Faltando três para a Virada Cultual Paulistana, que tem o nome de "Virada do Pertencimento", a organização continua a anunciar novas atrações, em um misto de desorganização e improviso, coisa que nunca havia ocorrido no evento.
Entre os roqueiros, Black Pantera e As Mercenárias entraram na programação em palcos da zona leste, em uma edição que quase nada de rock apresenta. São duas atrações de porte grande dentro da música underground brasileira e que mereciam um tratamento melhor até para que pudessem atrair um público maior.
Nesta Virada sem virada pela madrugada e com palcos pulverizados por toda a cidade, o clima será de quermesse, sem sal e sem sabor, com hora marcada para acabar.
Só que há um aspecto que precisa ser ressaltado e que joga por terra o conceito da Virada Cultural: shows confinados em teatros para, no máximo, 300 pessoas. Como assim?
Ed Motta, por exemplo, nome gigante da MPB e do Jazz, será a atração do Sesc 24 de Maio Maio, de graça, nos dois dias, mas em um teatro para 300 pessoas. Pessoas precisam chegar uma hora antes para retirar ingresso gratuito.
O que vai acontecer? Filas quilométricas, com a a frustração inequívoca; É o típico show para ser em local aberto, sem a necessidade de retirada de ingresso, sem restrição alguma. Quer situação que mais contraria o espírito original da virada do que isso?
A ideia de 24 horas ininterruptas de eventos com vários palcos espalhados pelo centro de São Paulo era superdemocrática e oferecia à população a chance de ter contato com vários tipos de arte ao mesmo tempo e a pouca distância .
Grandes artistas tocaram em grandes palcos para muita gente. E hoje teremos Ed Motta, Tom Zé e Black Pantera tocando em teatros fechados para popuca gente e com hora para terminar - antes das 22h.
Esse legado deixado pelas administrações de direita que estão na prefeitura desde 2017 é o pior possível, praticamente matando o conceito original de uma ideia tão legal e interessante.
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