sexta-feira, 26 de maio de 2023

Triumph relança o seu melhor show em palcos americanos

 A maior banda de rock do Canadá. Os fãs do Triumph não hesitam em apontar o trio como o maior nome do gênero no país, ainda que exista um Rush para desmentir tal afirmação. mas quem se importa?

O trio de hard rock canadense atraiu uma leva imensa de aficionados com sua mistura de som pesado e, ao mesmo tempo, pop e acessível, a ponto de rivalizar em popularidade mundial com o próprio Rush.

Uma série de relançamentos estão programados para os próximos meses para celebrar essa grande banda de rock que ousou encarar de frente os amigos do Rush - e o fizeram de igual para igual por quase dez anos.

Um dos mais esperados desses relançamentos é "Live at US Festival '83", que marca os 40 anos do concerto mágico na Califórnia no então tradicional evento musical que juntava todas as tribos.

O Triumph tocou num dos dias dedicado ao rock pesado e ainda com o sol queimando tudo no verão californiano. Foi em 29 de maio de 1983, no Glen Helen Park, em Devore, uma pequena localidade que abraçou o rock pesado.

Foi um dia intenso, em que então novatos como Motley Crue e Quiet Riot se misturaram a pesos pesados como Van Halen, Judas Priest, Ozzy Osbourne e Scorpions, estes ainda uma novidade nos palcos americanos.

O Triumph já era reconhecido como uma banda importante e fez aquele que muitos consideram o seu melhor show em solo americano, tanto que foi lançado em vídeo VHS nos anos 80, ganhando 20 anos depois uma versão em CD conjugada com o DVD.

O guitarrista Rik Emmett costuma dizer que a banda entrou no palco disposta a destruir tudo por dois motivos: estava em meio a gigantes do rock e porque houve questionamentos na época sobre a escalação do trio no festival. "Achavam que não merecíamos, que éramos muito comerciais para tocar naquele dia", relembrou o músico certa vez.

Com um repertório curto, mas impecável, Triumph enfrentou o sol e esquentou ainda mais o ambiente, varrendo as dúvidas que haviam sobre o poder de fogo de que dispunha. "Never Surrender" e "Fight the Good Fight", os pontos altos do show, entraram no LP duplo que marcou aquele dia no festival.

"Live at US Festival '83", relançado em vídeo e áudio, é uma boa notícia deste ano e serve como um belo retrato do rock pesado do final dos anos 70 e início dos anos 80.

Poder e energia

Rik Emmett (guitarra, voz). Gil Moore (bateria, voz)  Mike Levine (baixo) eram menos ambiciosos do que o Rush, mas tinham garra e ótimas ideias de sobra, com melodias palpáveis e hits certeiros para as paradas de sucesso dos anos 90

Suas músicas eram bem construídas, e eram instrumentistas exímios, apesar de e uma certa má vontade da crítica musical. A descrição cabe bem ao Rush, mas se aplica ao seu maior rival local, o Triumph, um nome importante do hard rock setentista e oitentista, com um legado extraordinário. 

A rivalidade com o Rush, na verdade, ia somente até certo ponto, já que, quando o Triumph realmente estourou internacionalmente, por volta de 1980, o Rush já gigante. 

Nenhuma das bandas ofuscou uma à outra, mas ficou claro, desde sempre, a superioridade do Rush, com seus 45 anos de carreira, sendo 40 com o baterista Neil Peart. Já o Triumph acabou em 1994, com uma breve volta da formação clássica em 2008 para alguns shows.

Surgido em 1975 na onda do hard rock emergente daquela década, é possível dizer que o Triumph pegou carona no sucesso do Rush, que já preparava a sua transição de banda com som calcado no Led Zeppelin e no Queen para o rock progressivo – fato que catapultou o grupo ao estrelato. 

O Triumph, por sua vez, tentou trilhou o mesmo caminho do Rush, mas com certo atraso – o que não impediu o sucesso quase instantâneo de seus dois primeiros álbuns "Triumph" (1976) e "Rock and Roll Machine" (1977).

Mesmo assim, Rik Emmett (guitarra e vocais), Gil Moore (bateria e vocis) e Mike Levine (baixo) nunca perderam o Rush de vista. Até se consideravam um grupo de "rock progressivo pesado", uma mistura de Who com Emerson, Lake and Palmer. 

O sucesso que faziam era avassalador na América do Norte, principalmente com seus dois melhores trabalhos, "Progressions of Power" (1980) e "Allied Forces" (1981).

Só que, nesta mesma época, o Rush vinha de uma sequência absurda de trabalhos excelentes – "A Farewell to Kings (1977), "Hemispheres" (1978), "Permanent Waves" (1980) – até desembocar na obra-prima "Moving Pictures" (1981).

Os integrantes do Triumph admitiram que teriam mesmo de fazer o hard rock de arena, festivo, para alcançar e manter o estrelato. Foram muito bem-sucedidos, mas viam de longe o Rush se estabelecer como uma das grandes bandes do rock de todos os tempos.

o hard rock californiano e seus excessos, ao menos nas apresentações, enquanto os álbuns dos anos 80 foram ficando cada vez mais sofisticados e intrincados, fugindo de suas características. Ganharam fãs mais novos, mas perderam os tradicionais. As indefinições criativas acabaram causando tensão entre os amigos, até que finalmente Rik Emmett decidiu sair em outubro de 1988.

Moore e Levine seguiram adiante, mas deixaram o grupo de molho até 1993, quando ressurgiram com um novo guitarrista, Phil X (Phillipe Xenidis) e lançaram o excelente "Edge of Excess", que infelizmente passou despercebido, o que decretou o fim do trio. 

Enquanto Rik Emmett construiu uma ótima carreira solo, passeando por blues, jazz e ritmos celtas, Gil Moore virou empresário e construiu o Metalworks Studios, o maior e melhor complexo musical e de gravações do Canadá por muito tempo, virando referência mundial. Mike Levine tornou-se um renomado produtor e um empresário ligado ao hóquei no gelo.

https://www.youtube.com/watch?v=032W5-qn5wk

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