- É uma volta em grande estilo, por mais que o som dos Black Crowes soe bem anacrônico em 2024. depois de 15 anos sem canções inéditas, o grupo soa bem e com aluma modernidade, mas alguma coisa ainda os prende em uma fenda temporal aos anos 90 com aquele tepero setentista.
Não que isso seja ruim, mas é que a reconciliação dos irmãos Chris (vocai) e Rich Robinson (guitarras0 prometia mais do que a banda entrega em "Hapiness Bastards". O disco é bom? É, mas a gente sempre espera um pouco mais de grandes bandas.
partindo de onde pararam, lá em 2009, o grupo tenta revitalizar aquele rock com cheiro de hard setentista que era deliciosamente molhado com o groove de The Faces e Rolling Stones, um som que recendia a sacanagem e malandragem, como a banda conseguiu reproduzir em São Paulo, em 2023, em um dos grandes momentos do rock internacional em todos os tempos na cidade.
"Wanting and Waiting", o primeiro single, prometia um disco com os Black Crowes revitalizados e prontos para retomar seu lugar nas paradas - se é que elas ainda existe,; O álbum é bom, mas ainda não será desta vez que os corvos negros recuperarão sua majestade.
O primeiro single é vigoroso, com guitarras bem timbradas e riffs quase memoráveis, em que o balanço contagiante característico da banda aponta para um grande bailão.
a banda até segura a onda na faixa "Close Your Fingers" e também na boa 'Dirty Cold Sun", as duas movidas a boas guitarras que moldam um som mais sujo e, por que não, um pouco mais pesado.
O clima continua bom, mas fica a sensação de repetição quando ouvimos "Flesh Wounds "Badside Manners", dado a impressão de que a mesma fórmula foi usada alguma vezes, mudando apenas um acorde aqui e outro ali. Os riffs mantém a roda girando e a força da banda, mas ainda será necessário mais um tempo para desenferrujar de vez as engrenagens desta grande banda.
- Quando Charlie Starr começou a compor as músicas que se tornariam o novo álbum do Blackberry Smoke, "Be Right Here", a primeira música que o vocalista/guitarrista principal elaborou foi “Dig A Hole”.
Formada por um antigo riff de guitarra combinado com um riff de coro Wurlitzer escrito pelo tecladista Brandon Still, a música de rock psicodélico pantanosa é uma declaração poderosa sobre a escolha do seu caminho na vida – se você quer ceder à tentação ou seguir uma estrada mais justa.
“Na vida, todos nós nos deparamos com escolhas”, diz Starr no material de divulgação do álbum. “Vamos fazer o bem ou vamos fazer o mal? Vamos amar ou vamos odiar? Temos um tempo finito, cada um de nós nesta Terra. Então, provavelmente, queremos tirar o melhor proveito dele em vez de desperdiçar tempo.”“Dig A Hole” é a faixa principal de "Be Right Here" e dá o tom para outro conjunto expansivo de rock’n’roll do Blackberry Smoke. Como sempre, a banda sediada na Geórgia – Starr, Still, o guitarrista/vocalista Paul Jackson, o baixista/vocalista Richard Turner e o baterista Brit Turner – inspira-se no rock sulista, no rock clássico com tendência ao blues e no country vintage com raízes. Mas em Be Right Here, o Blackberry Smoke soa ainda mais seguro de si, desde a força de suas composições até sua execução musical.
Trabalhando mais uma vez com Dave Cobb, produtor vencedor do Grammy, o Blackberry Smoke criou uma obra crua e impactante. Eles gravaram o álbum ao vivo no mesmo espaço; uma abordagem que Cobb também prefere, já que se presta a uma energia mais livre. “Lembro-me de várias vezes em que eu dizia: ‘Acho que deveríamos refazer isso’, e ele dizia: ‘Não, deixe desse jeito. Assim é mágico”, lembra Starr. “É tão natural e real quanto possível.”
As letras de "Be Right Here" são particularmente literárias, cheias de personagens vívidos e identificáveis, o que faz com que as músicas muitas vezes se assemelhem a contos detalhados. Por exemplo, “Whatcha Know Good”, uma composição conjunta com Brent Cobb, é uma “música para se sentir bem”, conduzida por um narrador amigável que se dá bem com todo mundo e não gosta de negatividade.
Um toque de guitarra descontraído, semelhante ao dos Stones, do ex-guitarrista do Buckcherry, Keith Nelson, inspirou “Like It Was Yesterday”, ajudando Starr a conjurar outro personagem muito específico: um jovem sincero que não tem muita experiência de vida, mas sabe do que gosta e é grato pelos bons momentos.
Outros destaques de "Be Right Here" incluem “Azalea” e “Little Bit Crazy”, ambas escritas em parceria com Travis Meadows, colaborador frequente de Starr na composição de músicas. A última música, que começa com um coro de cantores gospel cheios de alma antes de se transformar em um lânguido rocker sulista, apresenta um narrador que está envolvido em um relacionamento divertido, mas não necessariamente saudável.
"Be Right Here" termina com uma mensagem confiante, a balada poderosa e orgânica, “Barefoot Angel”. Starr diz que não escreve muitas canções de amor, mas abriu uma exceção aqui. “Ou sou eu cantando sobre minha esposa ou algum cara cantando sobre sua esposa que está na mesma situação, ou seja, eu não seria capaz de fazer nada sem ela. Quando estou preocupado e me sentindo mal, ela torna tudo melhor.”
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