terça-feira, 30 de maio de 2023

A maldição que assola os ex-vocalistas do Iron Maiden

 O cantor Blaze Bayley está em casa após mais e um mês internado na Inglaterra para se recuperar de um ataque cardíaco. O ex-vocalista do Iron Maiden informou amigos e parentes que está bem e que em breve deverá retomar as gravações de um álbum de inéditas e encarar uma turnê agora reduzida pelo Reino Unido.

O recente problema de saúde de Blaze, de 60 anos, foi apenas mais um revés que sofreu em sua vida depois que saiu do Iron Maiden, em 1999, e isso inclui outros problemas de saúde e a morte de sua mulher nos anos 2000. 

É uma maldição que afeta os ex-vocalistas da banda inglesa? o assunto é tenso a ponto de Paul Di'Anno, de 65 anos, que cantou na banda entre 1978 e 1982, não gostar de tocar no assunto. "Foram bons tempos no Maiden e minha vida sempre esteve além disso", comentou em recente passagem pelo Brasil quando foi perguntado sobre o assunto.

Di'Anno, um punk de periferia de Londres sem muita perspectiva e arruaceiro não tinha apreço heavy metal nos final dos anos 70. Gostava de viver perigosamente entre as gangues e se divertia cantando em buracos sujos.

Quando fez teste no Iron Maiden e gravou as primeiras demos, impressionou pela força do vocal e pelo vigor, além da agressividade. Não tinha técnica, mas isso era possível obter.

Foram quase quatro anos de muito trabalho e dois álbuns icônicos, mas ele foi demitido antes de a banda fazer o sucesso mundial que fatalmente viria. Bebia demais, arrumava muita confusão e não tinha a menor intenção de obedecer ao chefe, o baixista líder e criador da banda.

 Fora do iron Maiden, encarou alguns projetos, como Killers e Battlezone, engatou várias vezes uma carreira solo e chegou a morar por ao menos duas vezes em São Paulo. 

Com problemas crônicos de saúde, quase perdeu a perna nos últimos anos. Em temporada em Los Angeles, nos Estados Unidos, envolveu-se em uma briga de gangues, foi ferido seriamente e depois ficou preso por alguns meses.

Também teve de encarar meses de prisão na década passada na Inglaterra acusado de fraudar a previdência e de sonegar impostos, entre outras coisas. Apesar de reverenciado e respeitado pelo passado no Iron Maiden, nunca sentiu o gostinho de fazer um mínimo de sucesso na carreira solo.

Seu substituto, Bruce Dickinson, ás vésperas dos 65 anos atualmente, fez parte do auge do Iron Maiden e cantou por 10 anos antes de sair e encarar a carreira solo, a partir de 1993. Voltaria seis ano depois.

No "intervalo", não teve grades atribulações, exceto a falta de sucesso na carreira solo, mesmo gravando ao menos dois ótimos CDs. Se não chegou a beirar o ostracismo, esteve longe das paradas de sucesso para quem imaginava repetir o desempenho de Ozzy Osbourne fora do Black Sabbath.

Blaze Bayley, da banda Wolfsbane, foi o escolhido para substituir Dickinson. Cantor completamente diferente, com voz potente, as grave e gutural, foi rejeitado pela maioria dos fãs desde o começo. 

O Iron Maiden insistiu com ele por cinco anos e dois álbuns apenas razoáveis, mas não teve jeito a não ser atender ao clamor dos fãs: negociou a volta do antecessor e demitiu Blaze em 1999.

Bão sei se Blaze Bayley acredita na maldição. na década passada, tocando para poucas pessoas em um salão de festas travestido de bar em São Bernardo do Campo (ABC paulista), o cantor se mostrava grato pela oportunidade de ainda viajar pelo mundo e cantar. E sem ressentimento aparente emr relação á ex-banda.

"Estou aqui hoje, e estive várias vezes no Brasil, graças ao Iron Maiden. Fiz amigos pelo mundo e sou respeitado por conta de meu trabalho. Jamais reclamarei de alguma coisa. Toquei para ilhares de pessoas em estádios e vi discos com a minha participação venderem muito. Hoje eu saboreio esse legado e continuo tocando e cantando pelo mundo. E farei isso por muito e muito tempo", disse Blaze a este jornalista.


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