aguda da pandemia, que matou mais de 700 mil brasileiros, muito em função da incompetência do ser lastimável que assumiu a Presidência da República em 2019 e que ironizou mortes e a covid-19.

A turnê de 2018 no Brasil chegou a criar polêmica com alguns “fãs” que, infelizmente, nunca entenderam as letras do Pink Floyd e a proposta da banda.

Especificamente em São Paulo, Roger Waters, que alertou os brasileiros sobre o caos que se aproximava, chegou a ser vaiado por uma parte do público, ao mesmo tempo que foi apoiado pelos fãs de verdade.

Outra turnê marcante do confundador do Pink Floyd pelo Brasil foi a megaclássico disco “The Wall” em 2012. Em São Paulo, para um público de 70 mil pessoas, Roger Waters hipnotizou os fãs com um show inesquecível, que contou com cobertura especial do Roque Reverso.

Polêmica recente sobre nazismo

Nestes últimos dias de maio de 2023, Waters acabou sendo envolvido em nova polêmica, desta vez na Alemanha.

O cofundador do Pink Floyd precisou ir às redes sociais para explicar que o uniforme de estilo nazista que ele usava no palco de um show em Berlim, o que levou a polícia alemã a abrir uma investigação sobre o músico britânico, mostrava sua oposição ao fascismo e à intolerância, e não qualquer tipo de apoio, como foi incrivelmente cogitado pelas autoridades daquele país na semana passada.

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Roger Waters anuncia seis shows no Brasil em 2023

 Do site Roque Reverso

Roger Waters voltará ao Brasil no segundo semestre de 2023 para shows que fazem parte de sua turnê de despedida. O ex-integrante e cofundador do Pink Floyd tocará em seis capitais do País: Brasília, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo.

Na capital federal, Waters vai se apresentar no dia 24 de outubro na Arena Mané Garrincha. No Rio, vai tocar no Estádio Nilton Santos, o Engenhão, no dia 28. Em Porto Alegre, o show será realizado no Estádio Beira-Rio no dia 1º de novembro.

Em Curitiba, o músico britânico fará show na Arena da Baixada no dia 4 de novembro. Em Belo Horizonte, a apresentação será no Estádio do Mineirão no dia 8. Em São Paulo, tocará no dia 11 de novembro no Allianz Parque.



A turnê “This is Not a Drill”, originalmente programada para o ano de 2020, foi adiada por dois anos, por causa da pandemia, e teve início em julho de 2022 na cidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. Seus últimos shows serão realizados na América Latina.

O show traz cerca de 20 clássicos de Roger Waters e também do período em que esteve no Pink Floyd. Presentes no set list estão “Us & Them”, “Comfortably Numb”, “Wish You Were Here”, e “Is This The Life We Really Want?”, entre outras faixas.

Waters também apresenta nos shows uma nova composição, “The Bar”, nesta turnê, que tem alguns shows transmitidos ao vivo em salas de cinema ao redor do mundo.

A venda de ingressos para as cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília começa no dia 24 de maio, a partir de meio-dia. Para as apresentações de Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre as vendas têm início dia 25 de maio, também a partir de meio dia.

Os ingressos estarão disponíveis no site da Eventim e em pontos de venda credenciados.

Neste link, é possível verificar mais detalhes sobre o preço dos ingressos para cada apresentação no Brasil, além de informações mais atualizadas sobre os shows.

A passagem mais recente de Roger Waters pelo Brasil foi em 2018, em pleno período eleitoral, cujo resultado jogou o País para as trevas durante quatro longos e tristes anos, que também foram marcados pela fase aguda da pandemia, que matou mais de 700 mil brasileiros, muito em função da incompetência do ser lastimável que assumiu a Presidência da República em 2019 e que ironizou mortes e a covid-19.

A turnê de 2018 no Brasil chegou a criar polêmica com alguns “fãs” que, infelizmente, nunca entenderam as letras do Pink Floyd e a proposta da banda.

Especificamente em São Paulo, Roger Waters, que alertou os brasileiros sobre o caos que se aproximava, chegou a ser vaiado por uma parte do público, ao mesmo tempo que foi apoiado pelos fãs de verdade.

Outra turnê marcante do confundador do Pink Floyd pelo Brasil foi a megaclássico disco “The Wall” em 2012. Em São Paulo, para um público de 70 mil pessoas, Roger Waters hipnotizou os fãs com um show inesquecível, que contou com cobertura especial do Roque Reverso.

No álbum ‘Electric Delta’, Duca Belintani revisita uma de suas raízes


Ricardo Gozzi - do site Roque Reverso

Ainda nem pensávamos em pandemia quando o guitarrista Duca Belintani partiu para uma viagem sonhada durante anos. Décadas talvez. De carro, ele atravessou em 2019 os quase 1.500 quilômetros que separam as gélidas ventanias de Chicago do calor abafado de New Orleans.

Em sua maior parte, o longo trecho precisa ser percorrido por duas interstates, como são chamadas as rodovias interestaduais nos Estados Unidos, mas passa voando para os apreciadores do blues.

De Chicago até New Orleans, incontáveis bares oferecem um circuito inebriante de artistas talentosos, dos mais jovens aos mais velhos, sobre os quais talvez jamais ouçamos falar.

Mas uma coisa é colocar o pé na estrada como um mero apreciador o blues. Outra — bem mais significativa — é ser um guitarrista para o qual o blues figura como uma de suas bases de formação. 
“Foi tudo mágico”, relatou Duca ao Roque Reverso.

Em Chicago, ao visitar o Buddy Guy’s Legends, deparou-se com a lenda do blues em carne e osso. Duca contou que, depois de contar a ele que havia lançado álbuns de blues no Brasil, ouviu de Buddy Guy: “Continue, precisamos levar o Blues para as novas gerações.”

Quando passou pelo Mississípi, Duca tocou pela primeira vez em uma juke joint da famosa trilha do blues. O palco foi o Blue Front Cafe, em Bentonia. E como ele foi parar ali? A convite de Jimmy “Duck” Holmes, a quem Duca mostrou seu trabalho e com quem aprendeu a pegada do hill country mississipiano.

Depois de beber direto da fonte, Duca Belintani voltou para o Brasil e foi direto para o estúdio compor e gravar “Electric Delta”.

Em seu oitavo disco solo, Duca revisita uma das raízes de seu trabalho e proporciona um grande contraste em relação a seu álbum anterior, o divertido e teatral “Blues na Floresta”, inspirado nas mais marcantes histórias do folclore brasileiro.

O novo trabalho traz nove músicas eletrizantes. Literalmente. A simplicidade das letras e das bases originadas na lama do delta do Mississippi ganhou o lustro de solos e drives de bom gosto. E rendeu mais uma prova de que ainda se faz blues de qualidade no Brasil.

Mulheres guitarristas dominam os lançamentos no blues

Expansionista, diversificada, nostálgica e muito criativa. A guitarra blues empunhada pelas mulheres ganhou mais um capítulo com os mais recentes lançamentos em uma profusão de criatividade e qualidade.

São jovens instrumentistas que demonstram uma experiência e maturidade que surpreende, além de não terem receio de experimentar e ousar, mesmo em searas tradicionais.

As americanas Ally Venable e Samantha Fish conseguiram revigorar revigorar o gênero buscando inspiração no rock, no folk e na country music; a sérvia Ana Popovic abraçou sem medo o mundo pop e a inglesa Joanne Shaw Taylor revestiu seu toque sofisticado de um tradicionalismo com sotaque moderno.

- Ally Venable é um legítimo produto deste século. Tem só 24 anos de idade, mas toca como uma veterana, a ponto de arrancar elogios de gente como Bonnie Raitt e Susan Tedeschi, duas das mais importantes guitarristas do blues moderno.

Texana como outra jovem durona e virtuose, Jackie Venson, Ally tem uma discografia respeitável e lançou recentemente "Real Gone", seu melhor trabalho e candidato ás listas de melhores do ano. Tem peso, tem timbre diferenciado e muita energia.

Suas referências são as melhores possíveis e, caminhando diretamente para o rock. Mas é no blues que ela se destaca co uma pequena ajudinha de amigos da pesada, como Buddy Guy na arrasa-quarteirão "Texas Louisiana". 

Os dois se divertem homenageando figuras importantes da música de seus Estados natais e demonstraram um entrosamento invejável - e improvável por conta da diferença de idade, 64 anos.

A moça esbanja qualidade em uma canção típica do cancioneiro blues acústico, com muita sensibilidade e delicadeza em "Blues Is My Best Friend", onde canta divinamente e transborda feeling e sensibilidade. Seu solo no meio da música é excelente e cativante.

O rock chega com tudo na faixa-título, onde certamente enche de orgulho Billy Gibbons, outra lenda texana que lidera o ZZ Top. Os riffs são certeiros, com solos que exalam urgência e força.

O onipresente Joe Bonamassa, maior nome do blues da atualidade, não poderia deixar de dar uma canja, ele que já produziu e tocou com Joanna Connor e Joanne Shaw Taylor.

"Broken and Blue" é uma balada blues que transpira sensibilidade e competência, onde Ally se revela uma cantora inspirada sob a batuta de um guitarrista estrelado. Uma canção que poderia estar em qualquer disco recente de Bonamassa.

E ainda tem pérolas como "Don't Lose Me", "Justifyin'", "Going Home" e uma saraivada de blues com pitadas de rock que soam incandescentes e frenéticos. Com seu novo álbum, chegou ao mesmo patamar de Ana Popovic, Samantha Fish, a citada Joanne Shaw Taylor, Joanna Connor, Jackie Venson e Erja Lyytinen. 

- Destaque em diversos festivais europeus há quase duas décadas, a sérvia Ana Popovic desembarcou nos Estados Unidos disposta a furar a barreira do preconceito contra os estrangeiros que se aventuram no blues, algo recorrente contra os brasileiros, por exemplo.

Até mesmo ela se surpreendeu com o sucesso dela, caindo nas graças dos americanos mais tradicionalistas e ainda penetrando em terrenos mais espinhosos, como o daqueles que apreciam o blues mais moderno. 

"Trilogy" foi um de seus projetos mais bem-sucedidos, um disco triplo contendo muito blues, muita soul music e música mais pop e acessível.

E é nessa praia que que a guitarrista europeia ressurge com seu mais recente trabalho, "Power", assumindo sua "americanidade", com sotaque guitarrístico próprio e vocais bacanas, com tal desenvoltura que alguns questionam se ela é mesmo sérvia.

"Rise Up" é uma delícia de jazz pop onde Ana desfila uma classe e versatilidade contagiantes, misturando groove e solos de muito bom gosto.

E não é que tem bossa nova? "Power Over Me" tem um sotaque meio carioca, meio novaiorquino, com um balanço regado a seção de metais que surpreende pelo groove latino e pelo bom desempenho notável nos vocais. Ana Popovic brinca com sua voz e faz com que todo o conjunto de instrumentistas se destaque.

Tem reggae e calipso? Também tem, e com acentuados elementos latinos novamente."Doin' This". Toda a influência de Carlo Santana transpira na guitarra malemolente e cheia de balanço embalada por base em teclados que fazem da canção algo bem diferente de tudo o qu ela já fez.

Ela atira para outros lados, acertando sempre e mirando outros públicos e outras praias em 'Deep Down", "Rise It" e "Strong Taste", Mostrando que, indo além do blues, sua total imersão na música americana foi uma excelente decisão, ainda que arriscada.

- Samantha Fish ainda não chegou aos 35 anos de idade, mas é a mais elogiada das guitarristas de blues dos últimos cinco anos nos Estados Unidos. Transita de forma desenvolta por todos os subgêneros e causa arrepios com sua destreza e pegada firme, para não falar do timbre incandescente.

Com os elogios e a a boa recepção de todos os seus álbuns, especialmente "Faster", sentiu-se credenciada a explorar outros ambientes, e o fez com a ajuda de um guitarrista virtuoso e de outra praia, Jesse Dayton, um nome importante na área da country music.

A parceria inusitada o estúdio rendeu passeios pelo jazz, pelo rock e pelo funk, tudo regado a guitarras afiadas e flamejantes, que não economizaram na ousadia.

"Death Wish Blues", o nome do álbum, poderia remeter a algo mais tradicional do blues, mas a faixa-título nos leva a outra direção: um rock vigoroso e pesado, cheio de guitarras saturadas e riffs poderosos.

"Down in the Mud" é um cavalo-de-pau para o funk, com as guitarras cheias de efeitos embarcando no melhor estilo Carlos Alomar (Santana, David Bowie) com um molho todo especial e um vocal bem trabalhado de Dayton. E o duelo de guitarras no meio da canção é bem saboroso.

É uma preparação par a excelente "Riders", o primeiro single divulgado, com um dueto saboroso temperado por um blues misturando com funk que remete aos melhores momentos dos anos 70. É forte, é pegajoso, é dançante.

Se a trinca inicial tem essa pegada, o que dizer do resto do álbum? É tão poderoso quanto, com os dois guitarristas esbanjando talento e qualidade nas composições. 

"Settle For Less" envereda por um rock alternativo simples, mas repleto de "clima sujo" de boteco de periferia, desafiador e meio profano. "Trauma" segue na mesma linha, com Dayton dando o tom os vocais e duelando nas guitarras com Samantha.

Bastante coeso e regular, "Death Wish Blues" mostra ainda boas canções como "No Apology", uma canção pop por excelência, mas sem grandes atrativos, e "Flooted Love", mais um rock com acento alternativo e guitarras nervosas, evidenciando uma certa diversidade sonora. 

"Dangerous People" é a cara dessa diversidade, com seus arranjo mais modernos   uma batida que emula algo de eletrônico, assim como as vozes processadas.

 É um álbum diferente da musicista, com menos blues e mais experimentações e tiros para outras direções. Samantha Fish olha novamente para o futuro e isso é muito bom.

- Da Irlanda vem a ótima guitarrista Grainne Duffy, que atinge a maturidade aos 36 anos em processo parecido com o de Samantha Fish. Fiel a uma tradição britânica, a moça aposta em um blues rock mais tradicional e sem muitas variações.

Influenciada por Gary Moore (1952-2011) e Rory Gallagher (1948-1995), referências históricas e conterrâneos, ela desfila elegância e bom gosto na escolha de temas em seu mais novo disco, "Dirt Woman Blues".

Mesmo que opte por uma sonoridade mais "old school", consegue dar uma cara de modernidade em algumas canções, como é o caso de "Running Back to You", uma canção com jeitão tradicional com uma linha de guitarra interessante na linha texana.

"Rise Above" vai na mesma toada, com riffs variando entre o blues rock e o folk americano embasando um vocal bem ao estilo irlandês, intercalado com alguma pitada de sotaque de Boston.

"What's It Going to Be?" é mais blueseira, sem grande ousadia, apesar do vocal bem feito e delicado. "Sweet Liberation" é um mergulho interessante no blues rock da Costa Leste, remetendo quase que diretamente a Gov't Mule com uma levada á la Rolling Stones em alguns momentos.

Se inovação não é a tônica do disco "Dirt Woman Blues", a fidelidade a um estilo mais despojado é a característica mais marcante tanto nos riffs como nos vocais, como é possível observar em "Hold On to You" e "Well Well Well".. Um pouco mais de ambição aparece em "Yes I Am", com um trabalho notável de guitarras e solos bem construídos.

Com o destaque que vem tendo no blues britânico, é mais uma candidata a ser apadrinhada por Joe Bonamassa, da mesma forma que Joanne Shaw Taylor.

 – Joanne Shaw Taylor é mais uma boa artista britânica a mergulhar na cultura americana de raiz e colher bons resultados, seguindo os exemplos bem-sucedidos de Eric Clapton, Van Morrison e U2, entre outros. Isso é resultado direto do trabalho com o maior nome do blues da atualidade, o guitarrista onipresente Joe Bonamassa, que resolveu se aventurar como produtor.

A guitarrista inglesa coloca na praça seu terceiro álbum desde 2021 – um deles ao vivo – e esbanja bom gosto na escolha do repertório e dos timbres de guitarra mais limpos.

Para os puristas e fãs mais radicais, a notícia não é boa. O som está mais pop e caindo para a country music em “Nobody’s Fool”, o recém-lançado disco.

“Won’t Be Fooled Again” é o maior exemplo desse direcionamento, e cm direito a uma participação muito especial de Bonamassa, de novo participando da produção. É uma canção pop pura, bem feita e bem executada, com um show de Bonamassa nos dois solos.

É curioso esse direcionamento sabendo que Bonamassa produziu o disco anterior da musicista inglesa, cm dos dois caindo de cabeça no blues americano de raiz, em um discaço. O direcionamento pop e country era um antigo anseio de Joanne, que nunca negou a admiração por uam série de artistas americanos.

“Just No Getting Over You” (Dream Cruise) é o retrato dessa admiração, em que passeia pelo cancioneiro pop com arranjos de extrema qualidade que jogam a música para cima e para frente em um country soul de primeira qualidade.

“Nobody’s Fool”, a canção, tem delicadeza e sofisticação na medida certa, seja na guitarra acústica que serve de base seja na guitarra manhosa e cheia de efeitos que ressalta a melodia.

No baladão country conduzido por piano e violoncelo (blo trabalho de Tina Guo) “Fade Away” Joanne se aproxima do gospel em clima intimista, enquanto que “Then There’s You” volta a ressaltar a delicadeza da interpretação em um ambiente mais controlado.

“Runaway” flerta com o folk com suas guitarras acústicas e um baixo distorcido que dá um outro aspecto a uma canção bonita e meio displicente, que destoa de certa forma das outras canções.

Outro convidado de peso abrilhanta o álbum – Dave Stewart, ex-Eurythmics, transforma em um pop classudo “Missionary Man”, que cairia muito bem na vo de Aretha Franklin. Sem os excessos na produção, Stewart domina tudo e imprime m aspecto de soul music em alguns arranjos.

Inusitada é a participação de Carmen Vandenberg, guitarrista da banda Bones e ex-colaboradora de Jeff Beck. Ela dá um colorido diferente para a acelerada “Figure It Out”, uma gema pop de inspiração oitentista. É uma canção simples e eficiente, a melhor desde curioso álbum, que tem todos os ingredientes da cultura roqueira britânica.

Por fim, temos a canção que talvez seja a marca registrada do álbum. “New Love” é um achado pop que remete ao que de melhor os grupos femininos dos anos 60 produziram, com coros e segundas vozes cativantes, e uma linha mellódica grudenta e alto astral.

Se alguém queria blues, é melhor ir buscar disco anterior, “The Blues Album”. Assim como outras guitarristas e cantoras de blues rock, como a australiana Orianthi, opção por mudanças não atendeu a necessidades artísticas de mercado, mas pura e simples vontade de explorar novos mundos. Embute riscos, mas as recompensas são gratificantes. Mais uma vez Taylor fez um grande trabalho.

Jackie Venson é uma guitarrista texana que é muito talentosa e versátil. Ignora padrões e conceitos e grava o que quer da forma que quer, ao estilo da baixista esplendorosa Esperanza Spalding.

“Love Transcends” é um disco de blues, mas é tão versátil e tão surpreendente que pode perfeitamente ser considerado uma obra experimental com tantos recursos utilizados.

‘Rollin’ On”, por exemplo, é uma beleza de blues movido a guitarra e piano, escorrendo feeling por todos os poros. “See What You Want” é um blues pesado e eficiente, daqueles que tiram sorrisos dos taciturnos.

Com o instrumento semiplugado, ela dá um show de interpretação nas ótimas “On Step Forward” e “Til This Pain Goes Away”, com dedilhados precisos e fraseados invejáveis, feitos com tanta facilidade que chega a irritar.

“Always Free”, seu maior hit, ganha uma versão mais contida e sossegada, o que realça a sua condição de extraordinária intérprete. negra como Jimi Hendrix, é frequentemente comparada a ele, o que a lisonjeia, mas nem tanto por cnta do excesso de obviedade na comparação.

Seja como for, ela não pode negar a influência, assim como a de outro gênio, Eric Gales, principalmente na grooveada canção “Cover My Eyes”, que contém um solo extraordinário de guitarra com um timbre diferente e instigante.

E tem também funk, daqueles de fazer Sly Stone se orgulhar. “Fall of the USA” tem um balanço irresistível, com fraseados cativantes e riffs ganchudos que ganham a adição de uma linha de baixo de responsabilidade.

O funk permanece na faixa-título, mas com um groove mais voltado para o rock, com uma guitarra mais passada e ousada, que permeia a canção como uma cama aveludada para a voz estonteante de Jackie Venson.

O disco está menos pesado do que os anteriores, mas é o mais intenso e diversificado. É a melhor versão da guitarrista texana, em todo o seu esplendor.

'Holy Diver', monumental estreia solo de Ronnie James Dio, completa 40 anos

 As coisas correram muito rápido. Depois da implosão de mais uma formação do Black Sabbath, em 1982, o cantor Ronnie James Dio não perdeu tempo: iniciou a sua carreira solo quase que imediatamente e surpreendeu a todos com um álbum impecável.

"Holy Diver", lançado há 40 anos, apresentava um metal diferente, moderno e mais ambicioso do que o da maioria dos veteranos do rock pesado da época. 

O próprio Black Sabbath, que tinha encantado com Dio nos vocais em "Heaven and Hell", tinha mostrado pouca novidade no disco "Mob Rules" - a expectativa gerada pelo álbum anterior era muito grande.

Com a estreia solo, e nos shows da turnê subsequente, o cantor mostrava que estava com "sangue nos olhos", com uma garra impressionante e vontade de provar que não precisava estar atrelado a um guitarrista superstar para fazer rock pesado de qualidade. Além de trabalhar com Tony Iommi no Sabbath, tinha cantado antes no Rainbow de Ritchie Blackmore.

A importância do álbum é tão grande que contém os dois maiores sucessos da carreira solo do cantor, a faixa-título, com um peso extra e uma guitarra muito bem timbrada a cargo do novato Vivian Campbell e um refrão cativante, e a pegajosa e quase pop "Rainbow in the Dark", que nunca agradou totalmente o artista.

As duas impulsionaram as vendas e transformaram a banda Dio em um nome gigante quase que da noite para o dia. e ainda tinha mais, como a ótima "Don't Talk to Strangers", uma canção cadenciada e quase balada, "Shame on the Night", com seu refrão grudento e riff mais acessível, e a estupenda "Stand Up and Shout", pesada e mais rápida.

E o que dizer da veloz e igualmente pesada "Invisible" e do power metal "Straight Through the Heart", poderosa e com arranjos de guitarra inventivos e diferentes? Além de Campbell, completavam a formação o baterista Vinnie Appice, que saiu com ele do Black Sabbath, e o baixista Jimmy Bain (que dividia os teclados com Dio).

Com tanto poder de fogo, "Holy Diver" é uma das obras-primas do heavy metal, lançada em uma época em que outras obras do mesmo calibre estavam no mercado, como "Piece of Mind", do Iron Maiden", e "Screaming for Vengeance", do Judas Priest, por exemplo. 

O baixinho que frequentemente é considerado o melhor cantor de heavy metal de todos os tempos não poderia imaginar que seria imortalizado também no teatro, depois de se tornar uma das grandes referências do rock, além de ser um personagem fascinante da vida. Ronnie James Dio continua tão grande quanto nos melhores momentos de uma carreira acidentada e vitoriosa.

Explosão tardia

Apesar dos vários desentendimentos profissionais que teve ao longo de seus 67 anos de vida – brigou e fez as pazes com os amigos Vinnie Appice, Vivian Campbell, Tony Iommi, Geezer Butler, Doug Aldritch, Craig Goldie e o primo David Feinstein -, era um dos astros mais queridos e estimados do rock, com uma quantidade imensa de amigos. 

Não é à toa que seu funeral, na Califórnia, teve a presença de milhares de pessoas. Rob Halford, vocalista do Judas Priest, era um dos admiradores, embora não fosse tão próximo. O Metal God tinha tanta consideração que uma vez declarou que Dio era o grande "metal god" (deus do metal, alusão à canção "Metal Gods", do Judas).

O pequenino gigante deus do metal reunia em seus poderoso vocais todas as virtudes do heavy metal, toda a essência de um subgênero musical onde a potência e o peso são preponderantes. Mais do que referência, tornou-se a meta a ser alcançada – ou ao menos levemente emparelhada. Empreitada impossível, pois ninguém nem chegou perto, e provavelmente ninguém chegará.

Descendente de italianos, Ronald Padavona nunca teve dúvidas de que seria um artista. Cantava e tocava baixo, às vezes, em uma série de bandas de Nova Jersey e Nova York em 1958.

Aos 16 anos, e abraçou o rock com convicção mesmo quando a rebeldia deu lugar a coisas adocicadas como Paul Anka e artistas semelhantes. 

O reconhecimento demorou a aparecer e deixou suas marcas, já que passou praticamente em branco nos anos 60 com algumas de suas bandas, entre elas The Elves, mais tarde Elf.

Enquanto tudo acontecia, Ronald via os anos 70 chegar e sua não carreira empacar e ficar sem saída. O mergulho no rock psicodélico no finalzinho de 1968 e em 1969 deu algum folego aos Elves, mas tiveram de invadir a década seguinte tocando covers dos Beatles, The Who, Rolling Stones e muitos outros artistas, antes que o peso começasse a dominar a sonoridade da banda.

 Já como Elf, o grupo começa a chamar a atenção na Costa Leste americana, ainda que nada fosse original no seu som cada vez mais hard. Coube a Roger Glover, baixista do Deep Purple, dar um empurrão na careira da banda depois de dar uma espiada.

Astro tardio, viu o reconhecimento chegar após os 30 anos de idade, mas para isso foi obrigado a aturar as esquisitices e a mão de ferro do temperamental guitarrista inglês Ritchie Blackmore, que saiu do Deep Purple para criar o Rainbow. 

O Elf deixou de existir para dar suporte ao mestre do Purple, embora pouco depois só restasse Dio no grupo. Reconhecido e idolatrado, já em 1977 Dio era referência para o nascente heavy metal, que despontou mesmo, para valer, a partir de 1979. 

Às turras com Blackmore, decidiu dar o maior passo de sua vida: substituir Ozzy Osbourne no Black Sabbath. Virou ídolo mundial a partir de 1980.

Exigente, mas generoso; intempestivo, mas leal; rigoroso com a ética no trabalho, mas amigo e companheiro a ponto de criar laços permanentes com boa parte de seus companheiros de bandas.

 Dio conseguiu a façanha de ser elogiado por adversários, concorrentes e ex-inimigos. Chegou a um ponto em que pairava acima de qualquer controvérsia, além de iluminar qualquer ambiente com sua presença. 

O mestre do metal adorava contos de fadas, lendas antigas e ficção científica, embora nunca tenha sido reconhecido como grande letrista. Seja como for, nunca se incomodou com a pecha de compositor dos dragões e dos elfos.

Deu a sua resposta em várias canções cm letras sérias e atuais, com crítica social e comportamental, como no álbum "Angry Machine", por exemplo, ou em "Dehumanizer", seu último álbum com o Black Sabbath, em 1992, ou nas músicas novas que gravou com o Heaven and Hell a partir de 2007, terminando no excelente álbum "The Devil You Know". 

Dio demorou, mas venceu, e se tornou gigante do alto d seu metro e meio. Mais do que referência, virou personagem da vida e ganhou para si um musical. Morreu em 2010, aos 67 anos, m decorrência de um câncer no estômago.
 

A instituição cultural Baratos Afins completa 45 anos

Todos os clichês são válidos quando se menciona o nome Baratos Afins (ou Baratos & Afins, como aparecem em algumas placas e logos). Uma das lojas sobreviventes que vendem música e uma das mais antigas em atividade no Brasil completa 45 anos de existência.

Quem ainda compra música, e mais ainda: quem ainda compra CD, DVD, LP ou mídia física? Muita gente, como atesta o proprietário, Luiz Calanca, que também é produtor musical e que chegou á Galeria do Rock em maio de 1978. Se ainda existe algo parecido com o que foi uma Galeria do Rock, é graças a empresários e visionários como Calanca.

Entre os vários clichês estão resistência e resiliência. Com as mudanças de hábitos culturais e de consumo, a música se tornou apenas um detalhe, fácil de obter de graça na internet e totalmente descartável - menos na Baratos Afins, que ainda é um dos templos de bom gosto e de cultura sofisticada na cidade de São Paulo.

São 45 anos de atividade que nos lembram como o rock é forte e como a música é importante. A Galeria do Rock, como a conhecemos, não existe mais. Foi de descaracterizando com a chegada d ovos empresários e novos negócios.

Das outrora 140 lojas de discos e DVDs, restam muito poucas - menos de 30, segundo um lojista crítico do que o conjunto comercial Grandes Galerias (o nome oficial da Galeria do Rock). 

A maioria dos espaços foi tomado por lojas de roupas, de produtos da cultura geek (como bonequinhos) e alguns  estúdios de tatuagem. 

A música no templo foi morrendo aos poucos o valor agregado na medida em que ficou de graça, desvalorizada, urgente e sem a mesma importância de outrora na vida das pessoas. O tempo para ouvir música ficou escasso, e boa parcela da população nem se importa mais com isso. 

Calanca e outros abnegados continuam se importando e lutam contra forças do "imponderável" para manter a Galeria do Rock viva, essa instituição cultural que um dia foi "personagem" de novela da TV Globo e também um ponto turístico da cidade de São Paulo - conhecida internacionalmente como um dos grandes centros de comércio de música do mundo.

A longevidade e a existência da Baratos Afins nos mostram que a cultura resiste bravamente mesmo depois dos terríveis tempos bolsonaros. 

Mais do que resistência e sobrevivência, a Baratos Afins representa vida, movimento e inteligência, coisas que a decadência da região central da cidade e a negligência/indiferença da prefeitura e do governo estadual om segurança e zeladoria pública não consegue destruir

A Baratos Afins é uma instituição da cultura nacional que o septuagenário Luiz Calanca segura firme e leva adiante com tenacidade, para orgulho de todos nós.

Sinônimo de bom gosto

A humildade é cativante e reforça a admiração por este farmacêutico que adorava música e era colecionador compulsivo de LPs. 

Humilde, mas perseverante, já que largou tudo para criar uma loja de música em pleno centro de São Paulo, uma área que era decadente já em 1978.

 Luiz Calanca e Baratos Afins são sinônimo de Galeria do Rock. "Não fui o primeiro a abrir a loja de música lá, mas sou o sobrevivente."

O lojista é uma figura cultural tão importante para São Paulo que inspirou um personagem de novela da TV Globo, assim como a sua loja foi a base para o estabelecimento da obra de ficção. 

Sua influência na música da cidade é tão grande que a loja foi tema de palco na Virada Cultural e se tornou parada obrigatória de artistas para bater papo, tomar café e comprar CDs e vinis. 

É possível, no mesmo dia, esbarrar em Ed Motta ou Marcelo Nova (Camisa de Vênus) nos estreitos corredores onde os LPs se concentram.

Há aqueles que não têm muito apreço pela Baratos Afins, ora por causa dos preços considerados altos dos produtos – dependendo do caso, são mesmo -, ora porque se trata de artistas que acharam que iam se dar muito bem e ganhar dinheiro estando vinculados ao selo Baratos Afins, coisa que não ocorreu.

"Como eu adoraria que isso ocorresse com todos os artistas que trabalharam comigo, mas uma rápida analisada no mercado musical atual explica tudo. Sei que pode ter alguns por aí que me culpam por não terem estourado. O que vou dizer sobre isso? Deixo que os artistas que estão comigo falem por mim e por eles", afirma resignado o lojista..

Quando a Baratos Afins completou 35 anos, em 2013, tudo indicava que a loja se tornaria uma instituição cultural da cidade e, por que não, do país. 

As tempestades econômicas e políticas, aliadas às velozes mudanças na forma como se consome música na atualidade parecem ter atrasado a "concessão" da honraria – como se isso fizesse alguma diferença, pois a loja, reduto de inteligência, realmente se tornou a tal "instituição".

A Baratos é sim uma instituição cultural das mais relevantes da cidade de São Paulo, independentemente da progressiva mudança de perfil comercial da Galeria do Rock, dos consumidores e da forma de como se consome música.

Entrar na loja é tomar um banho de cultura, de inteligência e bom gosto. A Galeria do Rock virou ponto turístico, mas perdeu parte de seu apelo cultural. Ainda bem que a Baratos Afins ainda está lá para evitar o descalabro e manter vivo o rock and roll em Sampa.
 


Cambistas, um problema que o fim da pandemia da covid-19 trouxe de volta

Bruno Boris - Professor de Direito do Consumidor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas

O cambista, originalmente, é o indivíduo que opera em câmbio, mas cada vez mais o termo cambista é ligado ao indivíduo que revende bilhetes cobrando um ágio, ou seja, um valor mais elevado do que o valor original que deveria ser cobrado do consumidor final.

Mesmo antes da pandemia da covid-19, a atuação dos cambistas era algo que rotineiro nos shows, dificultando ao consumidor final o acesso aos shows pelo preço de mercado, porém, com o fim da pandemia esse problema comum da indústria do entretenimento voltou.

Outro problema que existia antes da pandemia da covid-19, mas parece que retornou com mais força é o uso de softwares (robôs) que fazem as vezes dos clientes na compra dos ingressos, comprando centenas ou até milhares de ingressos em questão de minutos, impedindo que o cliente humano consiga comprar o ticket pelo preço original.

Ainda que os sites de comercialização de ingressos criem sistemas de identificação de robôs, é comum que seja uma eterna briga de gato e rato, pois a cada sistema de bloqueio criado, outro sistema para furar o bloqueio é desenvolvido.

A atividade do cambista não é perfeitamente regulada pela legislação, mas é possível que seja apenado na hipótese de realizar, por exemplo, a venda dos ingressos com lucro patrimonial que exceda o quinto do valor justo ou originalmente comercializado, nos termos da Lei n. 1.521/51, que dispõe sobre crimes contra a economia popular. Isso sem falar na responsabilização cível que o cambista poderá estar sujeito.

Embora muitos órgãos administrativos (Procons) investiguem as empresas que comercializam ingressos, a fim de apurar se existe sistema de proteção aos cambistas, especialmente aos que adotam o uso de robôs, é bom lembrar que a compra junto a cambistas é um risco, pois ainda que o consumidor possa processar o cambista, ele pode atuar com contas sociais falsas e muitas vezes são difíceis de serem localizados, quando necessário.

Caso o consumidor entenda que houve uma venda muito rápida dos ingressos e suspeite de robôs nessa situação, importante registrar uma reclamação nos canais de atendimento da empresa responsável pela comercialização, bem como junto ao Procon local.

Steve Vai desfilará excelência técnica no palco do Best of Blues and Rock

Dono de discos e técnica que influenciaram diversos guitarristas ao redor do mundo, Steve Vai faz sua estreia no Best of Blues and Rock, trazendo sua infinita criatividade e domínio técnico da guitarra. O festival acontece nos dias 2, 3 e 4 de junho, na plateia externa do Auditório Ibirapuera, em São Paulo.

O artista norte-americano é atração confirmada no dia 3, sábado, e sobe ao palco acompanhado por Dante Frisiello (guitarra),Philip Bynoe (baixo) e Jeremy Colson (bateria). Ele aproveita a oportunidade para divulgar 'Inviolate', novo disco de inéditas, lançado em 2022.

Com mais de 15 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo e três prêmios Grammy, Vai prova todos os dias porque é um dos verdadeiros ícones da música e sempre aparece com destaque em várias listas dos maiores guitarristas de todos os tempos.

Um guitarrista virtuoso, compositor visionário e produtor que esculpe o som musical com infinita criatividade e maestria técnica, Steve Vai impressiona fãs de todos os gêneros com suas excepcionais habilidades na guitarra e musicalidade por décadas.

Aos 12 anos, o artistanorte-americano começou a ter aulas de guitarra com Joe Satriani. Aos 18 anos, começou sua carreira musical profissional transcrevendo e depois tocando com o lendário Frank Zappa. Mais de três décadas, cerca de 15 milhões em vendas de álbuns e 3 prêmios Grammy depois, Vai provou ser, por mérito próprio, um dos verdadeiros originais da música.

O trabalho de Vai foi reconhecido com uma longa lista de prêmios e homenagens, incluindo mais de 15 premiações somente da revista 'Guitar Player'. Suas realizações ao longo da carreira lhe renderam doutorados honorários do Berklee College of Music e do Musicians Institute. Homenageado pelo Hall da Fama da Música de Long Island em 2016, foi eleito o 10º Melhor Guitarrista pela revista Guitar World e com frequência aparece em destaque nas principais listas dos melhores guitarristas de todos os tempos.

Além do trabalho solo, Vai já marcou presença como músico do G3, com Frank Zappa, David Lee Roth (logo após Roth deixar o Van Halen), Alcatrazz e Whitesnake - no auge de sua popularidade. A discografia completa de Vai abrange mais de 60 álbuns, incluindo muitos com Zappa, outros de passagens por Roth e Whitesnake, bem como lançamentos ao vivo, colaborações, compilações e trabalhos orquestrais. De sua discografia solo, um dos mais conhecidos é 'Passion and Warfare', lançado em 1990.

Os ingressos do festival podem ser adquiridos a partir de R$ 450,00 com parcelamento em até 10 vezes pelo site da Eventim ou na bilheteria do Estádio do Morumbi (nesse último, sem taxa de conveniência). Os fãs contam com a opção Combo Promocional, que dá direito a assistir aos três dias do festival. Também está disponível para todo o público a Entrada Social, mediante a entrega de um agasalho na entrada do evento, destinado à Instituição Cruz Vermelha de São Paulo. 

Serviço:

DIA 2 DE JUNHO (sexta) - abertura dos portões: 15h00Nanda Moura: 15h40
Malvada: 17h10
Extreme: 18h40
Tom Morello: 20h30

DIA 3 DE JUNHO (sábado) - abertura dos portões: 13h00Dead Fish: 14h20
Artur Menezes: 15h40
The Nu Blu Band: 17h10
Steve Vai: 18h40
Buddy Guy – Damn Right Farewell Tour (turnê mundial de despedida): 20h30

DIA 4 DE JUNHO (domingo) - abertura dos portões: 13h00Day Limns: 13h50
Ira!: 15h20
Goo Goo Dolls: 16h50
Buddy Guy – Damn Right Farewell Tour (turnê mundial de despedida): 18h40
Tom Morello: 20h30

SERVIÇO:

Best of Blues and Rock 10 anos

Data: Dias 2, 3 e 4 de junho de 2023

Local: Plateia externa do Auditório Ibirapuera: Av. Pedro Álvares Cabral -Ibirapuera - São Paulo

Classificação: 16 anos (menores podem comparecer acompanhados de responsável legal)

Ingressos: a partir de R$ 450,00 (meia-entrada)

Vendas online: Link

Bilheteria oficial SP – sem taxa de conveniência

Estádio do Morumbi – Bilheteria 05 (próximo ao portão 15)

Avenida Giovanni Gronchi, 1866 – Morumbi – São Paulo – SP –05651-001

Funcionamento: Terça a sábado das 10h às 17h – Não tem funcionamento em feriados, dias de jogos ou em dias de eventos de outras empresas.

Parcelamento em até 10x nos cartões Visa, MasterCard, American Express e ELO.

Realização: Dançar Marketing

Importante: adquira seus ingressos na plataforma oficial. A Dançar Marketing e a Eventim não se responsabilizam por ingressos adquiridos em plataformas não oficiais de vendas.

Black Pantera, Nação Zumbi e Garotos Podres são destaques do rock da Virada Cultural


Do site Roque Reverso

A Virada Cultural de 2023 acontece neste sábado, 27 de maio, e no domingo, 28, na capital paulista. Promovida pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, a Virada Cultural chega a sua 18ª edição com mais de 500 atrações gratuitas espalhadas por todas as regiões da cidade.

Intitulada pela Prefeitura como “Virada Cultural do Pertencimento 2023”, o evento terá 24 horas de programação.

Será espalhado por palcos em várias regiões, em locais como Brasilândia, Butantã, Campo Limpo, Capela do Socorro, Cidade Tiradentes, Heliópolis, Itaquera, M’Boi Mirim, Parada Inglesa, Parelheiros, São Miguel e Vale do Anhangabaú, sendo que alguns locais terão mais de um palco para shows.

Entre as atrações representantes do bom e velho rock, destaque para as apresentações dos grupos Black Pantera, Nação Zumbi e Garotos Podres, que simbolizam vertentes diferentes do estilo, além de um show em homenagem à saudosa Rita Lee, capitaneado pelo filho dela, Beto Lee, ao lado das cantoras Paula Lima e Manu Gavassi.

Outras atrações ligadas ao rock ou próximas do estilo são o cantor Supla, além da banda Far From Alaska e o veterano grupo Blues Etílicos.

Onde tocarão

O palco do Vale do Anhangabaú será o único que funcionará 24 horas. É justamente ali que Rita Lee, que faleceu no início de maio, será homenageada. O show com Beto Lee, Paula Lima e Manu Gavassi está programado para as 11h30 do domingo.

Revelação recente do rock nacional, o ótimo grupo Black Pantera tocará no domingo, 28, às 16 horas, na Zona Norte de São Paulo, no Palco Rio Cabuçu. Ele está localizado na Avenina Inajar de Souza, 2.276, numa arena montada com capacidade para 1.000 pessoas. Representante do crossover thrash e com fortes elementos do hardcore punk, a banda mineira não costuma deixar pedra sobre pedra nos shows, além de passar a essencial mensagem contra o deplorável racismo que ainda habita a cabeça de algumas pessoas no planeta.

Nome gigante do manguebeat e sempre com ótimos shows, o grupo Nação Zumbi é outro nome imperdível da Virada Cultural 2023. A banda vai se apresentar no Palco Butantã, na Zona Oeste, no sábado, dia 27, às 21 horas. O palco está localizado na Avenida Eliseu de Almeida, altura do número 3300 e tem capacidade para 30 mil pessoas, segundo a Prefeitura de São Paulo.

Representante do punk, o veterano grupo Garotos Podres tocará também no sábado, 27, às 17 horas, na Casa de Cultura Butantã, localizada na Avenida Junta Mizumoto, 13, no Jardim Peri Peri. O local, segundo a organização tem capacidade para 2 mil pessoas.

Também veterano, o cantor Supla vai se apresentar no domingo, 28, às 14 horas, também na Zona Oeste, no Palco Rio Pirajussara, outro palco localizado no Butantã, na Avenida Eliseu de Almeida, altura do número 3300, com capacidade para mil pessoas, segundo a Prefeitura de São Paulo.

Mais uma representante do lado das revelações recentes do rock, a banda Far From Alaska vai se apresentar na Zona Sul da capital paulista no domingo, 28, às 16 horas. O show será no Palco do Sesc Interlagos. O local fica na Avenida Manoel Alves Soares, 1.100.

Representante do blues, o veterano grupo Blues Etílicos é outro ótimo nome para acompanhar na Virada Cultural. A banda tocará no domingo, 28, na Zona Leste, às 14 horas. O show será na Casa de Cultura São Miguel, localizada na Rua Irineu Bonard, 169 – Vila Pedroso. A capacidade do local é de apenas 100 pessoas, conforme a Prefeitura de São Paulo.

Atrações sul-americanas

O paraguaio Villagrán Bolaños mistura ritmos latino-americanos com rock and roll cru. Ele tocará na Casa de Cultura Butantã no domingo, às 13 horas. No mesmo local e dia, às 15 horas, a banda argentina Kapanga também vai se apresentar, comemorando os 25 anos de seu álbum de estreia.

A cantora argentina Sofía Viola, que cresceu no underground de Buenos Aires, também tocará na Virada, no domingo, às 13 horas. Ela vai se apresentar no Palco Tendal da Lapa, localizado na Rua Guaicurus, 1100, com capacidade para mil pessoas

Crianças

Para as crianças, também haverá shows bacanas de rock. Um deles é o do grupo Beatles para Crianças, que já teve matéria especial aqui no Roque Reverso e que tocará no Palco Butantã no domingo, às 11 horas.

Outra apresentação que promete é o do Queen Live Kids, programado para acontecer no Palco São Miguel Paulista, na Zona Leste, localizado na Avenida Deputado Dr. José Aristodemo Pinotti, 20. O show será realizado no domingo, às 11 horas e o local tem capacidade para 20 mil pessoas.

Não exatamente ligado ao rock, mas sempre bom para as crianças, o grupo Palavra Cantada tocará também na Virada Cultural. O show será no domingo, às 11 horas, no Palco Campo Limpo, na Zona Sul, na Rua Dr. Joviano Pacheco de Aguirre, 30, com capacidade de 8 mil pessoas.

Sesc

Em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, 16 unidades do Sesc da capital paulista também oferecem shows, espetáculos, exibições de filmes, vivências e outras atividades gratuitas no fim de semana de 27 e 28 de maio.

As ações do Sesc na Virada Cultural acontecem nas seguintes unidades: 24 de Maio, Avenida Paulista, Belenzinho, Bom Retiro, Campo Limpo, Centro de Pesquisa e Formação, CineSesc, Consolação, Interlagos, Ipiranga, Itaquera, Pinheiros, Pompeia, Santana, Santo Amaro e Vila Mariana.

A retirada antecipada de ingressos é necessária para as ações que ocorrem em espaços fechados do Sesc. Os ingressos devem ser retirados de maneira online, pelo site do Sesc São Paulo, a partir das 12 horas do sábado, dia 27 de maio. A retirada presencial poderá ser feita nas bilheterias das unidades do Sesc a partir das 16 horas do sábado.

Para as exibições do CineSesc, a retirada de ingressos é somente presencial, a partir das 16 horas do dia 27, na bilheteria da unidade, que terá sessões especiais de filmes cultuados, como “The Rocky Horror Picture Show” (EUA, 1975), “Fama” (EUA, 1980), “Priscilla, A Rainha do Deserto” (AUS, 1994) e “Flashdance” (EUA, 1983), estes dois últimos, em versões restauradas em 4K.

Site da Virada Cultural

A Prefeitura de São Paulo disponibilizou o site da Virada Cultural para o público buscar as diversas opções em todas as áreas.

Basta clicar no endereço de internet https://viradacultural.prefeitura.sp.gov.br/ e achar a opção mais interessante tanto na música, como no teatro, cinema, exposições, dança, contação de histórias, oficinas, entre outras oportunidades culturais interessantes.

Triumph relança o seu melhor show em palcos americanos

 A maior banda de rock do Canadá. Os fãs do Triumph não hesitam em apontar o trio como o maior nome do gênero no país, ainda que exista um Rush para desmentir tal afirmação. mas quem se importa?

O trio de hard rock canadense atraiu uma leva imensa de aficionados com sua mistura de som pesado e, ao mesmo tempo, pop e acessível, a ponto de rivalizar em popularidade mundial com o próprio Rush.

Uma série de relançamentos estão programados para os próximos meses para celebrar essa grande banda de rock que ousou encarar de frente os amigos do Rush - e o fizeram de igual para igual por quase dez anos.

Um dos mais esperados desses relançamentos é "Live at US Festival '83", que marca os 40 anos do concerto mágico na Califórnia no então tradicional evento musical que juntava todas as tribos.

O Triumph tocou num dos dias dedicado ao rock pesado e ainda com o sol queimando tudo no verão californiano. Foi em 29 de maio de 1983, no Glen Helen Park, em Devore, uma pequena localidade que abraçou o rock pesado.

Foi um dia intenso, em que então novatos como Motley Crue e Quiet Riot se misturaram a pesos pesados como Van Halen, Judas Priest, Ozzy Osbourne e Scorpions, estes ainda uma novidade nos palcos americanos.

O Triumph já era reconhecido como uma banda importante e fez aquele que muitos consideram o seu melhor show em solo americano, tanto que foi lançado em vídeo VHS nos anos 80, ganhando 20 anos depois uma versão em CD conjugada com o DVD.

O guitarrista Rik Emmett costuma dizer que a banda entrou no palco disposta a destruir tudo por dois motivos: estava em meio a gigantes do rock e porque houve questionamentos na época sobre a escalação do trio no festival. "Achavam que não merecíamos, que éramos muito comerciais para tocar naquele dia", relembrou o músico certa vez.

Com um repertório curto, mas impecável, Triumph enfrentou o sol e esquentou ainda mais o ambiente, varrendo as dúvidas que haviam sobre o poder de fogo de que dispunha. "Never Surrender" e "Fight the Good Fight", os pontos altos do show, entraram no LP duplo que marcou aquele dia no festival.

"Live at US Festival '83", relançado em vídeo e áudio, é uma boa notícia deste ano e serve como um belo retrato do rock pesado do final dos anos 70 e início dos anos 80.

Poder e energia

Rik Emmett (guitarra, voz). Gil Moore (bateria, voz)  Mike Levine (baixo) eram menos ambiciosos do que o Rush, mas tinham garra e ótimas ideias de sobra, com melodias palpáveis e hits certeiros para as paradas de sucesso dos anos 90

Suas músicas eram bem construídas, e eram instrumentistas exímios, apesar de e uma certa má vontade da crítica musical. A descrição cabe bem ao Rush, mas se aplica ao seu maior rival local, o Triumph, um nome importante do hard rock setentista e oitentista, com um legado extraordinário. 

A rivalidade com o Rush, na verdade, ia somente até certo ponto, já que, quando o Triumph realmente estourou internacionalmente, por volta de 1980, o Rush já gigante. 

Nenhuma das bandas ofuscou uma à outra, mas ficou claro, desde sempre, a superioridade do Rush, com seus 45 anos de carreira, sendo 40 com o baterista Neil Peart. Já o Triumph acabou em 1994, com uma breve volta da formação clássica em 2008 para alguns shows.

Surgido em 1975 na onda do hard rock emergente daquela década, é possível dizer que o Triumph pegou carona no sucesso do Rush, que já preparava a sua transição de banda com som calcado no Led Zeppelin e no Queen para o rock progressivo – fato que catapultou o grupo ao estrelato. 

O Triumph, por sua vez, tentou trilhou o mesmo caminho do Rush, mas com certo atraso – o que não impediu o sucesso quase instantâneo de seus dois primeiros álbuns "Triumph" (1976) e "Rock and Roll Machine" (1977).

Mesmo assim, Rik Emmett (guitarra e vocais), Gil Moore (bateria e vocis) e Mike Levine (baixo) nunca perderam o Rush de vista. Até se consideravam um grupo de "rock progressivo pesado", uma mistura de Who com Emerson, Lake and Palmer. 

O sucesso que faziam era avassalador na América do Norte, principalmente com seus dois melhores trabalhos, "Progressions of Power" (1980) e "Allied Forces" (1981).

Só que, nesta mesma época, o Rush vinha de uma sequência absurda de trabalhos excelentes – "A Farewell to Kings (1977), "Hemispheres" (1978), "Permanent Waves" (1980) – até desembocar na obra-prima "Moving Pictures" (1981).

Os integrantes do Triumph admitiram que teriam mesmo de fazer o hard rock de arena, festivo, para alcançar e manter o estrelato. Foram muito bem-sucedidos, mas viam de longe o Rush se estabelecer como uma das grandes bandes do rock de todos os tempos.

o hard rock californiano e seus excessos, ao menos nas apresentações, enquanto os álbuns dos anos 80 foram ficando cada vez mais sofisticados e intrincados, fugindo de suas características. Ganharam fãs mais novos, mas perderam os tradicionais. As indefinições criativas acabaram causando tensão entre os amigos, até que finalmente Rik Emmett decidiu sair em outubro de 1988.

Moore e Levine seguiram adiante, mas deixaram o grupo de molho até 1993, quando ressurgiram com um novo guitarrista, Phil X (Phillipe Xenidis) e lançaram o excelente "Edge of Excess", que infelizmente passou despercebido, o que decretou o fim do trio. 

Enquanto Rik Emmett construiu uma ótima carreira solo, passeando por blues, jazz e ritmos celtas, Gil Moore virou empresário e construiu o Metalworks Studios, o maior e melhor complexo musical e de gravações do Canadá por muito tempo, virando referência mundial. Mike Levine tornou-se um renomado produtor e um empresário ligado ao hóquei no gelo.

https://www.youtube.com/watch?v=032W5-qn5wk

Klaus Meine, 75 anos: o símbolo da indestrutibilidade dos Scorpios

 Uma banda interminável, incapaz de fazer um último ato, e com um vocalista indestrutível. Klaus Meine, o cantor dos Scorpions, faz 75 anos e simboliza a resistência da principal banda de rock de todos os tempos fora da Inglaterra e dos Estados Unidos. É um símbolo da resistência e da importância que o gênero musical atingiu depois da II Guerra Mundial.

O músico celebra três quatros de século em um momento que os primeiros discos da banda são relançados em meio a uma data marcante; os 50 anos, no ano passado do primeiro lançamento do primeiro álbum, ocorrido em 1972.

Artista esforçado e com timbre único de voz, simboliza a banda da mesma forma u a poderosa guitarra base de Rudolph Schenker, o fundador da banda que existe há 58 anos. Os dois carregam o "fardo" de tornar os Scorpions imortais - e sem qualquer intenção de colocar "clones" para manter o nome na ativa, como pretende o Kiss uando da aposentadoria de seus líderes.

Meine é um músico sofisticado, capaz de fazer letras políticas fortes, como "Winds of Change" e "Alien Nation", e do clássicos pop suaves e romãnticos, além de baladas poderosas como "Still Loving You". 

Culto e inteligente, é uma raridade entre os roqueiros pelo profundo respeito aos fãs. Incapaz de deixar alguém sem atenção, nunca reclamou do ônus de carregar a história do rock e do metal da Alemanha. 

"É uma honra levar adiante este legado. Tenho muito orgulho do que estamos fazendo há décadas", disse o vocalista a este jornalista em uma das muitas visitas ao Brasil.

No mês passado, este orgulho ficou evidente na passagem da banda pelos palcos brasileiros dentro dos desdobramentos do Monsters of Rock, principalmente em São Paulo e em Ribeirão Preto. Foram shows poderosos e intensos, entregando o de sempre, mas com muita qualidade.

Com quase 60 anos de carreira, a voz não é a mesma, é evidente, algo que afeta gente como Ian Gillan (Deep Purple), Mick Jagger (Rolling Stones), David Coverdale (Whitesnake), Roger Daltrey (The Who) e Robert Plant (ex-Led Zeppelin). A maneira de como lida com essa dificuldade é exemplar e isso ficou claro nos shows brasileiros: adapta-se da melhor possível e desfruta do momento mágico de estar no palco.

"Vivo da minha música, sou quem sou graças aos Scorpions e ao rock. O tamanho de minha gratidão é indescritível e não tenho o direito de não valorizar cada minuto em cima de um palco. É uma obrigação devolver isso de alguma forma", disse Meine ao Combate Rock.

A fama de banda interminável, de que não cumpre as promessas de encerrar a carreira, viraram piada, algo que não incomoda o músicos. "Percebemos como é difícil fica longe dos Scorpions, e como o o público ama estar perto de nós e nos quer na ativa. Temos de aproveitar isso, não são todos os artistas que têm essa bênção", comemorou Rudolph Schenker na recente passagem pelo Brasil.

Meine demonstrou isso de maneira inequívoca nos palcos sul-americanos. Aposentadoria não é mencionada em nenhum momento, embora todos saibam que ela está perto por questões físicas. Artisticamente, o vocalista demonstra estar ais ativo do que nunca. 

Comemora seus 75 anos em mais uma interminável turnê mundial projetando provavelmente mais uma, no mínimo. As piadas sobre a indestrubilidade continuarão, se depender do cantor e de toda a banda.

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Virada Cultural terá atrações bem pertinho da Vila Madalena

A Virada Cultural de São Paulo 2023 foi descentralizada, descaracterizando o conceito original de povoar o centro da cidade durante a madrugada e oferecer a possibilidade de ver várias atrações diferentes a poucos metros de distância umas das outras.

Apenas um palco, o do Vale do Anhangabaú, será 24 horas, com o funcionamento d apenas duas estações de metrô da região a noite inteira. 

Os demais 11 palcos, em vários pontos da cidade, especialmente na periferia, terão encerramento no máximo às 23h. 

A Vila Madalena não foi contemplada com atrações da Virada neste ano, mas a zona oeste terá uma série de atrações musicais gratuitas no Butantã, sendo que alguns dos palcos não ficam a mais do que três quilômetros de distância.

O Sesc Pinheiros é a melhor opção, a pé ou de carro, para curtir a Virada pertinho da Vila. E a principal atração é o cantor e pianista Ivan Lins, um dos nomes mais importantes da MPB, fará shows no sábado e no domingo, de graça, naquela unidade - mas é bom procurar rápido os ingressos.

O local também oferecerá musicais e um grande bailão com pegada teatral antes que Ivan Lins se apresente, diversificando as alternativas de atrações culturais.

A descentralização, implantada desde o ano passado, acabou transformando alguns espaços em locais cativos de algumas tribos. Na zona oeste, a Casa de Cultura Butantã, por exemplo, virou a casa do punk rock no evento, sediando pela segunda vez consecutiva um minifestival de bandas do estilo. O destaque da vez é a banda Garotos Podres, do ABC, que comemora seus 40 anos de existência.

Zona Oeste

| Palco Butantã | Av. Eliseu de Almeida, altura do n.º 3.300 – Saída do Metrô


27/05 Sábado

17h | Roberta Campos + Kiko Zambianchi

19h | Attoxxa

21h | Nação Zumbi

28/05 Domingo

13h | Eli Soares

15h | AnaVitória

17h | Marina Sena

| Palco Rio Pirajussara | Av. Eliseu de Almeida, altura do n.º3.300 – Saída do Metrô

27/05 Sábado

18h | Tássia Reis

18h | Rico Dalasam

28/05 Domingo

12h | Kemuel

12h | Supla

16h | Melim

| Palco Tendal da Lapa Rua Guiacurus, 1.100 – Água Branca


27/05 Sábado

17h | James BKS

19h | Larissa Luz

21h | Mart’nália

28/05 Domingo

13h | Sofia Viola

17h | Tulipa Ruiz

| Centro Cultural Tendal da Lapa Rua Guiacurus, 1.100 – Água Branca

28/05 Domingo

10h | Let’s Bowie

15h | Tom Zé

| Sesc Pompeia | Rua Clélia, 93

27/05 Sábado

20h | Banda Sentimentos (retirada de ingresso no site do Sesc)

22h | Karaokêra Querida

23h30 | Otto Canta Reginaldo Rossi (retirada de ingresso no site do Sesc)

28/05 Domingo

15h | Karaokêra Querida

18h | Otto Canta Reginaldo Rossi (retirada de ingresso no site do Sesc)

| Sesc Pinheiros | Rua Paes Leme, 195

27/05 Sábado

17h | Um Tza Fanfarra – Kapelye

19h | Baile do Ribeiro

21h | Ivan Lins

28/05 Domingo

17h | Um Tza Fanfarra – Kapelye

18h | Ivan Lins

| Casa de Cultura Butantã | Av. Junta Mizumoto, 13, Jardim Peri Peri

27/05 Sábado

17h | Garotos Podres

19h | Cólera

28/05 Domingo

13h | Villagran Bolãnos

15h | Kapanga

17h | Moral Distraída

| Centro Cultural da Diversidade Rua Lopes Neto, 206


28/05 Domingo

14h | Sodomita

16h | Jup do Bairro