O show extra de Roger Waters em São Paulo, anunciado horas depois do esgotamento dos ingressos para a primeira apresentação, foi um enorme e potente murro na cara dos simpatizantes do fascismo em terras tropicais.
Envolto em polêmicas em sua última passagem or aqui, cinco anos atrás, chegará triunfante com a defenestração do lamentável ex-presidente Jair Bolsonaro e cum clima mis pacífico e com melhores perspectivas sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a quem admira.
A última visita de Waters, com shows em plena campanha eleitoral presidencial em 2018, rendeu momentos hilários, como a enxurrada "protestos" de celebridades bolsofascistas indignadas com as críticas a autocratas mundiais durante show paulistano.
Muitos seres ignorantes não tiveram medo de passar vergonha em vídeos na internet ao vomitarem que queriam o dinheiro de volta, no estádio do Morumbi, por causa das "manifestações políticas" do artista durante o show.
Chamado de "comunista" or uma elite branca, endinheirada e avessa a qualquer tipo de redução de desigualdade social e avanço nos direitos humanos, Waters tripudiou diante da ignorância e da indigência de parte expressiva do público que simplesmente desconhecia a sua obra.
Diante de supostas ameaças de prisão e cancelamento de shows por expor o nome de líderes fascistas do mundo que mereciam ser repudiados - entre eles Bolsonaro -, ironizou essas "iniciativas" em declarações corrosivas e alterações sutis nas mensagens dos telões para ressaltar o vexame dos conservadores ignorantes.
Militante antifascista e antirracista, apoiador de partidos de esquerda em várias partes do mundo, ganhou a ira dos Estados Unidos e de Israel ao combater publicamente os atentados contra a população palestina desde sempre cometidos por todos os governos israelenses desde sempre.
Ultrapassando os limites da chatice, encampa boicotes culturais a Israel há 20 anos com incansáveis telefonemas a artistas e esportistas para que desistam de visitar Israel. Não perde a oportunidade de "denunciar" publicamente quem insiste em se apresentar naquele país.
Sua militância política progressista desde os tempos de Pink Floyd, banda da qual foi baixista e vocalista até 1984, é mais do que conhecida - bastam algumas leves espiadas em obras como "Animals" (1977) e "The Wall" (1979). As manifestações de muitos incautos em São Paulo contra as "declarações políticas" em 2018, portanto, são inconcebíveis.
Paladino dos direitos humanos e ardoroso defensor dos direitos humanos, Roger Waters, que chegará aos 80 anos de idade em 2023, também costuma errar feio - e demorar para se retratar.
Na contramão da classe artística esclarecida, chegou aa declarar um velado apoio ao presidente russo Vladimir Putin, o artífice da invasão de seu país à vizinha Ucrânia, em um movimento expansionista inaceitável.
Diante de argumentos pueris e sem embasamento na realidade, acabou ensaiando um recuo ao admitir que a questão precisaria ser analisada com mais profundidade e que o lado ucraniano certamente tinha sofrido uma "agressão". Ainda assim, foi duramente criticado por seu "antiamericanismo infantil e ressentido".
As escorregadas não obscurecem os seus acertos na maioria das causas progressistas que abraça. É provavelmente o maior nome do rock a se engajar na causa antifascista mundial e a denunciar os atentados a várias iniciativas de justiça social pelo planeta. Sua trajetória é digna de aplausos.
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