terça-feira, 23 de maio de 2023

Com sotaque e propulsão brasileiros, Dieth se prepara para tomar conta do metal extremo

Uma união improvável na Polônia selou o destino de três músicos importantes na cena mundial de heavy metal depois da terrível pandemia de covid-19, embora já houvesse contatos antes. E então surgiu uma força do rock pesado capitaneada por um mineiro e por um astro internacional.

Dieth (pronuncia-se "daiet") é mais um dos projetos dos do baixista norte-americano Dave Ellefson depois de sua saída do Megadeth. Ele ainda toca e conduz o Lucid e o projeto Ellefson-Soto, este ao lado do cantor Jeff Scott Soto, ex-integrante do Journey e da banda do guitarrista sueco Yngwie Malmsteen - sua banda principal hoje e é o quinteto Sons of Apollo.

Em julho de 2022, o Dieth lançou prieiro o single “In The Hall Of The Hanging Serpents” e sendo destaque nos principais sites especializados em metal do mundo, com fartos elogios. 

Era o que o guitarrista brasileiro Guilherme Miranda precisava para se desvencilhar de uma tragédia em sua trajetória - a morte do mito LG Petrov, o sueco que carregava o Entombed AD quase desde sempre. Miranda morava em Estocolmo, capital sueca, e integrava a banda.

"Um recomeço, sem dúvida, mas com muita força para encarar um projeto que cresceu bem rápido", disse Miranda, que assumiu os vocais, em entrevista coletiva a jornalistas brasileiros, via internet, no mês de maio. com a especial participação de Ellefson.

Feliz e empolgado, o baixista americano era só elogios ao trabalho com Miranda e o baterista polonês Michal Lysejko, da banda Decapitated. "É estimulante e libertador. A ética de trabalho desses caras é impressionante. A força de vontade, o querer fazer dar certo, digamos assim, é algo raro hoje em dia." 

Neste quase um ano, a banda assinou um contrato com a Napalm Records e lançou outros dois singles e clipes, “To Hell And Back” e “Don’t Get Mad…Get Even!”, que irão integrar o primeiro álbum intitulado de “To Hell And Back”, com lançamento agendado para o dia 2 de junho - no Brasil via Shinigami Records,
 
A coisa está caminhando tão bem que simplesmente não se falou em Megadeth, gigante do thrash metal da qual Ellefson fez parte em duas ocasiões. Da última, acabou demitido pelo líder, o guitarrista e vocalista Dave Mustaine, depois da eclosão de um escândalo sexual virtual ainda mal explicado. 

O baixista teria trocado fotos íntimas e feito vídeos "impróprios" e um "relacionamento" pela internet com uma suposta menina menor de idade. A moça vei a público, expondo-se, em defesa de Ellefson afirmando ser maior de idade.

A única menção foi uma pergunta do Combate Rock mencionando as formas de tocar do músico quando estava no Megadeth e agora, no projeto Dieth - que Miranda garante ser uma banda de verdade. Em uma banda com apenas um guitarrista, o músico está tocando baixo de forma mais agressiva, quase como uma guitarra base?

"Obrigado por ter perguntado e ter notado as mudanças. Eu costumava sempre tocar seguindo, em parte,, a linha de guitarra e, ao mesmo tempo, marcar o ritmo. Era uma característica minha e agora estou explorando outras possibilidades, principalmente porque o som atual pede isso e também requer outras necessidades. Claro que é diferente, e bem instigante", disse o baixista.

Guilherme Miranda fez questão de ressaltar o entrosamento rápido entre os músicos, que teve impacto direto nos resultados positivos dos singles, que foram bem recebidos pelo apreciadores de metal. "Eu já tinha algumas ideias e esqueletos de música, que agradaram ao Dave. Logo evoluímos para um álbum, que reúne uma série de influências, mas que apresenta uma estrutura muito própria. Ele se adaptou ao metal extremo."

Ellefson completou: "E eu fico surpreso em como o universo colocou nós três juntos, três caras de culturas diferentes, de países diferentes, línguas diferentes, simplesmente juntou nós três porque temos uma jornada meio que parecida, uma história parecida, e precisávamos desse novo começo".

Os planos são ambiciosos após o lançamento do álbum. "Tocaremos em alguns festivais, realmente quero ver a gente junto no palco tocando as nossas músicas. Esse realmente é o começo, e parece que toda vez que lançamos uma música, nosso telefone toca e é alguém perguntando 'ei, como podemos fazer pra agendar um show do Dieth?'", comemora Ellefson.

 Bem humorado, o baixista explica como surgiu o nome da banda. "Veio enquanto estávamos gravamos o clipe para 'In The Hall Of The Hanging Serpents', nós estávamos sentados e enquanto conversávamos essa palavra forte Dieth veio em minha cabeça, veio como uma coisa grandiosa, significa a morte para si mesmo, a morte para suas antigas experiências, para o seu antigo eu, onde você não mata essas experiências, você as leva com você em sua próxima jornada na vida, e foi nesse momento que percebemos que esse é um novo começo para nós."

Miranda projeta uma sequência prolongada com o Dieth neste ano e não contém a empolgação nas vésperas de voltar aos palcos, e com uma banda nova. "É uma história bacana que estamos começando e a repercussão ultrapassou as nossas expectativas. Isso nos orgulha e também nos enche de responsabilidade. Não poderia ser melhor."
 

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