terça-feira, 19 de novembro de 2024

Morre o poeta Peter Sinfield, letrista do King Crimson

Marcelo Moreira

King Crimson em 1969: Peter Sinfield está ao centro (FOTO: DIVULGAÇÃO)



Um integrante de banda que não canta, não toca, não sobe ao palco e faz alguns trabalhos burocráticos. Era assim que o escritor inglês Peter Sinfield costumava ser descrito por jornalistas naquele efervescente período criativo do final dos anos 6º do século passado.

Erudito, culto e sofisticado. Sinfield escrevia muito bem e era muito amigo de músicos como Robert Fripp er Gteg Lake, a dupla que fundou o King Crimson em 1969. O poeta também foi convidado a se juntar á banda, e é considerado o cofundador do grupo. Só que não tocava nada e cantava mal.

Ficou com a função de escrever letras e cuidar da iluminação do palco. E assim entrou para a história do rock como o primeiro integrante de uma banda importante sem ter função musical específica.

Pete Sinfield morreu em 14 de novembro, aos 80 anos, na Inglaterra. As causas da morte não foram reveladas. Apesar de sua importância como integrante do King Crimson, deixou de colaborar com o grupo a partir de 1972, diminuindo progressivamente suas contribuições já em 1970.

São especialmente lembradas as letras que fez para “Epitaph” e “Talk to the Wind”, canções do primeiro álbum, “In the Court of the Crimson”, King (1969). Deste, os temas eu fizeram mais sucesso foram a faixa-título e “21st Cenrury Schizoid Man”.

Também são suas as letras de músicas dos álbuns “ In the Wake of Poseidon (1970. Segund e último com o baixista e vocalista Greg Lake), Lizard (1970) e Islands (1971).

Nos primeiros anos, também acumulou funções nos bastidores, atuando como operador de luzes, engenheiro de som e até mesmo como uma espécie de “faz-tudo” durante as apresentações ao vivo.

Foi quem batizou o grupo de King Crimson, com base na letra da canção que dá título ao primeiro álbum. Há quem atribua a ele algum conceito estético em relação ao som mais experimental e vanguardista do King Crimson.

Depois do rompimento com Fripp, seguiu como produtor e compositor, trabalhando com artistas renomados como Roxy Music e Emerson, Lake & Palmer. 

Expandiu os horizontes na música pop colaborando com ícones como Celine Dion e Cher, sendo responsável pela premiada Think Twice, que lhe rendeu o prestigiado prêmio Ivor Novello. Sinfield também explorou sua própria musicalidade em um único álbum solo, "Still", lançado em 1973.

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